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terça-feira, 24 de julho de 2018

"TALISMÃS E AMULETOS: O QUE KARDEC DIZ SOBRE A FORÇA DESSES OBJETOS?

Kardec, em sua época era reconhecido pelos seus contemporâneos como autoridade no tocante aos temas da novas descobertas entre a relação dos mundos visível e invisível. Tanto sim que frequentemente buscavam-no a fim de receber sua opinião relacionada aos inúmeros fenômenos além matéria. Foi assim quanto ao poder de objetos, talismãs e adereços. Teriam, eles, poder de descortinar o passado de alguém ou prever o futuro, ou, ainda, atrair os Espíritos? Há, nesses objetos, algo que possa denominá-los, assim na forma vulgar, como objetos mágicos?
Dentre as muitas vezes que Kardec abordou o tema medalhas, símbolos e demais, trago para reflexão um texto que consta na Revista Espírita, novembro de 1858, com o título: Os talismãs – medalha cabalística.
Uma senhora, médium sonâmbula, havia informado que determinada medalha tinha poderes especiais de atrair os Espíritos. Pediram a opinião de Kardec a respeito. Kardec, logo de início, já explica que os Espíritos são atraídos pelo pensamento e não pelo objeto em si.
Espíritos que se apegam a esses objetos são, ainda, inferiores mesmo que estejam agindo de forma honesta. É que conservam, mais ou menos, as manias e ideias que tinham enquanto encarnados. Portanto, nada fora do esquadro que repitam este modelo mental no mundo dos Espíritos. Por outro lado há, também, os Espíritos zombeteiros, ou no linguajar atual, gaiatos, que gostam de divertirem-se á custa da ingenuidade alheia. O foco, portanto, é o pensamento e é este que acaba por atrair os Espíritos.
Imagine que você deposita uma fé inabalável de que um copo qualquer pode atrair um bom Espírito. E todos os dias você reserva um tempo para olhar no interior deste copo a fim de atrair os bons Espíritos para um contato. Você ora com fervor e sinceridade e os Espíritos comparecem, serenam teu coração, sugerem-te bons conselhos, ajudam-te a responder as mais intrincadas questões íntimas e por ai vai. Você pode achar que o poder está no copo. Contudo, a realidade é que a força está relacionada ao teu pensamento e sentimentos para que tragam os bons Espíritos em teu benefício. O copo é apenas um amuleto e, caso seja descartado nenhuma alteração haverá se você prosseguir na busca dos bons Espíritos com sinceridade e fervor.
A ideia de Kardec é tornar o contato com os Espíritos uma coisa mais espiritual do que material. Se antes havia uma suposta “necessidade” do material para interagir com o espiritual, Kardec a retira e mostra que isto é desnecessário. O contato com os Espíritos é feito de coração para coração, de mente à mente. Não é a matéria, ou seja, o objeto que atrai os Espíritos, mas o pensamento, o coração conectado e a vontade do indivíduo.
Há, todavia, uma observação a ser feita. Os objetos podem ser magnetizados e, com isso, “adquirirem” algumas propriedades especiais, mas de forma passageira. Imagine alguém dotado de grande poder magnético, daqueles em que o olhar é penetrante e traz uma força indescritível. Este indivíduo direciona seu olhar a uma medalha, seu pensamento naquele objeto é firme e forte no intuito de magnetizá-lo. Pois bem, é possível, sim, que alguém ao tocar este objeto, agora já impregnado com o fluido a ele direcionado, sinta sensação diferente, ou mesmo entre em transe por conta da “força” que contém, momentaneamente, o material.
Perceba, todavia, que o poder não está no objeto em si, mas na força do pensamento que a ele foi direcionada.
Kardec, como trabalhava com evocação, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, evocou São Luís e pediu que este manifestasse sua opinião relacionada ao assunto.
Parece-me que o benfeitor considerou o tema já amplamente debatido e questão encerrada, pois após algumas diretrizes, bem semelhantes ao pensamento de Kardec, sugeriu que ele – Kardec –  se ocupasse de coisas mais sérias.
Em todo caso, o tema em questão pode desdobrar-se e dar origem aos mais diversos questionamentos como, por exemplo, se há objetos com mais ou menos condições de absorver os fluidos magnéticos e ficarem mais ou menos tempo impregnados com estes.
Há muita coisa interessante a pesquisar.
Quê tal?
Autor: Wellington Balbo


segunda-feira, 23 de julho de 2018

"O TEMPO E O ESPAÇO NO MUNDO ESPIRITUAL."

