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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

"COMO ACONTECE A NOSSA EVOLUÇÃO ESPIRITUAL"

Deus criou o Universo. Dentro desse Universo há vários mundos. Estes mundos são criados gradativamente juntamente com seus habitantes. Muitos planetas foram criados antes do nosso planeta Terra. Assim como outros ainda serão criados. Portanto, outros Espíritos evoluíram antes de nós. Um desses Espíritos é Jesus. Ele evoluiu em outro planeta antes do nosso ser criado. Quando Ele estava muito evoluído, Deus o incumbiu de acompanhar o nascimento e desenvolvimento do planeta Terra.
Nosso planeta teve sua origem há mais ou menos 4,5 bilhões de anos e tudo era uma massa incandescente não possibilitando haver vida.
No decorrer de milhões de anos, a massa incandescente foi esfriando e foram se formando os elementos que existem hoje em nosso planeta: o ar, a água, as rochas, o solo, as plantas, os animais e o homem.
A vida apareceu há mais ou menos 3,5 bilhões de anos, portanto, um bilhão de anos após o início da formação da Terra. Afirma-se que a primeira forma de vida surgiu na água sob forma de seres minúsculos extremamente simples. Estes foram se tornando cada vez mais complexos e deram origem às células, depois às plantas e aos animais invertebrados que habitavam o mar. Mais tarde, a vida se fixou sobre a terra firme e depois no ar.
É fantástica a marcha de surgimento de diferentes formas de vida sobre a Terra: microrganismos, plantas, peixes, répteis, aves, mamíferos.
Ao longo de muito tempo, os seres sofreram transformações sucessivas, dando origem a várias espécies. Esse processo chama-se EVOLUÇÃO.
Mas, após os répteis, surgem os animais horrendos das eras primitivas, os dinossauros. Emmanuel, no livro A Caminho da Luz disse que a Natureza tornou-se uma grande oficina de ensaios monstruosos. Os trabalhadores do Cristo analisaram a combinação prodigiosa dos complexos celulares, cuja formação eles próprios haviam delineado, então, aperfeiçoaram a máquina celular no limite possível em face das leis físicas do globo. Foi então que eles desapareceram para sempre da fauna terrestre.
Os primeiros seres humanos surgiram sobre a Terra há aproximadamente 3 milhões de anos. Parece muito, mas não é, se considerarmos que a vida no planeta tem mais de 3 bilhões de anos.
Nós espíritas concordamos com a teoria de Charles Darwin, mas ele deteve-se na evolução da forma física e Kardec deu continuidade mostrando que o corpo evolui conforme a evolução espiritual através da reencarnação.
De acordo com o Gênesis (o primeiro livro bíblico), o mundo, os animais e o homem foram criados diretamente por Deus durante uma semana.
Essa descrição é de uns 3 mil anos atrás, época em que o homem não tinha os conhecimentos científicos de hoje.
Atualmente, a narrativa da criação do mundo seria bem diferente. Mas num ponto ela continuará igual: Deus é o criador de tudo o que existe.
Tudo começa pelo átomo; do átomo passamos a ser um mineral; do mineral passamos a ser um vegetal; do vegetal passamos a ser um animal; do animal passamos a seres humanos; e enfim, de seres humanos passaremos a arcanjos. Por milênios e milênios de evolução experimentamos graus inferiores até conquistarmos a inteligência. Entre o irracional e o homem, há longos caminhos a percorrer.
Não fomos criados todos ao mesmo tempo, porque Deus cria incessantemente, por isso é natural que encontremos Espíritos, encarnados e desencarnados em graus de evolução diferentes.
Quando um cachorro, por exemplo, der sinal de inteligência, não continuará mais aqui na Terra, que não lhe oferecerá condições; ao desencarnar o Espírito desse cachorro irá para mundos em começo de evolução. Após cachorro, reencarnará no corpo de um primata aprendendo a andar de pé, a usar as mãos. Depois reencarnará num planeta primitivo, cujos moradores são espíritos que moram em cavernas. E assim, evoluirá com o planeta, assim como ocorreu com nós. Fomos moradores das cavernas, desencarnamos e aprendemos no plano espiritual alguma coisa; reencarnamos e voltamos melhor, com mais conhecimento; desencarnamos e encarnamos várias vezes até sairmos da caverna e nos tornarmos seres mais evoluídos, buscando cada vez mais o crescimento espiritual. Nosso planeta já foi um mundo primitivo e está passando de provas e expiações para regeneração. Enquanto isso, outros mundos estão sendo criados e com ele passando por todo processo de evolução deles e dos seres que nele aparecerem.
Cada planeta é habitado por Espíritos com grau evolutivo correspondente ao planeta.
Allan Kardec classifica os planetas em:

1) Primitivos: onde os espíritos realizam suas primeiras encarnações.

