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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

"AS CONSEQUÊNCIAS DO PASSADO EM SUA VIDA. PERGUNTAS E REPOSTAS."

1 – Como podemos compreender os resultados de nossas experiências anteriores?
Para compreender os resultados de nossas experiências anteriores, basta que o homem observe as próprias tendências, oportunidades, lutas e provas.
2 – Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos das existências passadas?
Estudos que efetuamos corretamente, ainda que terminados há longo tempo, asseguram-nos títulos profissionais respeitáveis. Faltas praticadas deixam azeda sucata de dores na consciência, pedindo reparação. Se plantamos preciosa árvore, desde muito, é natural venhamos a surpreendê-la, carregada de utilidades e frutos para os outros e para nós. Se nos empenhamos num débito, é justo suportemos a preocupação de pagar.
3 – Qual a lição que as horas nos ensinam?
Meditemos a simples lição das horas. Comumente, durante a noite, o homem repousa e dorme; em sobrevindo a manhã, desperta e levanta-se com os bens ou com os males que haja procurado para si mesmo, no transcurso da véspera.
Assim, a vida e a morte, na lei da reencarnação que rege o destino.
4 – Qual a situação moral da alma no túmulo e no berço?
No túmulo, a alma, ainda vinculada ao crescimento evolutivo, entra na posse das alegrias e das dores que amontoou sobre a própria cabeça; no berço, acorda e retoma o arado da experiência, nos créditos que lhe cabe desenvolver e nos débitos que está compelida a resgatar.
5 – Em síntese, onde permanece, espiritualmente, a criatura reencarnada?
Cada criatura reencarnada permanece nas derivantes de tudo o que fez consigo e com o próximo.
6 – Qual a explicação lógica das enfermidades congênitas?
Os grandes delitos operam na alma estados indefiníveis de angústia e choque, daí nascendo a explicação lógica das enfermidades congênitas, às vezes inabordáveis a qualquer tratamento.
7 – O que ocorre aos suicidas nas vidas ulteriores?
Suicidas que estouraram o crânio ou que se entregaram a enforcamento, depois de prolongados suplícios, nas regiões purgatoriais, freqüentemente, após diversos tentames frustrados de renascimento, readquirem o corpo de carne, mas transportam nele as deficiências do corpo espiritual, cuja harmonia desajustaram. Nessa fase, exibem cérebros retardados ou moléstias nervosas obscuras.
8 – E os protagonistas de tragédias passionais?
Protagonistas de tragédias passionais, violentas e obscuras, criminosos de guerra, aproveitadores de lutas civis, que manejam a desordem para acobertar interesses escusos, exploradores do sofrimento humano, caluniadores, empreiteiros do aborto e devassidão e malfeitores outros, que a justiça do mundo não conseguiu cadastrar, voltam à reencarnação em tribulações compatíveis com os débitos que assumiram e, muitas vezes, junto das próprias vítimas, sob o mesmo teto, marcados por idênticos laços consangüíneos, tolerando-se mutuamente até a solução dos enigmas que criaram contra si mesmos, atentos ao reequilibro de que se vêem necessitados; ou sofrem a pena do resgate preciso em desastres dolorosos, integrando os quadros inquietantes dos acidentes em que se desdobra o resgate do espírito reencarnado, seja nos transes individuais ou nas provações coletivas.
9 – E aos cúmplices de erros e enganos?
