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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

"SOFRIMENTO E DOENÇAS SÃO HERANÇAS DE NÓS MESMOS."

Os sofrimentos e as doenças compõem a lista das provas e das vicissitudes da vida terrena e são inerentes à grosseria da natureza material da Terra e à imperfeição moral do homem. Nos orbes mais avançados, física ou moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos material, não está sujeito às mesmas enfermidades da Terra.
Sob o ponto de vista espírita, analisamos as doenças usualmente como espelhos dos distúrbios psicossomáticos. Tanto a medicina quanto a psicologia estão percebendo que não existe separação na inter-relação da mente e do corpo que transitam nos múltiplos contextos da vida social, familiar, profissional e pessoal. Ademais, há, sem dúvida, distintas ocasiões em que as “enfermidades” do corpo são convocadas para “curar” as ulcerações da “alma”.
Mens sana in corpore sano”, ou seja, “mente sã num corpo são” é uma referência atribuída ao poeta romano Juvenal. A intenção do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações ingênuas, ao passo que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Podemos proferir que a frase de Juvenal é uma afirmação de que somente uma mente sadia pode produzir ou sustentar um corpo saudável.
É verdade! As células do nosso organismo se alimentam do mesmo teor das nossas vontades, pensamentos e desejos. Tudo que se passa na mente se passa no corpo. As doenças nascem não só do descuido com o corpo, mas principalmente da negligência sobre a nossa forma de pensar. A invasão microbiana comumente está vinculada a causas espirituais que fragilizam a imunidade biológica; assim sendo, as doenças nascem da mente desorganizada. E dentre os causadores de doenças estão a raiva, a mágoa, as frustrações, o rancor, a inveja, o sentimento de culpa.
Nossas imperfeições morais provocam naturalmente os sofrimentos e as moléstias do corpo físico. As emoções malsãs atingem imediatamente o corpo físico, que serve como um dreno por onde escoam essas potências negativas. Muitas vezes os acúmulos de emoções não escoam, não fluem; ficam presos ao corpo físico e se manifestam em algum órgão em forma de grave doença.
Somos livres para fazermos o que quisermos, mas também somos os responsáveis pelos atos que originam consequências naturais. Recebemos da vida aquilo que à vida oferecemos. Colhemos o que plantamos, pois os nossos males morais são provocados por nós mesmos; daí compete somente a nós modificá-los, a fim de que a doença não se instale em nossa vida como teste compulsório contra os desvios de conduta.
Os mecanismos de causa e efeito não têm caráter punitivo, mas educativo. Enquanto permanecermos na imperfeição moral o sofrimento e as doenças serão reflexos naturais das nossas livres escolhas, convidando-nos para as obrigações de esforços do aperfeiçoamento espiritual a fim de refazermo-nos conosco mesmos.
Em resumo, ainda que sob o tacão das provas e expiações, somos e sempre seremos herdeiros de nós mesmos, pois encontramo-nos em processo de crescimento interior na busca da auto iluminação, que é o destino do qual nenhum de nós consegue escapar.
Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com
A Luz na Mente
Fonte: Espirit book


"A LOUCURA E SUAS CAUSAS."