2) De provas e de Expiações: onde predomina o mal, porque há muita ignorância; aí, as pessoas sofrem as conseqüências dos erros praticados (expiação) ou passa por experiências, testes, testemunhos (provas). A Terra é um mundo assim.

3) De Regeneração: neles não há mais a expiação, mas ainda há provas pelas quais o espírito tem de passar para consolidar as conquistas evolutivas que fez e desenvolver-se mais. São mundos de transição entre os mundos de expiação e os que vêm a seguir.

4) Ditosos ou Felizes: nestes mundos predomina o bem, porque seus moradores são espíritos mais evoluídos; há muito bem-estar e progresso geral.

5) Divinos ou Celestes: onde o bem sem qualquer mistura e a felicidade é absoluta, como obra sublime dos seus moradores: os puros espíritos.

Compilação de Rudymara retirados dos livros "A Gênese" de Kardec; "O Evangelho segundo o Espiritismo"; "A Caminho da luz" de Emmanuel; "Espiritismo, uma nova era" de Richard Simonetti.


“ACEITAÇÃO “

Uma das lições mais difíceis que precisamos aprender durante nossa vida é a aceitação. O que quer que estejamos vivendo, por mais doloroso que seja, será mais facilmente suportado se conseguirmos aceitá-lo com todo o nosso coração. Mas, chegar a este estágio, não é algo que aconteça repentinamente, ou sem alguma resistência de nossa parte. Ao contrário, quando um acontecimento nos causa grande sofrimento, tendemos a rejeitá-lo com todas as forças e a sermos invadidos pelos sentimentos de inconformismo e revolta. Somente quando conseguimos alcançar um estado de consciência no qual percebemos de modo claro que todas as situações que vivenciamos são providenciadas pela existência, porque constituem lições essenciais ao nosso crescimento interior, é que o processo da aceitação começa a se tornar natural. Até que isto aconteça, experimentamos inúmeras crises que, em sua maioria, tornam ainda mais duras as provas que temos de enfrentar. A maturidade e a sabedoria trazem consigo o precioso dom da aceitação. A partir do momento em que as desenvolvemos, a vida se torna um caminhar mais tranquilo, onde vamos enxergando em cada fato uma lição a ser aprendida. Quanto mais cedo chegarmos a este entendimento, maiores serão as chances de nos libertarmos da angustia e do inconformismo. Qualquer situação em que você esteja, é uma situação dada por Deus - não a rejeite.. É uma oportunidade, uma ocasião para crescer. Se você escapa da oportunidade, você não crescerá. As pessoas que vão para as cavernas do Himalaia e começam a viver lá, tornam-se muito ligados às cavernas, permanecem não crescidas. Eles permanecem infantis. Eles não se tornam experientes. Se você as trouxer ao mundo, elas vão ser destruídas, não serão capazes de suportar. ... Sim, é bom de vez em quando se mover para as montanhas, é bonito. Mas, tornar-se viciada, começar a pensar em renunciar ao mundo é totalmente errado - porque é nas tempestades do mundo que surge a integridade. É nos desafios do mundo que se cristalizam. Lu-tsu disse: aceite a situação em que você está. Deve ser a situação ideal para você, por isso você está nela. A existência cuida de você. Ela é dada a você não sem uma razão. Não é por acaso. Nada é acidental. Tudo o que você precisa é dado a você. Se fosse a sua necessidade estar no Himalaia, você teria estado no Himalaia. E quando surgir a necessidade, você vai achar que você quer ir para o Himalaia ou o Himalaia virá até você. Acontece... quando o discípulo está pronto, o mestre chega. E quando o seu silêncio interior está pronto, Deus chega. E o que for necessário no caminho é sempre fornecido; A existência cuida como mãe. Então, não se preocupe. Em vez disso, aproveite a oportunidade. Este mundo de desafios - esta agitação constante no exterior - tem de ser usado. Você tem que ser uma testemunha disso, vê-lo. Aprenda a não ser por ele afetado. Aprenda a permanecer inalterado, tocado por ele - como uma folha de lótus na água. E então você será grato, porque é só por estar alerta de todo o tumulto que um dia, de repente, "os deuses estão no vale." Você vê o desaparecimento do mercado, muito longe, tornando-se um eco. Esse crescimento é real. E se você pode ser meditativo nas ocupações normais da vida, não há nada que não possa acontecer com você. A luz vai começar a circular, apenas seja vigilante. Medite na parte da manhã e, em seguida, fique perto de seu centro. Caminhe pelo mundo, mas mantenha-se perto do seu centro, vá lembrando-se de si mesmo. Permaneça consciente do que você está fazendo... E quando as coisas surgirem, aja, mas, não se identifique com a ação. Continue a ser um espectador... Faça o que for necessário, apenas como um reflexo. Faça o que for necessário, mas não se torne um fazedor, não se envolva com o fazer. Faça-o e finalize com ele, como um reflexo.

