Constantemente
a humanidade é surpreendida por tragédias coletivas. Desde os fenômenos
sísmicos às guerras, aos acidentes de várias ordens, demonstrando a fragilidade
do ser humano ante as forças da natureza e as suas próprias paixões, que,
amiúde, somos convidados a reflexionar em torno da transitoriedade carnal e
sobre a continuidade da vida em outra dimensão.
Há poucos
dias, um desastre aéreo de lamentáveis consequências feriu dezenas de famílias,
ceifando vidas juvenis em plena busca da felicidade. Desejamos referir-nos ao
acidente que arrebatou 71 vidas, especialmente de chapecoenses, deixando
aflições inomináveis em muitos familiares e amigos.
Os conceitos
filosóficos do materialismo diante do infortúnio não conseguem acalmar as
ansiedades e as dores dos sentimentos vitimados pelas ocorrências infelizes do
cotidiano, provocando, não raro, revolta e desespero.
Algumas
correntes religiosas despreparadas para o enfrentamento dos desafios afligentes
que ferem a humanidade simplificam a maneira de os encarar, transferindo para a
“vontade de Deus” todas as ocorrências nefastas, sem que, igualmente, com
algumas exceções, logrem o conforto moral e a esperança nas suas vítimas.
Ao
Espiritismo cabe a tarefa urgente de demonstrar que a criatura humana é autora
do próprio destino através dos atos que realiza.
A Divindade
estabelece leis morais que atuam nas existências, com a mesma severidade que
aqueloutras que regem o Universo e são inalteradas.
Embora Deus
seja amor, o dever e o equilíbrio são expressões desse incomparável amor pelas
criaturas.
O sofrimento
não é um ato punitivo da Divindade, mas uma resposta da Vida ao comportamento
malsão de quem se permite desrespeito aos supremos códigos.
Por
intermédio da reencarnação o Espiritismo explica a lógica de acontecimentos tão
funestos.
No caso em
tópico, segundo a Imprensa, a Anac havia proibido a viagem programada, mas a
fatalidade conseguiu uma maneira de atender ao determinismo cármico, mediante o
aluguel de uma outra aeronave boliviana. Alguns sobreviventes e outros, que não
puderam viajar por uma ou outra razão, foram poupados da terrível provação, por
não fazerem parte do grupo comprometido com as Leis divinas.
Provavelmente
essas vítimas resgataram antigo débito moral no seu processo evolutivo e foram
reunidas para o ressarcimento coletivo, conforme a responsabilidade do conjunto
em algum desmando anterior, de existência pregressa.
Hoje, no
mundo espiritual, na condição de vítimas das circunstâncias de que não são
responsáveis, encontram-se amparados por Espíritos nobres, que os auxiliarão a
encontrar a plenitude. Aos seus familiares e amigos, apresentamos a nossa
solidariedade.
Artigo
publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 1-12-2016.
Divaldo
Franco - desencarnações coletivas
Nenhum comentário:
Postar um comentário