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domingo, 18 de maio de 2014

“TRANSFORMAÇÃO INTIMA”

Tendências viciosas como impulsos para a virtude procedem, sim, do Espírito, agente determinante do comportamento humano. 
Não podendo a organização celular definir estados psicológicos e emocionais, estes obedecem às impressões espirituais de que se encharcam, exteriorizando-se como fatores propelentes para uma ou outra atitude. 
Destituída de espontaneidade, exceto dos fenômenos que lhe são inerentes, graças aos automatismos atávicos, a matéria orgânica é resultado das aquisições eternas do Espírito que dela se veste para as experiências da evolução. 
A hereditariedade vigente nos mapas dos genes e dos cromossomos encarrega-se de transmitir inúmeros caracteres morfológicos, fisiológicos, sem exercer preponderância fundamental nos arcabouços psicológicos e morais, que pertencem ao ser espiritual, modelador das necessidades inerentes ao progresso e fomentador dos recursos que se lhe fazem indispensáveis a esse processo de crescimento a que se destina. 
Descartar-se o valor dos implementos espirituais nos fenômenos comportamentais do homem, é uma tentativa de reduzi-lo a um amontoado de tecidos frágeis que o acaso organiza e desmantela ao próprio talante. 
A vida pessoal escreve nas experiências de cada ser as diretrizes para as suas conquistas futuras. 
Vícios e delitos ignóbeis, virtudes sacrificiais e abnegação, pertencem à alma que os externa nos momentos hábeis conforme o seu estágio evolutivo. 
Vicente de Paulo e Francisco de Sales, fascinados pelo amor aos infelizes, liberaram as altas forças que lhes jaziam inatas, a serviço da caridade e da dedicação sem limite. 
Ana Nery e Eunice Weaver, sensibilizadas pelo sofrimento humano, esqueceram-se de si mesmas e dedicaram-se, a primeira, aos combatentes feridos, e a segunda, à salvação dos filhos sadios dos hansenianos. 
Eichmann e inúmeros carrascos nazistas acariciavam, comovidos, os filhinhos, após enviarem, cada dia, milhares de outras crianças e adultos aos fornos crematórios em inúmeros lugares dos países subjugados. 
Tamerlão incendiava as cidades conquistadas, após degolar os sobreviventes, para depois dormir tranqüilo ao lado daqueles a quem amava. 
Homens e mulheres virtuosos, sempre revelaram o alto grau de amor que lhes jazia em latência, da mesma forma que sicários e criminosos sanguissedentos deixaram transparecer a crueldade assassina desde os primeiros anos de infância... 
As exceções demonstram o poder da vontade, que é manifestação do Espírito, quando acionada, propelindo para uma ou para outra atitude. 
O hábito vicioso arraigado remanesce, impondo de uma para outra reencarnação suas características, assim impelindo o homem para manter a sua continuidade. 
Da mesma forma, os salutares esforços no bem e na virtude ressumam dos refolhos da alma, e conduzem vitoriosos aos labores de edificação. 
Toda ação atual, portanto, tem as suas matrizes em outras que as precedem, impressas nos arquivos profundos do ser. 
Estás, na Terra, com a finalidade de abrir sepulturas para os vícios e dar asas às virtudes. 
Substituindo o mau pelo bom hábito, o equivocado pelo correto labor, corrigirás a inclinação moral negativa, criando condicionamentos sadios que se apresentarão como virtudes a felicitar-te a vida. 
Teus vícios de hoje, transforma-os, no teu mundo íntimo, em virtudes para amanhã ao teu alcance desde agora. 
Libera-te pois, com esforço e valor moral, do mau gênio que permanece dominador, das paixões perturbadoras que te inquietam, e renova-te para o bem, pelo bem que flui do Eterno Bem.

Franco, Divaldo Pereira Franco. Da obra: Vigilância.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.



sábado, 17 de maio de 2014

"TRABALHADOR DA PRIMEIRA HORA"

A trajetória iniciada por Jesus necessita de mãos dispostas a dar-lhe ampliação, já que a seara é muito vasta e há muito solo a ser arado e preparado para a semeadura. Nenhum dos elementos que já aceitou o convite amoroso do cordeiro pode ser dispensado da quota que lhe compete, no esforço pessoal, na luta árdua que prepara o terreno a fim de que se amplie o campo fértil.
Batizados no fogo da tragédia, saíram das chamas do incêndio sem se intimidarem com seu calor e com as queimaduras que ele poderia produzir. Esta coragem é o material principal daquele que aceita o serviço do amor:”O trabalhador da primeira hora”.
O egoísta faz planos para agir e retirar as vantagens para si mesmo de cada gesto.
O fraco procura reunir elementos e armas que lhe facilitem a defesa, agredindo se necessário for.
O orgulhoso perguntará  as glórias e poderes que serão lançadas sobre seu nome e sua tradição.
O vaidoso indagará dos louros que ornamentarão sua cabeça como recompensa.
O preguiçoso pedirá repouso prévio para reunir maiores forças a fim de que, um dia passa a iniciar a obra.
O falso devoto esperará que algum outro comece para seguir-lhe os passos e dizer-se trabalhador da primeira hora, desejando os benefícios de um pioneirismo que não teve.
Todos estes podem realizar alguma coisa, mas são trabalhadores imperfeitos, ainda que estejam sempre proferindo o nome do Mestre com aparência de unção e respeito.
Seu devotamento é apenas fantasia bem costurada que oculta o corpo deformado onde se escondem defeitos.
No entanto, aquele que entendeu o que Jesus pretende para o mundo,  com sinceridade e clareza, é um trabalhador de outra têmpera.
Não ingressa na jornada pensando em si e, por isso, sabe renunciar às suas aspirações e aos seus sonhos pessoais. Não pede vantagens nem favores maiores  do que aqueles que já sabe possuir, pois para ele, nada é mais valioso do que o muito Amor que Jesus lhe devota, em nome de Deus.
Não se preocupa em defender-se com armas de pouca eficácia. Leva a prece como escudo e o amor como a espada que rompe todos os pesados grilhões nas almas despreparadas para a mansuetude. Tem em Deus o soberano protetor e ele se submete sem temor de ser injustiçado.
Sentirá ventura em ser esquecido, em não ser lembrado com respeito, já que não procura as glórias humanas nem deseja  ser enaltecido pela ignorância, o que representaria sempre uma ligação espúria com o mal. Todos os que se regozijam com os aplausos da ignorância dão prova dos elos que carregam com a retaguarda.
Por isso, esse que entendeu os ideais  de Jesus com verdadeira lucidez, não se deixa deter pela cerimônia e homenagens, no gozo constante de uma vaidade balofa e oca.
Se  os recebe, atribui-os aos verdadeiros donos, aquele generoso patrão que o paga e os sustenta e, feito isso, segue adiante no cumprimento das obrigações espirituais que lhe competem. Quando cansado, só se permite repousar depois que não houver mais nada a fazer, impondo-se o regime do esforço redobrado, diante do exemplo recebido daquele que o assalaria, a quem não é dado um minuto sequer de repouso, ante a obra que o Pai lhe atribuiu.
Assim, se o amo trabalha sem descanso, como pode o servo pedir repouso, enquanto o patrão segue trabalhando?
Enfim, o verdadeiro servo da bondade, o trabalhador da primeira hora, ainda que não seja bom como deseje ser, não fica esperando que os outros dêem o primeiro passo Age com humildade e se oferece para a obra, sem desejar enaltecimento, sem pleitear os lugares de realce, sem se deixar levar pelos brilhos sedutores e falsos das lisonjas humanas, sempre armadilhas edificadas para tirar o trabalhador do caminho certo.
JOSÉ LUIZ RUIZ. Pelo Espírito:”Lucius”.
Da obra:” A FORÇA DA BONDADE”.  