Buscando o conceito geral da palavra tempo, encontrada no Dicionário Aurélio, podemos dizer que tempo é uma sucessão de anos, dias e horas e que envolvem a noção de presente, passado e futuro.
Mas o tempo não é algo material, não é físico, apesar de se basear em convenções físicas. Se a teoria da relatividade a duração de um evento é relativa ao referencial inercial em que se encontra o observador, por exemplo se o indivíduo está em movimento em relação a um evento, a duração deste evento será diferente de outro indivíduo que o observa parado.
Além disto a percepção de duração é relativa também ao estado do observador. Fisiologicamente, a incerteza de um julgamento temporal aumenta com a duração do intervalo julgado. Isto parece ter origem na lei de Weber (proposta por Ernst Weber, em 1831), segundo o qual para percebermos que um dado estímulo sensorial sofreu variação, o acréscimo (ou decréscimo) mínimo necessário deve ser proporcional à magnitude inicial do estímulo original.
Todos nós também já experimentamos a sensação de o tempo "voar", quando estamos em lugares ou situações agradáveis, ou de se "arrastar", nos momentos em que esperamos com ansiedade algo acontecer. Novamente, parece ser a atenção que prestamos à sucessão de eventos em curso o fator determinante de nossa experiência temporal. Vários estudos demonstram que a duração de um estímulo sensorial, tal como percebida por um observador, é fortemente influenciada pela atenção que ele dispensa ao estímulo.
Se no mundo espiritual o pensamento é tudo, como dizem, a noção de tempo é semelhante e amplificada, pois a duração de um evento espiritual é influenciada pela atenção dispensada ao evento.
Para Kardec no livro A Gênese, o tempo não é senão a relação das coisas transitórias, e portanto, unicamente de coisas que se medem, é uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias; já a eternidade, do ponto de vista de sua duração, não pode ser medida, não tem começo nem fim, tudo é o presente.
Se formos assistir ao filme onde um homem nasce com um corpo que convencionamos chamar de velho e morre com ele novo, sabemos que o tempo está invertido. Isto ocorre porque ligamos a imagem do corpo ao tempo percorrido. Muitas pessoas tem uma surpreendente noção do tempo percorrido quando se olham no espelho.
Quando Kardec diz, no item 14 do Código Penal da Vida Futura, do livro O Céu e o Inferno, que a duração de um castigo que está subordinado ao melhoramento do espírito, diz que aquele que não melhora, não se arrepende continua sofrendo sempre e seu castigo lhe parece eterno. Como no mundo espiritual não existe uma sequência de eventos que possa ser medida, o espírito que sofre mantém toda a sua atenção voltada ao seu sofrimento e tem a percepção de que o tempo parou e nunca terá fim. Se considerarmos que no mundo espiritual tudo depende da capacidade evolutiva do espírito, a percepção da eternidade das penas é maior nos espíritos inferiores e menor nos espíritos superiores.
Muitas vezes vemos em reuniões mediúnicas espíritos que acreditam estar ainda naquele tempo em que viviam encarnados, porque a sua atenção e seu pensamento mantém uma imagem quase estática no sentido temporal e isto faz com que o indivíduo acredite estar vivo, pois seu aparente corpo não envelhece, as lembranças de que recorda são sempre as mesmas.
O Espaço
De acordo com o Dicionário Aurélio o espaço é a distância entre dois pontos; área ou volume entre limites determinados. Lugar mais ou menos bem definido, que pode ser ocupado por algo ou alguém. Se compreendemos o mundo espiritual eterno e infinito, o compreendemos sem começo nem fim.
Mas e o espaço dentro deste infinito? Pode ser medido, utilizado, criado e destruído? Se considerarmos o Universo como um todo o espaço passível de ser ponderado seria o físico e material, os planetas, estrelas, cometas etc.
O Espírito errante, ou seja, aquele que habita o mundo espiritual não se encontra num espaço delimitado. Porém como afirmam os Espíritos na questão 234 do O Livro dos Espíritos: "Há mundos particularmente destinados aos seres errantes, mundos que eles podem habitar temporariamente, espécies de acampamentos, de lugares em que possam repousar de erraticidades muito longas, que são sempre um pouco penosas. São posições intermediárias entre os mundos, graduadas de acordo com a natureza dos Espíritos que podem atingi-las e que nelas gozam de maior ou menor bem-estar."
Então poderíamos dizer que por fim existem os conhecidos Vales de sofrimento, como o vale dos suicidas e até as colônias espirituais como o Nosso Lar entre outras? Sim, se os considerarmos físicos e não espirituais. Isto é explicado na questão 236, onde os Espíritos nos dão as características destes mundos: Não são habitados por seres corpóreos e sua superfície é temporariamente estéril, assim como a Terra já foi durante a sua formação. Esta descrição deixa claro que os mundos transitórios são mundos materiais no qual os espíritos afins se encontram.
Não poderíamos compreender estes vales como a descrição de mundos transitórios habitados espiritualmente por espíritos simpáticos pelo mal ou pela dor? Mesmo quando um espírito desencarnados nos descreve estes locais, vales ou colônias, como próximos à Terra, esta proximidade seria a relação entre tempo e espaço, e sendo a transmissão de pensamento quase imediata e estando o espírito onde está seu pensamento, talvez ainda não possamos compreender a amplitude que pode ter este conceito de proximidade.
Obras básicas de Allan Kardec
Máscaras do Tempo. artigo publicado na Revista Scientific American Brasil, edição nº 50, de julho de 2006, de Marcus Vinícius C. Baldo, André M. Cravo e Hamilton Haddad Jr

