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quinta-feira, 17 de novembro de 2016
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
“A VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL. ” COMO É A ALIMENTAÇÃO DOS DESENCARNADOS. ”?
Como é a
alimentação das pessoas desencarnadas (ou seja, que habitam a dimensão
vibratória conhecida como “mundo espiritual”)? E qual o sistema fisiológico do
nosso corpo espiritual (veículo físico utilizado na outra dimensão)?*
André Luiz
explica a forma de alimentação dos desencarnados e a suas consequências
fisiológicas no livro “Evolução em Dois Mundos”, p. 211/212, 25ª edição):
“Abandonado
o envoltório físico na desencarnação, se o psicossoma está profundamente
arraigado às sensações terrestres, sobrevém ao Espírito a necessidade
inquietante de prosseguir atrelado ao mundo biológico que lhe é familiar, e,
quando não a supera ao preço do próprio esforço, no autor reajustamento, provoca
os fenômenos da simbiose psíquica, que o levam a conviver, temporariamente, no
halo vital daqueles encarnados com os quais se afine, quando não promove a
obsessão espetacular.
Na maioria
das vezes, os desencarnados em crise dessa ordem são conduzidos pelos agentes
da Bondade Divina aos centros de reeducação do plano espiritual, onde encontram
alimentação semelhante à da terra, porém fluídica, recebendo-a em porções
adequadas até que se adaptem aos sistemas de sustentação da esfera superior, em
cujos círculos a tomada de substância é tanto menor e tanto mais leve quanto
maior se evidencie o enobrecimento da alma, porquanto, pela difusão cutânea, o
corpo espiritual, através de sua extrema porosidade, nutre-se de produtos
sutilizados ou sínteses quimio-eletromagnéticas, hauridas no reservatório da
Natureza e no intercâmbio de raios vitalizantes e reconstituintes do amor com
que os seres se sustentam entre si.
Essa
alimentação psíquica, por intermédio das projeções magnéticas trocadas entre
aqueles que se amam, é muito mais importante que o nutricionista do mundo possa
imaginar, de vez que, por ela, se origina a ideal euforia orgânica e mental da
personalidade. Daí porque toda criatura tem necessidade de amar e receber amor
para que se lhe mantenha o equilíbrio geral.
De qualquer
modo, porém, o corpo espiritual com alguma provisão de substância específica ou
simplesmente sem ela, quando já consiga valer-se apenas da difusão cutânea para
refazer seus potenciais energéticos, conta com os processos da assimilação e da
desassimilação dos recursos que lhe são peculiares, não prescindindo do
trabalho de exsudação dos resíduos, pela epiderme ou pelos emunctórios normais,
compreendendo-se, no entanto, que pela harmonia de nível, nas operações
nutritivas, e pela essencialização dos elementos absorvidos, não existem para o
veículo psicossomático determinados excessos e inconveniências dos sólidos e
líquidos da excreta comum”.
Dessa
explicação de André Luiz, podemos concluir alguns pontos a respeito da
alimentação daqueles que habitam a dimensão vibratória “Mundo Espiritual”:
I – Conforme
a mente esteja viciada na alimentação grosseira desta dimensão (a nossa), ao
desencarnar, naturalmente a pessoa possuirá a necessidade de uma alimentação
parecida. Nesse caso, se a pessoa não foi beneficiada com uma desencarnação
assistida, ficará, em regra, próximo aos seus afins encarnados, absorvendo as
vibrações emanadas da alimentação deles, até que um dia receba alguma espécie
de socorro espiritual, do contrário passará anos e poderá até desenvolver
quadro de obsessão.
Porém, se a
desencarnação foi assistida por amigos espirituais (e isso ocorre quando há
méritos, méritos adquiridos na prática do bem/caridade), a pessoa será levada a
um Hospital (ou instituto similar) na outra dimensão, onde receberá ajuda
necessária. Caso, a pessoa ainda esteja “viciada” na alimentação grosseira, ela
receberá preparados que imitam a sensação da alimentação terrena.
No livro
“Senhores da Escuridão”, de Robson Pinheiro, espírito Ângelo Inácio, há a explicação
de que há preparados que imitam até mesmo o sabor da carne animal.
Porém, esta
alimentação mais pesada vibracionalmente somente ocorre nas faixas vibratórias
mais densas do “Mundo Espiritual”. Ou seja, para ascender para faixas
vibratórias mais sutis, torna-se necessário depurar também a alimentação.