1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é mostrar que o Espiritismo traz em seu bojo os principais subsídios para vencer os sintomas da loucura e do suicídio.2. CONCEITO
Louco – que perdeu a razão; alienado, doido, demente. Que está fora de si; contrário à razão ou ao bom senso; insensato. Em termos simbólicos, o louco está fora dos limites da razão, fora das normas da sociedade. Segundo o Evangelho, a sabedoria dos homens é loucura aos olhos de Deus, loucura aos olhos dos homens: por detrás da palavra loucura se esconde a palavra transcendência. (Dicionário de Símbolos)
Alucinação – Erro, ilusão da pessoa que crê ter percepção que realmente não tem. "Ver uma coisa que não está ali". "Ouvir uma voz". Quando continuados e persistentes, são apontados como sintomas de distúrbios mentais.
Alienação – Desarranjo das faculdades mentais. A expressão é usada como sinônimo de loucura (alienação mental); entretanto, é mais geral do que esta. Produz lesões que se distinguem em: parciais, gerais e mistas. As primeiras compreendem os delírios e os impulsos alucinatórios; as segundas, a depressão e a exaltação da inteligência; as terceiras, a dissociação de idéias e a abolição da inteligência. (Enciclopédia Brasileira Mérito)
Idiotia – define-se como sendo um sujeito que nunca ultrapassará dois ou três anos de idade mental. O que é um idiota na idéia materialista? Nada: apenas um ser humano. Conforme a Doutrina Espírita, é um ser dotado da razão, como todo o mundo, mas enfermo de nascença pelo cérebro, como outros membros. (Equipe da FEB, 1995)
3. HISTÓRICO
Por uma condição moral, a sociedade procura excluir uma parte de si mesma. Até o final da Idade Média, a figura excluída era a do leproso. Dada a intensa regressão dos leprosários, procurou-se outro objeto de exclusão: o louco que, durante o período da Idade Média, era sinônimo de possesso.
Ao entrarmos na fase do iluminismo, a razão desarmará a loucura. René Descartes (1596-1650) diz: "se minha existência é garantida por meu pensamento, eu, que penso, não posso estar louco". A loucura desaparece do exercício do pensar. O campo da exclusão é agora o Hospital Geral.
Quando foram criados os Hospitais Gerais, uma parte desses edifícios foi reservada aos alienados, mas os médicos da época não sabiam tratá-los por outros meios que não fossem os mais primitivos e bárbaros.
Em 1792, o alienista Pinel iniciou um trabalho racional, libertando-os do regime inumano a que estavam sujeitos. O alienado, então, deixou de ser considerado como possesso, para ser tratado como doente. Daí em diante a Ciência realizou grandes progressos no tratamento dos enfermos mentais, atingindo, em nossos dias, importante estádio de valiosas pesquisas, no campo da Psicanálise, com as teorias de Freud, Jung, Adler e Adolfo Meyer. (Enciclopédia Brasileira Mérito)
4. CAUSAS ORGÂNICAS DA LOUCURA
4.1. PREDISPOSIÇÃO FÍSICA
A primeira das causas é a própria predisposição física do indivíduo. Há muitas pessoas que reencarnam com um estoque de fluido vital limitado, como conseqüência de desregramentos cometidos em outras existências. Esse quadro mórbido fica como que em potência, esperando o desenrolar de suas atividades no plano dos encarnados. Chegado o momento, a doença se atualiza de maneira indelével.
4.2. CÉREBRO FRACO
A causa – cérebro fraco – é uma extensão da anterior. Sendo limitado em sua capacidade, o cérebro não é capaz de elaborar muitas informações, o que lhe dá um desgaste maior do que pode suportar. Nesse mister, a loucura pode acontecer em todas as áreas do saber: Ciência, Artes, Religião, inclusive no meio espírita.
4.3. IDEIA FIXA
A terceira causa orgânica é a idéia fixa. O cérebro não tendo capacidade de se diversificar, acaba por aderir a uma única idéia, conhecida por monoideísmo. Falta-lhe, nesse caso, a autocrítica, elemento por demais útil na elaboração dos raciocínios. Da mesma forma que a causa anterior, essa idéia fixa pode se referir a uma Religião, a uma Ciência, ou a uma Arte.
5. CAUSAS MORAIS E ESPIRITUAIS
5.1. DECEPÇÕES, DESGRAÇAS E AFEIÇÕES CONTRARIADAS
Visitados por um malogro sem esperança, por uma desilusão, por um desengano ou por um desapontamento, quantos não são os que procuram o suicídio como solução? Um exemplo clássico: briga entre namorados. Parece que o mundo desmorona e não se tem mais objetivo para viver.
Quantos não se suicidam porque perderam grandes fortunas na bolsa de valores?
A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas são os maiores excitantes à loucura e ao suicídio.
5.2. PAVOR DO DIABO
Entre as causas da loucura, devemos ainda incluir o pavor do diabo que, com o seu poder destruidor, já desequilibrou muitos cérebros. Sabe-se o número de vítimas que ele tem feito ao abalar imaginações fracas com essa ameaça, que cada vez se procura tornar mais terrível através de hediondos pormenores? A religião seria bem fraca se, por não usar o medo, seu poder ficasse comprometido.
5.3. AS OBSESSÕES E AS POSSESSÕES
De acordo com Bezerra de Menezes, é preciso incluir a causa da influência espiritual menos feliz, pois nos seus estudos a respeito do tema, percebeu que há loucura com e sem lesão cerebral. Para ele, primeiramente há um desfalecimento; depois, um arrastamento. (Menezes, 1983)
6. ORIENTAÇÕES EXTRAÍDAS DAS OBRAS ESPÍRITAS
6.1. VALOR RELATIVO DAS COISAS TERRENAS
"O verdadeiro espírita olha as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado; elas lhes parecem tão pequenas, tão mesquinhas, em face do futuro que o aguarda; a vida é para ele tão curta, tão fugitiva, que as tribulações não lhe parecem mais do que incidentes desagradáveis de uma viagem. Aquilo que para qualquer outro produziria violenta emoção, pouco o afeta, pois sabe que as amarguras da vida são provas para o seu adiantamento, desde que sofra sem murmurar, porque será recompensado de acordo com a coragem demonstrada em suportá-las". (Kardec, 1995, p. 43)
6.2. A FORÇA ESPÍRITA COMO ANTÍDOTO À FRAQUEZA MORAL
"A loucura tem como causa primeira uma relativa fraqueza moral que torna o indivíduo incapaz de suportar o choque de certas impressões, em cujo número figuram, ao menos em três quartas partes, a mágoa, o desespero, o desapontamento e todas as tribulações da vida. Dar aos homens a força necessária para ver essas coisas com indiferença, é, pois, atenuar nele a causa mais freqüente da loucura e do suicídio. Ora, essa força ele a colhe na Doutrina Espírita bem compreendida. Em presença da grandeza do futuro que ela desenrola aos nossos olhos e de que dá prova patente, as tribulações da vida se tornam tão efêmeras, que deslizam sobre a alma como a água desliza sobre o mármore, sem deixar traços... A contrariedade sofrida seria insuficiente ou nula, e uma desgraça imaginária não o teria arrastado a uma desgraça real.
Em resumo, um dos efeitos, e nós podemos apontar, um dos benefícios do Espiritismo, é o de dar à alma a força que lhe falta em muitas circunstâncias, e é nisto que ele pode reduzir as causas de loucura e de suicídio. Não está aí a verdadeira filosofia". (Revista Espírita de 1860, p. 191 e 192)
6.3. A FÉ NO FUTURO ACALMA O CORAÇÃO
"A calma e a resignação, hauridas na maneira de encarar a vida terrestre, e na fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. Com efeito, é certo que a maioria dos casos de loucura são devidos à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem força de suportar; se, pois, pela maneira como o Espiritismo lhe faz encarar as coisas deste mundo, ele recebe com indiferença, com alegria mesmo, os reveses, as decepções que o desesperariam em outras circunstâncias, é evidente que essa força, que o coloca acima dos acontecimentos, preserva sua razão dos abalos que, sem ela, o sacudiriam". (Kardec, 1984, cap. V, item 14, p. 79)
6.4. AS CONSEQÜÊNCIAS DA INDISCIPLINA E DA IGNORÂNCIA
"Excetuados os casos puramente orgânicos, o louco é alguém que procurou forçar a libertação do aprendizado terrestre, por indisciplina ou ignorância. Temos neste domínio um gênero de suicídio habilmente dissimulado, a auto-eliminação da harmonia mental, pela inconformação da alma nos quadros de luta que a existência humana apresenta. Diante da dor, do obstáculo ou da morte, milhares de pessoas capitulam, entregando-se, sem resistência à perturbação destruidora, que lhes abre, por fim, as portas do túmulo. A princípio, são meros descontentes e desesperados, que passam despercebidos mesmo àqueles que os acompanham mais de perto. Pouco a pouco, no entanto, transformam-se em doentes mentais de variadas gradações, de cura quase impossível, portadores que são de problemas inextricáveis e ingratos. Imperceptíveis frutos da desobediência começam por arruinar o patrimônio fisiológico que lhes foi confiado na Crosta da Terra, e acabam empobrecidos e infortunados". (Xavier, 1977, p. 210)
7. CONCLUSÃO
O Espiritismo, antes de ser o causador da loucura e do suicídio, é o seu grande médico, pois, através de seus princípios, o ser humano consegue haurir muita calma e muita resignação em todas as circunstâncias desfavoráveis de sua existência.
Sérgio Biagi Gregório-
 Fonte: Espirit book