 OSHO..

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

“O CÂNCER NA VISÃO ESPÍRITA”

Recentemente, na Califórnia, nos Estados Unidos, Hannah Powell-Auslam, uma menina de 10 anos de idade, foi diagnosticada com câncer de mama, um caso considerado, extremamente, raro (carcinoma secretório invasivo). Os médicos fizeram uma mastectomia, mas o câncer se espalhou para um nódulo e Hannah terá que passar por outra cirurgia, ou por tratamento de radioterapia.
Outro caso instigante é o das duas gêmeas idênticas britânicas, diagnosticadas com leucemia, com apenas duas semanas de intervalo.
O drama das meninas Megan e Gracie Garwood, de 4 anos, começou em agosto de 2009. "Receber a notícia de que você tem três filhos e dois deles têm câncer é inimaginável", afirmou a mãe das meninas. "Você fica pensando o que fez para merecer isso". Câncer é uma palavra derivada do grego “karkinos”, a figura mitológica de um caranguejo gigante, escolhida por Hipócrates, para representar úlceras de difícil cicatrização e que, ao longo do tempo, consagrou-se como sinônimo genérico das neoplasias malignas. Há mais de cem tipos diferentes de câncer, que variam, ao extremo, em suas causas, manifestações e prognósticos.
Diferentemente do câncer em adultos, em que se leva em conta aspectos do comportamento como fumo, alcoolismo, alimentação, sedentarismo e exposição ao sol, a medicina, ainda, não conseguiu estabelecer os verdadeiros fatores de risco do câncer pediátrico.
Os casos de Hannah Powell-Auslam, Megan e Gracie Garwood bem que podem entrar nas estatísticas brasileiras do câncer infanto-juvenil, que atinge crianças e adolescentes de um a 19 anos.
Segundo pesquisa divulgada pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) e pela Sobop (Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica), o câncer é a doença que mais mata os jovens, na faixa dos cinco aos 18 anos, no Brasil. Pesquisa indica o surgimento de, aproximadamente, 10 mil casos de câncer infanto-juvenil, a cada ano, no Brasil, a partir do biênio 2008/2009.
O agravante é que o câncer, nos adolescentes, costuma ser mais agressivo do que nos adultos, e é mais difícil de ser diagnosticado, segundo Luiz Henrique Gebrin, Diretor do Departamento de Mastologia do Hospital Pérola Biynton, em São Paulo (SP).
- Será o câncer, então, uma obra do acaso, uma “punição divina” ou um “carma” do espírito?
Hoje, à luz da Ciência médica, pode-se afirmar que o fator predominante da carcinogênese é, sem dúvida, o comportamento humano: tabagismo, abuso de álcool, maus hábitos alimentares e de higiene, obesidade e sedentarismo, os quais são responsáveis por quatro, em cada cinco casos de câncer e por 70% do total de mortes. Os cânceres por herança genética pura, ou seja, que não dependem de fatores comportamentais e ambientais, são menos de 5% do total.
A experiência corrobora, pois, que o câncer é uma enfermidade, potencialmente, “cármica”.
Estamos submetidos a um mecanismo de causa e efeito que nos premia com a saúde ou corrige com a doença, de acordo com nossas ações.
A criança de hoje foi o adulto de antanho. “O corpo físico reflete o corpo espiritual que, por sua vez, reflete o corpo mental, detentor da forma”.
(1) “Os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem, trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endocrínicas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem, portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa.” (2)