II – Há
locais apropriados para ajudar na adaptação alimentar, auxiliando na transição
da alimentação mais grosseira para a mais sutil.
III – Todo
pensamento emite vibrações e estas vibrações também são formas de alimentação.
Disso resulta que nosso corpo espiritual absorve as vibrações afins, fato que
ocorre inclusive quando estamos encarnados repercutindo nos corpo físico .
IV – Da
mesma forma que aqui, lá também há a necessidade de expelir os excessos de
alimentos não absorvidos pelo corpo espiritual (veículo físico da dimensão
vibratória “mundo espiritual”).
Ocorre que,
quanto mais sutil for a alimentação, mais sutil e diferente será a forma de
expelir esses excesso (dispensando, conforme o nível atingido, os procedimentos
adotados por nós). O que, via contrária, leva-nos ao fato de que aqueles
desencarnados que se alimentam das comidas densas (preparados que imitam a
alimentação dos encarnados), possuirão as necessidades fisiológicas iguais às
nossas, os encarnados.
Autor: Breno
Costa
terça-feira, 15 de novembro de 2016
“MATERIALIZAÇÃO DE ESPÍRITOS”
Fenômeno
mediúnico de efeitos físicos:
As ações
desenvolvidas pelos efeitos dessa mediunidade afetam o ambiente material e, por
isso, são denominados de efeitos físicos. Os fenômenos de efeitos físicos
resultam da ação dos espíritos sobre os fluidos até chegar a produzir
resultados perceptíveis no mundo material. Os efeitos dessa mediunidade são
percebidos por qualquer pessoa que os possa presenciar.
O efeito
físico é o resultado da combinação dos fluidos do espírito, do o ectoplasma do
médium e os fluidos do ambiente. Com esses três elementos o espírito gera o
fenômeno, o anima e controla pelo pensamento.
Fluidos:
André Luiz,
no livro Domínios da Mediunidade, afirma que o fluido é um material leve e
plástico, necessário para a materialização. Podemos dividi-lo em três elementos
essenciais: fluidos A, representando as forças superiores e sutis da esfera
espiritual (são, geralmente, os mais puros); fluidos B, nascidos da atuação dos
companheiros encarnados e, muito notadamente, do médium; e fluidos C,
constituindo energias tomadas à Natureza terrestre (são os mais dóceis).
Os Espíritos
agem sobre os fluidos, intencionalmente ou não, conforme o esclarecimento e a
evolução.
As formações
fluídicas são geradas pelo pensamento e dependem da capacidade de cada um ter
mais ou menos potencialidade de criar formas através da manipulação de fluidos.
Podem
aglomerar, dirigir, modificar e até combinar entre si para obter resultados ou
conferir-lhes propriedades.
É assim que,
no campo espiritual, as “coisas” são plasmadas (formadas).
Materialização
(ou Ectoplasmia):
Fenômeno
pelo qual os espíritos constroem algo material (objeto ou corpo) a partir da
manipulação do ectoplasma, em combinação com os fluidos do ambiente e do
espírito.
Para que o
fenômeno de materialização de espíritos aconteça, é necessário a presença do
médium de efeitos físicos e a presença de um componente especial denominado de
ectoplasma.
Chama-se de
médium de efeito físico aquele que tem a faculdade que permite ceder ectoplasma
em quantidade suficiente para possibilitar aos espíritos o seu uso em
combinação com outros fluidos (os do espírito e do ambiente), visando produzir
ações e resultados sobre o mundo material.
O Ectoplasma:
O ectoplasma
é uma substância que se acredita que seja força nervosa e tem propriedades de
interagir com o mundo físico. É um elemento amorfo, mas de grande potência e
vitalidade, servindo de alavanca para interagir os planos físicos e espiritual.
Infinitamente plástico, dá forma parcial ou total às entidades que se fazem
visíveis.
É uma
substância delicadíssima, que se situa entre o perispírito e o corpo físico,
assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo, e é recurso
peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da Natureza.
Pode ser
usado pelo ser humano para liberá-lo, produzindo vários fenômenos. É de difícil
manipulação, exige treinamento e técnicas para que os espíritos possam se
utilizar desse fluido.
O médium em
transe fornece o ectoplasma necessário para o fenômeno. O ectoplasma flui para
fora do corpo do médium pelos orifícios naturais do organismo humano. Os
espíritos combinam este ectoplasma com os fluidos retirados do ambiente
(plantas, animais etc) e moldam as formas e os corpos desejados.
