As leis da
reencarnação à medida que promovem nos seres encarnados o esquecimento do
passado e o livre arbítrio, tornam-se absolutamente verdadeiras e justas em
relação aos resgates cármicos de todas as criaturas devedoras. É a lei do
retorno, da ação e reação que visa levar todos ao despertamento para a
necessidade da evolução consciencial.
Luísa
nascera em família nobre e tornara-se adulta frequentando somente ambientes
ligados à sua alta condição social. Orgulhosa de sua estirpe, projetou o seu
casamento conforme os padrões da época e da nobreza. Mulher linda e
privilegiada pela riqueza, era frequentemente assediada por nobres
pretendentes, até que conheceu uma pessoa avaliada pelos seus pais como ideal.
Casaram-se e foram viver uma vida de contos de fada em um castelo da família.
Passaram-se
os dias em sua nova vida de mulher casada. Veio a gravidez e uma complicada
gestação que lhe causou muitos incômodos e que exigia a permanente atenção das
criadas que ficavam à sua disposição. As primeiras contrações do parto, aos
oito meses de gravidez, provocaram um verdadeiro alvoroço pelo castelo: a
parteira da família foi chamada às pressas, as criadas corriam para todos os
lados e o mensageiro saíra à disparada com seu cavalo à procura de Carlos,
marido de Luísa, que encontrava-se caçando faisões na companhia de amigos.
Luísa,
repentinamente, solta um grito de pavor e perde os sentidos. Seu filho nascera
e ela acabara de vê-lo por inteiro. A família, imediatamente, reúne-se para
decidir o que fazer a respeito do bebê. A reunião termina, chamam as duas
criadas e a parteira que trabalharam no parto. Exigem segredo absoluto sobre o
acontecimento e passam-nas uma significativa quantia em valores para silenciarem.
As duas criadas, juntamente com uma dama de leite, ficarão responsáveis pelos
cuidados do recém-nascido que ficará isolado em quarto de difícil acesso do
castelo.
O drama de
Luísa apenas começara. Traumatizada e deprimida, não admitia a visita de
ninguém em seu leito de dor. Nem mesmo o marido tinha acesso ao seu quarto,
pois fechara-o por dentro isolando o contato com a família e a criadagem. E
assim ficou por 3 dias e 3 noites seguidas, até que atormentada pela fome e
pela sede, reunindo forças e abrindo a porta do quarto veio a desfalecer.
Recuperada
parcialmente do choque emocional, mas ignorando seu próprio filho que era
assistido pelas zelosas criadas que mantinham segredo, Luísa começou a
alimentar o ódio e a vergonha que representava para a família ter um filho
deficiente e dependente total. E foi com este sentimento fixado no passado que
Luísa foi encaminhada pela equipe espiritual para que, através da médium que a
recebera e lhe emprestara a fala e a audição, fosse orientada e esclarecida sobre
a sua real situação pelo dirigente do trabalho mediúnico.
Com muito
ódio e preconceito no coração, ela continuava rejeitando o filho até que
confessou tê-lo sufocado até a morte por não ter suportado mais a vergonha que
ele representava para si e para a sua família.
Neste
momento, o dirigente do trabalho com a ajuda da equipe espiritual presente,
fizeram-na regredir no tempo antes daquela vida no castelo para que pudesse
sintonizar as causas que levaram-na à posterior concepção de um filho portador
de grave deformidade física.
Em seguida,
Luísa regride a uma vida em que via-se casada mas envolvida com um segundo
homem, um amante. Para viverem juntos resolveram descartar o marido
envenenando-o com uma substância que misturada à comida ia agindo sobre o organismo
lentamente, deformando o corpo como se fosse efeito de uma enfermidade. Com
esse álibi os dois levaram a situação até a morte do homem.
Pela lei de
causa e efeito e pela aceitação em voltar naquela condição, o homem retornou
como seu filho. Embora ciente e resignado com a sua situação, esperava receber
o amor que lhe fora violentamente negado na outra vida. Mas, apesar de ter sido
novamente rejeitado, trazido pela equipe espiritual à presença da ex-esposa e
depois mãe, por ser um espírito mais adiantado, perdoou-a, provocando nela uma
intensa catarse que somente cessou com o fratenal abraço de luz de seu filho.
A partir do
despertamento e da conscientização de sua real situação, a convite do filho e
dos seres espirituais ali presentes, Luísa aceitou e seguiu o caminho de
preparação onde passará por tratamento e estudos visando uma nova oportunidade
reencarnatória onde estará novamente em prova o esquecimento do passado
associado ao livre arbítrio. E assim, como tem que ser, Luísa seguirá livre para
fazer as suas próprias escolhas!
Autor Flávio
Bastos
Psicanalista
Clínico e Reencarnacionista.
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