quinta-feira, 15 de maio de 2014

‘SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO”

A separação da alma e do corpo não é uma coisa dolorosa!?

  O corpo, freqüentemente, sofre mais durante a vida que no momento da morte; neste, a alma nada sente. Os sofrimentos que às vezes se provam no momento da morte são um prazer para o Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio.
 Comentário de Kardec: 
Na morte natural, que se verifica pelo esgotamento da vitalidade orgânica em conseqüência de idade, o homem deixa a vida sem perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de energia.
  A alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo subitamente libertado. Os dois estados se tocam e se confundem, de maneira que o Espírito se desprende pouco apouco dos seus liames; estes se soltam e não se rompem.
Comentário de Kardec:   
Durante a vida, o Espírito está ligado ao corpo pelo seu envoltório material ou perispírito; a morte é apenas a destruição do corpo, e não desse envoltório que se separa do corpo, quando cessa a vida orgânica. A observação prova que no instante da morte o desprendimento do Espírito não se completa subitamente- ele se opera gradualmente, com lentidão variável, segundo os indivíduos. Para uns é bastante rápido, e pode dizer-se que o momento da morte é também o da libertação que se verifica logo após. Noutros, porém, sobretudo naqueles cuja vida foi toda material e sensual, o desprendimento é muito mais demorado e dura, às vezes alguns dias semanas e até mesmo meses, o que implica a existência no corpo de nenhuma vitalidade, nem a possibilidade de retorno á vida. mas a simples persistência de uma afinidade entre o corpo e o Espírito, afinidade que está sempre na razão da preponderância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria. É lógico admitir que quanto mais o Espírito estiver identificado com a matéria, mais sofrerá para separar-se dela. Por outro lado. a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos operam um começo de desprendimento, mesmo durante a vida corpórea e quando a morte chega, é quase instantânea. Este é o resultado dos estudos efetuados sobre os indivíduos observados no momento da morte. Essas observações provam ainda que a afinidade que persiste, em alguns indivíduos, entre a alma e o corpo é às vezes, muito penosa, porque o Espírito pode experimentar o horror da decomposição. Este caso é excepcional e peculiar a certos gêneros de morte, verificando-se em alguns suicídios.
Fonte; O Livro dos Espíritos. Allan Kardec  


domingo, 11 de maio de 2014

"SÃO CHEGADOS OS TEMPOS"

Nosso globo está, como todos os outros, sujeito à lei do progresso; progride "fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem" e, de modo paralelo, "moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam"; quando a Humanidade se torna "madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus". As leis de Deus são imutáveis porque Seu pensamento "que em tudo penetra, é a força inteligente e permanente que mantém a harmonia em tudo". O Universo é "um mecanismo imensurável" onde atuam incontáveis inteligências subordinadas ao Criador, sob Suas vistas e de acordo com a grande lei de unidade.
Inicia-se para os homens o período em que deverão fazer "que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral". Para tanto é necessário, mais que inteligência, a elevação do sentimento, com a destruição do egoísmo e do orgulho que ainda subsiste. "Trata-se de um movimento universal a operar-se no sentido do progresso moral". Tal movimento causará luta de idéias e não cataclismos materiais.As transformações da Humanidade podem ocorrer de modo gradual, perceptíveis somente após épocas consecutivas, ou mediante crises penosas, dolorosas, que "arrebatam consigo as gerações e instituições, mas são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral". Há mais de dois séculos ocorre esse trabalho de transformação do mundo dos encarnados, com a interação dos desencarnados, "até que haja outra vez estabilizado em novas bases", quando estarão mudados os costumes, caráter, leis, crenças, "numa palavra: todo o seu estado social".Os astros influenciam uns aos outros durante seu movimento de translação pelo espaço, podendo causar perturbações que coincidam "pelo encadeamento e a solidariedade das causas e dos efeitos" com os "períodos de renovação da Humanidade", causando fenômenos como tremores de terra e flagelos diversos, sendo interpretados pelos ignorantes como "sinais no céu".
Encontra-se portanto a Humanidade num período de crescimento moral, chegando ao estado adulto, onde a razão amadurece e lhe dá consciência de um destino mais amplo além das limitações da vida corpórea; perscruta o passado e projeta-se no futuro "a fim de descobrir num e noutro o mistério da sua existência e de adquirir uma consoladora certeza".
O Espiritismo "abre à Humanidade uma estrada nova e lhe desvenda os horizontes do infinito". Leva à certeza na imortalidade da alma, a alternância entre a vida espiritual e a corpórea para a realização do progresso até chegar à perfeição, muito mais digna da justiça do Criador, evidenciando a aberração do pensamento materialista que circunscreve a vida humana em apenas uma existência. Prega a fraternidade assentada na fé racional, ou seja, nos princípios fundamentais: Deus, alma, futuro, progresso individual indefinido, perpetuidade das relações entre os seres.O progresso intelectual já alcançado representa "uma primeira fase no avanço geral da Humanidade", porém a felicidade na Terra somente ocorrerá com o progresso moral, pois, "enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência" "para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais". Então cairão por terra "as barreiras que separam os povos", os antagonismos de seitas, e os homens aprenderão a viver como irmãos unidos numa mesma crença - "fundamento mais sólido da fraternidade universal".Sinais desta transformação já são evidentes com a criação de inúmeras "instituições protetoras, civilizadoras e emancipadoras" propiciando reformas que se consolidarão à medida de uma "predisposição moral mais generalizada", com a predominância da "caridade, fraternidade, benevolência para com todos". A aceitação às idéias espiritualistas em detrimento das materialistas é outro sinal que vem refletir "a necessidade de respirar um ar mais vivificante".
O Espiritismo nasceu no exato momento em que a Humanidade se encontrava cansada da dúvida e da incerteza sendo acolhido pelos homens progressistas "como âncora de salvação e consolação suprema". A velha geração materialista cede lugar à geração nova, cuja madureza promoverá a renovação social, cabendo ao Espiritismo, com sua tendência progressista e poder moralizador, secundar tal movimento de regeneração.