sábado, 21 de julho de 2018

"EXPIAÇÕES E PROVAS DOS ESPÍRITOS."

Qual a diferença entre expiação e prova?

Expiação é o resgate "imposto" pela Justiça Divina a espíritos recalcitrantes (teimosos). Prova é o resgate "escolhido" por espíritos conscientes de seus débitos e necessidades.

Como identificar o espírito em expiação?

Geralmente é o indivíduo que não aceita seus sofrimentos, as situações difíceis que enfrenta, rebelando-se. Atravessa a existência a reclamar do peso de sua cruz.

E o espírito em provação?

Podemos identificá-lo como aquele indivíduo que enfrenta as atribulações da existência de forma equilibrada, aceitando-as sem murmúrios e imprecações. Como um aluno que se submete a exame, tenta fazer o melhor, habilitando-se a estágio superior.

É sempre assim?

Nada é definitivo no comportamento humano, já que exercitamos o livre-arbítrio. Um espírito em provação, que fez louváveis planos para a vida presente, pode refugar o que planejou. Da mesma forma, um espírito em expiação pode experimentar um despertamento da consciência, dispondo-se a enfrentar suas dores com dignidade, buscando o melhor.

Miséria é expiação?

Não é a posição social que determina a natureza das experiências vividas pelo espírito. O homem rico pode estar em processo expiatório, caracterizado por graves problemas. Por outro lado, a extrema pobreza pode ser uma opção do espírito em provação, atendendo a imperativos de sua consciência.
O que há em maior quantidade na Terra: espíritos em provação ou em expiação?
A humanidade é composta por uma maioria de espíritos imaturos, sem o necessário discernimento para planejar experiências. Situando-se nos domínios da expiação.
Dois espíritos vivem a mesma situação aflitiva. Nasceram com grave limitação física. Um está em expiação, outro em provação.

O sofrimento é igual para ambos?

Provavelmente aquele que está em provação sofrerá bem menos. Tendo planejado a deficiência que enfrenta, tenderá a aceitá-la melhor. Isso tornará bem mais leve a sua cruz. Rebeldia, inconformação, revolta, desespero, são pesos adicionais que tornam a jornada humana bem mais sofrida.
Quando a Terra deixará de ser um planeta de expiação e provas?
Quando o homem terrestre deixar de ver no Evangelho um mero repositório de virtudes inacessíveis, elegendo-o por roteiro divino para todas as horas, com a invencível disposição de vivenciar seus princípios em plenitude.
Richard Simonetti
Do livro: A força das ideias

quarta-feira, 18 de julho de 2018

"DIANTE DAS DIFICULDADES NÃO SE DESESPERE. POR MEIOS QUE NÃO CONHECEMOS, DEUS PERMANECE AGINDO E VIRÁ EM TEU SOCORRO."

