Os efeitos
nocivos do fumo ultrapassam os níveis puramente físicos, atingindo o
perispírito (2,3,4,5).
Por causa do
fumo, o perispírito fica impregnado e saturado de partículas semi-materiais
nocivas, principalmente na região do aparelho respiratório, que absorvem a
vitalidade, prejudicando a normalidade do fluxo das energias espirituais
sustentadoras, as quais, através dele, o perispírito ou corpo espiritual, se
condensam para abastecer o corpo físico. Essas impurezas no perispírito podem
ser vistas por médiuns videntes como manchas, formadas de pigmentos escuros,
que envolvem os órgãos mais atingidos pelo fumo, principalmente os pulmões (5).
O fumo
também amortece as vibrações mais delicadas, bloqueando-as, tornando o homem,
até certo ponto, insensível aos envolvimentos de entidades espirituais amigas e
protetoras (5). Por isso, André Luiz (3) e Luiz Sérgio (4), recomendam que, no
dias das reuniões mediúnicas, os trabalhadores ainda necessitados do fumo,
devem abster-se ou reduzi-lo, para não prejudicar o intercâmbio.
O desejo de
fumar, que se situa no corpo astral, permanece após o desencarne e, como
perispírito é muito mais sensível do que o corpo físico, isto se torna
desastroso, pois a necessidade de fumar é enormemente ampliada, levando-o ao
desespero e ao desequilíbrio, provocando uma espécie de paralisia e
insensibilidade aos trabalhos dos socorristas por algum tempo, como se
permanecesse em estado de inconsciência e incomunicabilidade, ficando o
desencarnado em prejuízo no recebimento de auxílio espiritual e preso à crosta
terrestre (5).
O desejo de
fumar, no espírito, faz com que ele sintonize com pessoas com predisposição de
fumar ou fumantes para, como vampiros, usufruírem as mesmas inalações
inebriantes. Como entidades espirituais agem hipnoticamente no campo da
imaginação, transmitindo as ondas magnéticas envolventes das sensações e
desejos de que, juntos, se alimentam.
Através de
processos de simbiose em níveis vibratórios, o fumante pode colher em seu
prejuízo as impregnações daqueles que podem deixa-lo infeliz, triste,
grosseiro, preso à vontade de entidades inferiores, sem domínio e a consciência
dos seus verdadeiros desejos (2,3,6). André Luiz, no livro Nos Domínios da
Mediunidade nos fala: “(…) Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas
desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes.
Algumas
sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos
pulmões que as exalavam, nisso encontrando alegria e alimento.(…) Muitos de
nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com tamanho
desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos amigos
terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis costumes por que
se deixam influenciar.(…) , o que a vida começou, a morte continua…
Esses nossos
companheiros situaram a mente nos apetites mais baixos do mundo, alimentando-se
com um tipo de emoções que os localiza na vizinhança da animalidade. Não
obstante haverem frequentado santuários religiosos, não se preocuparam em atender
aos princípios da fé que abraçaram, acreditando que a existência devia ser para
eles o culto de satisfações menos dignas, com a exaltação dos mais astuciosos e
dos mais fortes.
O chamamento
da morte encontrou-os na esfera de impressões delituosas e escuras, como é da
Lei que cada alma receba da vida de conformidade com aquilo que dá, não
encontraram interesse senão nos lugares onde podem nutrir as ilusões que lhes
são peculiares, porquanto, na posição e que se veem, temem a verdade e
abominam-na, procedendo como a coruja que foge à luz”.
O problema
da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos
sutis do corpo espiritual dê lugar à normalidade do envoltório espiritual, o
que, na maioria das vezes, tem a duração em que o tabagismo perdurou na
existência física do fumante (5).
Segundo
Emmanuel, quando o espírito não tem força de vontade suficiente para abandonar
o vício, pode necessitar, no Mundo Espiritual, de um tratamento com cotas
diárias de substituto dos cigarros comuns, com ingredientes semelhantes aos do
cigarro terrestre, sendo sua administração diminuída gradativamente, até que
consiga ficar livre da dependência (5).
O fumante
transfere de uma vida para a outra certos reflexos ou impregnações magnéticas
que o perispírito contém devido às imantações recebidas do seu corpo físico e
do campo mental que lhe são específicas. As predisposições e as tendências são
transportadas para a nova vida, que é uma oportunidade de libertação do vício
do passado, mas nem sempre vitoriosa. O Espiritismo aceita um componente
reencarnatório na predisposição aos vícios, o que, hoje, a Ciência já começa a
comprovar, com estudos que mostram que alguns genes podem estar relacionados
com predisposição para o fumo (1,2,5).
O tabagismo
é responsável por doenças cármicas, tais como asma, enfisema congênito,
infecções recorrentes, na infância, das vias aéreas e câncer em reencarnações
futuras, ocasionadas pela lesão do corpo espiritual (2).
É através da
fé que podemos nos libertar do vício que nos angustia e que nos deprime cada
vez mais, em vez de levar ao prazer, como erradamente pensamos em nossa vida
material. É indispensável criar esta ligação, para que cheguemos à conclusão de
que só nos viciamos quando já temos os nossos vícios da alma. Vícios da falta
de compreensão, falta de tolerância, o nosso orgulho, a nossa vaidade e todas
as outras dores da alma que levam aos nossos sofrimentos do dia a dia.
Autora: Drª.
Maria Cristina Alochio de Paiva Médica Pneumologista.
Bibliografia:
1. Disponível
em http://www.saúde.gov.br/paredefumar. Acessado em 25/08/2001.
2. Kühl, E.
Tóxicos – Duas Viagens. 4. ed. Belo Horizonte, MG: editora Cristã Espírita
Fonte Viva, 1998.
3. Luiz,
André (psicografia de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira). Desobsessão. 18. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 1999.
4. Sérgio,
Luiz (psicografia de Irene P. Machado) Dois Mundos Tão Meus. 6. ed. Brasília:
Livraria e Editora Recanto, 1999.
5.
Rigonatti, E. Manual prático do Espírita.
6. Luiz,
André (psicografia de Francisco C. Xavier). Nos Domínios da Mediunidade. 26.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 1999.
Fonte:
Associação Médico-Espírita do Estado do Espírito Santo (AMEEES), 2001.