“A cura para o câncer não deverá surgir nos próximos dez anos” (3) é o que afirma o articulista da Revista Time, Shannon Browlee.
Talvez os cientistas nunca encontrem uma única resposta, um único medicamento capaz de restaurar a saúde de todos os pacientes com câncer, porque um tumor não é igual ao outro.
Os espíritas sabem que não existem doenças e sim doentes. Em verdade, "todos os sintomas mentais depressivos influenciam as células em estado de mitose, estabelecendo fatores de desagregação.”
(4) Apesar dos consideráveis avanços tecnológicos, em busca do diagnóstico precoce e do tratamento eficaz, a Medicina e a Ciência, em geral, estão, ainda, distantes de dominarem o comportamento descontrolado das células neoplásicas.
Obviamente, não precisamos insistir na busca de vidas passadas para justificar o câncer: As estatísticas demonstram grande incidência de câncer no pulmão, em pessoas que fumam na atual encarnação.
Muitas formas de cânceres têm sua gênese no comportamento moral insano atual, nas atitudes mentais agressivas, nas postulações emocionais enfermiças. “O mau-humor é fator cancerígeno que ora ataca uma larga faixa da sociedade estúrdia.”
(5) O ódio, o rancor, a mágoa, a ira são tóxicos fulminantes no oxigênio da saúde mental e física, consomem a energia vital e abrem espaços intercelulares para a distonia e a instalação de doenças. São “agentes poluidores e responsáveis por distúrbios emocionais de grande porte, são eles os geradores de perturbações dos aparelhos respiratório, digestivo, circulatório. Responsáveis por cânceres físicos, são as matrizes das desordens mentais e sociais que abalam a vida”
(6) Falando sobre doença cármica, “o câncer pode, até, eliminar as sombras do passado, mas não ilumina a estrada do porvir. Isso depende de nossas ações, da maneira como arrostamos problemas e doenças.
Quando a nossa reação diante da dor não oprime aqueles que nos rodeiam, estamos nos redimindo, habilitados a um futuro luminoso. "Quando nos rendemos ao desequilíbrio ou estabelecemos perturbações em prejuízo contra nós (...), plasmamos nos tecidos fisiopsicossomáticos determinados campos de ruptura na harmonia celular, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade e, conseqüentemente, toda a zona atingida torna-se passível de invasão microbiana.”
(7) Outra situação complicada é o aborto que “oferece funestas intercorrências para as mulheres que a ele se submetem, impelindo-as à desencarnação prematura, seja pelo câncer ou por outras moléstias de formação obscura, quando não se anulam em aflitivo processo de obsessão.”
(8)O conhecimento espírita nos auxilia a transformar a carga mental da culpa, incrustada no perispírito, e nos possibilita maior serenidade ante os desafios da doença. Isso influenciará no sistema imunológico.
Os reflexos dos sentimentos e pensamentos negativos que alimentamos se voltam sobre nós mesmos, depois de transformados em ondas mentais, tumultuando nossas funções orgânicas.
Para todos os males e quaisquer doenças, centremos nossos pensamentos em Jesus, pois nosso bálsamo restaurador da saúde é, e será sempre, o Cristo.
Ajustemo-nos ao Evangelho Redentor, pois o Mestre dos mestres é o médico das nossas almas enfermas.