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CHEVALIER, J., GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
ENCICLOPÉDIA BRASILEIRA MÉRITO.
EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.
KARDEC, A. Revista Espírita de 1860. São Paulo: Edicel.
MENEZES, A. B. de. A Loucura sob Novo Prisma: Estudo Psíquico-Fisiológico. 4. ed., Rio de Janeiro, 1983.
XAVIER, F. C. No Mundo Maior, pelo Espírito André Luiz. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.


terça-feira, 31 de julho de 2018

"MÉDICOS ESPIRITUAIS: COMO ELES NOS AJUDAM?"

Muitas vezes, por imaginarmos o Mundo dos Espíritos imaterial ou muito fluido e etéreo, pensamos que as técnicas e procedimentos médicos sejam bem diferentes daqueles que conhecemos aqui na Terra. No entanto, não podemos perder de vista que nosso mundo é uma cópia mal feita do que existe depois da morte. O que temos por aqui em termos de tratamento e procedimentos médicos, há muito tempo já é usado lá. O progresso material segue o Espiritual que lhe serve de matriz original.
No livro “Evolução em Dois Mundos”, escrito pelo Espírito André Luiz, temos os seguintes esclarecimentos a respeito desse intrigante assunto. Vejamos.
Quais os principais métodos usados na Espiritualidade para o tratamento das lesões do corpo espiritual?
Na Espiritualidade, os servidores da medicina penetram, com mais segurança, na história do enfermo para estudar, com o êxito possível, os mecanismos da doença que lhe são particulares.
Muitas vezes, por imaginarmos o Mundo dos Espíritos imaterial ou muito fluido e etéreo, pensamos que as técnicas e procedimentos médicos sejam bem diferentes daqueles que conhecemos aqui na Terra. No entanto, não podemos perder de vista que nosso mundo é uma cópia mal feita do que existe depois da morte. O que temos por aqui em termos de tratamento e procedimentos médicos, há muito tempo já é usado lá. O progresso material segue o Espiritual que lhe serve de matriz original.
No livro “Evolução em Dois Mundos”, escrito pelo Espírito André Luiz, temos os seguintes esclarecimentos a respeito desse intrigante assunto. Vejamos.
Quais os principais métodos usados na Espiritualidade para o tratamento das lesões do corpo espiritual?
Na Espiritualidade, os servidores da medicina penetram, com mais segurança, na história do enfermo para estudar, com o êxito possível, os mecanismos da doença que lhe são particulares.
Aí, os exames nos tecidos psicossomáticos com aparelhos de precisão, correspondendo às inspeções instrumentais e laboratoriais em voga na Terra, podem ser enriquecidos com a ficha cármica do paciente, a qual determina quanto à reversibilidade ou irreversibilidade da moléstia, antes de nova reencarnação, motivo por que numerosos doentes são tratáveis, mas somente curáveis mediante longas ou curtas internações no campo físico, a fim de que as causas profundas do mal sejam extirpadas da mente pelo contato direto com as lutas em que se configuraram.
Curial, portanto, é que o médico espiritual se utilize ainda, de certa maneira, da medicação que vos é conhecida, no socorro aos desencarnados em sofrimento, porque, mesmo no mundo, todo remédio da farmacopeia humana, até certo ponto, é projeção de elementos quimio-elétricos sobre agregações celulares, estimulando-lhes as funções ou corrigindo-as, segundo as disposições do desequilíbrio em que a enfermidade se expresse.
Contudo, é imperioso reconhecer que na Esfera Superior o médico não se ergue apenas com o pedestal da cultura acadêmica, qual ocorre frequentemente entre os homens, mas sim também com as qualidades morais que lhe confiram valor e ponderação, humildade e devotamento, visto que a psicoterapia e o magnetismo, largamente usados no plano extrafísico, exigem dele grandeza de caráter e pureza de coração.
Resumindo para melhor compreensão:
1-Usam medicamentos;
2-Fazem exames com aparelhos sofisticados, que provavelmente teremos no futuro aqui na Terra;
3-A psicoterapia é muito utilizada;
4-Magnetismo (passes, transfusão de energias);
5-Os médicos são preparados espiritual e moralmente;
6-algumas doenças, porque arraigadas no períspirito, somente desaparecerão após nova reencarnação, quando poderão ser expurgadas pelo corpo físico.
As cirurgias promovidas pelos médiuns de cura aqui na Terra (auxiliados pelos médicos e benfeitores espirituais), ocorrem acordo com o descrito acima também. As doenças com origens em lesões no períspirito sendo eliminadas, advém, em seguida, a cura do corpo físico.
Esclarecem os amigos espirituais, igualmente, que os tratamentos e cirurgias realizados aqui na Terra em nosso corpo físico nos hospitais terrestres, podem auxiliar sobremaneira na cura definitiva das doenças enraizadas no períspirito. Trata-se de uma via de duas mãos. Acima de tudo, está o merecimento do paciente que se dá através do aprendizado e progresso.
Bibliografia:
Francisco Cândido Xavier – Evolução em Dois Mundos – pelo Espírito André Luiz


segunda-feira, 30 de julho de 2018

"O NASCIMENTO DA OBSESSÃO "