No processo
de materialização, o corpo físico do médium, prostrado, sob o domínio dos
técnicos do plano espiritual, expele o ectoplasma, qual pasta flexível, à maneira
de uma geléia viscosa e semiliquida, através de todos os poros e, com mais
abundância, pelos orifícios naturais - particularmente da boca, das narinas e
dos ouvidos - com elevada percentagem a exteriorizar-se igualmente do tórax e
das extremidades dos dedos.
Durante o
fenômeno o médium apresenta sensível perda de peso (matéria) e sensações de
frio. É desgastante e requer muito cuidado para que a experiência não afete a
saúde do médium. Deve ser realizado em um ambiente escuro (a luz afeta o
ectoplasma) e tranquilo, e não deve-se tocar no médium durante o transe.
Ao final da
manifestação o corpo ou objeto materializado se dissolve e os seus elementos
retornam aos corpos de origem.
Fonte:
Espiritas na Net.
Sugestão de
livros que tratam sobre ectoplasma e materialização:
Análise das
Coisas - Paul Gibier
A alma é
Imortal- Gabriel Delane
Mediunidade
- J. Herculano Pires
Libertação -
André Luiz / Chico Xavier
Pensamento e
Vontade - Ernesto Bozzano
Parapsicologia
Hoje e Amanhã - J. Herculano Pires
Curso
Dinâmico de Espiritismo - J. Herculano Pires
Domínios da
Mediunidade - André Luiz / Chico Xavier
Evolução em
Dois Mundos - André Luiz / Chico Xavier
Espirito,
Perispírito e Alma - Hernani Guimarães Andrade
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
“ANTES DE REENCARNAR ESCOLHEMOS AS PROVAS QUE VAMOS PASSAR NO MUNDO FÍSICO? ”
No estado
errante, antes de nova existência corpórea, o Espírito tem consciência e
previsão do que lhe vai acontecer durante a vida?
— Ele mesmo
escolhe o gênero de provas que deseja sofrer; nisto consiste o seu
livre-arbítrio.
Não é Deus quem lhe impõe as tribulações
da vida, como castigo?
— Nada
acontece sem a permissão de Deus, porque foi ele quem estabeleceu todas as leis
que regem, o Universo. Perguntareis agora por que ele fez tal lei em vez de tal
outra! Dando ao Espírito a liberdade de escolha, deixa-lhe toda a
responsabilidade dos seus atos e das suas consequências; nada lhe estorva o
futuro; o caminho do bem está à sua frente, como o do mal. Mas se sucumbir,
ainda lhe resta uma consolação, a de que nem tudo se acabou para ele, pois
Deus, na sua bondade, permite-lhe recomeçar o que foi malfeito. É necessário
distinguir o que é obra da vontade de Deus e o que é da vontade do homem. Se um
perigo vos ameaça, não fostes vós que o criastes, mas Deus; tivestes, porém, a
vontade de vos expordes a ele, porque o considerastes um meio de adiantamento;
e Deus o permitiu.
Se o Espírito escolhe o gênero de provas
que deve sofrer, todas as tribulações da vida foram previstas e escolhidas por
nós?
— Todas,
não, pois não se pode dizer que escolhestes e previstes tudo o que vos acontece
no mundo, até as menores coisas. Escolhestes o gênero de provas; os detalhes
são consequências da posição escolhida, e frequentemente de vossas próprias
ações. Se o Espírito quis nascer entre malfeitores, por exemplo, já sabia a que
deslizes se expunha, mas não conhecia cada um dos atos que praticaria; esses
atos são produtos de sua vontade ou do seu livre-arbítrio. O Espírito sabe que,
escolhendo esse caminho, terá de passar por esse gênero de lutas; e sabe de que
natureza são as vicissitudes que irá encontrar; mas não sabe quais os
acontecimentos que o aguardam. Os detalhes nascem das circunstâncias e da força
das coisas. Só os grandes acontecimentos, aqueles que influem no destino, estão
previstos. Se tomas um caminho cheio de desvios, sabes que deves ter muitas
precauções, porque corres o perigo de cair, mas não sabes quando cairás, e pode
ser que nem caias, se fores bastante prudente. Se, ao passar pela rua, uma
telha te cair na cabeça, não penses que estava escrito, como vulgarmente se
diz.