CENTRO ESPÍRITA MÉDICO UBIRAJARA LARA, 30 de novembro de 2012.

Fontes:
(1) Xavier, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos , ditado pelo espírito André Luis 15ª edição, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1997.
(2) Xavier Francisco Cândido. Religião dos Espíritos, Rio de Janeiro: 11ª Edição Ed. FEB - (Mensagem psicografada por em reunião pública de 03/07/1959)
(3) Transcrita em um caderno especial na Folha de São Paulo de 4 de novembro de 1999
(4) Xavier, Francisco Cândido. Pensamento e Vida, ditado pelo espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000
(5) Franco, Divaldo. Receita de Paz, ditado pelo espírito Joanna de Angelis, Salvador: Ed. Leal, 1999

(6) FRANCO, Divaldo Pereira. O Ser Consciente, Bahia, Livraria Espírita Alvorada Editora, 1993

“AUTISMO E ESPIRITISMO”

O autismo se caracteriza por um grave transtorno do desenvolvimento da personalidade, revelando uma perturbação característica das interações sociais, comunicação e comportamento. De uma maneira geral, a pessoa tem tendência ao isolamento, olhando de forma dispersa, sem responder satisfatoriamente aos chamados e demonstrando desinteresse pelas pessoas. O indivíduo, sem apresentar nenhum sinal físico especial, ostenta prejuízo severo de várias áreas da performance humana, acometendo principalmente as interações interpessoais, da comunicação e do comportamento global.
O paciente apresenta um sistema nervoso alterado, sem condições psico-neurológicas apropriadas para um adequado recebimento dos estímulos necessários, afetando seriamente seu desenvolvimento, exibindo incapacidade inata para o relacionamento comum com outras pessoas, como também desordens intensas no desenvolvimento da linguagem.
O comportamento do portador do transtorno autista é caracterizado por atos repetitivos (rotinas e rituais não funcionais, repertório restrito de atividades e interesses) e movimentos estereotipados, bem elaborados e intensos (saltos, balanceio da cabeça ou dos dedos, rodopios e outros). Podem, igualmente, ser observados alguns sintomas comportamentais como a hiperatividade, agressividade, inclusive contra si próprio, impulsividade e agitação psicomotora.
Até hoje esse distúrbio, permanente e severamente incapacitante, associado a algum grau de deficiência mental e acometendo mais o sexo masculino, é enigmático para a ciência, sem explicação convincente de sua causa e ausência de tratamento específico. Enquanto os pensadores se debatem em mil argumentos e justificativas, completamente envolvidos nas teias compactas da problemática síndrome, qual a contribuição que pode ser concedida pela ciência do espírito?
Einstein, certa feita, disse que "a ciência sem religião é manca, a religião sem a ciência é cega". O espiritismo se apresenta como uma religião natural, desprovida da presença do absolutismo sacerdotal, sem submissão a rituais e dogmas, apta a dar apoio e controle à ciência, completamente presa às leis da matéria e impossibilitada sozinha de explicar os mais misteriosos fenômenos.