Toda obsessão tem apenas uma causa: a falta de evolução moral do obsidiado. Por mais que se tente encontrar outro fator que possa desencadear o ataque dos espíritos obsessores, chegaremos sempre à conclusão que o ser obsidiado é que deu ensejo ao início do processo obsessivo, exclusivamente, pela ausência da evolução moral.
Conforme é sabido, a obsessão é uma via de mãodupla. Jamais se pode dizer que o obsidiado é uma vítima do obsessor. O que há é uma correspondência de sentimentos, um apego energético, uma co-dependência entre os seres que estão se maltratando um ao outro.
Por essa razão, o Evangelho do Cristo ainda é o remédio mais eficaz para se combater a causa que gera o nascimento de qualquer obsessão. Quando o Mestre nos disse para orarmos e vigiarmos, Ele não estava falando, apenas, uma frase de efeito. Ele estava nos ensinando a evitar esse mal que se agiganta no mundo, chamado obsessão.
Quando o Cristo nos ensinava a perdoar setenta vezes sete vezes (70 x 7 = 490 x 7 = 3.430 x 7 = 24.010 x 7 = 168.070 x 7 = 1.176.490 x 7 = 8.235.430x 7 = 57.648.010 – cinquenta e sete milhões, seiscentos e quarenta e oito mil e dez), Ele queria nos mostrar a grandeza do ato de perdoar, que, seria, por assim dizer, perdoar por infinitas vezes, com a finalidade de evitar que as obsessões tomassem conta do nosso ser e que tivéssemos qualidade de vida.
Essa é a glória do Evangelho. Esses são os ensinamentos do Cristo, nosso modelo e Guia. Se mantivermos a Boa Nova como nossa meta, com certeza iremos escapar de muitas armadilhas obsessivas. Por essa razão, não compensa ficar com medo de ser obsidiado. O que compensa, em verdade, é ter o propósito de cumprir com os ensinamentos do Cristo.
O dia que a humanidade entender de que precisa colocar em prática os mandamentos do Mestre da Galiléia, então, com toda certeza, o mundo estará livre das obsessões. Até lá, vamos sofrendo com todos os percalços que nós mesmos levantamos em nossas vidas e, pelas circunstâncias das coisas, vamos evoluindo muito lentamente.
O certo é que não estamos melhores porque não queremos. O dia que quisermos, vamos conseguir ter uma qualidade de vida ímpar e, nesse tempo, o mundo deixará de ser qualificado como de provas e expiações e passará a ser um mundo de regeneração, onde ainda teremos dor, mas, todavia, nossa qualidade moral será, sem dúvida alguma, muito superior àquela que possuímos atualmente.
Espiritismo Maringá
Fonte: ESPIRIT BOOK

domingo, 29 de julho de 2018

“SUICÍDIO: UMA EPIDEMIA QUE CLAMA POR SOCORRO”

Na manhã nublada do último sábado de janeiro, 27, no Centro Espírita Léon Denis, em Bento Ribeiro, após a leitura da belíssima página de preparo intitulada “Suicidas”, do livro Escrínio de Luz, pelo Espírito Emmanuel, de Francisco Cândido Xavier, o trabalhador espírita Mário Lamha proferiu uma brilhante palestra acerca do “Suicídio”, tema das perguntas 943 a 957 do Livro dos Espíritos.
No clima da orientação consoladora da página de preparo (“Não condenes as vítimas da loucura e do sofrimento que se retiram do mundo pelas portas do suicídio”), Mário convida a todos, entusiasmado, a atentar para um tipo de epidemia que, ao lado da fome, assola o planeta, mas ainda não mobiliza tanto a sociedade quanto a febre amarela: o suicídio.
Lamentavelmente, as estatísticas são “assustadoras” e o próprio orador exemplifica, lembrando dados da Organização Mundial da Saúde, segundo os quais “a cada 40 segundos, uma pessoa no mundo se mata”, ou seja, 85 pessoas podem ter insurgido contra a própria existência no tempo que durou essa palestra. Isso representa quase 1 milhão de seres humanos se matando no mundo, principalmente jovens, sacerdotes e médicos.
De onde provém o desgosto da vida que se apodera de alguns indivíduos, sem motivos plausíveis?” é a primeira pergunta do grupo de questões do Livro dos Espíritos em que Kardec examina a matéria e, também, o fio com o qual Lamha conduz os nossos pensamentos nos próximos minutos.
Dirigindo-se a um salão lotado, ele declara, em tom bem humorado, que “os Espíritos da Codificação não são politicamente corretos (...) eles falam muito claramente que ‘desgosto da vida’ vem da ociosidade”. Mas explica que “há uma ociosidade que, talvez, seja muito pior”: a prática de atividades para as quais o indivíduo não reúne aptidão, focando apenas o dinheiro. “Não fazer o que gosta é terrível, frustrante”, comenta, ainda que “essa não utilização das nossas aptidões naturais, a falta de um sentido da vida seja uma das grandes dificuldades do ser humano” desde que nos transformamos em Homo sapiens 350 000 anos atrás.
Por isso, acrescenta que “nós estamos evoluindo”. Tudo está ajustado à nossa capacidade e o que nos acontece são desafios evolutivos, estímulos para agir. Logo, se existe vacina para a febre amarela, também há vacinas para doenças espirituais como o suicídio, o qual corresponde a uma inadequação à vida, adverte o conferencista.
E, emocionado, conclui: “Jesus é para os doentes” e a Doutrina Espírita é terapia preventiva, oportunidade para evoluir; é profilaxia para resistir às tentações, sem nos entregar, como leciona Emmanuel, “ao cansaço ou ao desalento, na solução dos problemas que te afligem a marcha”.

