Em primeiro lugar você pode estar
fazendo algumas perguntas: o que é Umbral? o Umbral existe? todos nós já fomos
para o Umbral? o que um espírito deve fazer para sair do Umbral?
Neste artigo faremos algumas citações
de passagens da obra Aruanda, do médium Robson Pinheiro, ditada pelo espírito
de Ângelo Inácio.
O Umbral em curtas palavras seria uma
espécie de zona paralela no astral onde espíritos que carregam consigo muitas
impurezas têm a necessidade passar uma “temporada”. Não se trata de Inferno,
está mais próximo do conceito de Purgatório.
É como uma espécie de zona de
transição; um lugar onde a vibração astral é densa e bastante inferior. Como já
foi dito, não há necessidade dos espíritos passarem a eternidade neste lugar,
segundo as Leis Divinas, que carregam o conceito do amor incondicional e da
misericórdia. Mas ficarão por lá até que desejem, de todo coração, mudar seu
estado vibracional, abrindo mão de todo o tipo de sentimento de efeito
deletério.
Segundo descreve Ângelo Inácio, na
obra citada acima:
“Por ser área de transição,
encontra-se mergulhado num oceano de vibrações que podemos classificar como
inferiores. Os elementos que constituem essa região são, em essência, a fuligem
emanada dos pensamentos desgovernados e a carga emocional tóxica que envolve
encarnados e desencarnados em estágios mais primitivos ou acanhados de
desenvolvimento espiritual, bem como as criações mentais de magos e cientistas
das trevas. Junta-se a tudo isso, ainda, a contribuição triste da paisagem que
se observa nestas regiões sombrias do mundo astral.”
Segundo a abundância de relatos da
literatura espírita, assim como na famosa obra de Nosso Lar (Chico Xavier),
para que o espírito pudesse sair do Umbral, ele deve arrepender-se de todo o
coração, tomando conhecimento da gravidade dos seus atos.
Seria muito fácil um espírito
dizer-se arrependido e enganar aos benfeitores, saindo do Umbral sem o mínimo
esforço moral. Para isso, os socorristas espirituais são muito bem preparados.
Veja neste trecho da obra Aruanda,
onde os socorristas, acompanhados por Ângelo Inácio, que na época ainda não
entendia os melindres do astral inferior, passam por uma área do Umbral onde
havia um grupo de espíritos que se diziam arrependidos:
“Quase ao mesmo tempo em que o
companheiro falava, ouvimos forte gemido, vindo de um local logo à nossa
frente. Parecia alguém em intenso sofrimento, que então exclamou:
— Socorram-me, socorram-me!
Por quem sois? Me ajudem, eu preciso sair
deste inferno. Ao nosso redor multiplicavam-se os pedidos de socorro, e me
deixei envolver num profundo sentimento por aqueles infelizes. Desejei auxiliar
aqueles espíritos; queria tirá-los dali.
Wallace, por sua vez, deteve-me,
enérgico:
— Nem pense em fazer tal coisa,
Ângelo! Estes espíritos são perigosos e ainda não oferecem condições de serem
auxiliados.
— Mas não podemos deixá-los sofrendo
assim. É falta de caridade! — declarei, quase chorando.
— Não é falta de caridade
preservarmos nosso equilíbrio. Recobre seu juízo e deixe-os, por agora. Na
realidade, são filhos de Deus, como nós, e merecem nossas orações e todo o
incentivo para que melhorem. Mas não é o caso de retirarmos nenhum deles daí,
por ora, pois são entidades perversas, que abusaram da vida em muitas
oportunidades que Deus lhes concedeu. Tenha certeza: em seu estado atual, não
hesitariam em abusar dessa nova chance.
Olhei e vi que, do pântano umbralino,
saíam mãos, cabeças e troncos humanos. O pedido de socorro era muito intenso, e
os gemidos aumentavam cada vez mais. Catarina veio em meu socorro naquele
instante:
— Não deixe de vigiar suas emoções,
meu amigo. Esta lama umbralina que você observa é uma espécie de fluido mais
denso, de natureza absorvente. As entidades que sofrem a ação antitóxica desse
fluido ou lama astral estão nessa situação porque trazem seus corpos
espirituais repletos de nódoas morais. Compactuaram com as trevas em sua última
encarnação. De tal modo aviltaram a divina lei e dilapidaram o patrimônio do
corpo fluídico que atraíram para si verdadeiras comunidades de larvas e
vibriões mentais. O perispírito de tais infelizes encontra-se profundamente
afetado por fluidos mórbidos; trazem estampada em si a marca de seus desvios
clamorosos.
— A lama astral — falou o pai-velho —
serve para absorver o fluido denso acumulado em seus corpos espirituais. De
modo algum poderão reencarnar antes que uma cota dessa carga tóxica seja
absorvida, pois causariam colapso na organização materna. Também não detêm
condição de sair daí e conviver em outro ambiente mais, digamos,
espiritualizado. Como bem asseverou Wallace, voltariam ao mesmo desequilíbrio
de antes e perverteriam a ordem e a disciplina reinantes nos ambientes
superiores. Eles já estão sendo amparados, na medida exata dos recursos que
oferecem em favor de si mesmos. A própria lama astralina, absorvente, é a forma
de auxílio de que necessitam por ora.
— Mas não é muito doloroso o
processo?
— Certamente, meu amigo — respondeu
Silva. — No entanto, para cada enfermidade é preciso medicamento apropriado.
Para alguns casos, um simples elixir resolve a situação, para outros, deve-se
utilizar o remédio amargo, a seringa ou a cirurgia.
Entendi o recado do pai-velho, que
conhecera na roupagem do companheiro Silva. Na verdade nada poderíamos fazer
por aqueles espíritos infelizes, além de orar. Os pedidos de ajuda foram
substituídos por palavrões e manifestações de ódio e ira, tão logo retomamos
nosso percurso.”
De acordo com o nosso histórico de
seres humanos, já vivemos em eras muito mais bárbaras. Nossos antepassados
matavam sem pestanejar pelos mesmos motivos de hoje em dia. Uns matavam por
prazer, por vingança, guerras, disputas de toda sorte, conflitos de ideologias.
A diferença é que no passado era um processo mais massivo.
Mas além de mortes outras
barbaridades também existiam, os mesmos inúmeros sentimentos inferiores humanos
presentes hoje.
Dessa forma, levando em consideração
que somos espíritos encarnados, e que já vivemos diversas outras encarnações,
paremos para pensar em quantas vítimas fizemos no passado. Os bárbaros do
passado somos nós, no presente, pagando nossas dívidas, apenas não lembramos
conscientemente disso. Por isso, costumo pensar que todos nós já fizemos uma
“visitinha” ao Umbral em alguma parte da existência do nosso espírito.
Fonte das citações: Aruanda. Robson
Pinheiro, ditado pelo espírito Ângelo Inácio. Casa dos Espíritos Editora, 1ªed,
2004.- O ESTUDANTE ESPIRITA
https://estudantespirita.com.br/
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