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segunda-feira, 15 de julho de 2013

"O PROGRESSO DA HUMANIDADE"

A Humanidade progride, por meio dos indivíduos que pouco a pouco se melhoram e instruem. Quando estes preponderam pelo número, tomam a dianteira e arrastam os outros.
 De tempos a tempos, surgem no seio dela homens de gênio que lhe dão um
impulso; vêm depois, como instrumentos de Deus, os que têm autoridade e, nalguns anos, fazem-na adiantar-se de muitos séculos.
O progresso dos povos também realça a justiça da reencarnação. Louváveis esforços empregam os homens de bem para conseguir que uma nação se adiante, moral e intelectualmente. Transformada, a nação será mais ditosa neste mundo e no outro,concebe-se. Mas, durante a sua marcha lenta através dos séculos,milhares de indivíduos morrem todos os dias.
Qual a sorte de todos os que sucumbem ao longo do trajeto? Privá-los-á, a sua relativa inferioridade, da felicidade reservada aos que chegam por último?
Também relativa será a felicidade que lhes cabe?
Não é possível que a justiça divina haja consagrado semelhante injustiça.
Com a pluralidade das existências, é igual para todos o direito à felicidade, porque ninguém fica privado do progresso. Podendo, os que viveram ao tempo da barbaria, voltar, na época da civilização, a viver no seio do mesmo povo, ou de outro, é claro que todos tiram proveito da marcha ascensional.
Outra dificuldade, no entanto, apresenta aqui o sistema da unicidade das existências. Segundo este sistema, a alma é criada no momento em que nasce o ser humano. Então, se um homem é mais adiantado do que outro, é que Deus criou para ele uma alma mais adiantada. Por que esse favor? Que merecimento tem
esse homem, que não viveu mais do que outro, que talvez haja vivido menos, para ser dotado de uma alma superior? Esta, porém, não é a dificuldade principal. Se os homens vivessem um milênio, conceber-se-ia que, nesse período milenar, tivessem tempo de progredir. Mas, diariamente morrem criaturas em todas as
idades; incessantemente se renovam na face do planeta, de tal sorte que todos os dias aparece uma multidão delas e outra desaparece. Ao cabo de mil anos, já não há naquela nação vestígio de seus antigos habitantes. Contudo, de bárbara, que era, ela se tornou policiada. Que foi o que progrediu? Foram os indivíduos
outrora bárbaros? Mas, esses morreram há muito tempo. Teriam sido os recém-chegados? Mas, se suas almas foram criadas no momento em que eles nasceram, essas almas não existiam na época da barbaria e forçoso será então admitir-se que os esforços que se despendem para civilizar um povo têm o poder, não de melhorar almas imperfeitas, porém de fazer que Deus crie almas mais perfeitas.
Comparemos esta teoria do progresso com a que os Espíritos apresentaram. As almas vindas no tempo da civilização tiveram sua infância, como todas as outras,  mas já tinham vivido antes e vêm adiantadas por efeito do progresso realizado anteriormente. Vêm atraídas por um meio que lhes é simpático e que
se acha em relação com o estado em que atualmente se encontram. De sorte que, os cuidados dispensados à civilização de um povo não têm como conseqüência fazer que, de futuro, se criem almas mais perfeitas; têm, sim, o de atrair as que já progrediram, quer tenham vivido no seio do povo que se figura, ao tempo da
sua barbaria, quer venham de outra parte. 
Aqui se nos depara igualmente a chave do progresso da Humanidade inteira. Quando todos os povos estiverem no mesmo nível, no tocante ao sentimento do bem, a Terra será ponto de reunião exclusivamente de bons Espíritos, que viverão fraternalmente unidos. Os maus, sentindo-se aí repelidos e deslocados, irão procurar, em mundos inferiores, o meio que lhes convém, até que sejam dignos de volver ao nosso, então transformado. 
Da teoria vulgar ainda resulta que os trabalhos de melhoria social só às gerações presentes e
futuras aproveitam, sendo de resultados nulos para as gerações passadas, que cometeram o erro de vir muito cedo e que ficam sendo o que podem ser, sobrecarregadas com o peso de seus atos
de barbaria. Segundo a doutrina dos Espíritos, os progressos ulteriores aproveitam igualmente às gerações pretéritas, que voltam a viver em melhores condições e podem assim aperfeiçoar-se
no foco da civilização.

Fonte: ‘O LIVRO DOS ESPÍRITOS”

sábado, 13 de julho de 2013

‘IRMÃOS DE SANGUE E IRMÃOS DE ESPÍRITOS”

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir. 
Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são  na maioria das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências .”Livro dos Espíritos”:(Capitulo IV, no.13). 
Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe. 
A hostilidade que lhe moviam seus irmãos se acha claramente expressa em a narração de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este perdera o espírito. Informado da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos, do ponto de vista espiritual: "Eis aqui meus verdadeiros irmãos." Embora na companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras circunstâncias.

Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.





sexta-feira, 12 de julho de 2013

"JESUS E O MUNDO"

Se Jesus não tivesse confiança na regeneração dos homens 
e no aprimoramento do mundo, naturalmente, não teria vindo ao encontro
das criaturas e nem teria jornadeado nos escuros caminhos da Terra.
Não podemos, por isso, perder a esperança e nem nos cabe o desânimo, diante das pequenas e abençoadas lutas que o Céu nos concedeu, entre as sombras das humanas experiências.
Da escola do mundo saíram, diplomados em santificação, espíritos sublimes,
que hoje se constituem abençoados patronos da evolução terrestre.
Não nos compete menosprezar o plano de aprendizagem que nos alimenta e nos agasalha, que nos instrui e aperfeiçoa.
Se o melhor não auxilia o pior, debalde aguardaremos a melhoria da vida.
Se o bom desampara o mau a fraternidade não passaria de mera ilusão.
Se o sábio não ajuda ao ignorante, a educação redundaria em mentira perigosa.
Se o humilde foge ao orgulhoso, surgiria o amor por vocábulo inútil.
Se o aprendiz da gentileza menoscaba o prisioneiro da impulsividade, o desequilíbrio comandaria a existência.
Se a virtude não socorre as vitimas do vicio e se o bem não se dispõem a salvar quantos se arrojam aos despenhadeiros do mal, de cousa alguma serviria a predicação evangélica no campo de trabalho que a Providência Divina nos confiou.
O Divino Mestre não era deste mundo.
Mas veio até nós para a redenção do mundo.
Sabia que seus discípulos não pertenciam ao acervo moral da Terra, mas enviou-nos ao convívio com homens se transformaram nos servidores devotados do bem, convertendo o Planeta em seu reino de luz.
O cristão que foge ao contato com o mundo a pretexto de garantir-se contra o pecado, é uma flor parasitária e improdutiva na árvore do Evangelho, e o Senhor longe de solicitar ornamentos a sua obra, espera trabalhadores abnegados e fiéis que se disponham a remover o solo com paciência, boa vontade e coragem, a fim de que a Terra se habilite para a sementeira renovadora do Grande Amanhã.

Emmanuel



quarta-feira, 10 de julho de 2013

"CONSIDERAÇÕES SOBRE A COMUNICAÇÃO COM OS ESPÍRITOS."

Muitas pessoas criticam o Espiritismo, dizendo não acreditar nesta doutrina porque não há uniformidade na comunicação dos Espíritos. Respostas diferentes para as mesmas perguntas. Dizem que há Espíritos que ensinam  a fazer o bem e outros ensinam a fazer o mal. Logo, não pode ser coisa de Deus; e sim do Demônio. 
Claro que estas pessoas  não estudaram a  fundo  a Doutrina Espírita. São como crianças que se recusam a comer determinado alimento sem ao menos  se dar ao trabalho de experimentar. Não se pode criticar algo que não se conhece.  Afinal, quem são os Espíritos.?
O Planeta Terra é uma cópia do mundo Espiritual. Tudo que  existe aqui; com exceção da Matéria, também existe lá. Os Espíritos, nada mais são do que as almas das pessoas que um dia viveram aqui em nosso planeta, e com  certeza, aqui voltarão novamente para expiar suas faltas, até se desgarrar das impurezas da matéria e poder alcançar esferas  mais altas, planos mais evoluídos,  e não ter mais necessidade da reencarnar.
Ora, em nosso planeta existem todos os tipos de pessoas.  Boas. Más. Egoístas. Orgulhosas. Zombeteiras, etc.etc.
Ninguém muda o caráter após a noite do tumulo. Ninguém se torna bonzinho só porque morreu.  Levamos para o mundo Espiritual todos os nossos valores morais. Todos os nossos  defeitos, todas as nossas qualidades. Todos os nossos vícios e paixões.
Sendo os Espíritos de diferentes qualidades morais, é natural que as comunicações com os médiuns  não sejam uniformes.     
No mundo espiritual, como na terra, existem sábios, pseudo-sábios, idiotas, fanfarrões, egoístas, orgulhosos, e estes espíritos quando interrogados, respondem conforme  o  grau de conhecimentos que cada um tem. 
Um Espírito do bem, que já alcançou um certo grau de evolução, responde apenas aquilo que sabe. Se não sabe, simplesmente se cala. Se afasta, procura obter mais conhecimentos, e depois volta para responder corretamente.
Já os espíritos maldosos,  zombeteiros, psedo-sábios respondem tudo que perguntar a eles. Se fazem passar por espíritos de personalidades importantes, assim como alguns homens, se comprazem em fazer o mal, ou enganar as pessoas, para depois rirem da decepção das mesmas. 
-Mas um motivo para não acreditar nos Espíritos dizem os críticos. Pois não sabemos quando estão falando a  verdade.
Vejamos o que disse São João, 1 Epístola  Cap. IV, v. 1.
 Não acrediteis em todos os Espíritos, mas experimentais primeiro se os Espíritos são de Deus, porquanto,vários falsos profetas se erguerão no mundo.
Também disse Jesus: “Uma arvore boa não dá maus frutos, assim como uma arvore má não pode dar bons frutos”. Um bom médium saberá identificar um mal  espírito.  Nenhum espírito por mais evoluído que seja, é obrigado a responder de imediato tudo que se perguntar a ele.   Espíritos que sabem tudo, que respondem tudo com muita precisão, que não aceita contestação; geralmente não merecem credibilidade. Se interrogados a fundos, fatalmente caíram em contradição.
Mas, como em todas as profissões, existem bons e maus profissionais; em todas as crenças, também existem  charlatões, e no Espiritismo não é diferente. Por  isso; é preciso ficar atento  aos bons e maus médiuns. Jesus  também disse:”Daí de graça aquilo que recebeis de graça.” Mediunidade é um dom e não pode ser vendido.
Além disso, existe a lei da atração; forças iguais se atraem,  enquanto às  forças opostas se repelem. Um bom Espírito, dificilmente se comunicara com um mal médium; pois não perde tempo com futilidades. O Objetivo dos bons espíritos é ajudar na nossa evolução, e não ser interrogados sobre heranças, tesouros escondidos, trazer seu amor de volta, desmanchar trabalhos,  etc.etc.
Por isso, antes de  acreditar em determinadas comunicações espirituais, é preciso levar em conta a idoneidade, os valores morais do médium. Embora, isso não seja motivo para  se condenar  a doutrina.

