Antes de falarmos o que o fim do mundo e o espiritismo têm em comum,
vamos explicar a origem sobre o fim do mundo. Tudo o que se fala hoje sobre o
apocalipse é tirado, em sua maioria, do livro do Apocalipse escrito por João,
enquanto este estava exilado na ilha de Patmo na Grécia. Como à época São João
de Patmo já estava bem velho, suas visões foram transmitidas a escribas, que
então as passaram para os papéis. Sendo assim, é importante levar em conta que
o que esta escrito não é exatamente o que João viu e sim o que os escribas
conseguiram interpretar do que ele narrou. Quando ele fala, por exemplo, que as
estrelas cairão dos céus, ele poderia estar descrevendo misseis balísticos
intercontinentais (ICBMs) contendo ogivas nucleares.
Considerado por muitos como o último apóstolo de Jesus a morrer, São
João foi escolhido (assim como Nostradamus quase mil e quinhentos anos depois)
pelo divino para avistar como seria o fim e então relatar aos seres humanos.
Explicado toda a origem do fim do mundo, vamos agora à visão espirita
sobre o apocalipse. Allan Kardec dedicou um capítulo inteiro no livro A Gênese
(link para comprar) ao esclarecimento do que acontecerá de fato quando o
apocalipse chegar.
Antes de começarmos, é importante deixar de lado a visão de Hollywood do
apocalipse. A Doutrina Espírita diz que, o fim do mundo não significa que
viveremos enchentes, terremotos, chuva de fogo e muito menos um ataque de
meteoros ou de alienígenas.
A doutrina Espírita ensina que Deus é a inteligência suprema do Universo
e a causa primária de todas as coisas. Deus é eterno, não teve começo e não
terá fim. É imutável porque sendo perfeito não há o que mudar. Deus é
imaterial, único, onipotente, soberanamente bom e justo.
Deus criou os mundos e os Espíritos, estes todos iguais, simples e
ignorantes, e a todos concedeu oportunidades para evoluir, através das vidas
sucessivas, com a finalidade de se tornarem perfeitos e puros objetivando
alcançar a felicidade plena.
Os mundos evoluem também. Podemos afirmar que existem mundos primitivos
que são aqueles onde se reencarnam Espíritos que estão iniciando a sua
evolução. Todos os mundos se modificam, evoluem sempre. A Terra já não é mundo
primitivo. Hoje é um mundo de expiação e de provas. Aqui os Espíritos se
encontram, uns para provar o que já conquistaram de bom e outros para expiar
faltas cometidas no nosso passado, em outras vidas. Portanto, os endividados
com as leis divinas, por erros praticados livremente, sofrem as consequências
dos seus atos num trabalho de reparação, e pagamento de dívidas adquiridas com
a violação da lei. Todos têm o direito
de evoluir, cumprindo assim o ensinamento de Jesus, quando ensinou que das
ovelhas que o Pai lhe confiou nenhuma se perderia. É por isso que aqui existe
gente boa e gente que não é boa.
Muitos afirmam que o mundo está perdido, que não tem mais jeito, mas
será que está perdido mesmo? As pessoas que assim pensam só conseguem enxergar
o lado ruim das coisas, mas se olharmos para outro lado, coisas boas são
realizadas, diariamente; muita gente trabalhando no bem. O mundo está
melhorando. Há ainda uma mistura de bem e mal e está chegando a hora da
separação do joio e do trigo. Segundo a doutrina espírita, a Terra ainda é um
mundo de expiação e de prova, vai se transformar em mundo de regeneração e só
terá lugar para os bons, os que tiverem a disposição de continuar procedendo no
campo do bem. Os que não estão procedendo corretamente e que não merecerem
viver em um mundo melhor serão retirados e, pela lei da afinidade, serão
atraídos para outros mundos, talvez primitivos, onde haverá choro e ranger de
dentes, como ensinou Jesus. Essa transição não é o fim deste Mundo; é sua
renovação e promoção para um Mundo de Regeneração.
Tempo indeterminado. O tempo para a renovação é indeterminado. Pelos
últimos acontecimentos atmosféricos que têm abalado a Terra é possível entender
e sentir que algo diferente está acontecendo, mas não é a determinação do fim
do mundo. Retornando a cinquenta anos atrás, constatar-se-á o progresso
conquistado, quantas novas descobertas vieram de encontro ao bem-estar da
humanidade. A vida está se tornando melhor. Mas tem gente atrapalhando a
tranquilidade e o bem-estar dos bons. Não é justo que os bons paguem pelo erro
dos outros. Estes serão retirados daqui e transferidos para uma escola de
correção de seus erros.
Transformação do mundo. Não existe, portanto fim de mundo. O que existe
é transformação do mundo. O momento é de transição e aí está a causa dos
distúrbios que são verificados.
Tudo no Universo é evolução, tudo se transforma para melhor. O mundo não
se destrói. Muitos pregam que Jesus falou do final dos tempos sobre o juízo
final; na separação dos bons, dos maus. Interpretam erroneamente essa passagem
como se Ele pregasse o fim do mundo.
O ensino de Jesus é de clareza meridiana. Ele falou sobre a separação
que está acontecendo, uns, os que coloca à sua direita, são os que
permanecerão, e os da esquerda, os que irão para um mundo inferior.
Para os espíritas não existe o fim do mundo pregado pelos homens. Os
grandes pensadores de todos os tempos, como os Maias, sabiam disso antes de
reencarnar aqui. Traziam a ideia de que haveria essa mudança e predisseram um
determinado tempo para o final do mundo, mas não do mundo físico e sim do mundo
moral. O fim de mundo, segundo Jesus, é sua transformação. As leis de Deus são
baseadas na Lei Maior que é o Amor e os Seus desígnios têm por fim a pureza e a
felicidade de toda humanidade e não a sua destruição, o que demonstraria
prepotência e falta de amor aos seus filhos. Tudo na obra de Deus é perfeito e
regido pela Lei Amor, essa a razão de sua tolerância, concedendo a todos
oportunidades, tantas quantas forem necessárias, através das reencarnações
sucessivas, com o objetivo de que todos possam tornar-se perfeitos e assim
conquistarem a felicidade plena. As benesses divinas são distribuídas com
justiça e cada um recebe segundo suas obras, de acordo com a lei do
merecimento.
Conclusão. O tema fim do mundo domina as atenções nos dias atuais. Além
do que acima se contém, pode-se buscar na lucidez de Allan Kardec e na clareza
dos Espíritos superiores o que ensinam sobre a intrigante questão, onde se
enquadram mortes coletivas, transformação do Planeta e flagelos destruidores.
Os interessados em conhecer mais consultem O Livro dos Espíritos nas questões
de 737 a 741 sobre flagelos destruidores, 258 a 273, 990 e l000 sobre provas e
expiações, em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo III, sobre as
diversas moradas na Casa de Meu Pai, diversas categorias de mundos habitados
até o final do capítulo. Em A Gênese, capítulo XVIII, comentários elucidativos
com o título “Os Tempos são Chegados.”.
Fonte: Editora Virtual “O
consolador”