“A Gênese” Alann Kardec 

sábado, 10 de maio de 2014

"REFLEXÕES SOBRE A CALÚNIA"

Ninguém passa pela jornada terrestre sem experimentar o cerco da ignorância e da imperfeição humana.
Considerado como planeta-escola, o mundo físico é abençoado reduto de aprendizagem, no qual são exercitados os valores que dignificam, em detrimento das heranças ancestrais que assinalam o passado de todas as criaturas, no seu penoso processo de aquisição da consciência.
Herdando as experiências passadas nos seus conteúdos bons e maus, por um largo período predominam aqueles de natureza primitiva, por estarem mais fixados nos painéis dos hábitos morais, mantendo os instintos agressivos, defensivos que se vão transformando em emoções, prioritamente  egoísticas, em contínuos conflitos com o si mesmo e com todos aqueles que fazem parte do grupo social onde se movimentam. Inevitavelmente, as imposições inferiores são muito mais fortes do que aquelas que proporcionam a ascensão espiritual, liberando o orgulho, a inveja, o ressentimento, a agressividade, o despotismo, a perseguição, a mentira, a calúnia e outros perversos comportamentos que defluem do ego atormentado.
Toda vez, quando o indivíduo se sente ameaçado na sua fortaleza de egotismo pelos valores dignificantes do próximo, é dominado pela inveja e investe furibundo, atacando aquele que supõe seu adversário.
Porque ainda se compraz na situação deplorável em que se estorcega, não deseja permitir que outros rompam as barreiras que imobilizam as emoções dignas e os esforços de desenvolvimento espiritual, assacando calúnias contra o inimigo, gerando dificuldades ao seu trabalho, criando desentendimentos  em sua volta, produzindo campanhas difamatórias, em mecanismos de preservação da própria inferioridade.
Recusando-se, consciente ou inconscientemente, a crescer e igualar-se àqueles que estão conquistando os tesouros do discernimento, da verdade, do bem, transforma-se, na ociosidade mental e moral em que permanece, em seu cruel perseguidor, não lhe dando trégua e retroalimentando-se com a própria insânia.
Torna-se revel e não aceita esclarecimento, não admitindo que outrem se encontre em melhor situação emocional do que ele, que se auto-valoriza e se auto-promove, comprazendo-se em persegui-lo e em malsiná-lo.
Ninguém consegue realizar algo de enobrecido e dignificante na Terra sem sofrer-lhe a sanha, liberando a inveja e o ciúme que experimenta quando confrontado com as pessoas ricas de amor e de bondade, de conhecimentos e de realizações edificantes.
A calúnia é a arma poderosa de que se utilizam esses enfermos da alma, que a esgrimem de maneira covarde para tisnar a reputação do seu próximo, a quem não conseguem equiparar-se, optando pelo seu rebaixamento, quando seria muito mais fácil a própria ascensão no rumo da felicidade.
A calúnia, desse modo, é instrumento perverso que a crueldade dissemina com um sorriso e certo ar de vitória, valendo-se das imperfeições de outros compares que a ampliam, sombreando a estrada dos conquistadores do futuro.
Nada obstante, a calúnia é também uma névoa que o sol da verdade dilui, não conseguindo ir além da sombra que dificulta a marcha e das acusações aleivosas que afligem a quem lhe ofereça consideração e perca tempo em contestá-la.
Nunca te permitas afligir, quando tomes conhecimento das acusações mentirosas que se divulgam a teu respeito, assim como de tudo quanto fazes.
Evita envenenar-te com os seus conteúdos doentios, não reservando espaço mental ou emocional para que se te fixem, levando-te a reflexões e análises que atormentam pela sua injustiça e maldade.
Se alguém tem algo contra ti, que se te acerque e exponha, caso seja honesto. 
Se cometeste algum erro ou equívoco que te coloque em situação penosa e outrem o percebe, sendo uma pessoa digna, que se dirija diretamente a ti, solicitando esclarecimentos ou oferecendo ajuda, a fim de que demonstre a lisura do seu comportamento.
Se ages de maneira incorreta em relação a outrem e esse experimenta mal-estar e desagrado, tratando-se de alguém responsável, que te procure e mantenha um diálogo esclarecedor.