Não se condena toda a classe médica por causa de um ou outro mal médico. Não se condena todo o Ministério Público por causa de alguns Magistrados corruptos.  Assim também, não se condena a Doutrina Espírita por causa de alguns maus médiuns.   
Fonte: O Livro dos Médiuns. "Allan Kardec"

segunda-feira, 8 de julho de 2013

"A PASSAGEM"

A certeza da vida futura não exclui as apreensões quanto à passagem desta para a outra vida. Há muita gente que teme não a morte, em si, mas o momento da transição. Sofremos ou não nessa passagem? Por isso se inquietam, e com razão, visto que ninguém foge à lei fatal dessa transição. Podemos dispensar-nos de uma viagem neste mundo, menos essa. Ricos e pobres, devem todos fazê-la, e, por mais dolorosa que seja a passagem, nem posição nem fortuna poderiam suavizá-la
A insensibilidade da matéria inerte é um fato, e só a alma experimenta sensações de dor e de prazer. Durante a vida, toda a desagregação material repercute na alma, que por este motivo recebe uma impressão mais ou menos dolorosa. É a alma e não o corpo quem sofre, pois este não é mais que instrumento da dor: - aquela é o paciente. Após a morte, separada a alma, o corpo pode ser impunemente mutilado que nada sentirá; aquela, por insulada, nada experimenta da destruição orgânica. A alma tem sensações próprias cuja fonte não reside na matéria tangível. O perispírito é o envoltório da alma e não se separa dela nem antes nem depois da morte. Ele não forma com ela mais que uma só entidade, e nem mesmo se pode conceber uma sem outro. Durante a vida o fluido perispirítico penetra o corpo em todas as suas partes e serve de veículo às sensações físicas da alma, do mesmo modo como esta, por seu intermédio, atua sobre o corpo e dirige-lhe os movimentos.
A extinção da vida orgânica acarreta a separação da alma em conseqüência do rompimento do laço fluídico que a une ao corpo, mas essa separação nunca é brusca.
O fluido perispiritual só pouco a pouco se desprende de todos os órgãos, de sorte que a separação só é completa e absoluta quando não mais reste um átomo do perispírito ligado a uma molécula do corpo. "A sensação dolorosa da alma, por ocasião da morte, está na razão direta da soma dos pontos de contacto existentes entre o corpo e o perispírito, e, por conseguinte, também da maior ou menor dificuldade que apresenta o rompimento." Não é preciso portanto dizer que, conforme as circunstâncias, a morte pode ser mais ou menos penosa. Estas circunstâncias é que nos cumpre examinar.
A causa principal da maior ou menor facilidade de desprendimento é o estado moral da alma. A afinidade entre o corpo e o perispírito é proporcional ao apego à matéria, que atinge o seu máximo no homem cujas preocupações dizem respeito exclusiva e unicamente à vida e gozos materiais. Ao contrário, nas almas puras, que antecipadamente se identificam com a vida espiritual, o apego é quase nulo. E desde que a lentidão e a dificuldade do desprendimento estão na razão do grau de pureza e desmaterialização da alma, de nós somente depende o tornar fácil ou penoso, agradável ou doloroso, esse desprendimento.
Em se tratando de morte natural resultante da extinção das forças vitais por velhice ou doença, o desprendimento opera-se gradualmente; para o homem cuja alma se desmaterializou e cujos pensamentos se destacam das coisas terrenas, o desprendimento quase se completa antes da morte real, isto é, ao passo que o corpo ainda tem vida orgânica, já o Espírito penetra a vida espiritual, apenas ligado por elo tão frágil que se rompe com a última pancada do coração. Nesta contingência o Espírito pode ter já recuperado a sua lucidez, de molde a tornar-se testemunha consciente da extinção da vida do corpo, considerando-se feliz por tê-lo deixado. Para esse a perturbação é quase nula, ou antes, não passa de ligeiro sono calmo, do qual desperta com indizível impressão de esperança e ventura.