Nesse esforço, como defende o confrade Mário Lamha, “a dor faz parte do processo”. Porque também é educadora.
Por Vagner Lúcio de Lima | professor e jornalista
Fonte Correio Espírita
vagnerdelima@gmail.com



*O Centro Espírita Léon Denis está localizado na rua Abílio dos Santos, 137, Bento Ribeiro, Rio de Janeiro, RJ.


sábado, 28 de julho de 2018

“CAUSAS DAS AFLIÇÕES E SOFRIMENTOS QUE TRAZEMOS DE OUTRAS REENCARNAÇÕES.”,

Mas se há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo menos em aparência, são estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade. Assim, por exemplo, a perda de entes queridos e dos que sustentam a família. Assim também os acidentes que nenhuma previdência pode evitar; os revezes da fortuna, que frustram todas as medidas de prudência; os flagelos naturais; e ainda as doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiota, a imbecilidade etc.
Os que nascem nessas condições, nada fizeram, seguramente, nesta vida, para merecer uma sorte triste, sem possibilidade de compensação, e que eles não puderam evitar, sendo impotentes para modificá-las e ficando à mercê da comiseração pública. Por que, pois, esses seres tão desgraçados, enquanto ao seu lado, sob o mesmo teto e na mesma família, outros se apresentam favorecidos em todos os sentidos?
Que dizer, por fim, das crianças que morrem em tenra idade e só conheceram da vida o sofrimento? Problemas, todos esses, que nenhuma filosofia resolveu até agora, anomalias que nenhuma religião pode justificar, e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, segundo a hipótese da criação da alma ao mesmo tempo em que o corpo, e da fixação irrevogável da sua sorte após a permanência de alguns instantes na Terra.
Que fizeram elas, essas almas que acabam de sair das mãos do Criador, para sofrerem tantas misérias no mundo, e receberem, no futuro, uma recompensa ou uma punição qualquer, se não puderam seguir nem o bem nem o mal?
Entretanto, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa.
Ora a causa sendo sempre anterior ao efeito, e desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente. Por outro lado, Deus não podendo punir pelo bem o que se fez, nem pelo mal que não se fez, se somos punidos, é que fizemos o mal. E se não fizemos o mal nesta vida, é que o fizemos em outra. Esta é uma alternativa a que não podemos escapar, e na qual a lógica nos diz de que lado está à justiça de Deus.
O homem não é, portanto, punido sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às conseqüências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea, e se ele não expia hoje, expiará amanhã, pois aquele que sofre está sendo submetido à expiação do seu próprio passado.
A desgraça que, à primeira vista, parece imerecida, tem portanto a sua razão de ser, e aquele que sofre pode sempre dizer: “Perdoai-me, Senhor, porque eu pequei”.
Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os decorrentes de causas atuais, uma conseqüência natural da própria falta cometida. Quer dizer que, em virtude de uma rigorosa justiça distributiva, o homem sofre aquilo que fez os outros sofrerem.
Se ele foi duro e desumano, poderá ser, por sua vez, tratado com dureza e desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer numa condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se empregou mal a sua fortuna, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer com os próprios filhos; e assim por diante.
É dessa maneira que se explicam, pela "Pluralidade das Existências" e pelo destino da Terra, como mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus neste mundo.
Essa anomalia é apenas aparente, porque só encaramos o problema em relação à vida presente; mas quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece, sem prejuízo do que lhe cabe no Mundo dos Espíritos, e que a justiça de Deus nunca falha.
O homem não deve esquecer-se jamais de que está num mundo inferior, onde só é retido pelas suas imperfeições. A cada vicissitude, deve lembrar que,se estivesse num mundo mais avançado, não teria de sofrê-la, e que dele depende não voltar a este mundo, desde que trabalhe para se melhorar.
As tribulações da vida podem ser impostas aos Espíritos endurecidos, ou demasiado ignorantes para fazerem uma escolha consciente, mas são livremente escolhidos e aceitas pelos Espíritos arrependidos, que querem reparar o mal que fizeram e tentar fazer melhor.
Assim é aquele que, tendo feito mal a sua tarefa, pede para recomeçá-la, a fim de não perder as vantagens do seu trabalho. Essas tribulações, portanto, são ao mesmo tempo expiações do passado, que castigam, e provas para o futuro, que preparam. Rendamos graças a Deus que, na sua bondade, concede aos homens a faculdade da reparação, e não o condena irremediavelmente pela primeira falta.
Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento por que se passa neste mundo seja necessariamente o indício de uma determinada falta; trata-se freqüentemente de simples provas escolhidas pelo Espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento.
Assim, a expiação serve sempre de prova, mas a prova nem sempre é uma expiação. Mas provas e expiações são sempre sinais de uma inferioridade relativa, pois aquele que é perfeito não precisa ser provado. Um Espírito pode, portanto, ter conquistado um certo grau de elevação, mas querendo avançar mais, solicita uma missão, uma tarefa, pela qual será tanto mais recompensado, se sair vitorioso quanto mais penosa tiver sido a sua luta.
Esses são, mais especialmente, os casos das pessoas de tendência naturalmente boas, de alma elevada, de sentimentos nobres inatos, que parecem nada trazer de mal de sua precedente existência, e que sofrem com resignação cristã as maiores dores, pedindo forças a Deus para suportá-las sem reclamar. Podem-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam reclamações e levam à revolta contra Deus.
O sofrimento que não provoca murmurações pode ser, sem dúvida, uma expiação, mas indica que foi antes escolhido voluntariamente do que imposto; é a prova de uma firme resolução, o que constitui sinal de progresso.
Os Espíritos não podem aspirar à perfeita felicidade enquanto não estão puros; toda mancha lhes impede a entrada nos mundos felizes.
Assim acontece com os passageiros de um navio tomado pela peste, aos quais fica impedida a entrada numa cidade, até que estejam purificados. É nas diversas existências corpóreas que os Espíritos se livram, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provas da vida fazem progredir, quando bem suportadas; como expiações, apagam as faltas e purificam; são o remédio que limpa a ferida e cura o doente, e quanto mais grave o mal, mais enérgico deve ser o remédio.
Aquele, portanto, que muito sofre, deve dizer que tinha muito a expiar e alegrar-se de ser curado logo. Dele depende, por meio da resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não perder os seus resultados por causa de reclamações, sem o que teria de recomeçar.