Em verdade, a doutrina dos espíritos e a ciência humana se complementam uma pela outra. O excelso codificador do espiritismo, Allan Kardec, enfatizou que as descobertas da ciência glorificam Deus em lugar de diminuí-Lo e elas não destroem senão o que os homens estabeleceram sobre ideias falsas que fizeram Dele ("A Gênese'', pág. 40, FEB). (...)
A doutrina espírita ensina que somos artífices do nosso próprio destino (o acaso não existe). Quando nascemos com alguma deformidade, em verdade a mesma já existia antes em espírito, porque a criamos dentro de nós, em determinada vivência física. Então, o espírito é responsável por tudo que pensa e faz, subordinado à Lei de Causa e Efeito, divina por excelência. Se tivermos algo a expiar, a distonia arquivada, em nosso envoltório espiritual, propiciará a escolha da fita compatível e sua posterior gravação. Então, plasmamos em nosso ADN a informação codificada que trazemos em espírito; sendo, portanto, nossas deficiências originadas de nós mesmos, nunca obra do acaso e muito menos predeterminadas por uma divindade vingativa. Somos hoje o que construímos ontem: "A cada um segundo as suas obras''.
Ninguém nasce autista por acaso. A Justiça Divina é misericordiosa por excelência, propiciando ao infrator as benesses da retificação espiritual. Algumas teses espiritualistas relatam que o comportamento autista é decorrente do fato de o espírito não ter aceitado sua reencarnação. O Livro dos Espíritos, na questão 355, ensina que a aliança do espírito ao corpo não é definitiva, porquanto os laços que ao corpo o prendem são muito fracos, podendo romper-se por vontade do espírito, se este recua diante da prova que escolheu. Portanto, o espiritismo instrui que, nos casos de não aceitação da reencarnação, mediante o seu livre-arbítrio, a entidade se retira e acontece um aborto, denominado, pela ciência, de espontâneo.
Os déficits cognitivos severos, associados às profundas alterações no inter-relacionamento social, caracterizam o autista, apresentando uma forma de identificação profundamente diferente, resultante do mau uso das faculdades intelectivas, em existências anteriores, errando o ser, exatamente na dissimulação das emoções, estabelecendo relações afetivas baseadas no engodo, no fingimento, para manter suas posições sociais abastadas, no campo do poder social, igualmente na sedução sexual, utilizando o disfarce, a aparência enganadora, cobrindo com uma máscara psicológica a sua verdadeira personalidade, representando uma personagem falsa, enganando os circunstantes para auferir vantagens. Quantos indivíduos, exercendo cargos religiosos, políticos, militares e policiais, sem a preocupação de ajudar o próximo, assoberbados de vantagens pessoais, preocupados apenas com o seu próprio bem-estar, apresentam-se como falsos líderes, ludibriando a muitos, mas não conseguindo enganar a si próprios.
Na Parábola dos Talentos, Jesus alude aos que usaram seus dons, atributos, sem benefício para os semelhantes e, atormentados, posteriormente, pelo remorso, refletem um sofrimento que parece não ter fim (imagem simbólica do "fogo eterno"), recebendo a sentença que ressoa nos refolhos mais íntimos da consciência: "até o pouco que tem lhes será tirado".
O indivíduo autista representa alguém necessitado de muita atenção, carinho e amor, vindo ao mundo físico, em uma reencarnação essencialmente expiatória, totalmente desprovido do controle de suas emoções, com prejuízo acentuado na interação social, não desenvolvendo relacionamento eficaz com seus pares, fracasso marcante no contato visual direto, na expressão facial, na postura corporal, na tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas. Está agora sujeito às consequências de seus atos impensados do pretérito. De tanto não conceder o devido respeito às pessoas e de não conceber que os seres pensam e tem sentimentos, retorna com déficit e prejuízo da empatia, com intensa dificuldade de construir vínculos, sem se sentir atraído pelas pessoas e sem interesse em tentar falar, considerando o rosto humano muito complexo e confuso, difícil de se olhar. No pretérito, a todo o custo, buscava a fama, a glória, o entusiasmo dos aplausos, o ardor dos cumprimentos e abraços; hoje, com aparência desorientada devido a uma expressão sem emoção, vivencia experiências caóticas, com dificuldade imensa de estar fora do seu casulo particular, principalmente quando ouve o ruído de um grupo de pessoas, causando acentuada confusão nos seus sentidos, sem saber distinguir os estímulos e, muitas vezes, aguçada dificuldade em relação à sensibilidade tátil, sentindo-se sufocado com um simples aperto. Contudo, "Deus é Amor", proporcionando ao espírito imortal, diante da eternidade, a oportunidade da redenção espiritual.
Quando retornar à dimensão extrafísica, apresentar-se-á curado, sem mais o remorso lhe assenhoreando o íntimo, vivenciando a paz e agradecendo a valiosa oportunidade, dispensada a si próprio, de agora poder valorizar a utilização dos dons da comunicação e o talento do carisma, visando o bem estar do próximo e o seu próprio crescimento espiritual. A chance de ter tido uma existência difícil, quando se entretinha, enfileirando brinquedos e objetos, particularmente, pauzinhos, caixinhas, peças coloridas para encaixe, despertou dentro de si o potencial da humildade. Captando paulatinamente as vibrações amorosas de seus pais, familiares, amigos e abnegados terapeutas, assimilando-as intensamente, a carapaça da empáfia desabou e descobriu em plenitude o amor. Afinal, somos herdeiros do infinito e estamos ainda iniciando nossa jornada evolutiva no rumo das estrelas grandiosas e incomensuráveis do universo.
Fonte: Américo Domingos Nunes Filho/ Correio Espírita


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

“QUEM É O ESPÍRITO SANTO?"