Como o Espírito pode querer nascer entre
gente de má vida?
— E
necessário ser enviado ao meio em que possa sofrera prova pedida. Pois bem, o
semelhante atrai o semelhante, e para lutar contra o instinto do bandido é
preciso que ele se encontre entre gente dessa espécie.
Se não houvesse gente de má vida na Terra,
o Espírito não poderia encontrar nela o meio necessário a certas provas?
— E
deveríamos lamentar isso ? É o que acontece nos mundos superiores, onde o mal
não tem acesso. É por isso que neles só existem bons Espíritos. Fazei que o
mesmo aconteça, bem logo, em vossa Terra.
O Espírito, nas provas que deve sofrer
para chegar à perfeição, terá de experimentar todos os gêneros de tentações?
Deverá passar por todas as circunstâncias que possam provocar-lhe o orgulho, o
ciúme, a avareza, a sensualidade etc.?
— Certamente
não, pois sabeis que há os que tomam desde o princípio um caminho que os afasta
de muitas provas. Mas aquele que se deixa levar pelo mau caminho, corre todos
os perigos do mesmo. Um Espírito pode pedir a riqueza e esta lhe será dada;
então, segundo o seu caráter, poderá tornar-se avarento ou pródigo, egoísta ou
generoso, ou ainda entregar-se a todos os prazeres da sensualidade. Mas isso
não quer dizer que ele devia passar forçosamente por todas essas tendências.
Como pode o Espírito que, em sua origem, é
simples, ignorante e sem experiência escolher uma existência com conhecimento
de causa e ser responsável pela sua escolha?
— Deus supre
a sua inexperiência, travando-lhe o caminho que deve seguir, como fazes com uma
criança desde o berço. Mas deixa-lhe pouco a pouco a liberdade de escolher, à
medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve. E então que ele muitas vezes se
extravia, tomando o mau caminho, por não ouvir os conselhos dos bons Espíritos.
É a isso que podemos chamar a queda do homem.
Quando o
Espírito goza do seu livre-arbítrio, a escolha da existência corpórea depende sempre
exclusivamente da sua vontade ou essa existência pode lhe ser imposta pela
vontade de Deus, como expiação?
– Deus sabe
esperar: não precipita a expiação. Entretanto, pode impor certa existência a um
Espírito, quando este, por sua inferioridade ou má vontade, não está apto a
compreender o que lhe seria mais proveitoso, e quando vê que essa existência
pode servir para a sua purificação, o seu adiantamento, e ao mesmo tempo
servir-lhe de expiação.
O Espírito faz a escolha imediatamente
após a morte?
– Não, pois
muitos creem na eternidade das penas e, como já vos foi dito, isso é um
castigo.
O que
orienta o Espírito na escolha das provas?
– Ele
escolhe as que podem servir de expiação, segundo a natureza de suas faltas, e
fazê-lo adiantar mais rapidamente. Uns podem impor-se uma vida de misérias e
provações para tentar suportá-la com coragem outros querem experimentar as
tentações da fortuna e do poder, bem mais perigosas pelo abuso e o mau emprego
que se lhes pode dar e pelas más paixões que desenvolvem; outros, enfim, querem
ser provados nas lutas que terão de sustentar no contato com o vício.
Se alguns dos Espíritos escolhem o contato
com o vício como prova, há os que o escolhem por simpatia e pelo desejo de
viver num meio adequado aos seus gostos, ou para poderem entregar-se livremente
às suas inclinações materiais?
— Há, por
certo, mas só entre aqueles cujo senso moral é ainda pouco desenvolvido; a
prova decorre disso, e eles a sofrem por tempo mais longo Cedo ou tarde,
compreenderão que a satisfação das paixões brutais tem para eles consequências
deploráveis, que terão de sofrer durante um tempo que lhes parecerá eterno.
Deus poderá deixá-los nesse estado até que eles tenham compreendido suas
faltas, pedindo por si mesmos o meio de resgatá-las em provas proveitosas.
Não parece natural que os Espíritos
escolham as provas menos penosas?