Quando, porém, surgem na imprensa ou nas correspondências, nas comunicações verbais ou nos veículos da mídia, acusações graves contra ti,sem que antes haja havido a possibilidade de um esclarecimento de tua parte, permanece tranquilo, porque esse adversário não deseja informações cabíveis, mas mantém o interesse subalterno de projetar a própria imagem, utilizando-se de ti...
Quando consultado pelos iracundos donos da verdade e policiais da conduta alheia com a arrogância com que se comportam, exigindo-te defesas e testemunhos, não lhes dês importância, porque o valor que se atribuem, somente eles mesmos se permitem...
Não vives a soldo de ninguém e o teu é o trabalho de iluminação de consciências, de desenvolvimento intelecto-moral, de fraternidade e de amor em nome de Jesus, não te encontrando sob o comando de quem quer que seja. Em razão disso, faculta-te a liberdade de agir e de pensar conforme te aprouver, sem solicitar licença ou permissão de outrem.
Desde que o teu labor não agride a sociedade, não fere a ninguém, antes, pelo contrário, é de socorro a todos quantos padecem carência, continua sem temor nem sofrimento na realização daquilo que consideras importante para a tua existência.
Desmente a calúnia mediante os atos de bondade e de perseverança no ideal superior do Bem.
Somente acreditam em maledicências, aqueles que se alimentam da fantasia e da mentira.
Alegra-te, de certo modo, porque te encontras sob a alça de mira dos contumazes inimigos do progresso
Todos aqueles que edificaram a sociedade sob qualquer ângulo examinado, padeceram a crueza desses Espíritos infelizes, invejosos e insensatos.
Criando leis absurdas para aplicarem-nas contra os outros, estabelecendo dogmas e sistemas de dominação, programando condutas arbitrárias e organizando tribunais perversos, esses instrumentos do mal, tele-mentalizados pelas forças tiranizantes da erraticidade  inferior, tornaram-se em todas as épocas inimigos do progresso, da fraternidade que odeiam, do amor contra o qual vivem armados...
Apieda-te, portanto, de todo aquele que se transforme em teu algoz, que te crie embaraços às realizações edificantes com Jesus, que gere ciúmes e cizânia em referência às tuas atividades, orando por eles e envolvendo-te na lã do Cordeiro de Deus, sedo compassivo e misericordioso, nunca revidando-lhes mal por mal, nem acusação por acusação...
A força do ideal que abraças, dar-te-á coragem e valor para o prosseguimento do serviço a que te dedicas, e quanto mais ferido, mais caluniado, certamente mais convicto da excelência dos teus propósitos, da tua vinculação com o Sumo Bem.
Como puderam, aqueles que conviveram com Jesus, recusar-Lhe o apoio, a misericórdia, a orientação? 
Após receberem ajuda para as mazelas que os martirizavam, como é possível compreender que, dentre dez leprosos, somente um voltou para agradecer-Lhe? 
Como foi possível a Pedro, que era Seu amigo, que O recebia no seu lar, que convivia em intimidade com Ele, negá-lO, não uma vez, mas três vezes sucessivas?! 
...E Judas, que O amava, vendê-lO e beijá-lO a fim de que fosse identificado pelos Seus inimigos naquela noite de horror?! 
Sucede que o véu da carne obnubila o discernimento mesmo em alguns Espíritos nobres, e as injunções sociais, culturais, emocionais, neles produzem atitudes desconcertantes, em antagonismos terríveis às convicções mantidas na mente e no coração. 
Todos os seres humanos são frágeis e podem tornar-se vítimas de situações penosas. 
Assim, não julgues a ninguém, entregando-te em totalidade Àquele que nunca Se enganou, jamais tergiversou, e deu-Se em absoluta renúncia do ego, para demonstrar que é o Caminho da Verdade e da Vida.
Considerado como planeta-escola, o mundo físico é abençoado reduto de aprendizagem, no qual são exercitados os valores que dignificam, em detrimento das heranças ancestrais que assinalam o passado de todas as criaturas, no seu penoso processo de aquisição .


