A lei de
ação e reação, ou o a cada um segundo suas próprias obras, baseia-se num
perfeito mecanismo de justiça e igualdade absoluta para todos. Não há qualquer
favoritismo para quem quer que seja. Agindo bem, teremos o mérito do bem.
Agindo mal, teremos as consequências. Não se trata de castigo, em absoluto, mas
de consequências.
Qualquer
prejuízo que causarmos a nós mesmos ou a terceiros, ocasionarão consequências
inevitáveis em nossa própria vida. Isto é da Lei Divina. E qualquer benefício
que distribuamos gerará méritos e benefícios correspondentes em nosso próprio
caminho, ainda que haja ingratidão dos beneficiados.
Passamos a
entender, portanto, que fazer o mal a quem quer que seja nunca será
compensador, pois sempre responderemos pelo mal que causemos, inclusive a nós
próprios. E, do mesmo modo, toda felicidade ou tranquilidade que
proporcionarmos ao próximo redundará, inevitavelmente, em bem para nós mesmos.
Não é por
outra razão que Jesus ensinou a perdoar. O ódio alimentado, a vingança
executada ou a perseguição contumaz a qualquer pessoa redundarão em estágios de
sofrimento e dor a seu próprio autor. Perdoando, libertamo-nos.
Também é
pela mesma razão que a recomendação sempre constante é para que promovamos o
bem, ainda que este não nos seja espontâneo (estamos aprendendo a incorporá-lo
em nós mesmos), pois todo bem gera o bem. O mal sempre gerará consequências
desagradáveis.
Fácil
perceber, portanto, que muitos sofrimentos existentes hoje na vida individual,
social e coletiva, inclusive a nível de planeta, poderiam ser evitados se
houvesse o conhecimento dessa realidade das consequências geradas por nossos
atos. Quantos equívocos pelo desconhecimento dessa lei que simplesmente usa a
justiça e a igualdade como parâmetros...
Não temos o
direito de ferir, de denegrir, de caluniar, de espoliar... Não temos igualmente
o direito de matar, de roubar (bens, dignidade, oportunidades, paz, etc), de
interferir na vida alheia, de impor ideias ou padrões que julgamos corretos.
Entendamos que as criaturas são livres, desejam ser respeitadas, assim como
queremos ser...
Este é o
detalhe: as tentativas de dominação, imposição, de cerceamento da liberdade
individual, sempre ocasionarão sofrimentos, pois todos somos seres pensantes,
com vontade própria, responsáveis pelo próprio caminho. Poderemos, é claro,
sugerir, aconselhar (se formos solicitados), auxiliar no que for possível, mas
jamais violentar as consciências. Todas merecem respeito.
O tema
suscita muitos debates, abre perspectivas imensas de estudo. Observa-se que as
próprias leis humanas, refletindo as imperfeições do estágio evolutivo do
planeta, muitas vezes são equivocadas, gerando também consequências para o
futuro. O que se observa atualmente é fruto de toda essa inconsciência coletiva
dos mecanismos que nos dirigem a vida.
Há que se
pensar no que estamos fazendo. Já não somos mais seres tão ingênuos que
desconhecem as Leis Morais. Estamos todos num caminho evolutivo, onde os
direitos são iguais. Tais direitos, abrangentes, devem ser respeitados pela
igualdade e pela justiça.
E é
justamente pelo desrespeito a tais princípios de igualdade e justiça que se
observam os efeitos na vida material e na vida espiritual, com os depoimentos
que os próprios espíritos trazem do estado em que se encontram, em virtude do
padrão moral que adotaram no relacionamento uns com os outros ou consigo
mesmos.
O próprio O
Céu e o Inferno traz depoimentos, em sua segunda parte, de diferentes espíritos
que descrevem a situação em que se encontraram após a morte. Mas a questão não
é apenas para depois da morte. Há que se considerar a própria existência
física, atual ou futura (s), onde os mesmos reflexos se fazem sentir.
Será de
muita utilidade que possamos estudar e debater os itens do Código Penal da Vida
Futura, constante do livro em referência, para espalhar tais esclarecimentos.
Mesmo os depoimentos constantes da mesma obra, são de grande utilidade para
estudos e reflexões.
São
princípios desconhecidos da maioria dos espíritos encarnados no planeta, embora
a consciência, onde está escrita a Lei de Deus (1), os avise de seus equívocos.
Sufocados pelas imperfeições morais do orgulho, do egoísmo, da vaidade, ainda
nos permitimos sufocar a própria consciência e agimos em detrimento uns dos
outros. Daí as consequências inevitáveis e os sofrimentos...
Em tudo,
porém, é preciso sempre considerar a misericórdia de Deus, que nunca abandona
seus filhos e lhes abre sem cessar novas oportunidades de progresso. O tema é
extenso, pois poderemos adentrar os domínios do arrependimento, expiação e
reparação, mas desejamos mesmo é sugerir ao leitor a leitura atenta do Código
constante em O Céu e o Inferno. Os itens enumerados, todos eles, abrem
perspectivas imensas de entendimento e esclarecimento, o que seria impossível
num artigo de poucas linhas. Melhor mesmo é buscar na fonte original a lucidez
e clareza da própria Doutrina.
Para
concluir, gostaríamos de oferecer à reflexão do leitor a frase de Joanna de
Ângelis, na psicografia de Divaldo Pereira Franco, constante do capítulo 38 – A
glória do trabalho –, do livro Lampadário Espírita (2): No lugar em que te
encontras, sempre poderás semear a luz da esperança e do amor. Eis um
programação de ação para modificar os panoramas da vida humana. Basta nos
situarmos no esforço do bem, para gerar efeitos salutares de felicidade e
saúde.
Se usarmos
este roteiro nas atitudes de cada dia, pronto! Estaremos sintonizados com o
bem, gerando efeitos de amor e alegria. Simples consequência da lei de ação e
reação.
Orson Peter
Carrara
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