– Para vós,
sim; para o Espírito, não. Quando ele está liberto da matéria, cessa a ilusão,
e a sua maneira de pensar é diferente
O homem, submetido na Terra à influência
das ideias carnais, só vê nas suas provas o lado penoso. É por isso que lhe
parece natural escolher as que, do seu ponto de vista, podem subsistir com os
prazeres materiais. Mas na vida espiritual ele compara os prazeres fugitivos e
grosseiros com a felicidade inalterável que entrevê, e então, que lhe importam
alguns sofrimentos passageiros? O Espírito pode escolher a prova mais rude, e
em consequência a existência mais penosa, com a esperança de chegar mais
depressa a um estado melhor, como o doente escolhe muitas vezes o remédio mais
desagradável, para se curar mais rapidamente. Aquele que deseja ligar o seu
nome à descoberta de um país desconhecido, não escolhe um caminho coberto de
flores, pois sabe os perigos que corre, mas sabe também a glória que o espera,
se for feliz.
A doutrina da liberdade de escolha das
nossas existências e das provas que devemos sofrer deixa de parecer
extraordinária, quando se considera que os Espíritos, libertos da matéria,
apreciam as coisas de maneira diferente da nossa. Eles anteveem o fim, e esse
fim lhes parece muito mais importante que os prazeres fugidios do mundo. Depois
de cada existência, veem o progresso que fizeram e compreendem quanto ainda
lhes falta em pureza, para o atingirem. Eis porque se submetem voluntariamente
a todas as vicissitudes da vida corpórea, pedindo eles mesmos aquelas que podem
fazê-los chegar mais depressa. Não há, pois, motivo para nos admirarmos de que
o Espírito não dê preferência à existência mais suave. No seu estado de
imperfeição, ele não pode desfrutar a vida sem amarguras, que apenas entrevê. E
é para atingi-la que procura melhorar-se.
Não vemos diariamente exemplos de coisas
parecidas? O homem que trabalha uma parte de sua vida, sem tréguas nem
descanso, a fim de ajuntar o necessário para o seu bem-estar. não desempenha
uma tarefa que se impôs, com vistas a um futuro melhor? O militar que se
oferece para uma missão perigosa, o viajante que não enfrenta menores perigos,
no interesse da Ciência ou de sua própria fortuna, não se submetem a provas
voluntárias, que devem proporcionar-lhes honra e proveito, se as vencerem? A
que o homem não se submete e não se expõe, pelo seu interesse ou pela sua
glória? Todos os concursos não são provas voluntárias para melhorar na carreira
escolhida? Não se chega a nenhuma posição social de elevada importância, nas
ciências, nas artes, na indústria, sem passar pela série de posições
inferiores, que são outras tantas provas.
A vida humana é, assim, o decalque da vida
espiritual. Nela encontramos, em menor escala, todas as peripécias daquela. Se
na vida terrena escolhemos muitas vezes as provas mais difíceis, com vistas a
um fim mais elevado, por que o Espírito, que vê mais longe, e para quem a vida
do corpo é apenas um incidente fugaz, não escolherá uma existência penosa e
laboriosa, se ela o deve conduzir a uma felicidade eterna? Aqueles que dizem
que, se pudessem escolher a sua existência, teriam pedido a de príncipes ou
milionários, são como os míopes que não veem o que tocam, ou como as crianças
gulosas, que respondem, quando perguntamos que profissão preferem: pasteleiros
ou confeiteiros.
Da mesma maneira, o viajante, no fundo de
um vale nevoento, não vê a extensão nem os pontos extremos da sua rota; mas,
chegando ao cume da montanha, seu olhar abrange o caminho percorrido e o que
falta percorrer, vê o final de sua viagem, os obstáculos que ainda tem de
vencer, e pode então escolher com mais segurança os meios de o atingir. O
Espírito encarnado é como o viajante no fundo do vale; desembaraçado dos liames
terrestres, é como o que atingiu o cume. Para o viajante, o fim é o repouso
após a fadiga; para o Espírito, é a felicidade suprema, após as tribulações e
as provas.
Todos os Espíritos dizem que, no estado
errante, buscam, estudam, observam, para fazerem suas escolhas. Não temos um
exemplo disso na vida corpórea? Não buscamos muitas vezes, através dos anos, a
carreira que livremente acabamos por escolher, porque a achamos a mais
apropriada aos nossos objetivos? Se fracassamos numa, procuramos outra. Cada
carreira que abraçamos é uma fase, um período da vida. Não empregamos cada dia
em escolher o que faremos no outro? Ora, o que são as diferentes existências
corpóreas para o Espírito, senão fases, períodos, dias da sua vida espírita
que. como sabemos, é a vida normal, não sendo a vida corpórea mais do que
transitória, passageira?