Joanna de Ângelis- Divaldo Pereira Franco

“QUEM É DEUS????”

Pergunta intrigante esta não?

Se partimos do principio de só acreditar nas coisas que vemos, seria difícil acreditar na existência de Deus pois não podemos vê-lo. Mas se partimos do principio de que não há efeito sem causa, fica mais fácil. Se não podemos ver Deus podemos ver a sua obra; e se do nada,nada se cria, toda obra tem que ter um autor. Daí concluímos que Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
Para acreditar em Deus basta lançarmos nossos olhos sobre à sua criação O universo existe, portanto ele tem uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa e admitir que o nada pode fazer alguma coisa.
A Biblia diz que Deus fez o homem a sua imagem e semelhança. Deduziram-se então que DEUS tinha forma humana. Logo deram forma a ele: Um senhor barbudo, sentado num trono, dando ordens aos seus súditos. Ridículo, não? Como se fosse possível dar forma a algo que não podemos ver.
Na bíblia está escrito: "Não farás para ti escultura, nem imagem alguma daquilo que existe no alto, no céu, ou aqui em baixo, na terra, ou daquilo que existe debaixo da terra, nas águas. Não te prostrarás diante delas, nem as servirás." — Êxo. 20:4-6.
Dar forma a Deus seria como dar forma ao vento que sopra nosso rosto, ao ar que respiramos. Impossível né!!!
Podemos comparar Deus como um fluido universal; invisível aos nossos olhos mas que está em todos os lugares ao mesmo tempo.
Em cada átomo existente no universo, por menor que seja, Deus esta presente.
Deus é eterno. Se ele tivesse tido um começo teria saído do nada ou teria sido criado por um ser anterior. É imutável. Pois se estivesse sujeito a mudanças as leis que regem o universo não teriam nenhuma estabilidade.
É imaterial. Ou seja. Sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo não seria imutável porque estaria sujeito as transformações da matéria.
É único. Pois se houvesse vários Deuses não haveria unidade de desígnios nem unidade
de poder na ordenação do universo.
É todo poderoso porque é único. Se não tivesse o soberano poder haveria alguma coisa mais ou tão poderosa quanto ele; não teria feito todas as coisas e as que não tivesse feito seria obra de um outro Deus.
É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das Leis divinas se revela nas menores como nas maiores coisas, e essa sabedoria não permite duvidar de sua justiça e de sua bondade.
A imagem de um Deus vingativo, cruel que manda para o inferno todos aqueles que não concordam com ele foi criada por Moisés. E ele tinha suas razões. Moisés era líder de um povo naturalmente turbulento e indisciplinado no qual tinha que combater os abusos e os preconceitos enraizados adquirido durante o período de escravidão no Egito. Para dar autoridade as suas Leis, ele atribuiu-lhes origem divina, assim como o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem precisava se apoiar sobre a autoridade de Deus. Mas apenas a idéia de um Deus terrível poderia impressionar homens ignorantes nos quais o sentido moral e o sentimento de uma delicada justiça ainda estavam pouco desenvolvidos.
A Lei de Moisés é composta por duas partes distintas: A Lei de Deus recebida no Monte Sinai; que foi o primeiro livro psicografado na historia da humanidade, e a Lei civil ou disciplinar, estabelecida pelo próprio Moisés. A Lei de Deus é inalterável; a Lei de Moisés, apropriada aos costume e ao caráter de cada povo. Pode ser modificada com o tempo.
Jesus não veio destruir a Lei de Moises, mas modificou-a profundamente . Tanto no conteúdo quanto na forma. Combateu constantemente os abusos das praticas exteriores e as falsas interpretações, e não lhes podia ter dado uma reforma mais radical do que reduzindo-as a estas palavras:” Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. E acrescentou: Está aí toda a Lei e os profetas.
Deus não um Juiz é um legislador. O Juiz condena o legislador faz as leis. Quando alguém comete um atentado contra a vida humana é levado a júri popular. Quem o julga é o conselho de sentença. Quem o condena é o Juiz. Mas condena baseado em que? Baseado num código de leis feitas por um legislador. Assim é Deus. Sua leis são imutáveis por toda eternidade, e quem infringir uma virgula destas leis sofrerá as conseqüências por esta desobediência.
Jesus disse: “Não farás aos outros o que não queres que te faças. Pois toda ação provoca uma reação. Impossível plantarmos joio e colhermos trigo...odiarmos alguém e sermos amados...dar um murro numa parede sem ferir a nossa mão. A parede pode até cair mas a nossa mão ficará ferida .
Portanto, Deus não tem culpa dos nossos sofrimentos. Sofrimentos que as vezes não encontramos explicação nesta existência. Talvez a explicação esteja em vidas passadas.
Deus nos fez livres. Deu-nos o livre arbítrio. Podemos seguir o caminho que quisermos. Mas as vezes tomamos o caminho errado e quando percebemos já é tarde; só nos resta pagar o preço da nossa ignorância, da nossa teimosia.
Mas Deus que não é vingativo, que não condena ninguém; está sempre nos esperando de braços abertos. Sabe que nos criou, não para sermos eternamente maus, mas para sermos santos. Pode demorar muito tempo. Centenas de anos talvez. Pode custar-nos muitas encarnações...muitos sofrimentos; mais um dia compreenderemos o que Deus quer de nós; compreenderemos o significado da sua criação. E neste dia, como o filho pródigo, arrependido, voltaremos a casa do Pai; que estará de portas abertas nos esperando e com certeza fará uma grande festa para nos receber.

Fonte: " O LIVRO DOS ESPIRITOS e O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO"

ALLAN KARDEC

sexta-feira, 9 de maio de 2014

“REENCARNAÇÃO... A VERDADE QUE LIBERTA”