Não há dúvida de que a vida é um roteiro repleto de intensos desafios e de muitas dificuldades. Aliás, nisso é que estão realmente as grandes oportunidades que nos impulsionam e nos fazem crescer.
Vivendo tranquilamente, sem quaisquer preocupações, temos nossa vida acomodada e, por consequência, a estagnação neutraliza os nossos sonhos de prosperidade.
Dificuldades e desafios são propostas de evolução. Superá-los significa movimentar iniciativas, boa vontade, ideal e determinação, abrindo novas perspectivas de sucessos e conquistas.
Assim, ao invés de reclamarmos dos obstáculos e barreiras que se levantam diante de nós, antes, aprendamos a agradecê-los, pois que sempre se caracterizam como lições vivas e caminhos de aprendizado.
Nossa família se apresenta recheada de problemas, que nos remetem a grandes e infindáveis preocupações. Não lamentemos os fatos, mas sim busquemos nas sábias leis superiores da vida um acréscimo de forças, pois cada etapa vencida nos conduz a um patamar mais sólido de confiança e credibilidade nos dias do futuro.
O campo profissional surge diante dos nossos olhos, trazendo consigo enigmas de difícil trato. Vasculhemos nossa potencialidade à caça de recursos de superação, que todos carregamos na intimidade, e, uma vez encontrando as soluções que os problemas exigem, nos tornaremos criaturas mais amadurecidas e aptas a enfrentar as lutas que sempre existirão.
A nossa situação financeira aparece crítica e precária, avolumando o rol dos nossos pesares. Aprendamos com a experiência que a Providência Divina a ninguém desampara e, de onde nem sequer esperamos, surgirão os recursos de que temos necessidade, desde que sigamos confiantes no cumprimento dos nossos deveres.
A nossa vida social, por enquanto, segue seu caminho carregada de preconceitos, injustiças e incompreensões.
Tenhamos a consciência de que vivemos num mundo ainda repleto de dor e sofrimentos, onde a tolerância ainda é uma conquista a ser adquirida, e não desanimemos, pois que a nossa serenidade e coragem haverão de modificar, para melhor, o panorama que nos cerca.
Ninguém, em momento algum, conseguiu vencer realmente na vida, na aquisição de valores reais, sem muitas lutas, sacrifícios, perseverança e intensa dedicação.
A vida fácil, despreocupada, vazia, nunca conduziu criatura alguma ao sucesso verdadeiro, aquele que atesta o crescimento interior, que patenteia a maturidade, que registra a derrota dos defeitos e das viciações, colocando em seus lugares as virtudes e a sublimação dos sentimentos.
Portanto, se estamos em meio às dificuldades e frente a imensos desafios, em realidade seguimos nossa vida dentro do roteiro da normalidade, tendo conosco as grandes oportunidades de sairmos da animalidade, que ainda nos mantém presos às dores e sofrimentos, para galgarmos a angelitude, que nos proporcionará, em dias vindouros, a felicidade e a paz que há tanto tempo procuramos.
Tenha paciência, bom ânimo, não se desespere, a transformação para melhor está acontecendo.
Busque agir, trabalhe com diligência, procure vencer os obstáculos, as dificuldades, mantenha viva a resistência que fortalece o caráter e ilumina o caminho das provações terrenas.
Não se desespere, não demonstre insatisfação. O temor; a angústia; provêm da falta de autoconhecimento. Não há poder mais tranquilizador do que estar alentado, fortalecido, pelo exercício da fé no Criador.
A tempestade do momento vai passar, procure viver a convicção de que há, em cada ser humano, a suficiente potencialidade, força, energia, para resolver qualquer problema no trânsito evolutivo do espírito.
A dúvida perturba, a incompreensão provoca dor, a aflição anula, o ódio avilta; é preciso, em qualquer situação contraditória, procurar compreender o significado do que está acontecendo, só assim se viverá as dificuldades como oportunidades de aperfeiçoamento, de crescimento espiritual.
Cuide do seu pensamento, não pronuncie palavras negativas, controle seus gestos, sua agressividade, cultive o bem, procure sempre a verdade; seja a dinâmica do amor, ampare aquele que mais precisa e sentirá, em sua vida, a luz abençoada da renovação.
Perdoe o companheiro de trânsito reencarnatório terreno, não se decepcione com a ingratidão, lembre-se de que o processo evolucionário se encarregará de corrigi-lo.
Em seu benefício, atente para algumas questões: não se queixe, não lastime, seja moderada, reservada, semeie a paz, seja honrada, retifique, corrija amando, demonstre coragem, restaure, repare, pense e faça reflexão meditação, sirva sem exigências, faça prece e vigiliatura permanente, obedeça com alegria, trabalhe com satisfação, respeite seu próximo, seja feliz a cada segundo da sua existência.
A felicidade significa harmonia, identidade entre o Criador e a criatura, portanto é equilíbrio de saúde física, mental, moral e espiritual, é vida plena e integral no bem.
Luz, entendimento, fé.
Mensagem extraído do livro “Na luta do cotidiano, A força do amor” pelo espírito
LEOCÁDIO JOSÉ CORREIA
Mensagem psicografada pelo médium
Maury Rodrigues da Cruz
Dores e aflições, problemas e dificuldades, todos nós enfrentamos, em maior ou menor intensidade, em qualquer época da vida, e, às vezes, essas situações se prolongam por um bom tempo, o que leva muitas pessoas a começar a pensar em desistir de viver, perdendo a esperança em dias melhores, não entendendo porque a existência, para elas, é tão difícil. É aqui que a Doutrina Espírita tem muito a nos esclarecer e, também, consolar.
No capítulo 5 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec apresenta as duas causas principais das nossas aflições: as causas anteriores e as causas atuais. As causas anteriores estão ligadas ao que fizemos em vidas passadas, ou seja, em outras encarnações, quando através de nossos atos prejudicamos alguém e ferimos a lei divina. Agora, através de uma expiação ou de uma prova, temos que reparar esse passado, e isso normalmente traz um tanto de dor, ou pelo menos de dificuldade.
Já as causa atuais, segundo Kardec, e de acordo com os princípios que o Espiritismo nos apresenta, decorrem da nossa imprevidência, do nosso orgulho, do nosso egoísmo, quando, invigilantes e prepotentes, desorganizados e hipócritas, acabamos acarretando males para nós mesmos, e que não estavam previstos em nosso planejamento reencarnatório.
De tudo isso compreendemos que a dor, a aflição, o sofrimento, nada disso ocorre por acaso, pois tudo tem a sua razão de ser, e ainda mais: tudo o que nos acontece é justo, isso porque Deus é justo e bom, e não permitiria que seus filhos sofressem por sofrer, sem necessidade, sem um objetivo maior.
Então, diante de qualquer dificuldade, seja qual for, mantenha a calma e utilize da resignação, pois essas duas atitudes permitirão que você receba o auxílio divino através da intervenção dos espíritos benfeitores, que vão lhe insuflar coragem, sustentar sua fé e lhe inspirar para prosseguir, pois Deus nunca abandona seus filhos e está sempre farto de misericórdia. Jamais desistir da vida, sustentando-se no amor, pois a dor passa, mas o amor é eterno. 