Fonte:
Grupo Socorrista Obreiros do Senhor Jerônimo Mendonça Ribeiro


sexta-feira, 27 de julho de 2018

"MARAVILHOSA EXPLICAÇÃO DO QUE É BÔNUS-HORA, OU HORAS DE SERVIÇO AO PRÓXIMO, MOSTRANDO A ETERNA CONTINUIDADE DA VIDA..."

Notando que a senhora Laura entristecera subitamente ao recordar o marido, modifiquei o rumo da palestra, interrogando: - Que me diz do Bônus-Hora? Trata-se de algum metal amoedado? Minha interlocutora perdeu o aspecto cismativo, a que se recolhera, e replicou, atenciosa: - Não é propriamente moeda, mas ficha de serviço individual, funcionando como valor aquisitivo. - Aquisitivo? - perguntei abruptamente. - Explico-me - respondeu a bondosa senhora -; em "Nosso Lar" a produção de vestuário e alimentação elementares pertence a todos em comum. Há serviços centrais de distribuição na Governadoria e departamentos do mesmo trabalho nos Ministérios. O celeiro fundamental é propriedade coletiva.
Ante meu gesto silencioso de espanto, acentuou:
- Todos cooperam no engrandecimento do patrimônio comum e dele vivem. Os que trabalham, porém, adquirem direitos justos.
Cada habitante de "Nosso Lar" recebe provisões de pão e roupa, no que se refere ao estritamente necessário; mas os que se esforçam na obtenção do bônus-hora conseguem certas prerrogativas na comunidade social.
O espírito que ainda não trabalha, poderá ser abrigado aqui; no entanto, os que cooperem podem ter casa própria.
O ocioso vestirá, sem dúvida; mas o operário dedicado vestirá o que melhor lhe pareça; compreendeu?
Os inativos podem permanecer nos campos de repouso, ou nos parques de tratamento, favorecidos pela intercessão de amigos; entretanto, as almas operosas conquistam o bônus-hora e podem gozar a companhia de irmãos queridos, nos lugares consagrados ao entretenimento, ou o contacto de orientadores sábios, nas diversas escolas dos Ministérios em geral.
Precisamos conhecer o preço de cada nota de melhoria e elevação. Cada um de nós, os que trabalhamos, deve dar, no mínimo, oito horas de serviço útil, nas vinte e quatro de que o dia se constitui.
Os programas de trabalho, porém, são numerosos e a Governadoria permite quatro horas de esforço extraordinário, aos que desejem colaborar no trabalho comum, de boa-vontade.
Desse modo, há muita gente que consegue setenta e dois "Bônus-Hora", por semana, sem falar dos serviços sacrificiais, cuja remuneração é duplicada e, às vezes, triplicada.
- Mas, é esse o único título de remuneração? - perguntei.
- Sim, é o padrão de pagamento a todos os colaboradores da colônia, não só na administração, como também na obediência.
Lembrando as organizações terrestres, indaguei, espantado:
- Todavia, como conciliar semelhante padrão com a natureza do serviço? O administrador ganhará oito bônus-hora na atividade normal do dia, e o operário do transporte receberá a mesma coisa? Não é o trabalho do primeiro mais elevado que o do segundo?
A senhora sorriu à pergunta e explicou:
- Tudo é relativo. Se, na orientação ou na subalternidade, o trabalho é de sacrifício pessoal, a expressão remunerativa é justamente multiplicada.
Examinando, porém, mais detidamente a sua pergunta, precisamos, antes de mais nada, esquecer determinados prejuízos da Terra.
A natureza do serviço é problema dos mais importantes; contudo, na própria esfera da crosta é que o assunto apresenta solução mais difícil.
A maioria dos homens encarnados está simplesmente ensaiando o espírito de serviço e aprendendo a trabalhar nos diversos setores da vida humana. Por isso mesmo, é imprescindível fixar as remunerações terrestres com maior atenção.
Todo o ganho externo do mundo é lucro transitório. Vemos trabalhadores obcecados pela questão de ganhar, transmitindo fortunas vultosas à inconsciência e à dissipação; outros amontoam expressões bancárias que lhes servem de martírio pessoal e de ruína à família.
Por outro lado, é indispensável considerar que setenta por cento dos administradores terrenos não pesam os deveres morais que lhes competem, e que a mesma porcentagem pode ser adjudicada a quantos foram chamados à subordinação.
Vivem, quase todos, a confessar ausência do impulso vocacional, recebendo embora os proventos comuns aos cargos que ocupam.
Governos e empresas pagam a médicos que se entregam à exploração de interesses outros e a operários que matam o tempo. Onde, aí, a natureza de serviço?
Há técnicos de indústria econômica, que nunca prezaram integralmente a obrigação que lhes assiste e valem-se de leis magnânimas, à maneira de moscas venenosas no pão sagrado, exigindo abonos, facilidades e aposentadorias.
Creia, porém, que todos pagarão muito caro a displicência. Parece ainda distante o tempo em que os institutos sociais poderão determinar a qualidade de serviço dos homens, porque, para o plano espiritual superior, não se especificará teor de trabalho, sem a consideração dos valores morais despendidos.
Essas palavras despertavam-me para concepções novas.
Percebendo-me a sede de instrução, a interlocutora continuou:
- O verdadeiro ganho da criatura é de natureza espiritual e o bônus-hora, em nossa organização, modifica-se em valor substancial, segundo a natureza dos nossos serviços.
No Ministério da Regeneração, temos o Bônus-Hora-Regeneração; no Ministério do Esclarecimento, o Bônus-Hora-Esclarecimento, e assim por diante.
Ora, examinando o provento espiritual, é razoável que a documentação de trabalho revele a essência do serviço.
As aquisições fundamentais constituem-se de experiência, educação, enriquecimento de bênçãos divinas, extensão de possibilidades. Nesse prisma, os fatores assiduidade e dedicação representam, aqui, quase tudo.
Em geral, em nossa cidade de transição, a maioria prepara-se com vistas à necessidade de regresso aos círculos carnais.
Examinando esse princípio, é natural que o homem que empregou cinco mil horas, em serviços regeneradores, tenha efetuado esforço sublime, a benefício de si mesmo; o que despendeu seis mil horas de atividade, no Ministério do Esclarecimento, estará mais sábio.
Poderemos gastar os bônus-hora conquistados; entretanto, é mais valioso ainda o registro individual da contagem de tempo de serviço útil, que nos confere direito a preciosos títulos.
Semelhantes instruções interessavam-me profundamente.
- Poderemos, porém, gastar nossos bônus-hora a favor dos amigos? - indaguei curioso.
- Perfeitamente - disse ela -; poderemos repartir as bênçãos de nosso esforço com quem nos aprouver. Isto é direito inalienável do trabalhador fiel.
Contam-se por milhares as pessoas favorecidas em "Nosso Lar", pela movimentação da amizade e do estímulo fraternal.
A essa altura, a genitora de Lisias sorriu e observou:
- Quanto maior a contagem do nosso tempo de trabalho, maiores intercessões podemos fazer. Compreendemos, aqui, que nada existe sem preço e que para receber é indispensável dar alguma coisa.
Pedir, portanto, é ocorrência muito significativa na existência de cada um. Somente poderão rogar providências e dispensar obséquio os portadores de títulos adequados, entendeu?
- E o problema da herança? - inquiri de repente.
- Não temos aqui demasiadas complicações - respondeu a senhora Laura, sorrindo. Vejamos, por exemplo, o meu caso.
Aproxima-se o tempo do meu regresso aos planos da crosta.
Tenho comigo três mil Bônus-Hora-Auxílio, no meu quadro de economia pessoal. Não posso legá-los a minha filha que está a chegar, porque esses valores serão revertidos ao patrimônio comum, permanecendo minha família apenas com o direito de herança ao lar; no entanto, minha ficha de serviço autoriza-me a interceder por ela e preparar-lhe aqui trabalho e concurso amigo, assegurando-me, igualmente, o valioso auxílio das organizações de nossa colônia espiritual, durante minha permanência nos círculos carnais.
Nesse cômputo, deixo de referir-me ao lucro maravilhoso que adquiri no capítulo da experiência, nos anos de cooperação no Ministério do Auxílio. Volto à Terra, investida de valores mais altos e demonstrando qualidades mais nobres de preparação ao êxito desejado.
Ia prorromper em exclamações admirativas, referentes ao processo simples de ganhar, aproveitar, cooperar e servir, confrontando aquelas soluções com os princípios imperantes no planeta, mas um brando burburinho aproximou-se da casa. Antes que pudesse emitir qualquer observação, a senhora Laura murmurou, satisfeita:
- Nossos queridos estão de volta.
E levantou-se para atender.
Livro: Nosso Lar.