A idéia da reencarnação tem encontrado enorme resistência entre os cristãos de todo o mundo, apesar da sua profunda lógica e justiça. Muitas pessoas acreditam em vida após a morte mas não acreditam na Reencarnação.
Sabe-se que nos primórdios do cristianismo a idéia da reencarnação, era aceita, e chegou a ser ensinada por alguns “pais da Igreja  como Orígenes, Plotino e Clemente de Alexandria. Até mesmo Santo Agostinho, em (Confissões, I, cap. VI), escreveu: “Não teria eu vivido em outro corpo, ou em outra parte qualquer, antes de entrar para o ventre de minha mãe?”
Mas quando o cristianismo instituiu-se, assumindo o formato da Igreja Católica, acomodando-se ao paganismo de Roma, adotando e adaptando algumas das suas práticas, tais como os rituais, a hierarquia, as imagens, etc., afastando-se do modelo ensinado por Jesus que era o da simplicidade, da pobreza e do amor acima de tudo, precisou eliminar aquela idéia. Se não o fizesse, acabaria desestruturando seu edifício e perdendo o bastão do próprio poder, porque a reencarnação é um conhecimento que liberta. Já não seria a Igreja a detentora das chaves do Céu. Seu poder se esvairia como fumaça se os fiéis não mais pudessem ser atemorizados com as ameaças das chamas do inferno, ou atraídos pelas glórias e delícias do Céu.
Então, todos os cristão, sob pena de serem tachados de hereges, foram forçados a acreditar no dogma que afirma ser o espírito criado na concepção.
Quem não acreditasse, quem discordasse da Igreja era passado a fio de espada ou jogado nas fogueiras da inquisição.
Tal crença, incutida no psiquismo dos fiéis ao longo dos séculos (sempre acompanhada do medo de pecar e sofrer por isso terríveis castigos e conseqüências) criou poderosas algemas do pensamento, que foram se cristalizando mais e mais a cada nova encarnação ocorrida num meio cristão. Tanto que, hoje, o simples fato de tentar questionar algum dogma da Igreja católica ou das evangélicas deixa o fiel apavorado, pelo medo de estar cometendo terrível pecado e ter de pagar por ele. Pois colocaram na mente das pessoas que todos os dogmas da Igreja foram criados sob orientação de Deus.
Mas Jesus disse: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará.”
A qual verdade estaria o Mestre se referindo? Certamente a nada que Ele ensinara, porque disse “conhecereis”, ou seja, no futuro. E nem Ele, nem seus seguidores apresentaram algum novo conhecimento que poderia representar tal verdade.
Isto está cristalinamente claro.
Quando disse “A verdade vos libertará”, deixou claro que seus seguidores se encontravam e continuariam se encontrando prisioneiros de algum engano, até que o conhecimento da verdade, no futuro, viesse libertá-los. Isto, porque, seus seguidores não estavam preparados para conhecer toda a verdade.
Em Mat.11:14, essa assertiva é confirmada por Jesus, quando, referindo-se a João Batista, diz: “Se puderdes compreender, ele mesmo é Elias que devia vir”. Observe-se que o Mestre tinha dúvidas sobre a capacidade de entendimento dos discípulos, porque disse: “Se puderdes compreender...”
Não há qualquer arranjo teológico que possa mostrar outra verdade libertadora que veio depois de Jesus, a não ser o conhecimento da reencarnação e da lei de causa e efeito, trazida pelo espírito que se assinou como A Verdade, apresentando na seqüência todo um universo de informações que foram magnificamente codificadas por Allan Kardec. (V. O Livro dos Espíritos)
Convém observar também que as verdades que o Mestre ensinou não eram de molde a libertar alguém. Uns dirão que elas libertam do pecado, mas o mundo cristão continua tão “pecador” como sempre. Portanto, se alguém analisar estas questões em profundidade e sem as amarras do condicionamento psicológico a que nos referimos anteriormente, acaba ficando maravilhado com tamanha lógica e tal demonstração da sabedoria e de amor do nosso Criador, ao criar a lei que determina a evolução dos seres através das vidas sucessivas.
Essa sim é uma verdade realmente libertadora. Quem acredita na reencarnação e na lei de causa e efeito sente-se realmente livre, dono de si mesmo e único responsável pelos próprios passos, sabendo, no entanto, que tudo que semear, terá de colher.
Jesus nunca disse que alguém vai para o inferno porque acredita nisso ou naquilo, mas sempre ensinou a vivência dos valores da alma.
À idéia da reencarnação, é também encontrada em quase todos os sistemas religiosos do mundo, mesmo entre as tribos selvagens mais afastadas umas das outras; em todos os continentes da Terra e desde os povos mais antigos. Isto mostra que essa idéia não foi inventada. É como se ela tivesse surgido junto com o ser humano, um conhecimento do próprio espírito.
Grandes pensadores como Pitágoras, Sócrates e Platão, tinham-na como fundamento filosófico.
Mas as idéias da reencarnação e da lei de causa e efeito (carma) também estão expressas em vários momentos na própria Bíblia.
No episódio da transfiguração, depois que Jesus conversou com Moisés e Elias na presença de Pedro, Tiago e João, estes lhe perguntaram: “Por que dizem os escribas ser necessário que Elias venha primeiro? Ao que o Mestre respondeu dizendo: Elias certamente a de vir e restabelecerá todas as coisas: digo-vos, porém,  que Elias já veio, mas eles não o conheceram. Antes fizeram dele quanto quiseram. Então os discípulos entenderam que Ele falava de João Batista” (Mateus 17:12 e 13).
Ora, se Elias foi também João Batista, isto só pode ter se dado mediante a reencarnação, porque diante de Jesus no momento da transfiguração ele apresentou-se em sua antiga forma, quando fora profeta do Velho Testamento.
Em Mat. 16:13 e 14 se diz: “E Jesus perguntou aos seus discípulos: Quem dizem os homens que eu sou? E responderam: uns, João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou algum dos profetas”.
Ora, como poderia ser Jesus algum desses profetas do Antigo Testamento, a não ser pela reencarnação?
O pensamento de que João Batista era Elias reencarnado e que os Profetas podiam reviver na terra, encontra-se em muitas passagens dos Evangelhos.  Se essa crença fosse um erro, Jesus não teria deixado de combatê-la , como combateu tantas outras. Longe disso, Jesus a confirmou com toda a sua autoridade e colocou-a como ensinamento e como uma condição necessária quando disse: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo . E insistiu. Não vos espantei se vos digo que é preciso que  nasçais de novo.
Já com Nicodemus, que era doutor da lei ,um intelectual da  época o Mestre foi mais explícito, mais claro:
Nicodemos  perguntou a  Jesus: Como pode renascer um homem que já está velho? Pode ele entrar no ventre de sua mãe para nascer uma segunda vez??
Jesus respondeu : Em verdade, em verdade vos digo: Se um homem não renascer da água e do espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que nasceu da carne é carne.  O  que nasceu do espírito é espírito não te admires de eu dizer: “Necessário vos é nascer de novo” (João 3:6).
Estas palavras: “Se um homem não renascer da água e do espírito”, foram interpretadas pelas religiões no sentido  da regeneração pela água do batismo.   Porém os textos primitivos traziam simplesmente: “Não renascer  da água e do espírito“, enquanto em algumas  traduções, a expressão do espírito foi substituída por do espírito santo, o que não corresponde mais ao mesmo pensamento.
A mesma interpretação; aliás, é confirmada por Jesus quando disse: O que nasceu da carne é carne e o que nasceu do espírito é espírito, as quais dão a exata diferença entre o espírito e o corpo. Indica claramente que só o corpo procede do corpo e que o espírito é  independente dele. 
Portanto, o conhecimento da reencarnação é a verdade que liberta.

 Fonte: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” O Livro dos Espíritos”.
Allan Kardec









“REENCARNAR É UMA LEI NATURAL”

"Antes de nascer, a criança já viveu e a morte não é o fim, A vida é um evento que passa como o dia solar que renasce". (de um papiro egípcio de 5000 anos)