Desafios e dificuldades são alavancas de progresso…

meditemos nisso.


Marcus De Mario é Educador; Escritor; Palestrante e Consultor Educacional.



terça-feira, 17 de julho de 2018

"QUEM SÃO OS ESPÍRITOS INFERIORES?"


"O Espírito puro traz em si próprio sua luz e sua felicidade, que o seguem por toda parte e lhe Integram o ser.
Assim também o Espírito culpado consigo arrasta a própria noite, seu castigo, seu opróbrio.
Pelo fato de não serem materiais, não deixam de ser ardentes os sofrimentos das almas perversas.
O inferno é mais que um lugar quimérico um produto de imaginação, um espantalho talvez necessário para conter os povos na infância, porém que, neste sentido, nada tem de real.
É completamente outro o ensino dos Espíritos sobre os tormentos da vida futura; aí não figuram hipóteses.
Esses sofrimentos, com efeito, são-nos descritos por aqueles mesmos que os suportam, assim como outros vêm patentear-nos a sua ventura.
Nada é imposto por uma Vontade arbitrária; nenhuma sentença é pronunciada e o Espírito sofre as conseqüências naturais de seus atos, que, recaindo sobre ele próprio, o glorifica ou acabrunham.
O ser padece na vida de além-túmulo não só pelo mal que fez, mas também por sua inação e fraqueza.
Enfim, essa vida é obra sua: tal qual ele a produziu.
O sofrimento é inerente ao estado de imperfeição, mas atenua-se com o progresso e desaparece quando o Espírito vence a matéria.
A punição do Espírito mau continua não só na vida espiritual, mas, ainda, nas encarnações sucessivas que o levam a mundos inferiores, onde a existência é precária e a dor reina soberanamente; mundos que podemos qualificar de infernos.
A Terra, em certos pontos de vista, deve entrar nessa categoria.
Ao redor desses orbes, galés rolando na imensidade, flutuam legiões sombrias de Espíritos Imperfeitos, esperando a hora da reencarnação.
Vimos quanto é penosa, prolongada, cheia de perturbação e angústia, a fase do desprendimento corporal para o Espírito entregue às más paixões.
A ilusão da vida terrena prossegue para ele durante anos.
Incapaz de compreender o seu estado e de quebrar os laços que o tolhem, nunca elevando sua inteligência e seu sentimento além do círculo estreito de sua existência, continua a viver, como antes da morte, escravizado aos seus hábitos, às suas inclinações, indignando-se porque seus companheiros parecem não mais vê-lo nem ouvi-lo, errante, triste, sem rumo, sem esperança, nos lugares que lhe
foram familiares.
São as almas penadas, cuja presença já de há muito se tem suspeitado em certas residências, e cuja realidade é demonstrada diariamente por muitas e ruidosas manifestações.
A situação do Espírito depois da morte é resultante das aspirações e gostos que ele desenvolveu em si.
Aquele que concentrou todas as suas alegrias, toda a sua ventura nas coisas deste mundo, nos bens terrestres, sofre cruelmente desde que disso se vê privado.
Cada paixão tem em si mesmo a sua punição.
O Espírito que não soube libertar-se dos apetites grosseiros e dos desejos brutais torna-se destes um joguete, um escravo.
Seu suplício é estar atormentado por eles sem os poder saciar.
Pungente é a desolação do avarento, que vê dispersar-se o ouro e os bens que amontoou.
A estes se apega apesar de tudo, entregue a uma terrível ansiedade, a transportes de indescritível furor.
Igualmente digna de piedade é a situação dos grandes orgulhosos, dos que abusaram da fortuna e de seus títulos, só pensando na glória e no bem estar, desprezando os pequenos e oprimindo os fracos.
Para eles não mais existem os cortesãos servis, a criadagem desvelada, os palácios, os costumes sumptuosos.
Privados de tudo o que lhes fazia a grandeza na Terra, a solidão e o abandono esperam-no no espaço.
Se as massas novamente os seguem é para lhes confundir o orgulho e acabrunhá-los de zombarias.
Mais tremenda ainda é a condição dos Espíritos cruéis e rapaces, dos criminosos de qualquer espécie que sejam, dos que fizeram correr sangue ou calcaram a justiça aos pés.
 