As grandes dificuldades não caem exclusivamente sobre os suicidas e homicidas comuns. Quantos se fizeram instrumentos diretos ou indiretos das resoluções infelizes que se adotaram são impelidos a recebê-los nos próprios braços, ofertando-lhes o recinto doméstico por oficina de regeneração.
10 – O que ocorre àqueles que provocaram o suicídio de alguém?
Se levianamente provocamos o suicídio de alguém, é possível que tenhamos esse mesmo alguém, muito breve, na condição de um filho-problema ou de um familiar padecente, requisitando-nos auxílio, na medida das responsabilidades que assumimos, na falência a que se arrojou.
11 – Que acontece àqueles que impelem o próximo à falência moral?
Se instilamos viciação e criminalidade em companheiros do caminho, asfixiando-lhes as melhores esperanças na desencarnação prematura, é certo que se corporificarão, de novo, na Terra, ao nosso lado, a fim de que lhes prestemos concurso imprescindível à reeducação, na pauta dos compromissos a que enredamos, ao precipitá-los aos enganos terríveis de que buscam desvencilhar-se, abatidos e desditosos.
Nas mesmas circunstâncias, carreamos em nós, enraizados nas forças profundas da mente, os bens ou os males que cultivamos.
12 – E o que ocorre aos desencarnados que malbarataram os tesouros da emoção e da idéia?
Quando desencarnados, não fugimos as leis de causa e efeito.
Se malbaratamos os tesouros da Terra, deambulamos nas esferas espirituais por doentes da alma, que a perturbação ensandece, fadados a reaparecer no plano carnal com as enfermidades consequentes, a se entranharem, nos tecidos orgânicos, que nos compõem a vestimenta física.
13 – E aqueles que se entregam aos desequilíbrios do sexo?
Se abraçamos desequilíbrios de sexo, agravados com padecimentos alheios por nossa conta, agüentamos inibições genésicas, muitas vezes, com o cansaço precoce e a distrofia muscular, a epilepsia ou o câncer, de permeio.
14 – E àqueles que perpetram crimes?
Se perpetramos crimes na pessoa dos semelhantes, ei-nos a frente de mutilações dolorosas.
15 – E àqueles que se entregam às extravagâncias da mesa?
Se nos entregamos às extravagâncias da mesa, arcamos com ulcerações e gastralgias que persistem tanto tempo quanto se nos perdurem as alterações do veículo espiritual.
16 – E àqueles que se afeiçoam ao alcoolismo?
Se nos afeiçoamos ao alcoolismo ou ao abuso de entorpecente, somos induzidos à loucura ou à idiotia seja onde for.
17 – E àqueles que se empenham em delitos de maledicência e calúnia?
Se nos empenhamos em delitos de maledicência e calúnia, atravessamos vastos períodos de surdez ou mudez, precedidas ou seguidas por distonias correlatas.
18 – As conseqüências de nossos erros se verificam apenas na forma de doenças comuns?
Não. Além disso, é preciso contar com as probabilidades da obsessão, porquanto, cada vez que ofendemos aos que partilham a marcha, atraímos, em prejuízo próprio, as vibrações de revolta ou desespero daqueles que se categorizam por vítimas de nossas ações impensadas.
19 – Qual deve ser nossa atitude perante as provas da vida?
Diante das provas inquietantes que se demoram conosco, aprendamos a refletir, para auxiliar, melhorar, amparar e servir aqueles que nos cercam.
20 – Quais as relações entre o presente, o passado e o futuro?
Todos estamos no presente, com o ensejo de construir o futuro, mas envolvidos nas conseqüências do passado que nos é próprio. Isso porque tudo aquilo que a criatura semeie, isso mesmo colherá.
XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Leis de Amor. Pelo Espírito Emmanuel. FEESP.
Fonte. Chico de Minas Xavier