No homem materializado e sensual, que mais viveu do corpo que do Espírito, e para o qual a vida espiritual nada significa, nem sequer lhe toca o pensamento, tudo contribui para estreitar os laços materiais, e, quando a morte se aproxima, o desprendimento, conquanto se opere gradualmente também, demanda contínuos esforços. As convulsões da agonia são indícios da luta do Espírito, que às vezes procura romper os elos resistentes, e outras se agarra ao corpo do qual uma força irresistível o arrebata com violência, molécula por molécula.
Quanto menos vê o Espírito além da vida corporal, tanto mais se lhe apega, e, assim, sente que ela lhe foge e quer retê-la; em vez de se abandonar ao movimento que o empolga, resiste com todas as forças e pode mesmo prolongar a luta por dias, semanas e meses inteiros.
Certo, nesse momento o Espírito não possui toda a lucidez, visto como a perturbação de muito se antecipou à morte; mas nem por isso sofre menos, e o vácuo em que se acha, e a incerteza do que lhe sucederá, agravam-lhe as angústias. Dá-se por fim a morte, e nem por isso está tudo terminado; a perturbação continua, ele sente que vive, mas não define se material, se espiritualmente, luta, e luta ainda, até que as últimas ligações do perispírito se tenham de todo rompido. A morte pôs termo a moléstia efetiva, porém, não lhe sustou as conseqüências, e, enquanto existirem pontos de contacto do perispírito com o corpo, o Espírito ressente-se e sofre com as suas impressões.
Quão diversa é a situação do Espírito desmaterializado, mesmo nas enfermidades mais cruéis! Sendo frágeis os laços fluídicos que o prendem ao corpo, rompem-se suavemente; depois, a confiança do futuro entrevisto em pensamento ou na realidade, como sucede algumas vezes, fá-lo encarar a morte qual redenção e as suas conseqüências como prova, advindo-lhe dai uma calma resignada, que lhe ameniza o sofrimento.
Após a morte, rotos os laços, nem uma só reação dolorosa que o afete; o despertar é lépido, desembaraçado; por sensações únicas: o alívio, a alegria!
Na morte violenta as sensações não são precisamente as mesmas. Nenhuma desagregação inicial há começado previamente a separação do perispírito; a vida orgânica em plena exuberância de força é subitamente aniquilada. Nestas condições, o desprendimento só começa depois da morte e não pode completar-se rapidamente. O Espírito, colhido de improviso, fica como que aturdido e sente, e pensa, e acredita-se vivo, prolongando-se esta ilusão até que compreenda o seu estado. Este estado intermediário entre a vida corporal e a espiritual é dos mais interessantes para ser estudado, porque apresenta o espetáculo singular de um Espírito que julga material o seu corpo fluídico, experimentando ao mesmo tempo todas as sensações da vida orgânica. Há, além disso, dentro desse caso, uma série infinita de modalidades que variam segundo os conhecimentos e progressos morais do Espírito. Para aqueles cuja alma está purificada, a situação pouco dura, porque já possuem em si como que um desprendimento antecipado, cujo termo a morte mais súbita não faz senão apressar. Outros há, para os quais a situação se prolonga por anos inteiros. É uma situação essa muito freqüente até nos casos de morte comum, que nada tendo de penosa para Espíritos adiantados, se torna horrível para os atrasados. No suicida, principalmente, excede a toda expectativa. Preso ao corpo por todas as suas fibras, o perispírito faz repercutir na alma todas as sensações daquele, com sofrimentos cruciantes.
Fonte: O Céu e o Inferno. “Allan Kardec”



𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...