terça-feira, 24 de julho de 2018

"DUVIDAS SOBRE TATUAGENS: PODEMOS FAZE-LAS? COMO FICARÁ O MEU PERISPÍRITO?

Faz algum tempo que recebi, por e-mail, uma dúvida provinda de uma frequentadora de um dos centros espíritas da capital baiana. Dúvida, aliás, sobre um tema que ainda gera um bocado de controvérsias não apenas no movimento espírita mas, também, no seio de outras religiões.
E este tema é tatuagem.
Fazer ou não fazer, eis a questão.
Penso que um dos papéis das religiões é, justamente, proporcionar condições para que seus profitentes tenham uma melhor qualidade de vida, sejam felizes e alcancem o objetivo de serem melhores e mais bem resolvidos consigo mesmos.
Vamos para a dúvida exposta pela frequentadora espírita. Deixei sua pergunta em itálico para facilitar o entendimento. Já minha resposta segue em letra padrão.
P – Estou com uma dúvida, pretendo fazer uma tatuagem pequena, simples e simbólica para mim. Minha mãe também fará e gostaria de saber se na espiritualidade isso afeta em alguma coisa? Seremos, eu e minha mãe, punidas por isso?Ficaremos tatuadas no mundo dos Espíritos?
R – Fique tranquila, o problema não é o que estampa o corpo, mas o que está em nossa mente e coração. Não haverá punição alguma, até porque você não transgredirá nenhuma lei natural. Aliás, o espiritismo ensina que Deus não pune, ao contrário, educa. Deus é o maior educador do universo e não trabalha a espalhar cultura de punição. Isto é coisa do homem que, em sua limitação não consegue visualizar a majestosa obra de Deus e, por isso, sai a assustar todo mundo com ideias que não correspondem com a realidade educativa de Deus.
Entretanto, lanço uma reflexão:
Como estão, mente e coração sobre isto? Devemos estar tranquilos quanto as nossas decisões, porquanto tatuagem é coisa séria e, não raro definitiva. Caso você e sua mãe estejam bem resolvidas, digo que as questões morais são as que realmente importam para o Espírito imortal. A tatuagem não transformará você em Espírito bom ou mau, tampouco garantirá sorte ou desdita na vida futura, mas suas atitudes sim.
Quando da desencarnação, o perispírito, em geral, segue a aparência da mais recente encarnação, então pode, se assim o Espírito desejar, trazer em si uma ou mais tatuagens que o caracterizou quando encarnado.  Logo, quando desencarnar você poderá, ainda, ostentar sua tatuagem, mas, repito, se assim o Espírito desejar.
A propósito, vale lembrar que, caso o Espírito queira, o perispírito poderá até tomar “formato” de uma outra encarnação mais antiga.
Recordo-me de ter atendido, certa feita, um Espírito numa reunião mediúnica que me “mostrava” suas tatuagens e pedia, insistentemente, para que eu as apreciasse.
Em sua opinião eram obras primas e ele estava orgulhoso de “tê-las”. Fixado mentalmente nas tatuagens, moldava-as em seu corpo espiritual tal como as possuia em seu veículo físico antes, naturalmente, de sua morte.
Em realidade, se o Espírito se desse conta de que ele pode modelar o seu perispírito a partir de sua vontade e concentração, aquele desencarnado, se assim o desejasse, não teria as tatuagens em seu corpo espiritual, ou teria ainda mais delas. Tudo, portanto, dependeria da vontade do Espírito.
É por ai, o pensamento é para o Espírito o que a mão é para o homem, ou seja, material de trabalho.
Portanto, se a cuca estiver legal, tudo certo e resolvido, você não terá nenhum tipo de problema por fazer uma, duas ou outras tatuagens.
Autor: Wellington Balbo
Fonte: Portal do Espírito