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

O ESPÍRITO DO MAL.

Francisco era um rapaz de 30 anos e estava prestes a cometer suicídio. Toda a sua vida estava bloqueada e nada dava certo. A única coisa que o impedia de tirar a própria vida era a curiosidade em entender um sonho repetido que há quase dois anos o assolava.
Nesse sonho, toda vez que Francisco estava próximo de realizar algo, como conseguir um emprego, reaproximar-se de parentes e amigos, melhorar as condições do seu casamento, dentre outras atitudes que poderiam dar um salto de qualidade em sua vida, um homem aparecia no sonho e atrapalhava tudo. Francisco começou a perceber que ele sempre falhava quando, no dia anterior, sonhava com esse homem. O rapaz estava convencido que esse homem era uma espécie de espírito maligno ou demônio que o odiava e queria destruir sua vida.
Já cansado de ver sua vida desmoronando e o homem aparecendo repetidamente em seus sonhos e sempre o prejudicando, Francisco resolveu procurar um vidente especialista em interpretação de sonhos místicos, que diziam acertar tudo sobre a pessoa. O rapaz marcou o encontro, apresentou-se ao vidente e contou sua situação. O vidente fechou os olhos, ficou alguns minutos no que parecia ser um “transe”, retornou e disse:
– Meu caro, quero que você feche os olhos. Esse homem invasor do seu sonho, que o está prejudicando, quer falar com você agora.
Francisco fechou os olhos e viu um campo aberto. Um minuto depois começou a ver o homem de longe. O homem veio então caminhando na direção de Francisco. O rapaz ficou com muito medo e pensou em desistir, mas o vidente insistiu que ele deveria enfrentar esse medo para que tudo ficasse bem. Quando o homem estava quase chegando, Francisco tomou um susto, e ficou estarrecido com sua visão. Mal podia acreditar na identidade desse homem. Para sua imensa surpresa, o homem era ele mesmo…
Francisco abriu os olhos e perguntou ao vidente o que aquilo significava. O vidente disse:
– É simples. Durante todo esse tempo você mesmo estava boicotando a sua vida. Nossa mente e nossa sombra interior são os únicos que podem nos favorecer e nos prejudicar. Ninguém tem poder sobre nossa vida. Você é a única pessoa que pode fazer mal a si mesmo, mais ninguém pode. Você é seu grande inimigo e ao mesmo tempo seu maior amigo. Ninguém pode te bloquear ou te libertar a não ser você mesmo.
Autor: Hugo Lapa

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

"COMO COMBATER AS PERTURBAÇÕES ESPIRITUAIS."

Para se compreender as perturbações espirituais é necessário entender primeiro como elas acontecem.
“É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves. Pode-se impedir a sua manifestação, mas não aniquilá-lo”. (Livro dos Espíritos, questão 833).
E será que os espíritos podem influenciar nossos pensamentos e nossas ações? Esclarece a Doutrina Espírita, que muito mais do que supomos.
Esse intercâmbio entre as duas esferas, material e espiritual, acontece frequentemente e chamam atenção para a necessidade de cuidar da qualidade dos pensamentos, quando se deseja criar sintonias positivas.
Segundo  explica a física quântica, tudo que a mente pode conceber e acreditar, ela pode realizar, mostrando o grande poder das ondas do pensamento.
A partir desses conceitos compreende-se que quando essas frequências do pensar sofrem interferências negativas, as perturbações espirituais passam a acontecer, permitindo um elo entre emissor e receptor.
Muitas vezes, essas influências ocultas são tão sutis que nem mesmo se percebe, criando-se espaço para um processo obsessivo, cujo ponto de ligação entre obsessores e obsediados são os pensamentos e os sentimentos, que alimentam um ao outro.
Para se libertar dessas influencias espirituais menos felizes que causam o desequilíbrio é preciso buscar melhorar o padrão vibratório e a mudança no comportamento diário, procurando se afastar das influencias negativas pelo pensamento.
A harmonia espiritual nasce do desejo profundo de se libertar da influência de “mentes menos felizes”, perseverando no caminho da luz, capaz de combater a escuridão interior.
Enquanto a ignorância aprisiona, o despertar para a realidade do espírito com todo seu potencial criador sobre pensamentos e desejos, apresenta um caminho de infinitas possibilidades rumo à evolução.  Nos alertou Jesus:  “A minha paz vos deixo. A minha paz vos dou, não vo-la dou como o mundo a dá.”
Sejamos o instrumento da paz, que começa em nós! Eis o grande antídoto para combater as perturbações espirituais.
 Fonte. Portal do Espírito.

