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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

“CIRURGIAS ESPIRITUAIS”

A cura através do que se convencionou chamar operações espirituais parece ser recente, especialmente aquelas em que os médiuns utilizam instrumental cirúrgico. Não há registros de fatos dessa natureza do século passado. Allan Kardec não as menciona, embora, na Revista Espírita ele se refira à mediunidade nos médicos, chegando inclusive a apontá-la como de grande interesse para o futuro.
As operações espirituais, que se popularizaram entre nós com o aparecimento do “médium da faca enferrujada”, José Arigó, formam objeto de muita discussão no movimento espírita, havendo aqueles que não as aceitam e outros que chegam até a combatê-las. Ao tempo de Arigó, as discussões se tornaram intensas, a ponto daquela mediunidade escandalizar conhecidos trabalhadores do movimento espírita, que temeram pelo futuro. Após sua morte, o clima serenou, voltando a ficar tenso com o aparecimento do agora médico Edson Queiroz (que desencarnou no dia 5 de outubro de 1991, assassinado).
Eis aí uma mediunidade que poderíamos chamar de “risco”, uma vez que exige muita determinação por parte do médium e coragem do paciente em se submeter à cirurgia. O “risco” é menor quando a operação é realizada sem instrumentos cirúrgicos, como acontece com determinados médiuns, que se utilizam apenas das mãos. Mas quando os espíritos solicitam o bisturi, a situação se modifica e deixa muitas pessoas desnorteadas, já que a maioria absoluta das cirurgias neste caso é feita em condições precárias sob o ponto de vista médico, normalmente sem o uso de anestesia e assepsia, com a agravante do espírito operador fazer uso de recursos como sujar propositadamente o local da incisão, chegando até a mandar cuspir nos cortes.
É aí talvez que o escândalo aumenta. Muitos médicos e alguns deles bons espíritas não conseguem ver sentido nesse ato, acabando por se opor a esse tipo de tratamento. Com Arigó o escândalo chegou até ao receituário mediúnico que ele às vezes fornecia aos pacientes, contendo todas as evidências de uma verdadeira contradição. No entanto, até o presente momento, não há registro de pacientes que tenham se utilizado aquelas receitas e tido sua condição agravada. Pelo contrário, centenas de casos estudados demonstraram, quando pouco, uma acentuada melhoria do estado geral do paciente.
A mediunidade, de modo geral, traz em si mesma o perigo da má aplicação. A cura através das operações espirituais se presta muito ao charlatanismo e ao enriquecimento ilícito. Mas esse tipo de coisa existe na sociedade como um todo, de modo que não podemos condenar o processo apenas por existirem pessoas de comportamento condenável. Isto é uma outra questão.
Tivemos a felicidade de acompanhar de perto os dois tipos de mediunidade de cura: através do uso de instrumental e sem o uso dele. Conhecemos alguns médiuns que se utilizam apenas das mãos para realizar a intervenção e cujos resultados demonstraram um grande número de acertos. O curioso de um destes médiuns é que, após a cirurgia, que se dava sem nenhum tipo de corte, o local da incisão era protegido por gases e esparadrapos como se o corte tivesse sido feito. Exames posteriores, através do raio X, apontavam no local da incisão um corte interno, próprio de uma cirurgia. O paciente, após o ato operatório, era aconselhado a seguir um procedimento típico de uma cirurgia pelos processos conhecidos.
Em casos dessa natureza, em que o paciente não apresenta nenhum sinal exterior, a intervenção dos espíritos é a única maneira de explicar a cirurgia. De qualquer modo, a participação do médium aparece como importante; caso contrário, a cirurgia teria sido feita de maneira diferente. Se concluirmos que o médium tem uma participação importante em casos como esse, deveremos concluir que também o seu comportamento mental tem implicações positivas no caso – talvez possamos dizer mais, que os fluidos manipulados pelos espíritos operadores contem com a participação do médium. É importante estudar o caso, porque quase nunca nos lembramos da participação do intermediário, que é o médium.
As cirurgias feitas através de instrumental cirúrgico ficaram populares entre nós, após Arigó, e mais recentemente por Edson Queiroz. Em nosso livreto Médicos-médiuns tivemos ocasião de analisar o fato. Edson seria a repetição em gênero e grau de Arigó, não fossem duas únicas questões: Edson é médico e vem de berço espírita. Ademais, no presente instante estamos como que impossibilitados de analisar o seu como sendo um caso da atualidade espírita, uma vez que ele se enquadra em pelo menos duas classificações dadas por Kardec em O Livro dos Médiuns: “Médiuns mercenários – os que exploram a sua faculdade”. “Médiuns ambiciosos – os que, sem porem preços em sua faculdade, esperam tirar alguma vantagem dela”.
Porém, ao tempo em que ele merecia do movimento espírita o apoio e a atenção, sua faculdade foi comprovadamente verdadeira. Acompanhamo-lo em diversas atividades, tanto em São Paulo, como em Recife, em Montevidéu e Salvador, enfim, um sem número de vezes em que nos foi possível observar o fenômeno sob vários aspectos: o do uso de bisturi e demais instrumentos, o uso constante de agulhas, a ausência completa de anestesia e assepsia, os variados tipos de operações, que iam desde a retirada de um simples pterígio até uma incisão mais profunda no seio, para a retirada de um caroço qualquer.
Os inúmeros casos acompanhados por Nazareno Tourinho – no primeiro e melhor livro que se escreveu sobre Edson – constantes ainda da primeira fase de sua mediunidade, onde nenhuma denúncia de pagamento monetário havia sido feita, mostra a magnitude do fenômeno e sua utilidade. Estamos convictos de que a principal finalidade da mediunidade de cirurgia é mesmo a de chocar as criaturas humanas, o que esta mediunidade faz muito bem ao não utilizar de modo visível a anestesia e assepsia – fato este que jamais resultou em danos para os pacientes – além da maneira como os Espíritos operadores agem, com palavras e atitudes que realmente escandalizam as pessoas mais sensíveis.
Enquanto vai chocando as pessoas, vai também realizando uma ação curativa para muita gente, que se vê assim beneficiada pelos médiuns operadores.

Fonte-Verdade e Luz

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