Já foi dito
que, como na Terra, no Plano Espiritual existem casas, ruas, flores e quaisquer
outros objetos dos concebidos, cultivados e construídos pelo homem encarnado. E
todas essas notícias têm intrigado muita gente. Qual será, então, o processo
utilizado pelos Espíritos desencarnados em suas a criações e construções? E
Allan Kardec responde: é o manejo da vontade e do pensamento.
O pensamento
é força criadora: a vontade é força propulsora. Por meio destas duas forças, os
Espíritos constroem tudo o que desejam. O Universo é seu laboratório.
Assunto dos
mais polêmicos é o que trata da construção de prédios e cidades no Mundo
Espiritual. As informações se multiplicam, uma vez que infinitos são os
Espíritos e locais onde estes habitam. Excetuando alguns aspectos concordantes,
inúmeras informações individuais a respeito de minúcias sobre estilos e móveis
são fornecidas pelos Espíritos comunicantes, de acordo com o aprendizado e
experiências por que passaram.
A ação dos
Espíritos sobre os fluidos tem a mesma força criadora na construção das Cidades
Espirituais, com suas casas, palácios e jardins, resultando em um mundo
invisível aos olhos carnais, todavia bastante intenso e vibrante aos de seus
habitantes. Empregando o pensamento e a vontade, os Espíritos atuam sobre os
elementos materiais espalhados por todo o espaço e lhes imprimem a direção
desejada, exatamente como os encarnados fazem com as mãos ao construir qualquer
objeto.
Em A Vida
Além do Véu, de George Vale Owen, o Espírito comunicante descreve sua casa
como…(…) bem acabada interna e externamente. Dentro, possui banheiro, um salão
de música e aparelhos registradores do nosso trabalho. É um edifício amplo.
Segundo declarações do Mundo Espiritual, os tamanhos e tipos de imóveis variam
de acordo com a importância do trabalho desempenhado pelos Espíritos que os
ocupam e segundo seus caracteres. Há, mesmo, verdadeiros palácios com grandes
torres, altas abóbadas, grandes cúpulas e praças públicas ou reservadas. Os
templos destinados às religiões, imitando os gostos terrenos, são, geralmente,
suntuosos, verdadeiras catedrais cujas torres se perdem nas alturas.
Em A Vida
nos Mundos Invisíveis, o Espírito Monsenhor Robert Hugh Benson se dedica a
relatar como se processou a sua morte e as subsequentes viagens através de
várias regiões do Mundo Espiritual. De suas experiências, oferece informações
sobre os fascinantes aspectos da vida dos Espíritos. Sobre a estrutura das
Cidades Espirituais e estruturas das moradias, diz ele:
Ao nos
aproximarmos da cidade, foi possível avaliar a sua enorme extensão. Nem preciso
dizer que era totalmente diversa de tudo que jamais víramos. Consistia de
grande número de majestosos edifícios, rodeados de magníficos jardins e
árvores, onde brilhavam, aqui e acolá, espelhos de água, límpida como cristal,
refletindo, além das cores já conhecidas na Terra, outras mil tonalidades
jamais vistas.
Comparados
com as estruturas terrenas, os edifícios não eram muito altos, mas apenas
extremamente amplos. E impossível descrever de que materiais se compunham, por
serem essencialmente espirituais. A superfície é lisa como mármore, e tem a
delicada consistência e a transparência do alabastro, ao mesmo tempo que cada
prédio emite uma corrente de luz da mesma pálida tonalidade. No caso de uma
obra complexa e importante como a formação das Colônias Espirituais
Socorristas, informam alguns Espíritos comunicantes que a tarefa é confiada às
falanges de Espíritos que nisso se especializaram.
Os
Espíritos, após o sono reparador que se segue à desencarnação, chegam às
Colônias Socorristas e encontram casas e hospitais confortáveis, lindos jardins
e espaços acolhedores. Os sanatórios são luminosos e belos. Tudo construído
pelos Espíritos que os precederam.
Quanto às residências,
consta, das mensagens oriundas do Outro Mundo, que qualquer Espírito errante,
desde que tenha desenvolvido capacidade para tal, poderá construir seu lar,
atendendo às comodidades e estilo do que deixou na Terra. Se não consegue
construir um por si mesmo, usará um construído por outro Espírito que dele não
mais necessite. Os Espíritos são unânimes em afirmar que a estrutura urbana é
das mais harmoniosas que já viram. O Espírito Irmão Jacob, por exemplo,
testemunha, na obra Voltei, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier,
que, nas Colônias Espirituais que visitou:
Os
domicílios não se torturavam uns aos outros como nas grandes cidades
terrestres; ofereciam espaços regulares entre si, como a indicar que naquele
abençoado reduto de fraternidade e auxílio cristão há lugar para todos. Não vi
estabelecimentos comerciais, mas, em compensação, identifiquei grande número de
instituições consagradas ao bem coletivo.
Entretanto,
é bom observar que as mensagens sobre arquitetura espiritual divergem, algumas
vezes: enquanto alguns Espíritos descrevem prédios suntuosos e belos, outros os
caracterizam como simples e acolhedores, atendendo aos objetivos, caprichos e
vontade de quem os construiu.
Esclareça-se,
entretanto, que o aspecto do ambiente variará, segundo a condição moral
daqueles que ele se acham. Os habitantes das trevas ocupam, e acordo com
informação de alguns Espíritos errantes, cavernas lúgubres à semelhança das
habitadas por animais ferozes. Exatamente como qualquer outra necessidade que os
Espíritos errantes acreditem que devam ser atendidas, o abrigo nada mais é do
que um condicionamento da vida terrena.
Na Terra,
temos de nos abrigar das intempéries, as tempestades, do sol escaldante, dos
ventos e dos rumais ferozes, além de preservar a intimidade da homília. No
Mundo Espiritual, o ambiente difere totalmente do planeta, pois lá, como
descrevem os Espíritos comunicantes, não há frio nem calor excessivos, não há
terremotos nem tempestades, a luz do sol é agradável e reconfortante. As paredes
não se constituem em barreiras para o desencarnado.
De tudo o
Espírito usufrui quando não se encontra envolvido no emaranhado de suas paixões
ou ainda ligado às sensações terrenas. Daí concluirmos que os Espíritos
superiores, tendo superado essa fase, não mais precisem de qualquer habitação
para seu uso exclusivo ou de seus familiares.
Lúcia
Loureiro-www.acasadoespiritismo.com.br
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