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domingo, 20 de janeiro de 2019

"17 ANOS ESTIVE ENCARNADO" ERA UM ESPÍRITO MORTO, HABITANDO UM CORPO VIVO. PSICOGRAFIA DO ESPÍRITO ELEUTÉRIO, .

A última vez que estive encarnado na Terra, meu Espírito ganhou como instrumento de aperfeiçoamento e burilamento um corpo disforme e mentalmente prejudicado. Vivi por 17 anos, não foi uma Reencarnação longa, foi somente o tempo que meu Espírito infrator precisava para completar um tempo que eu mesmo em outra existência aniquilara, esses 17 anos foram para mim de grande valia. Aprendi muito e "Resgatei Dívidas" muito grandes.
Embora tenha sido uma vida difícil, para meu Espírito, muito mais difícil foi para minha mãe que se redobrava em trabalhos como lavadeira, serviço que fazia em casa, e tomar conta de mim. Tamanha a minha dependência que não era capaz de absolutamente nada, paralítico e deficiente mental, nunca proferi uma palavra sequer e a paralisia me deixava estático em uma cama.
Apesar disso tudo agradeço a Deus por ter tido a oportunidade de nesses 17 anos aprender muita coisa. Fui suicida numa encarnação anterior, era um homem inteligente e muito ativo, mas não soube dar valor a vida e num dia de desespero tirei minha própria vida. Ah! Se as pessoas soubessem o que é ser um suicida, da dor imensa que passa quem comete tal ato e não mais haveria suicídios. Por não ter dado valor ao corpo sadio voltei nessa triste condição em que não tinha a menor lucidez, os raros momentos de lucidez eram através de sonhos conturbados, mas ao acordar de nada mais me lembrava.
Eu era um “espírito morto” habitando um corpo vivo.
Hoje, tanto tempo depois de ter passado por essa experiência posso dizer a vocês que ela me foi muito valiosa. De grande valia também para minha mãe que juntamente comigo falhara em outra existência e que dessa vez aprendeu o que é ter que cuidar de alguém tão dependente, e aprendeu muito mais que isso, aprendeu a me amar como só as mães sabem. Eu e ela, cada um sofrendo proporcional ao que precisava sofrer.
Bendita encarnação! Deus é amor e não estamos eternamente fadados aos erros de outrora, temos a chance de melhorar nossa situação mesmo que a duras penas. Penas essas impostas por nós mesmos, nunca por Deus, pois que Ele em seu amor não pune ninguém.
Muita paz.
Eleutério.
Médium: Débora S. C.
Antonio Carlos Piesigilli


sábado, 19 de janeiro de 2019

PSICOGRAFIA DO "ESPIRITO DE UM EX-SENHOR DE ENGENHO", CONTANDO TODO SEU SOFRIMENTO NO ALÉM..