Os lamentos de suas vítimas, as maldições das viúvas e dos órfãos soam aos seus ouvidos durante um tempo que se lhes afigura a eternidade.
Sombras irônicas e ameaçadoras os rodeiam e os perseguem sem descanso.
Não pode haver para eles um retiro assaz profundo e oculto; em vão, procuram o repouso e o esquecimento.
A entrada numa vida obscura, a miséria, o abatimento, a escravidão somente lhes poderão atenuar os males.
Nada iguala a vergonha, o terror da alma que, diante de si, vê elevar-se sem cessar as suas existências culpadas, as cenas de assassínios e de espoliação, pois se sente descoberta, penetrada por uma luz que faz reviver as suas mais secretas recordações.
A lembrança, esse aguilhão incandescente, a
queima e despedaça.
Quando se experimenta esse sofrimento, devemos compreender e louvar a Providência Divina, que, no-lo poupando durante a vida terrena, nos dá assim, com a calma de espírito, uma liberdade maior de ação, para trabalharmos em nosso aperfeiçoamento.
Os egoístas, os homens exclusivamente preocupados com seus prazeres e interesses, preparam também um penoso futuro.
Só tendo amado a si próprios, não tendo ajudado, consolado, aliviado pessoa alguma, do mesmo modo não encontram nem simpatias nem auxílios nem socorro nessa nova vida.
Esolados, abandonados, para eles o tempo corre uniforme, monótono e lento.
 
Experimentam triste enfado, uma incerteza cheia de angústias.
O arrependimento de haverem perdido tantas horas, desprezado uma existência, o ódio dos interesses miseráveis que os absorveram, tudo isso devora e consome essas almas.
Sofrem na erraticidade até que um pensamento caridoso os toque e luza em sua noite como um ralo de esperança; até que, pelos conselhos de um Espírito, rompam, por sua vontade, a rede fluídica que os envolve e decidam-se a entrar em melhor caminho.
A situação dos suicidas tem analogia com a dos criminosos; muitas vezes, é ainda pior.
O suicídio é uma covardia, um crime cujas conseqüências são terríveis.
Segundo a expressão de um Espírito, o suicida não foge ao sofrimento senão para encontrar a tortura.
Cada um de nós tem deveres, uma missão a cumprir na Terra, provas a suportar para nosso próprio bem e elevação.
Procurar subtrair-se, libertar-se dos males terrestres antes do tempo marcado é violar a lei natural, e cada atentado contra essa lei traz para o culpado uma violenta reação.
O suicídio não põe termo aos sofrimentos físicos nem morais.
O Espírito fica ligado a esse corpo carnal que esperava destruir; experimenta, lentamente, todas as fases de sua decomposição; as sensações dolorosas multiplicam-se, em vez de diminuirem.
Longe de abreviar sua prova, ele a prolonga indefinidamente; seu mal-estar, sua perturbação persistem por muito tempo depois da destruição do invólucro carnal.
Deverá enfrentar novamente as provas às quais supunha poder escapar com a morte e que foram geradas pelo seu passado.
Terá de suportá-las em piores condições, refazer, passo a passo, o caminho semeado de obstáculos, e para Isso sofrerá uma encarnação mais penosa ainda que aquela à qual pretendeu fugir.
São espantosas as torturas dos que acabam de ser supliciados, e as descrições que delas nos fazem certos assassinos célebres podem comover os corações mais duros, mostrando à justiça humana os tristes efeitos da pena de morte.
A maioria desses infelizes acha-se entregue a uma excitação aguda, a sensações atrozes que os tornam furiosos.
O horror de seus crimes, a visão de suas vítimas, que parecem persegui-los e trespassá-los como uma espada, alucinações e sonhos horrendos, tal é a sorte que os aguarda.
 