Quem se defronta com os textos bíblicos sem os subsídios proporcionados pela Doutrina Espírita, fica confuso, em muitas situações, como, por exemplo, no entendimento da identidade do chamado “Espírito Santo”. Em verdade, o Mestre Jesus, sabendo que suas instruções seriam falseadas, esquecidas e mal compreendidas, prometeu enviar, e assim o fez, o Consolador, a excelsa Doutrina Espírita que faz lembrar os seus sublimes ensinamentos. Ao mesmo tempo, revelou que todos os esclarecimentos seriam ofertados (“vos ensinará todas as coisas”), deixando evidente à posteridade que não pode dizer tudo devido ao intenso atraso evolutivo das criaturas daquela época (João XIV: 15-26).
Infelizmente, as traduções das letras do Evangelho não foram fiéis aos textos antigos, em grego, desde que é importante mencionar que o professor de Grego e Latim Carlos Torres Pastorino, na obra Sabedoria do Evangelho, ensina que, no idioma grego, a expressão “tò pneuma tò hágion” quer dizer “o Espírito, o Santo”, enquanto que “pneuma hágion”, sem o artigo definido “tò”, se refere a “um espírito santo”. O artigo indefinido não existe na língua grega.
Quando não há artigo definido, deve-se ler, em português, com artigo indefinido. Consequentemente, nesse caso, o certo é dizer “um Espírito Santo” e não “o Espírito Santo”. Em verdade, “um santo Espírito” está se referindo a um espírito superior, um bom espírito, tanto encarnado como desencarnado. Quando as letras bíblicas trazem, no grego, a expressão “tò pneuma tò hágion”, está havendo referência à presença de Deus em cada um de nós e em tudo, a centelha, o “Reino de Deus” ou emanação divina que nos possibilita a vida imortal.
Quase na sua totalidade, os escritos em grego do Evangelho que não apresentavam o artigo definido foram traduzidos erroneamente, sendo colocados os mesmos indevidamente. Em alguns casos, nem mesmo a expressão “pneuma hágion” estava presente e foi inserida equivocadamente, até mesmo acrescentando, além disso, o artigo definido, como no seguinte texto grifado: “Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. – Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (João, XIV: 15 a 17 e 26). Trata-se, portanto, de uma glosa marginal, também verificada nos versículos 7 e 8 do capítulo 5 da 1ª Epístola de João, com o propósito de tornar escriturística a asserção dogmática da chamada Santíssima Trindade.
Quanto a ser o “Espírito Santo” o próprio “Espírito da Verdade” ou o “Consolador”, deve-se ressaltar que o erudito professor Pastorino nega terminantemente essa possibilidade, alicerçada no Evangelho de João 14:26, relatando que a expressão grega “tò pneuma tò hágion” (“o Espírito Santo”) aparece apenas uma vez no Evangelho de João e, segundo ele, “assim mesmo, em apenas alguns códices tardios, havendo forte suspeição de haver sido acrescentada posteriormente” (Sabedoria do Evangelho, 5º vol., Pregar sem Medo). A identidade entre o Espírito Santo e o Espírito da Verdade ou o Consolador é, portanto, segundo Pastorino, uma farsa, relatando que no texto de João não há a expressão “Espírito Santo” nem, menos ainda, as palavras “um espírito santo”.
O que se verificou, em Pentecostes, foi um fenômeno mediúnico de grande porte:
Já no episódio a respeito do dia de Pentecostes, a presença do “Consolador”, igualmente, não se verificou, porquanto a expressão grega “tò pneuma tò hágion” (“o Espírito Santo”) não é achada nos textos gregos de “Atos dos Apóstolos”, enquanto que “pneuma hágion”, sem artigo definido, correspondendo a “um santo Espírito”, é encontrado. Logo, os apóstolos não ficaram, conforme está escrito: “cheios do Espírito Santo”, porquanto o certo é “cheios de um santo espírito”, caracterizando, deste modo, um fenômeno mediúnico de grande porte, assinalando a presença marcante de Jesus em espírito e a pujante faculdade paranormal verificada em seus discípulos, proporcionando o marcante intercâmbio com o além, inclusive se verificando a xenoglossia ou mediunidade poliglota, expressando os discípulos por meio de idiomas que não conheciam e pelo fato de os estrangeiros presentes em Jerusalém entenderem em seu próprio idioma o que estes diziam: "porque cada um os ouvia falar na sua própria língua" (Atos dos Apóstolos II: 6).
O Consolador Prometido veio, portanto, para que o entendimento das coisas espirituais não ficasse estagnado no tempo e no espaço, aprisionado nas teias retocadas das letras bíblicas (“a letra que mata”). Portanto, um dos princípios básicos do Espiritismo, a mediunidade, surge cristalina, ressurgindo das cinzas do dogmatismo. Em Éfeso, Paulo desenvolveu o intercâmbio mediúnico dos discípulos que já tinham sido batizados por João Batista: “Impondo-lhes as mãos, veio sobre eles um santo Espírito” (espíritos superiores). O texto é assaz esclarecedor: “e tanto falavam em línguas (fenômeno conhecido como xenoglossia) como profetizavam” (Atos 19:1-7). Houve a incorporação de entidades espirituais que, em transe mediúnico, discorriam em determinado idioma estrangeiro, em língua estranha ao conhecimento daqueles homens. Assim, igualmente, aconteceu no dia de Pentecostes, com todos os discípulos do Cristo.