Estou aqui quase dois séculos e ainda hoje não consigo me perdoar de todas as maldades que fiz. Fui um rico dono de várias fazendas, muitas terras, muitos escravos. Era temido por todos, respeitado e também muito odiado e até hoje existem negros, ex-escravos que não conseguem me perdoar. Na minha principal fazenda, onde eu residia com a minha família eu tinha muitos, muitos escravos, e como “dono” de todos aqueles seres teria eu, hoje sei disso, que ter ajudado a quantos viviam sobre o meu domínio. Tratava aquelas pobres criaturas com mãos de ferro, tinha prazer de tratá-los com crueldade, me comprazia enormemente com isso.
Gostava de ver aqueles mais rebeldes serem castigados, terem suas costas abertas em feridas, aquilo me deixava feliz, pra mim eles não tinham alma.
As negrinhas da minha senzala eram todas abusadas por mim, quantas infâncias eu destrói.
Gostava de ver os pais daquelas pobres crianças assistindo toda a minha maldade e os mais atrevidos eram mortos sem pena, afinal era só um a menos em meio a tantos escravos.
Pratiquei as maiores crueldades que um ser humano pode praticar.
Meu Deus como me envergonho!
Mas vou dizer, preciso dizer. Quando descobria que as moças abusadas por mim esperavam uma criança eu nem me importava em pensar o que fazer, a ordem era a mesma para todas. Ao darem a luz, o capataz, homem igualmente ruim, pegava o recém nascido e enterrava vivo, muitas vezes sobre o protesto louco de suas mães, outras já tão sofridas com toda a humilhação nem se importavam, ficavam inermes vendo toda aquela barbárie.
Eu não podia me comprometer, odiava os negros, como explicar que gostava de me deitar com as jovens negrinhas da minha senzala?
Antes que alguma suspeita pudesse recair sobre mim eu eliminava a prova. Matei muitos filhos, sou um assassino cruel, matei meus próprios filhos.
Oh meu Deus que dor sinto agora, o que fazer para corrigir tantas maldades? Vivo atormentado, ouço choro de recém nascidos, esse som não para nunca, vejo mulheres a me acusar de assassino, homens a me xingarem.
Vivo num tormento sem fim.
Desespero, desespero e desespero é isso o que eu sinto, a vergonha de mim mesmo, a dor de ver como num ato contínuo todas as minhas maldades como um filme que não tem fim.
Hoje sou um pobre maltrapilho, um monstro sem face, preciso de ajuda, mas não consigo pedir, a vergonha não deixa, sofro a dor de todos os que eu fiz sofrer.
Se alguém ler essa narrativa e se sensibilizar com o sofrimento que causei aos meus irmãos, sim meus irmãos, aquelas pobres criaturas que eu tanto fiz sofrer são sim meus irmãos, peço que orem por eles, para que eles possam me perdoar, não por mim, pois que eu não mereço, mas por eles que sofrem terrivelmente até hoje por não me perdoarem, vivem igualmente a mim presos nas trevas do ódio e da vingança.
Ajude-os com suas orações, peçam a Jesus por eles?
Quanto a mim? Não mereço nada, nem o sofrimento de quase dois séculos paga a metade do que fiz sofrerem os outros.
Me desculpe fazer com que leiam coisas tão cruéis, mas precisava desabafar e pedir pelos os que fiz tanto mal.
Um ex-senhor de engenho.
Um pobre ser reduzido a nada pela própria consciência culpada.
Médium: Débora S C.
-Antonio Carlos Piesigilli

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

UMA CARTA ESCRITA ANTES DA PESSOA DESENCARNAR, DEIXA UMA GRANDE LIÇÃO PARA TODOS NÓS.

