Teólogos eminentes, tentando harmonizar interesses temporais e
espirituais, obscureceram o problema da morte, impondo sombrias perspectivas à
simples solução que lhe é própria.
Muitos deles situaram as almas em determinadas zonas de punição ou
de expurgo, como se fossem absolutos senhores dos elementos indispensáveis à
análise definitiva. Declaram outros que, no instante da grande transição,
submerge-se o homem num sono indefinível até o dia derradeiro consagrado ao
Juízo Final.
Hoje, no entanto, reconhece a inteligência humana que a lógica
envolveu com todas as possibilidades de observação e raciocínio.
Ressurreição é vida infinita. Vida é trabalho, júbilo e criação na
eternidade.
Como qualificar a pretensão daqueles que designam vizinhos e conhecidos
para o inferno ilimitado no tempo? Como acreditar permaneçam adormecidos
milhões de criaturas, aguardando o minuto decisivo de julgamento, quando o
próprio Jesus se afirma em atividade incessante?
Os argumentos teológicos são respeitáveis; no entanto, não
deveremos desprezar a simplicidade da lógica humana.
Comentando o assunto, portas a dentro do esforço cristão, somos
compelidos a reconhecer que os negadores do processo evolutivo do homem
espiritual, depois do sepulcro, definem-se contra o próprio Evangelho. O Mestre
dos Mestres ressuscitou em trabalho edificante. Quem, desse modo, atravessará o
portal da morte para cair em ociosidade incompreensível? Somos almas, em função
de aperfeiçoamento, e, além do túmulo, encontramos a continuação do esforço e
da vida.
Francisco Cândido Xavier.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
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