O que é “o Espírito Santo”?
Segundo o saudoso escritor Herculano Pires, “O Espírito a que a Bíblia se refere em numerosos tópicos e que nos Evangelhos toma o nome de Espírito Santo é o Espírito de Deus em sua manifestação universal” (Livro Agonia das Religiões, cap. VII). A entidade espiritual Emmanuel relata que o Espírito Santo é “a centelha do espírito divino, que se encontra no âmago de todas as criaturas” (O Consolador, questão 303). Portanto, cada criatura alberga a Luz de Deus, “O Reino de Deus”, dentro de si mesmo (Divindade Imanente). Em verdade, o Espírito Santo é a presença de Deus em cada um de nós e em tudo. O espírito, no momento de sua formação cósmica, é contemplado com potencialidades cedidas pelo Criador, as quais deverão ser exteriorizadas durante o seu percurso evolutivo.
Jesus, Interrogado pelos fariseus, quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes e disse: "Não vem o reino de Deus de modo ostensível, nem dirão: ei-lo aqui ou ali; eis porque: o reino de Deus está dentro de vós" (Lucas 17:20-21).
Manifestação do Espírito Santo pela intuição
Um exemplo bem significativo da presença do Pai dentro de nós é observado quando no indivíduo, apresentando avanço na evolução, aflora uma faculdade intuitiva bem relevante. No Evangelho de Mateus está descrito um diálogo assaz esclarecedor, travado entre o Mestre e os apóstolos. Jesus pergunta: “Quem diz o povo ser o filho do homem? Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus (Cap. XVI: 13-17).
Naquele momento, em Pedro, manifestava-se a intuição. O “Eu Interior” ou “Eu Superior” ou “Reino de Deus” ou “Centelha Divina em Nós” exteriorizava-se, testemunhando a realidade da presença do “Ungido”, o Messias prometido no seio terreno.
O livro de Lucas cita um episódio ocorrido no interior do Templo de Jerusalem, no qual um homem portador de mediunidade – “Um santo espírito estava com ele” –, foi levado por seu guia espiritual – “movido pelo espírito” –, ao encontro com o menino Jesus e seus pais.
Importante destacar a tradução de Pastorino do grego, assim transcrito: “Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem esse justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel, e estava sobre ele um espírito santo, pelo qual espírito santo lhe fora revelado que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. E com o espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para fazer por este o que a lei ordenava”. Portanto, nos textos antigos em grego, não há o artigo definido “tò” e as traduções, relatando a presença de “O Espírito Santo”, estão equivocadas. O certo é “um espírito santo”, isto é, um ser espiritual superior, acompanhando Simeão.
Ao tomar o menino nos seus braços, Simeão atinge os píncaros da intuição, deixando exteriorizar, naquele momento o “Cristo Interno” ou o “Eu Divino” ou o “Espírito Santo dentro de si”, louvando a Deus, em um cântico, dizendo que já poderia morrer em paz, porquanto seus olhos “contemplaram a salvação de todos os povos, luz para revelação dos gentios e glória de Israel!”
Voltando-se para Maria, diz “este menino está destinado para queda e levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição”. Acrescenta, a seguir, que “uma espada de dor transpassará o coração da mãe de Jesus”. Simeão, em profundo êxtase, expande sua consciência, rompendo as fronteiras do tempo e do espaço, deixando exteriorizar o Espírito de Deus dentro de si (Lucas II: 25-35).
Paulo de Tarso, o grande Apóstolo dos Gentios, na Primeira Epístola aos Coríntios, arremata: “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da parte de Deus e que não sois de vós mesmos?” (1-Co. VI: 19).
O Consolador veio para os homens não ficarem mais órfãos, abrindo o horizonte da libertação humana, através do conhecimento da verdade que liberta, retirando as apertadas algemas da ignorância espiritual. “A Doutrina do Cristo não é mais prisioneira das Escrituras, mas ressonância das vozes do céu” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, introdução, item I). O próprio Mestre disse que voltaria na glória de seu Pai, acompanhado de seus anjos (espíritos superiores) para restabelecer todas as coisas. Ora, diz Kardec que “só se restabelece o que foi desfeito”. Certamente, já começamos a vislumbrar o tempo no qual “Deus porá sua lei no interior dos homens, a escreverá em seus corações e todos o conhecerão, desde o menor até o maior” (Jeremias 31:33).
Fonte: Américo Domingos Nunes Filho

Correio Espírita

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