Reencarnação é o retorno sucessivo de um mesmo Espírito à vida em diferentes corpos. Reencarnar é uma lei tão natural quanto nascer, viver ou morrer. 
"Se é assim - poderão perguntar - por que, então, a ciência a desconhece?" O motivo é simples: como tudo o que é humano, o conhecimento científico também é progressivo. A verdade das academias é sempre provisória. Qualquer colegial de hoje considera normais inúmeros fatos que ontem eram totalmente ignorados pelos cientistas: o movimento da Terra, as partículas menores que o átomo, a composição química da água, etc. Diariamente a ciência revê suas teses da véspera. Mas o conhecimento humano só avança através de pesquisa e, em geral, os que negam a teoria da reencarnação jamais a estudaram seriamente. Entretanto, alguns cientistas de renome que a pesquisaram concluíram tratar-se de fato inegável: Thomas Edson (inventor da lâmpada elétrica), William Crookes (famoso físico e químico falecido em 1919), Charles Richet (Prêmio Nobel de Medicina de 1913), e tantos outros. 
Atualmente, muitas universidades já possuem grupos de pesquisa sobre este importante tema. Certamente chegará o dia em que a reencarnação também constará daquela lista progressiva de assuntos "corriqueiros". 
"De onde se origina a certeza dos Espíritas sobre esta questão? Em que se baseiam para a afirmarem com tanta convicção?" 
Estas são perguntas freqüentes e cabíveis. Merecem resposta. 
Cumpre esclarecer, que a reencarnação não foi inventada pelos Espíritas: é uma das idéias mais antigas da Humanidade. Um papiro egípcio de 3000 A.C. já a menciona. Outro, mais recente, denominado "Papiro Anana" (1320 A.C.), diz: "O homem retorna à vida varias vezes, mas não se recorda de suas pretéritas existências, exceto algumas vezes em sonho. No fim, todas essas vidas ser-lhe-ão reveladas." 
Na Grécia clássica, Pitágoras (580 a 496 A.C.); já divulgava o reencarnacionismo. No diálogo Phedon, Platão cita Sócrates (469 a 399 A.C): 
"É. certo que há um retorno à vida, que os vivos nascem dos mortos". Esta mesma certeza consta da maioria das religiões antigas, como o Hinduísmo, Budhismo, Druidismo, etc. "Mas estas são religiões primitivas, não merecem crédito!" - dirão alguns. 
A reencarnação está também na Bíblia. Jeremias (1:4-5): "Foi-me dirigida a palavra do Senhor nestes termos: Antes que eu te formasse no ventre de tua mãe, te conheci; e, antes que tu saísses do seu seio, te santifiquei e te estabeleci profeta entre as nações." Ou, no Novo Testamento: "Digo-vos, porém, que Elias já veio e não o reconheceram." (...) "Então os discípulos compreenderam que (Cristo) lhes tinha falado de João Batista." (Mateus, XVII, 12-13). E ainda: "Não pode ver o Reino de Deus, senão aquele que nascer de novo." (Jesus, em João, III, 3). 
A convicção dos Espíritas, entretanto, decorre de outras razões: Se entendemos que não existe acaso - pois todo efeito possui uma causa - e se cremos que Deus é Justo, somente a reencarnação explicará as diferenças econômicas, sociais, físicas e morais entre os homens. Somente ela é compatível com o conceito de evolução, também evidente em toda a natureza. É ela que confere sentido à existência humana. E, também, a única explicação racional para o "deja vu", esta sensação comum de já conhecermos pessoas ou lugares que nunca vimos. Além disso, a reencarnação é confirmada universalmente por todos os Espíritos Superiores, assim chamados pela coerência e pela elevação moral e intelectual que demonstram no conjunto de suas mensagens mediúnicas. 
Por outro lado, a hipótese de que tenhamos uma única vida é inteiramente incompatível com a admirável perfeição existente em todo o universo conhecido. A idéia de que, após a morte do corpo, nossas individualidades se percam em um "grande nada" é, esta sim, insustentável, pois a própria ciência já descobriu que "nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Assim, se temos tantas evidências à favor da reencarnação, o que nos oferecem contra a mesma? Apenas a simples opinião dos materialistas e de algumas igrejas. Quais os seus argumentos? Ainda não os apresentaram.
Por:Maurício Roriz


Revista Espírita Allan Kardec, nº 37.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

"PORQUE ALLAN KARDEC NÃO CONSIDEROU O ESPIRITISMO UMA RELIGIÃO".?

Kardec, sempre inspirado pelo Espírito de Verdade, na sua vasta obra, jamais considerou o espiritismo como uma religião.
E dizemos mesmo que existiu uma simbiose psíquica perfeita com o Espírito de Verdade, como poderemos ver nas suas "Obras Póstumas", na mensagem dos Espíritos de Setembro de 1863, onde poderemos ler: "... teu cérebro apreende as nossas inspirações com a facilidade com que tu mesmo as percebes. A nossa atuação, principalmente a do Espírito de Verdade, e constante sobre ti e tal que dela não podes esquivar-te." O Espírito de Verdade e o Codificador estavam demasiado conscientes dos graves prejuízos que as religiões realizaram na sociedade ao longo dos séculos. A carga psicológica negativa que exerciam na consciência das criaturas era demasiado pesada, escravizava as consciências em lugar de as libertar. As religiões estavam associadas a intolerância, a dominação e ao proselitismo que levou a muitas violências no esforço de impor aos outros as suas convicções, os seus dogmas de fé; estavam indelevelmente ligadas ao obscurantismo, aos privilégios (a "graça"), ao sobrenatural, ao milagre como derrogação das leis de Deus, as hierarquias sacerdotais que se arrogavam de representantes de Deus na Terra (sempre o "poder"); estavam impregnadas de rituais e outras praticas, quase sempre de caráter exterior; etc.
Todas essas crenças, praticas e estruturas são incompatíveis com a nova doutrina que e profundamente simples, racional e tolerante e que nos diz que a "Fé inabalável e somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade."
Allan Kardec, cinco meses antes do seu pensamento, proferiu na Sociedade Espírita de Paris um discurso em que nos disse por que razão o espiritismo não e uma nova religião. Desse discurso, que se poderá ler integralmente na "Revue", extraímos o seguinte extrato:
"Por que, então, declaramos que o Espiritismo não e uma religião? Porque não ha uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião e inseparável da de culto; desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o publico não veria ai senão uma nova edição, uma variante, se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e privilégios; não separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes se levantou a opinião publica. Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual do vocábulo, não podia nem devia enfeitar-se com o titulo sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis porque simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral."
Nas suas "Obras Póstumas", Kardec diz-nos o seguinte: "O Espiritismo é uma doutrina filosófica espiritualista. Por isso toca forçosamente nas bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. Mas não e uma religião constituída, visto não ter nem culto, nem rito, nem templo e, entre os seus adeptos, nenhum recebeu o titulo de sacerdote ou grão-sacerdote."
E mais, diz-nos que o espiritismo não e incompatível com a ciência, o que não acontece com as religiões: "O Espiritismo marcha de acordo com a Ciência no terreno da matéria: admite todas as verdades que ela comprova, mas onde terminam as investigações desta, prossegue as suas no terreno da espiritualidade."
Destas afirmações do Codificador tornamos a frisar, sempre escoradas no Espírito de Verdade que nunca o deixou de inspirar na sua missão, como já vimos podemos entender em definitivo porque o espiritismo não e mais uma religião e nem o centro espírita um templo religioso, mas sim a casa onde estudamos a doutrina espírita; onde socorremos os doentes da alma, exercitando assim a fraternidade; onde exercitamos a mediunidade de forma responsável, nomeadamente a serviço fraterno dos espíritos materializados e sofredores que necessitam ainda da palavra e ambientes humanos, para serem esclarecidos e amparados; onde, também, aprendemos a orar.
O centro espírita e a escola e o hospital da alma, ao mesmo tempo. O espírito Emmanuel diz-nos que "E a Universidade da alma, onde as lições de Jesus estão empenhadas em nossas mãos."

