O que significa para o Espírito, o desencarne? Para o
espírito, a morte significa Liberdade. A
vida do Espírito é eterna; a do corpo é transitória, passageira. Quando o corpo
morre, a alma retorna à vida eterna.
Morte ou Desencarne? Para ajudar a esclarecer esse assunto, é
preciso antes de tudo, conhecermos o significado dos termos morte e desencarne
para o Espiritismo. A morte é o fim da vida do corpo físico, ocorre quando o
corpo, natural ou forçadamente, não tem mais condições de se manter vivo.
O desencarne é o processo de desligamento do Espírito (seu
corpo espiritual ou períspirito), do seu corpo físico. É para o espírito,
início de uma nova oportunidade para que se cumpra a Lei do Progresso, que é
uma das leis de Deus.
Segundo a Doutrina Espírita, a lei divina (ou lei natural ou
lei de Deus) abrange as leis físicas e as leis morais. As leis físicas são as
leis do mundo natural material. Estudo e compreensão das várias ciências
existentes, como a Física, Química, Biologia, etc.
As leis morais são referentes às relações do homem com Deus e
com seu próximo. Lei de Adoração, Lei do Trabalho, Lei de Reprodução, Lei de
Conservação, Lei de Destruição, Lei de Sociedade, Lei do Progresso, Lei de
Igualdade, Lei de Liberdade, Lei de Justiça, de Amor e Caridade.
A lei divina é eterna, imutável (como o próprio Deus),
perfeita, igual para todos, inscrita na consciência dos homens e revelada em
todos os tempos (de acordo com a capacidade e compreensão dos homens). Todas as
criaturas têm, consciência das Leis divinas.
Os desmandos a que se entrega, os abusos que perpetra, os
excessos a que se expõe não lhe permitirão tranquilizar-se, porque, inscrita na
consciência, aquela lei superior, no momento justo, convocará o infrator ao
reajuste, de que ninguém se furta. (Divaldo Franco, Estudos Espíritas. Pelo
Espírito Joanna de Ângelis, cap. 10).
Segundo Allan Kardec, há duas espécies de progresso que se
prestam mútuo apoio e que, todavia, não marcham lado a lado: o progresso
intelectual e o progresso moral.
A Lei do progresso aplicada ao Espírito diz que, através de
sucessivas encarnações, o mesmo se auto aperfeiçoa gradativamente nas dimensões
intelectual e moral, deixando sua condição inicial de simplicidade e ignorância
para se elevar à condição de pureza espiritual.
As evoluções intelectual e moral não se dão, necessariamente,
ao mesmo tempo. O espírito só alcança a perfeição quando alia a perfeição moral
com a da inteligência. A perfeição é o destino de todo espírito, sem exceção,
mas isso não pode ser atingido numa só existência. Por essa razão, o espírito
reencarna.
A reencarnação é o sistema pelo qual a Providência Divina
aperfeiçoa o Espírito eterno. Para que ele possa crescer em inteligência e
moralidade, o Criador concede-lhe outras oportunidades de progresso através das
diversas existências. Assim ele renasce na dimensão material quantas vezes
forem necessárias.
Ao iniciar sua jornada reencarnatória nos primeiros estágios
evolutivos, o espírito sofre todo tipo de influências, boas e ruins, agradáveis
e desagradáveis. Por ser ainda ignorante, é levado por suas tendências a
vivenciar experiências errôneas, que prejudicam e lhe retardam o progresso.
Todos os espíritos passam obrigatoriamente pelo caminho da
ignorância, mas nem todos passam pelo caminho do mal. Em sua infinita
sabedoria, Deus concede ao espírito a liberdade de ceder ou resistir às suas
más influências e isso é chamado livre arbítrio.
À medida que adquire consciência de si mesmo, conquista
gradualmente a liberdade de agir e discernir, obtendo o mérito consequente de
suas próprias ações. Sendo assim, a evolução do espírito se dá
progressivamente, através da experiência.
Em suas lutas expiatórias e provacionais, o espírito avança
gradativamente pelo caminho da própria iluminação e aperfeiçoamento. Essa é a
lei da vida a que estamos sujeitos: Nascer, Crescer, Morrer, renascer e
Progredir sempre!
No desligamento do Espírito em relação ao corpo (desencarne)
ocorre, de modo geral, em momentos distintos podendo ser breve ou demorado. Nos
chama a atenção o fato de depender de cada um tornar esse momento mais fácil e
agradável ou mais penoso e doloroso.
A vida plenamente material onde se busca tudo que a matéria
oferece como gozos e posses (apego) dará mais dificuldade ao Espírito na hora
do desencarne.
Aquele que vive conforme a moral do Evangelho, dando
importância relativa às coisas materiais, reconhecendo seu valor, mas não
vivendo em função disso e principalmente reconhecendo e aceitando os Desígnios
Divinos acima de qualquer revolta, esse sim terá uma passagem tranquila e fácil
quando chegar sua hora.
A morte não é o mergulho no nada, é apenas a mudança de
estado, pois eles continuam do lado de lá, recebendo de nós, os sentimentos de
amor, ou de revolta que possamos emitir.
Joanna de Angelis nos alerta quanto a nossa atitude perante
aos desencarnados queridos, na obra Rumos Libertadores, Ela diz assim: Não
interrogues os que desencarnaram! O que será de mim? Por que você me deixou?
Por que você partiu antes de mim? O que será de mim agora? Como viverei sem
você ao meu lado?
Estes conceitos, profundamente egoístas, atestam desamor,
antes do que devotamento. Nem te entregues ao desejo de partir, também sob a
falsa alegação de que não podes continuar sem eles. Esta atitude os fará sofrer.
Põe-te no lugar deles!
Os pensamentos, dirigidos aos entes amados desencarnados,
chegam como vibrações e são percebidas e assimiladas por eles. Porque a morte
nada mais é do que a destruição do corpo orgânico, mas a alma imortal segue
eterna, assim como os laços de amor e afeições que os uniu aos pais, aos
filhos, aos maridos, as esposas, aos amigos!
O espiritismo é uma doutrina consoladora, por nos demonstrar
a continuidade da vida após a separação terrena. Mas devemos reconhecer que o
fato de sabermos que a vida continua não ameniza a saudade, pois é difícil
superar a ausência. Porém, assim como a felicidade é passageira, nenhum
sofrimento será eterno!
Fonte: Harmonia Espiritual
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