Muitos, buscando um derivativo a seus males, lançam-se aos encarnados de tendências semelhantes e os impelem ao crime.
Outros, devorados pelo fogo inextinguível dos remorsos, procuram, sem tréguas, um refúgio que não podem encontrar.
Sob seus passos, ao seu redor, por toda parte, eles julgam ver cadáveres, figuras ameaçadoras e lagos de sangue.
Os Espíritos maus sobre os quais recai o peso acabrunhador de suas faltas não podem prever o futuro; nada sabem das leis superiores.
Os fluídos que os envolvem privam-nos de toda relação com os Espíritos elevados que queiram arrancá-los à sua inércia, às suas inclinações, pois isso lhes é difícil por causa de sua natureza grosseira, quase material, e do limitado campo de suas percepções; resulta daí uma ignorância completa da própria sorte e uma tendência para acreditarem que são eternos os seus sofrimentos.
Alguns, imbuidos ainda de prejuízos católicos, supõem e dizem viver no inferno.
Devorados pela inveja e pelo ódio, muitos, a fim de se distrairem de suas aflições, procuram os homens fracos e inclinados ao mal.
Apegam-se a eles e insuflam-lhes funestas aspirações.
Destes excessos, porém, advêm-lhes, pouco a pouco, novos sofrimentos.
A reação do mal causado prende-os numa rede de fluídos mais sombrios.
As trevas se fazem mais completas; um círculo estreito forma-se e à sua frente levanta-se o dilema da reencarnação penosa, dolorosa.
Mais calmos são aqueles a quem o arrependimento tocou e que, resignados, vêem chegar o tempo das provas ou estão resolvidos a satisfazer a eterna justiça.
O remorso, como uma pálida claridade, esclarece vagamente sua alma, permite que os bons Espíritos falem ao seu entendimento, animando-os e aconselhando-os."

Do livro - Depois da Morte (Léon Denis) Cap.36 "Os Espíritos Inferiores"

segunda-feira, 16 de julho de 2018

"O TERRORISMO NO MUNDO E O ESPIRITISMO"

A Hidra de Lerna, da mitologia grega, na sua insaciável sede de sangue, ressurge, na atualidade, multiplicando-se em forma do hediondo terrorismo.

