Allan
Kardec, abordando a questão da geração nova, em A Gênese, diz para que os
homens sejam felizes na Terra, é preciso que somente a povoem Espíritos bons,
encarnados e desencarnados, que só se dediquem ao bem. Havendo chegado o tempo,
grande emigração se verifica neste momento entre os que a habitam: a dos que
praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já
não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, visto que, se assim
não fosse, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam
obstáculo ao progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em
mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a
mundos inferiores, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido,
tendo por missão fazê-las avançar. Serão substituídos por Espíritos melhores,
que farão reinarem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.
No dizer dos
Espíritos, a Terra não deverá transformar-se por meio de um cataclismo que
aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe
sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das
coisas.
Tudo, pois,
se processará exteriormente, como de costume, mas com uma única e capital
diferença: uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra, aí não mais
tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado
e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado
e propenso ao bem.
Trata-se,
pois, muito menos de uma nova geração corpórea, do que de uma nova geração de
Espíritos. Sem dúvida, é neste sentido que Jesus entendia as coisas, quando
declarava: “Digo-vos, em verdade, que esta geração não passará sem que estes
fatos tenham ocorrido”. Assim, os que esperam ver a transformação operar-se
efeitos sobrenaturais e maravilhosos ficarão bastante decepcionados.
A época
atual é de transição; os elementos das duas gerações se confundem. Colocados no
ponto intermediário, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se
assinalando cada uma, no mundo, pelas características que lhes são peculiares.
As duas
gerações que se sucedem têm ideias e pontos de vista opostos. Pela natureza das
disposições morais e, sobretudo, das disposições intuitivas e inatas, torna-se
fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo. Cabendo-lhe fundar a
era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão
geralmente precoces, aliadas ao sentimento inato do bem e a crenças
espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de
adiantamento anterior. Não se comporá de Espíritos eminentemente superiores,
mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as
ideias progressistas e estejam aptos a secundar o movimento de regeneração.
Ao
contrário, o que distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a
revolta contra Deus, por se recusarem a reconhecer um poder superior aos
poderes humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes, para os
sentimentos anti-fraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim,
o apego a tudo o que é material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.
A PROMESSA
DE JESUS
Queremos
concluir essas linhas sobre todos esses acontecimentos que já estão ocorrendo,
em consonância com as palavras proféticas pronunciadas pelo Cristo no célebre
Sermão do Monte:
–
“BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO BRANDOS E PACÍFICOS PORQUE ELES HABITARÃO A TERRA”.
Jesus ao
dizer isso, não está exigindo perfeição dos que vão continuar no planeta depois
da sua ascensão de categoria, mas sim a condição de “manso e pacífico”, em
outras palavras, pacificado interiormente.
Publicado no
Jornal Correio Espírita edição 67 Janeiro 2011
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