Ao lado de João Firpo, desencarnado ao impacto do fogo que lhe devorara a casa velha, numa noite de expiação e de assombro, estava a carta, datada por ele quatro dias antes, endereçada a um irmão e que o morto evidentemente deitaria ao correio, na primeira oportunidade. Enquanto bombeiros improvisados lhe retiravam o corpo inerte e benfeitores da Vida Maior lhe amparavam o Espírito liberto em doloroso trauma, copiei a curiosa missiva que revoava nas cinzas da tragédia, a fim de transmiti-la, com objetivos de estudo e meditação, aos companheiros do mundo.
Eis, assim, na íntegra, o valioso documento:
Meu caro Didito:
Espero que estas linhas encontrem você com saúde e paz, junto dos nossos.
Graças a Deus, estou bem. Você se afligiu à-toa com a notícia de meu resfriado.
Tudo não passou de um defluxo de brincadeira. Estou mais forte que a peroba do Brejo Grande, comendo por quatro cablocos na roça. Seja velho quem quiser. Com os meus sessenta e sete janeiros, não passo sem banho no rio e tutu no prato.
Moro sozinho porque não nasci para confusão. Dona Belinha vem diariamente fazer-me as refeições, assear a casa e isso chega.
Sobre o caso do sonho que você teve comigo, conforme seu conselho fui à reunião espírita no sítio do Totonho. A mulher dele é médium de verdade. Há muito tempo eu não assistia a uma incorporação tão perfeita. Realmente, mãe falou por ela. Não tenho dúvida. Aquela voz boa e cansada que nós dois não esquecemos.
Coitada de mãe! Está preocupada comigo, não sei porquê. Falou muito sobre a morte, coisa em que não penso. Fiz todos os exames de saúde que o médico recomendou, no mês passado, e tudo deu certo. Positivo. Por outro lado, não viajo.
Porque será que a velha mostrou medo de que eu venha a bater a pacuera, de um momento para outro?
Imagine que ela abortou um segredo. Disse coisa séria quanto ao dinheiro que venho guardando para a formação do nosso lar de velhinhos, compromisso antigo.
Avalie você que mãe conversou, conversou e, depois, me pediu empregar enorme importância na compra do terreno para a obra, aconselhando-me colocar a parte restante com amigos responsáveis para o custeio na construção. Considere o meu aperto. Que é que há? Não é fácil entregar assim de mão beijada quase todas as minhas economias de trinta anos.
Concordo com a providência, pois temos nosso projeto e promessa há mais de vinte anos. Não negarei os cobres, mas preciso de um mês para pensar.
Terrenos e amigos já estão apalavrados, desde o nosso encontro aqui, há tempos, mas dinheiro, meu caro!...
Não posso aceitar o negócio, assim do pé para a mão. Você sabe que a velha sempre foi aflita. Quando queria uma coisa, queria mesmo. Tenho conservado minhas economias com cautela. Não confio em bancos e em mãos dos outros, a grana começa prometendo bons juros e depois cria pernas para correr e cair no buraco.
É impossível tratar de problema assim tão grave, sem prazo para refletir.
Disse mãe que já tive muito tempo para resolver, mas eu não acho.
Comunico a você que não recusarei a doação; entretanto, o assunto não é sangria desatada. No mês que vem, cuidaremos de tudo.
Sem mais, venha, logo que possa, comer de nosso feijão bravo e receba um
abração do mano.
Firpo
Esta era a carta que o rico desencarnado tinha escrito e aguardava ensejo para mandar.
O Plano Espiritual lhe havia dado, cinco dias antes, em aviso urgente para a felicidade dele próprio. João, no entanto, exigia prazo a fim de atender.
Acontece, porém, que a provação não conseguira esperar.
Um incêndio de grandes proporções no madeiramento da pequena moradia lavrara, noite alta, obrigando-o a largar o corpo sufocado sem remissão.
O dinheiro a que se referira, com tanto carinho, decerto jazeria ali, inteiramente queimado, porque metal não havia.

De interessante nos escombros, apenas a carta que nos pareceu um recado precioso, lançado pelo "Livro da vida", sobre 
 m
onte de pó.


" A HISTÓRIA DE JÚLIA FETAL :INSPIRAÇÃO PARA A NOVELA ESPELHO DA VIDA."