Os fantasmas do medo, da revolta, das lutas sem quartel, corporificam-se nas massas alucinadas gritando por vingança, sem se importar com o número de vidas que sejam estioladas, nem com as formas cruentas a que sejam submetidas.
Os direitos do homem e da mulher, dolorosamente conseguidos ao largo da História, cedem lugar ao abuso do p oder desenfreado, da loucura fanática de minorias infelizes, que acendem o estopim do barril de pólvora dos ódios mal contidos.
Entre as elevadas conquistas do desenvolvimento ético e moral da Terra, destaca-se a liberdade, representada nas organizações políticas pelos regimes democráticos, veladores da honra de bem viver e deixar que os demais também o vivam. Dentre esses direitos inalienáveis, a liberdade de expressão alcançou nível superior para o comportamento humano.
Não há, portanto, limite sagrado ou profano, proibido ou permitido, dependendo, exclusivamente, do estágio intelecto-moral da sociedade e dos seus cidadãos, que optarão pelo ético, pelo saudável e pelo favorável ao desenvolvimento espiritual da Humanidade.
Sofista por excelência e ético na sua essência, Sócrates defendia a liberdade de expressão num período de intolerância e de sujeição, de arbitrariedades, que ele condenava, havendo pago com a nobre existência a elevada condição d e exaltar a beleza e a verdade.
Jesus, na Sua ímpar condição, respeitou essa gloriosa conquista – a liberdade de expressão – não se permitindo afetar pelos inditosos comportamentos dos seus opositores contumazes… E fez-se vítima espontânea da crueldade e do primarismo daqueles que O temiam e, por consequência, O odiavam.
Legou-nos, no entanto, no memorável discurso das bem-aventuranças as diretrizes éticas para a conquista da existência feliz através da aquisição da paz.
Em momento algum limitou, excruciou ou lutou contra o amadurecimento espiritual do ser humano.
Sua doutrina, conforme previra, foi submetida ao talante dos poderes temporais e transformada em arma terrorista esmagadora que dominou as massas humanas por longos séculos de medo e de horror.
Há pouco mais de duzentos anos, no entanto, a França e, logo depois, os Estados Unidos da América do Norte desfraldaram a bandeira dos direitos à liberdade, à igualdade e à frat ernidade. E houve, desde então, avanços incontestes no comportamento dos povos, diversas vezes afogados no sangue dos seus filhos em insurreições internas, em guerras internacionais, embora muitos interesses subalternos, para que lhes fossem preservados esses soberanos direitos.
Os temperamentos primários, porém, ainda predominantes em expressivo número de Espíritos rebeldes, incapazes de compreender os valores humanos, têm imposto a sua terrível e covarde adaga em atos de terrorismo, tendo como pano de fundo as falsas e mórbidas confissões políticas e religiosas, que dizem abraçar, espalhando o caos, o terror, nos quais se comprazem.
A força das suas armas destrutivas jamais fixará os seus postulados hediondos, pois que sempre enfrentarão outros grupelhos mais nefastos e sanguinários que os vencerão. Após o triunfo de um bando de bárbaros por um tempo e ei-los desapeados da dominação por dissidentes não menos cruéis…
Assim tem sido na História em todos os tempos.
Os mongóis, por exemplo, conquistaram a Índia, embelezaram-na, realizaram esplendorosas construções como o Taj Mahal, pelo imperador Shah Jahan, a fortaleza dita inexpugnável guardando a cidade e as minas de diamantes da Golconda, enquanto se matavam para manter-se ou para conquistar o trono – filhos que assassinaram os pais ou os encarceraram, ou os enviaram para o exílio, como era hábito em outras nações – para depois sucumbirem sob o guante de outros voluptuosos dominadores mais hábeis e mais selvagens.
Criaram armas terríveis, como os foguetes com lâminas aguçadas e os imensos canhões, terminando vencidos, após algumas glórias, pelas tropas inglesas que invadiram o país, submetendo-o por mais de um século ao Reino Unido, desde o reinado de Vitória.
Mais tarde, a grandeza moral do Mahatma Gandhi, com a sua misericordiosa não violência, libertou-a, restituindo-a aos seus primitivos filhos. Nada obstante, após o seu assassinato, a Índia continuou e permanece até hoje vítima do terrorismo político e religioso desenfreado, sem a bênção da paz, a dileta filha do amor.
Somente quando o amor instalar-se no coração do ser humano é que o terrorismo perverso desaparecerá e os cidadãos de todas as pátrias e de todas as confissões religiosas se permitirão a vera liberdade de pensamento, de palavra e de ação.
Com efeito, esse sublime sentimento não usará da glória da liberdade para denegrir ou punir pelo ridículo, porque respeitará todos os direitos que a Vida concede àqueles que gera e mantém.
Para que esse momento seja atingido, faz-se urgente que todos, mulheres e homens de bem, religiosos ou não, mantenham-se em harmonia, respeitem-se mutuamente e contribuam uns para a plenitude dos outros.
Infelizmente, porém, na atualidade, em que predominam o individualismo, o consumismo, o exibicionismo, espúrios descendentes do egoísmo, facções terroristas degeneradas disseminarão na Terra o crime e o pavor, até que seus comandantes e comandados sejam todos exilados para mundos inferiores, compatíveis com o seu estágio de evolução.
Merece, igualmente, neste grave momento, recordar a frase de Jesus: Eu venci o mundo! (João, 16:33)
Todos desejam, por ignorância, vencer no mundo.
Ele não foi um vitorioso no cenário enganoso do mundo, mas o triunfador sobre todas as suas ainda perversas injunções.
O terrorismo passará como todas as vitórias da mentira, das paixões inferiores e da violência, porque só o amor é portador de perenidade.

Vianna de Carvalho
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica
da noite de 7 de janeiro de 2015 (quando ocorreu o ataque terrorista
em Paris), no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador,
Bahia.

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

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