Você sabe
que existem trabalhos espirituais pagos. São trabalhos para os mais diversos
fins, quase sempre de fundo egoístico, em que a pessoa que paga o trabalho
espera um resultado imediato – sem pensar nas consequências.
São essas
pessoas que fazem simpatias, que procuram consultas para tratar dos seus
problemas pessoais, que buscam na religião um meio de resolver os seus
caprichos, um meio de conquistar as coisas que querem, um atalho para saciar os
seus desejos mundanos.
Tem muitas
casas, geralmente dirigidas por um médium, que não têm nada a ver com a
Doutrina Espírita. O mediunismo existe desde que o homem é homem; a Doutrina
Espírita surgiu com Allan Kardec no século XIX.
Nessas casas
geralmente há consultas. Consultas pagas. Joga-se búzios, joga-se cartas, essas
casas que prometem trazer a pessoa amada em três dias, esse tipo de coisa.
Quem dirige
essas casas geralmente é um médium com razoáveis condições de trabalho. É
alguém que reencarnou com a tarefa de trabalhar em benefício do próximo e
acabou se desviando. Muitos espíritos acumulam experiência com o mediunismo e
com as próprias capacidades psíquicas. Infelizmente, ao longo de várias
existências utilizam esse conhecimento de maneira egoísta – ou, pior ainda,
voltados diretamente para o mal.
Em
determinado momento da sua trajetória eles se arrependem do mal que vêm
cometendo e se comprometem a trabalhar em benefício do próximo. São auxiliados
por espíritos mais elevados a reencarnar em condições adequadas ao exercício da
mediunidade. Mas, por uma série de motivos, sempre de natureza egoística,
acabam se desviando do Bem novamente e trabalham por conta própria associados a
espíritos desencarnados de baixa evolução: espíritos vampirizadores, técnicos
das trevas detentores de grande conhecimento e às vezes com seres de grande
poder absolutamente voltados para o mal.
Quem se
envolve com esse tipo de espíritos está se metendo numa grande enrascada. Nós
temos que ter bem claro que espíritos são espíritos, não há diferença, em
termos morais, entre encarnados e desencarnados.
Vamos pegar
um exemplo dos mais comuns: basta ver nos jornais de grande circulação. Está
cheio de anúncios como este; “trago a pessoa amada em três dias”. Desfaço qualquer trabalho. A pessoa amada foi
embora. Não quer mais nada com você. Você não se conforma e vai atrás de um
desses anúncios. Lá eles dizem pra você que a pessoa foi amarrada, que fizeram
um trabalho pra separar vocês. Pra desmanchar esse trabalho tem que fazer outro
trabalho mais forte.
Pode ser
verdade que foi feito um trabalho pra separar vocês. Mas isso não se resolve
fazendo um outro trabalho do mesmo tipo. Isso é devolver o mal com o mal, é uma
prática frontalmente contrária ao ensino de Jesus, que é o que deve nos
nortear. O ensino de Jesus tem que ser o nosso guia, sempre.
A solução
pra esse tipo de situação eu não posso tratar aqui. Isso é muito complexo,
depende de uma série de fatores.
Mas pode ser
que não haja trabalho nenhum para separar vocês. A pessoa amada foi embora
porque não quer mais ficar com você, simples assim. Você talvez deva rever a
sua maneira de ser e verificar porque não deu certo; não é o caso pra forçar a
barra e querer trazer a pessoa amada de volta a qualquer custo.
Aí vem o
trabalho. Pra começar, nós não temos garantia de que o trabalho vai ser feito.
O que é certo é que nós estamos nos envolvendo com espíritos que, se estivessem
encarnados e nós pudéssemos vê-los e conversar com eles, dificilmente nós
iríamos solicitar os seus serviços.
Mas digamos
que eles resolvam executar o trabalho. No que consiste esse trabalho?
Esses
espíritos podem atrapalhar diretamente o novo relacionamento da tal pessoa
amada, podem projetar imagens que provoquem desejo por você, podem “assoprar”
determinadas frases incessantemente na mente da pessoa amada, podem fazer com
que a pessoa amada sinta-se terrivelmente mal longe de você – então você
provoca um encontro e o mal-estar passa como que por encanto…
Isso é o
básico, isso qualquer espírito é capaz de fazer. Pior que isso é o uso da
tecnologia por parte de técnicos das trevas, o que acaba afetando outras áreas
da vida da pessoa; ou, pior ainda, o uso de magia – que quase nunca é detectada
nos centros espíritas.
Imagine que
você, em vez de pagar um trabalho espiritual, resolva pagar alguém pra
prejudicar outra pessoa: sequestrar, roubar, incendiar a casa, matar – quem
você iria contratar? Que tipo de gente se presta a esse tipo de trabalho? Só
bandido! Se você se envolve com um bandido você sabe que está sujeito a
chantagens, a delação, a vingança…
É claro que
às vezes nós passamos por momentos muito difíceis. Algumas pessoas se
desesperam e recorrem a esses trabalhos espirituais pagos. Trabalhos para o
amor, para a saúde, para os negócios.
É
compreensível. Mas não é uma boa solução. É o mesmo que você estar muito
apertado financeiramente e recorrer a um agiota. Você até pode resolver o seu
problema imediato, mas arranja um problema muito maior do qual vai ser bem mais
difícil de se livrar.
Esses
trabalhos são uma tentativa de fugir da própria responsabilidade – é o velho atalho, que quando vamos ver não é
atalho coisa nenhuma; é um beco sem saída: nós vamos ter que fazer o caminho de
volta e retomar a nossa caminhada de onde havíamos parado.
O único modo
de avançar na vida (eu não me refiro exclusivamente a essa existência, eu me
refiro à vida do espírito) é através do uso das nossas próprias energias.
Fonte:
Espírito Imortal
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