Esta é uma história verídica. Aconteceu nos idos de 1847 na cidade do Salvador. É um momento na vida de João Estanislau da Silva Lisboa, no instante em que um amor desvairado invadiu o seu coração, obliterando todos os seus sentidos e transformando radicalmente a sua vida até então pacata, num redemoinho de uma paixão insana.
Tudo começou no dia 20 de abril de 1847…
João Estanislau era professor do então Liceu Regional em Salvador. Sua distinção e vasta cultura o distinguia dos demais colegas e a todos impunha um respeito pela sua postura irretocável. Nos seus dias de folga no Liceu, dava aulas particulares em residências de seus alunos, oportunidade em que conheceu uma moça de ascendência espanhola, dona de um temperamento alegre e jovial, de grande beleza e bastante jovem. Seu nome era Julia Fetal. Apaixonar-se por Julia foi inevitável para o professor. Como era costume naquele tempo, foi de muito gosto para a família de Julia o compromisso de aliança com João Estanislau, pois seguramente além de esposo o mesmo seria para ela a segurança de uma vida digna e honrada e de ótima posição social.
Seria, mas aí o destino resolve interferir. Talvez pela sisudez do professor, talvez pela diferença de idade, ou mesmo pelo “arranjo” do compromisso, tão comum então, Julia manteve o seu coração virgem de sentimentos. Certo dia ao conhecer um jovem de sua idade, encantou-se pelo mesmo e apaixonou-se loucamente. Na sua condição de jovem impetuosa, ainda com a cabeça navegando em sonhos, começou a viver secretamente o novo romance, para ela o primeiro, o início de sua viagem romântica tão natural para pessoas de sua idade. Como sempre acontece nesses casos, um dia o romance secreto chegou ao conhecimento do noivo ilustre.
A partir de então, começou a ruir o mundo do professor João Estanislau da Silva Lisboa, quando teve início o seu longo período de sofrimento. Sua vida transformou-se radicalmente, alternando momentos de uma sofrida lucidez com terríveis alucinações. Sua rotina escolar sofreu grandes transformações, ao ponto de causar aos seus próprios alunos a impressão que estavam lidando com dois homens diferentes.
Mesmo assim, com o pouco de racionalidade que lhe restava, ainda buscou um refúgio. Em virtude de residir em um casarão no topo da Ladeira da Montanha, próximo à praia da Preguiça, não raras vezes, alta madrugada ia até à mesma, e em suas águas atirava-se para em longas e cansativas braçadas tentar através o esforço, exorcizar as dores de seu grande martírio.
De nada adiantava. A traição o afetou profundamente e a maior parte do tempo ficava fora de si. Então, recolheu-se a um isolamento, ocasião em que começou a premeditar aquilo que viria a ser a catarse do seu sofrimento: o crime. A solução final.
No seu louco ciúme e também pela sua condição de ser um homem doravante marcado pelo sinal da traição, teve a certeza de que a sua amada não poderia jamais pertencer a outro homem. Caberia a ele resgatar a dignidade.
Sendo Julia uma pessoa única em sua vida, seu ídolo maior, sua paixão, sua razão de viver, teria de ter uma morte digna e compatível com a sua idolatria, alguma coisa superior e especial. João Estanislau da Silva Lisboa, armou-se de uma pistola. Mandou um artesão cunhar uma bala com a cápsula de ouro especialmente para a ocasião (segundo diz a tradição oral, teria mandado fazer com as alianças a bala de ouro). Certo domingo, no adro da Igreja da Graça onde sua amada costumava assistir à missa com seus pais, sorrateiramente aproximou-se dela. Julgado e condenado a 12 anos de prisão, passou a cumprir pena no Forte do Barbalho, onde como prêmio pelo seu excelente comportamento e erudição, recomeçou a lecionar para os detentos até o ano de 1861, época em que findava seu período de cárcere.
Nesse ano, Francisco Pereira de Almeida Brandão, fundador do Colégio São João no Corredor da Vitoria e que tinha o professor como seu mentor pedagógico, o convidou para assumir pessoalmente a direção do Colégio, fato que transformou a escola na melhor instituição de ensino da província. João Estanislau formou doutores, professores, industriais e militares e era amado pelos seus discípulos. Sempre à disposição de todos que o solicitavam, só abria exceção para o dia 20 de abril, ocasião em que se trajava de luto, e recolhia-se à sua cela num excêntrico ritual em homenagem à sua amada.
Convém ressaltar, que durante o cumprimento de sua pena no presídio, não quis aceitar um indulto concedido pelo Imperador, preferindo cumprir toda a pena.
Na ocasião, sua fama de excelente educador ultrapassou os muros do Forte, onde recebia visitas de mestres, colegas e discípulos. Alguns de seus alunos tinham aulas dentro dos muros da prisão, por autorização do Presidente da Província. O auge do reconhecimento ao professor se deu numa festa pomposa no Palácio da Vitoria, com a presença de sua majestade o Imperador.
Como testemunho do relato, o poema “O crime da bala de ouro”, gravado na lapide de Julia Fetal na Igreja da Graça, em Salvador, retrata poeticamente o amor passional de dois amantes que viveram na Bahia, uma terra cheia de encantos e mistérios.
Estavas bela Júlia descansada
Na flor da juventude e formosura,
Desfrutando das carícias e ternura
Da mão que por ti era idolatrada,
A dita de por todos ser amada
Gozavas sem prever tua alma pura
Que por mesquinho fado à sepultura
Brevemente serias transportada.
Eis que de fero algoz a destra forte
Dispara sobre ti, Júlia querida.
O fatal tiro que te deu a morte.
Dos olhos foi-te a luz amortecida
Do rosto te apagou a iníqua sorte
A branca e viva cor, com a doce vida.
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