(Extrato do trabalho "Espiritismo: religião futura ou futuro das religiões", apresentado no II Congresso Nacional de Espiritismo em Portugal e enviado por José Lucas)



(Retirado do Boletim GEAE Número 274 de 06 de Janeiro de 1998)"


quarta-feira, 7 de maio de 2014

"RECEITA PARA SE CONHECER MELHOR"

Deixa por um momento a confusão mental que te acompanha e viaja nos acordes de uma música suave, um piano que hipnotiza, uma flauta que enternece, um violino cigano.
Verás que teu coração desacelera, tua mente procura resgatar algo indefinido, teus sentimentos adormecidos afloram como à procura de reviver momentos inesquecíveis, capturar a luz, prender entre os dedos a sensação mágica de liberdade que o Espírito sente.
Nesse êxtase, tuas lembranças convergem para onde teus sentidos as levam, guiadas por um perfume, um sorriso, uma lágrima, um beijo, um adeus.
Na tela da tua mente ressurgem cenários mágicos nos quais fostes realmente tu mesmo, sem máscaras, sem escudos, sem cálculos.
Descobre-te surpreso com a flor que trazes à mão, com a volta do sorriso que deixastes no passado, com a gentileza que desprendestes ao longo do tempo, com o brilho dos teus olhos, tão parecido com o de uma criança.
Recordas que teus passos eram leves, que não tinha tremores nas mãos, que percebias o perfume das manhãs, o aroma das tardes e as estrelas das noites.
Pode ser que de maneira inconsciente viajes por campos perfumados, enamorado pela vida, levado pela magia do que foste e do que gostarias de ter sido.
Pode ser que chores, cantes, recites versos daquele velho poema que jamais esquecestes.
Quem sabe tomes a mão de alguém imaginário, um ser que represente o teu ideal de amor e com ele dances a canção que te marcou sem te ferir.
Não seria exagero dizer que darias toda tua riqueza para eternizar tais momentos raros nos quais a felicidade está ali, mas acena com aquele ar de “até um dia”.
Na tua viagem compreendes que o mundo é bom, sentes a presença vigorosa de Deus, entendes, enfim a tua destinação.
Descobres o que Jesus disse ao anunciar que o reino de Deus está dentro de cada um, pois em tua viagem não saístes do lugar em que estavas. Apenas tivestes paciência e sabedoria para visitar o salão onde guardas teus maiores tesouros: teu coração.
Convidar-te-á o anjo que te levou, a repetir sempre a mesma experiência, pois tudo estará ali a tua espera no reino onde és senhor.
Somente quando a música cessar é que terás a sensação de que perdestes algo precioso. Sentirás saudade de ti mesmo, de como eras, de algo que há pouco te fazia meio homem, meio anjo.
Mesmo com esforço não conseguirás descrever o que sentistes, pois as palavras, ternura, afago, acolhimento, felicidade, são pobres diante da grandiosidade do que vivestes.
Se fores sábio construirás um barco a vela e tomarás a poesia como bússola para retornares ao reino de Deus que está em ti.
Se fores ingênuo, esperarás que o acaso reúna novamente aquele piano que hipnotiza, aquela flauta que enternece e aquele violino cigano, o que será difícil, pois eles procuram sempre aqueles que se ajudam a se conhecerem melhor e não àqueles que esperam que o acaso os descubram.

Luiz Gonzaga Pinheiro

“SEMELHANÇAS FÍSICAS E MORAIS”

O corpo físico é destruído com a morte e o novo corpo, em uma nova encarnação não tem nenhuma relação com o antigo. Entretanto, o Espírito se reflete no corpo. E embora seja apenas matéria, é modelado pelas qualidades do Espírito, que lhe imprimem um certo caráter, principalmente ao semblante, sendo pois com razão que se apontam os olhos como o espelho da alma, o que quer dizer que o rosto, mais particularmente, reflete a alma. Porque há pessoas excessivamente feias, que, no entanto, têm alguma coisa que agrada, quando encarnam um Espírito bom, sensato, humano, enquanto há belos semblantes que nada te despertam, ou até mesmo provocam a tua repulsa. Poderias supor que só os corpos perfeitos envolvem Espíritos mais perfeitos que eles, quando encontras, todos os dias, homens de bem sob aparências disformes? Sem uma parecença pronunciada, a semelhança dos gostos e das tendências pode dar, portanto, aquilo que se chama um ar de conhecido.
 Comentário de Kardec:
 O corpo que reveste a alma numa nova encarnação, não tendo nenhuma relação necessária com o anterior, pois que pode provir de origem muito diversa, seria absurdo supor-se uma sucessão de existências ligadas por uma semelhança apenas fortuita. Não obstante, as qualidades do Espírito modificam quase sempre os órgãos que servem para as suas manifestações, imprimindo no rosto, e mesmo no conjunto das maneiras, um cunho distintivo. É assim que, sob o envoltório mais humilde, pode encontrar-se a expressão da grandeza e da dignidade, enquanto, sob o hábito do grande senhor, se vêem, algumas vezes, a da baixeza e da ignomínia. Certas pessoas, saídas da mais ínfima posição, adquirem sem esforço os hábitos e as maneiras da alta sociedade, parecendo que reencontram o seu elemento, enquanto outras, malgrado seu nascimento e sua educação, estão ali sempre deslocados. Como explicar esse fato de outra maneira, senão pelo reflexo daquilo que o Espírito foi?


Fonte: O Livro dos Espíritos. Allan Kardec

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𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...