Os
Evangelhos estão repletos de alusões a anjos. A Bíblia inteira fala neles.
Todas as religiões, de diferentes maneiras, se referem a essas entidades.
O Brasil tem
como protetor um anjo chamado Ismael, de tão grande poder e sabedoria que
trabalha diretamente com Jesus. À frente da formação e consolidação da nação
brasileira, ele conduziu o Descobrimento, a Inconfidência Mineira, a
Independência e a Proclamação da República. Quando Tiradentes foi enforcado, a
21 de abril de 1792, no clímax da missão que culminaria, três décadas depois,
com a libertação definitiva do Brasil de Portugal, o anjo Ismael pessoalmente o
recepcionou no retorno à espiritualidade.
Muito do que
sabemos sobre Ismael está contado pelo espírito Humberto de Campos e por
Francisco Cândido Xavier no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do
Evangelho, cuja primeira edição saiu em 1938, publicada pela Federação Espírita
Brasileira.
Ismael e
suas falanges receberam no século XV essa designação de Jesus, segundo consta
do Brasil, Coração do Mundo, Patria do Evangelho:
– Ismael,
manda o meu coração que doravante sejas o zelador dos patrimônios imortais que
constituem a Terra do Cruzeiro. Recebe nos teus braços de trabalhador devotado
da minha seara, como a recebi no coração, obedecendo a sagradas inspirações do
Nosso Pai. Reúne as incansáveis falanges do Infinito, que cooperam nos ideais
sacrossantos da minha doutrina e inicia, desde já, a construção da pátria do
meu ensinamento.
E o
emissário de Jesus desceu à Terra, onde montou a sua oficina, nela trabalhando
até hoje. Complementa Humberto de Campos que primeiramente foram escolhidos os
índios, que eram os simples de coração; em segundo lugar, chegariam os sedentos
da justiça divina, que eram os escravos, como a expressão dos humildes e dos aflitos,
para formação da alma coletiva de um povo bem-aventurado por sua mansidão e
fraternidade.
No livro
Chico Xavier, Mandato de Amor, da União Espírita Mineira, é descrita a grandeza
de Ismael quando perguntaram ao médium de Uberaba se Emmanuel, o extraordinário
instrutor espiritual do século XX, tinha contato direto com aquela entidade
angelical. A resposta foi positiva.
Que são os
anjos, crença de todos os povos? Não são seres privilegiados na criação, porque
na sua justiça perfeita Deus concede a todos os filhos as mesmas oportunidades
de crescimento. Todos os espíritos são criados simples e ignorantes, quer
dizer, sem conhecimento e sem consciência do bem e do mal, mas aptos a
adquirirem por mérito próprio tudo que lhes falta para a perfeição. Muitos anjos,
os mais próximos do Pai Celestial, são anteriores à própria humanidade. Os que
surgiram dela são almas dos homens que alcançaram o grau de perfeição e gozam
assim da plenitude da felicidade. A humanidade não está limitada à Terra, mas
ocupa incontáveis esferas que circulam no espaço, já tendo povoado aquelas que
desapareceram e estando, com certeza, destinada a povoar as que se formarão.
Em O Céu e o
Inferno, Allan Kardec ensina que muito tempo antes que a Terra existisse, por
mais antiga que a suponhamos, viveram, em outros mundos, espíritos encarnados
que percorreram as mesmas etapas que nós, espíritos mais recentes,
desenvolvemos atualmente, e que atingiram seu objetivo antes mesmo que
tivéssemos saído das mãos do Criador. Em toda a eternidade houve, portanto,
anjos ou espíritos puros. Sua existência humana se perdendo no infinito do
passado é, para nós, como se tivessem sempre sido anjos.
Deus jamais
esteve inativo, dispondo sempre de espíritos experimentados e esclarecidos para
execução de suas ordens e para direção do Universo inteiro, no governo dos
mundos ou na realização dos seus mais íntimos detalhes.
Diante das
grandes transformações pelas quais o planeta vai passar, nos próximos anos, as
perguntas são inevitáveis: O que acontecerá ao Brasil? Qual o seu papel no
futuro dos povos?
Muitas
revelações foram feitas a respeito da missão espiritual da nossa pátria, neste
terceiro milênio, especialmente nos livros, "Brasil, Coração do Mundo,
Pátria do Evangelho" e "Falando à Terra". Aceitas por muitos que
as consideram como indicações preciosas, em meio às incertezas do presente,
rejeitadas por alguns que se mostram descrentes e mesmo irônicos, o fato é que,
muito em breve, teremos a oportunidade de constatar se são verdadeiras ou não.
Para os que
duvidam, Robert Southey, historiador inglês, falando através de Chico Xavier,
lembra que há uma “crítica inconsistente dos pessimistas intransigentes que só
vêem a falência espiritual de que são possuidores” e acentua que “não adianta o
progresso material de uma nação, se ele não é acompanhado de alicerces morais
efetivos”.