O Espírito poderia fazer a sua escolha
durante a vida corporal?
— Seu desejo
pode ter influência. Isso depende da intenção. Mas, no estado de Espírito,
frequentemente vê as coisas de maneira diferente. É o Espírito quem faz a
escolha. Mas, ainda assim, ele pode fazê-la nesta vida material, porque o
Espírito tem sempre os momentos em que se liberta da matéria.
Muitas
pessoas desejam grandezas e riquezas, mas não o será, por certo, como expiação
nem como prova?
— Sem
duvida; a matéria deseja essa grandeza, para gozá-la, e o Espírito a deseja,
para conhecer-lhe as vicissitudes.
Até que
chegue ao estado de perfeita pureza, o Espírito tem de passar constantemente
por provas?
— Sim, mas
elas não são como as entendeis. Chamais provas às tribulações materiais; ora, o
Espírito, chegando a um certo grau, mesmo sem ser perfeito, não tem mais nada a
sofrer. Mas tem sempre deveres que o ajudam a se aperfeiçoar, e que não são
penosas para ele, a não ser os de ajudar os outros a se aperfeiçoarem.
O Espírito
pode enganar-se, quanto à eficácia da prova que escolher?
— Pode
escolher uma que esteja acima de suas forças, e então sucumbe. Pode também
escolher uma que não lhe dê proveito algum, como um gênero de vida ocioso e
inútil. Mas, nesse caso, voltando ao mundo dos Espíritos, percebe que nada
ganhou, e pede para recuperar o tempo perdido.
Ao que se
devem as vocações de certas pessoas e sua vontade de seguir uma carreira em vez
de outra?
– Parece-me
que podeis responder por vós mesmos a esta questão. Não é a consequência de
tudo o que dissemos sobre a escolha das provas sobre o progresso realizado numa
existência anterior?
Quando o
Espírito estuda, na erraticidade, as diversas condições em que poderá progredir,
como julga poder fazê-lo, se nascer entre canibais?
— Não são os
Espíritos já adiantados que nascem entre os canibais, mas os Espíritos da mesma
natureza dos canibais, ou que lhes são inferiores.
Sabemos que os nossos antropófagos não
estão no último grau da escala, e que há mundos onde o embrutecimento e a
ferocidade ultrapassam tudo o que existe na Terra. Esses Espíritos são,
portanto, ainda inferiores aos mais inferiores do nosso mundo, e vir para o
meio dos nossos selvagens é para eles um progresso, como seria um progresso
para os nossos antropófagos exercer entre nós uma profissão que não os
obrigasse a derramar sangue. Se eles não visam a mais alto, é porque a sua
inferioridade moral não lhes permite compreender um progresso mais completo. O
Espírito não pode avançar senão gradualmente; não pode transpor de um salto a
distância que separa a barbárie da civilização. E está nisso uma necessidade da
reencarnação. que se mostra verdadeiramente de acordo com a justiça de Deus. De
outra maneira, em que se transformariam esses milhões de seres que morrem
diariamente no último estado de degradação, se não tivessem meios de se elevar?
Por que Deus os teria deserdado dos favores concedidos aos demais?
Os Espíritos
procedentes de um mundo inferior à Terra, ou de um povo muito atrasado, como os
canibais, poderiam nascer entre os povos civilizados?
— Sim, há os
que se extraviam ao quererem subir muito alto, mas ficam deslocados entre vós,
porque têm hábitos e instintos que se chocam com os vossos.
Esses seres
nos dão o triste espetáculo da ferocidade em meio da civilização. Retornando
para o meio dos canibais, isso não será um retrocesso, pois não farão mais do
que retomar o seu lugar e talvez ainda com proveito.
Um homem
pertencente a uma raça civilizada poderia, por expiação, reencarnar-se num raça
selvagem?
— Sim, mas
isso depende do gênero da expiação. Um senhor que tenha sido duro para os seus
escravos poderá tornar-se escravo e sofrer os maus tratos que infligiu a
outrem. Aquele que mandou numa época, pode, em outra existência, obedecer aos
que se curvaram ante a sua vontade. É uma expiação, se ele abusou do poder, e
Deus pode determiná-la. Um bom Espírito pode, para os fazer avançar, escolher
uma vida de influência entre esses povos. Então se trata de uma missão.
FONTE: O
livro dos Espíritos. Allan Kardec
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