"PORQUE A REENCARNAÇÃO PASSOU A SER CONDENADA PELA IGREJA CATÓLICA?"

Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a reencarnação que a
cultura religiosa oriental já proclamava, milênios antes da era cristã, 

como
fato incontestável, norteador dos princípios da Justiça Divina, que sempre dá
oportunidade ao homem para rever seus erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova existência.
Aconteceu, porém, que o segundo Concílio de Constantinopla, atual Istambul,na Turquia, em decisão política, para atender exigências do Império Bizantino,
resolveu abolir tal convicção, cientificamente justificada, substituindo-a pela ressurreição, que contraria todos os princípios da ciência, pois admite a volta do ser, por ocasião de um suposto juízo final, no mesmo corpo já desintegrado em todos os seus elementos constitutivos.
É que Teodora, esposa do famoso Imperador Justiniano, escravocrata desumana e muito preconceituosa, temia retornar ao mundo, na pele de uma escrava negra e,por isso, desencadeou uma forte pressão sobre o papa da época, Virgílio, que subira ao poder através da criminosa intervenção do general Belisário, para quem os desejos de Teodora eram lei.
E assim, o Concílio realizado em Constantinopla, no ano de 553 D.C, resolveu rejeitar todo o pensamento de Orígenes de Alexandria, um dos maiores Teólogos que a Humanidade tem conhecimento. As decisões do Concílio condenaram,
inclusive, a reencarnação admitida pelo próprio Cristo, em várias passagens do Evangelho, sobretudo quando identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar como precursor do Messias.
(Mateus 11:14 e Malaquias 4:5).
Agindo dessa maneira, como se fosse soberana em suas decisões, a assembléia dos bispos, reunidos no Segundo Concílio de Constantinopla, houve por bem afirmar que reencarnação não existe, tal como aconteceu na reunião dos vaga-lumes, conforme narração do ilustre filósofo e pensador cristão, Huberto Rohden, em seu livro ” Alegorias “, segundo a qual, os pirilampos aclamaram a seguinte sentença, ditada por seu Chefe D. Sapiêncio, em suntuoso trono dentro da mata, na calada da noite: ” Não há nada mais luminoso que nossos faróis, por isso não passa de mentira essa história da existência do Sol, inventada pelos que pretendem diminuir o nosso valor fosforescente “.
E os vaga-lumes dizendo amém, amém, ao supremo chefe, continuaram a vagar nas trevas, com suas luzinhas mortiças e talvez pensando – “se havia a tal coisa chamada Sol, deve agora ter morrido”. É o que deve ter acontecido com Teodora:
ao invés de fazer sua reforma íntima e praticar o bem para merecer um melhor destino no futuro, preferiu continuar na ilusão de se poder fugir da verdade, só porque esta fora contestada pelos deuses do Olimpo, reunidos em majestoso
conclave.
Vivaldo J. de Araújo é Professor e Procurador de Justiça do Estado de Goiás.
Fonte: Portal do Espírito.

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...