Afirma
Ismael, o protetor do Brasil, que “a civilização armada terá que perecer, para
que os homens se amem como irmãos”. Isto é o que esperamos que aconteça nos
próximos oito anos, para que venhamos a ter um desenvolvimento inimaginável em
nosso planeta.
O País visto
pelos espíritos
Em livro
psicografado na década de 1930, Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho,
Humberto de Campos ressalta o fato de que Jesus transportou da Palestina para o
Brasil a árvore do seu Evangelho, buscando a preservação de suas lições,
relegadas ao descaso pela humanidade. A medida impunha-se, tendo em vista as
filosofias complicadas e as teorias salvacionistas extravagantes, que foram
enxertadas aos seus ensinamentos, desfigurando-os a tal ponto que algumas
guerras sangrentas foram patrocinadas, em nome Dele, o Mestre que se imolou pela paz.
O fato é que
o próprio Cristo, em uma de suas excursões pelo globo, no último quartel do
século XIV, escolheu o lugar onde o Brasil seria erigido, na esperança de que,
em suas terras dadivosas, o seu Evangelho fosse vivido em profundidade. Durante
essa visita, o Mestre conversou com os componentes da luminosa caravana que o
acompanhava, sobre as características da futura nação: “A região do Cruzeiro,
onde se realizará a epopeia do meu Evangelho, estará, antes de tudo, ligada
eternamente ao meu coração. As injunções políticas terão nela atividades
secundárias, porque, acima de todas as coisas, em seu solo santificado e
exuberante estará o sinal da fraternidade universal, unindo todos os
espíritos”.
Assim tem
sido. A unidade territorial do Brasil, com seus oito milhões e meio de
quilômetros quadrados e oito mil quilômetros de costa marítima, tem sido
preservada ao longo de cinco séculos de sua história. Nunca houve exemplo como
esse, em todo o mundo. Basta olharmos ao nosso redor para ver as possessões
espanholas fragmentadas em vinte repúblicas diversas. Mas é claro que as
vitórias não virão sem muita luta e sofrimento, erros e acertos, que são frutos
do próprio aperfeiçoamento.
Jesus havia
determinado que a Terra do Cruzeiro se povoasse de raças humildes do planeta,
inclusive que tivesse a colaboração dos povos sofredores do continente
africano. Essa cooperação, todavia, deveria ser efetuada sem atrito, para
tanto, havia aproximado Portugal daquelas raças sofredoras, sem violência de
qualquer natureza. Lamentavelmente, porém, os homens brancos, esparsos pelos
latifúndios da nação nascente, na sua sede de dominação, escolheram o pior
caminho, trazendo negros de Luanda, da Guiné e de Angola, na triste condição de
escravos.
Ismael, o
anjo a quem Jesus entregou a direção do Brasil, consultando o Mestre quanto a
essa escravização indébita, obteve como resposta: “Não nos compete cercear os
atos e intenções dos nossos semelhantes, considerando que cada um será
justiçado na pauta de suas obras” e acrescentou: “Se não nos é possível cercear
o arbítrio livre das almas, poderemos mudar o curso dos acontecimentos, a fim
de que o povo lusitano aprenda, na dor e na miséria, as lições sagradas da
experiência de vida”. Depois disso, o que se viu foi o desaparecimento, para
sempre, da Casa de Avis, a mesma sob cujo reinado se iniciou o tráfico hediondo
dos homens livres.
O Brasil
cumprirá a sua predestinação histórica, a de Pátria do Evangelho. Quem viver,
verá. “O País escreverá a sua epopeia de realizações morais, em favor do
mundo”, confirma Humberto de Campos. Mas nada se fará sem esforço coletivo.
Todos os brasileiros, independentemente de raça, classe social e religião,
deverão trabalhar pela paz, cultivando a oração e buscando cumprir a regra
áurea: “Ama a teu próximo como a ti mesmo”.
A hora está
próxima, deixemos as conquistas ilusórias da carne e batalhemos, com humildade,
pelos princípios do Mestre Inolvidável, a fim de sermos fiéis aos compromissos
assumidos.
Estão sendo
esperados desfechos sombrios para este final de século, consoante os processos
cármicos de todas as nações do mundo. Milhões de espíritos acreditam no potencial
espiritual do Brasil. O novo renascimento virá e o Brasil será o patrono da
Nova Era. Os espíritos não pactuam com o julgamento apressado dos homens. Eles
aprenderam a esperar.
Pagamento
coletivo
No momento,
ainda estamos em pagamento coletivo de dois erros graves cometidos no passado:
o período de 300 anos de escravidão dos irmãos africanos e a Guerra do
Paraguai, mesmo porque não adianta avançar, em conquistas materiais, sem os
fundamentos morais consolidados. Felizmente, não temos dívidas, nas demais
áreas, como a maioria das outras nações, tais como a pena de morte, o aborto,
as guerras civis, etc. Nossa história tem sido feita sem derramamento de
sangue, nossa bandeira está limpa.
A civilização armada terá que perecer, para
que os homens se amem como irmãos”.
Fonte:Fraternidade Universais.