CÉU: A
teologia cristã reconhece três céus: o 1º é o da região do ar e das nuvens; o
2º o espaço em que giram os astros; o 3º fica além deste, é a morada de Deus, a
habitação dos bem-aventurados que O contemplam face a face. É conforme a esta
crença que se diz que S. Paulo foi alçado ao 3º céu. Mas, para os espíritas, o
céu está dentro de cada um de nós, é uma conquista interior. É a sensação do
dever cristão cumprido, que nos fará sentir felizes, onde estivermos. Estejamos
encarnados ou desencarnados.
INFERNO:
Jesus dizia, em suas pregações, que a alma culpada sofreria tormentos em suas
culpas, depurando-se como o lixo queimado na Geena, um vale onde no passado
eram oferecidos sacrifícios ao deus Moloch. Mais tarde, o local tornou-se um
lixão, onde queimavam cadáveres de criminosos, carcaças de animais, etc. Os
teólogos medievais, interpretaram esta comparação de Jesus como sendo o
inferno, localizado no interior da Terra, onde as almas condenadas ardem em
chamas eternas, sem jamais se consumir, em imperdoável sofrimento. Para nós
espíritas, o sofrimento é moral. Assim, o Céu e o Inferno são estados de
consciência e não um local geográfico. Quem já sentiu a angústia do
arrependimento mais intenso, por uma falta cometida, tem uma pequena idéia do
que é o sofrimento dos Espíritos culpados, que se tornam muito mais intenso na
Espiritualidade, onde não há as limitações impostas pelo corpo físico, nem as
ilusões da existência material, que ocultam as percepções e anestesiam a
consciência. O Espírito comprometido com o mal mergulha, ao desencarnar, num
torvelinho de emoções e lembranças relacionados com suas faltas, experimentando
sofrimentos morais tão intensos que não há nada que se lhes compare na Terra, onde
o levará para regiões (UMBRAIS) que condizem com o estado de sua consciência. O
umbral é definido como uma "região destinada a esgotamento de resíduos
mentais.” Assim sendo, entende-se como um período posterior ao desencarne
(processo em que a alma abandona o corpo após a morte deste) que possibilita à
alma entender o seu atual estado espiritual. O tempo de permanência no Umbral,
e a ocorrência de processos dolorosos de culpa e flagelação, vai depender do
estágio evolutivo da alma e do reconhecimento humilde das faltas cometidas
(quando for o caso).
PURGATÓRIO:
Devemos lembrar que, não há nenhuma referência explícita na Bíblia sobre o
purgatório. Segundo a tradição ortodoxa, o purgatório seria uma região no Além
onde estagiam as almas que, embora arrependidas e "na graça de Deus",
por submeterem a sacramentos religiosos, não são suficientemente puras para
elevarem-se ao Céu. Morrem abençoadas, mas não redimidas (perdoadas). É preciso
sofrer, pagar os débitos, depurar-se nesta tal região. Em torno desta idéia
exploraram a ingenuidade do povo. Na época, organizações religiosas, vendiam
para as famílias ricas, a transferência de seus mortos do purgatório para o
paraíso. Diziam os religiosos que se a família doasse grande soma de dinheiro
para a igreja ou comprasse "relíquias" (a peso de ouro), que diziam
ser parte do corpo de um santo (ossos, dentes, cabelos, unhas) o morto seria
transferido do purgatório para o céu mais rápido. Então, o purgatório tornou-se
uma saída para não cumprir as "penas eternas" no inferno, aberração
teológica incompatível com a justiça e misericórdia de Deus. Nós espíritas,
entendemos por purgatório, as dores físicas e morais: o tempo da expiação.
Quase sempre, é na Terra que fazemos o nosso purgatório, ou seja, que expiamos
as nossas faltas. Purgatório significa purgação, purificação. O purgante é o
remédio que limpa o organismo. E as dores e aflições é o purgante que limpa a
alma das transgressões à Lei Divina. Podemos dizer que, o caminho mais rápido e
seguro entre o purgatório e o Céu, é “O PRÓXIMO”. Na medida em que estivermos
dispostos a respeitar, ajudar, compreender e amparar aqueles que nos rodeiam,
seja o familiar, o colega de serviço, o amigo, o indigente, o doente, estaremos
habilitando-nos à felicidade, contribuindo para que ela se estenda sobre o
Mundo. Portanto, não nos elevaremos se não tivermos dispostos a auxiliar os
companheiros que conosco estagiam no purgatório terrestre.
Chico Xavier
resume o assunto na seguinte frase: “Dentro da visão espírita, céu, inferno e
purgatório começam dentro de nós mesmos. A alegria do bem praticado é o
alicerce do céu. A má intenção já é um piso para o purgatório e o mal
devidamente efetuado, positivado, já é o remorso que é o princípio do inferno.”
Postado por
GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC
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