"TALISMÃS E AMULETOS: O QUE KARDEC DIZ SOBRE A FORÇA DESSES OBJETOS?

Kardec, em sua época era reconhecido pelos seus contemporâneos como autoridade no tocante aos temas da novas descobertas entre a relação dos mundos visível e invisível. Tanto sim que frequentemente buscavam-no a fim de receber sua opinião relacionada aos inúmeros fenômenos além matéria. Foi assim quanto ao poder de objetos, talismãs e adereços. Teriam, eles, poder de descortinar o passado de alguém ou prever o futuro, ou, ainda, atrair os Espíritos? Há, nesses objetos, algo que possa denominá-los, assim na forma vulgar, como objetos mágicos?
Dentre as muitas vezes que Kardec abordou o tema medalhas, símbolos e demais, trago para reflexão um texto que consta na Revista Espírita, novembro de 1858, com o título: Os talismãs – medalha cabalística.
Uma senhora, médium sonâmbula, havia informado que determinada medalha tinha poderes especiais de atrair os Espíritos. Pediram a opinião de Kardec a respeito. Kardec, logo de início, já explica que os Espíritos são atraídos pelo pensamento e não pelo objeto em si.
Espíritos que se apegam a esses objetos são, ainda, inferiores mesmo que estejam agindo de forma honesta. É que conservam, mais ou menos, as manias e ideias que tinham enquanto encarnados. Portanto, nada fora do esquadro que repitam este modelo mental no mundo dos Espíritos. Por outro lado há, também, os Espíritos zombeteiros, ou no linguajar atual, gaiatos, que gostam de divertirem-se á custa da ingenuidade alheia. O foco, portanto, é o pensamento e é este que acaba por atrair os Espíritos.
Imagine que você deposita uma fé inabalável de que um copo qualquer pode atrair um bom Espírito. E todos os dias você reserva um tempo para olhar no interior deste copo a fim de atrair os bons Espíritos para um contato. Você ora com fervor e sinceridade e os Espíritos comparecem, serenam teu coração, sugerem-te bons conselhos, ajudam-te a responder as mais intrincadas questões íntimas e por ai vai. Você pode achar que o poder está no copo. Contudo, a realidade é que a força está relacionada ao teu pensamento e sentimentos para que tragam os bons Espíritos em teu benefício. O copo é apenas um amuleto e, caso seja descartado nenhuma alteração haverá se você prosseguir na busca dos bons Espíritos com sinceridade e fervor.
A ideia de Kardec é tornar o contato com os Espíritos uma coisa mais espiritual do que material. Se antes havia uma suposta “necessidade” do material para interagir com o espiritual, Kardec a retira e mostra que isto é desnecessário. O contato com os Espíritos é feito de coração para coração, de mente à mente. Não é a matéria, ou seja, o objeto que atrai os Espíritos, mas o pensamento, o coração conectado e a vontade do indivíduo.
Há, todavia, uma observação a ser feita. Os objetos podem ser magnetizados e, com isso, “adquirirem” algumas propriedades especiais, mas de forma passageira. Imagine alguém dotado de grande poder magnético, daqueles em que o olhar é penetrante e traz uma força indescritível. Este indivíduo direciona seu olhar a uma medalha, seu pensamento naquele objeto é firme e forte no intuito de magnetizá-lo. Pois bem, é possível, sim, que alguém ao tocar este objeto, agora já impregnado com o fluido a ele direcionado, sinta sensação diferente, ou mesmo entre em transe por conta da “força” que contém, momentaneamente, o material.
Perceba, todavia, que o poder não está no objeto em si, mas na força do pensamento que a ele foi direcionada.
Kardec, como trabalhava com evocação, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, evocou São Luís e pediu que este manifestasse sua opinião relacionada ao assunto.
Parece-me que o benfeitor considerou o tema já amplamente debatido e questão encerrada, pois após algumas diretrizes, bem semelhantes ao pensamento de Kardec, sugeriu que ele – Kardec –  se ocupasse de coisas mais sérias.
Em todo caso, o tema em questão pode desdobrar-se e dar origem aos mais diversos questionamentos como, por exemplo, se há objetos com mais ou menos condições de absorver os fluidos magnéticos e ficarem mais ou menos tempo impregnados com estes.
Há muita coisa interessante a pesquisar.
Quê tal?
Autor: Wellington Balbo


𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...