No livro intitulado Aruanda,
psicografado pelo médium Robson Pinheiro, o espírito de Ângelo Inácio havia
recebido instruções valiosas sobre a vida dos espíritos elementais e suas
diversas funções, mas algo ainda parecia-lhe deixar com uma pulga atrás da orelha.
A dúvida se refletia ao devido
momento em que o espírito de uma espécie mais primitiva evoluiria para a fase
humana e onde estaria a espécie em comum, que daria a forma humana. Estamos
falando do Elo Perdido.
Para resolver esta dúvida, o espírito
de Wallace respondia prontamente à Ângelo, no seguinte trecho da obra.
Fiquei muito comovido e impressionado
com os ensinamentos de Pai João de a respeito dos seres da natureza. Confesso
que, a partir de então, passei a enxergar o mundo, a natureza e a vida com mais
profundidade. Envolto no manto de carne, quando na Terra, costumamos achar que
tudo aquilo que desafia nossos conhecimentos é lenda.
E mais ou menos como se nos
pautássemos pela seguinte lógica: “Se não conheço ou não me é acessível neste
instante, é porque não existe”. E isso ocorre inclusive com aqueles que já
despertaram para as realidades do espírito. Não desconfiamos que as chamadas
lendas encobrem verdades muitas vezes desconcertantes.
Em meio à vida física, às
experiências cotidianas do ser humano, enxameiam seres vivos, atuantes e
conscientes. O universo todo está repleto de vida, e todos os seres colaboram
para o equilíbrio do mundo. A surpresa com a revelação dessa realidade apenas
exprime nossa profunda ignorância quanto aos “mistérios” da criação.
As questões relativas aos seres
elementais levantam, ainda, novo questionamento. Os elementais — sejam gnomos,
duendes, salamandras ou quaisquer outros — são seres que advêm de um longo
processo evolutivo e que, segundo afirmara Pai João, estagiaram no reino animal
em sua fase imediatamente anterior de desenvolvimento.
Portanto, devem ter uma espécie de
consciência fragmentária. Onde e em que momento está o elo de ligação desses
seres com a humanidade? Quer dizer, em que etapa da cadeia cósmica de evolução
esses seres se humanizarão e passarão a ser espíritos, dotados de razão?
Meus pensamentos vagavam por esses
intricados caminhos do raciocínio, quando Wallace, aproximando-se de mim,
interferiu:
— Como você sabe, Ângelo, até hoje os
cientistas da Terra procuram o chamado “elo perdido”. Estão atrás de provas
concretas, materiais da união entre o animal e o ser humano e buscam localizar
o exato momento em que isso teria ocorrido. Em vão. Os espíritos da natureza,
seres que concluíram seu processo evolutivo nos reinos interiores à espécie
humana, vivem na fase de transição que denominamos elemental. Entretanto, o processo de humanização, ou,
mais precisamente, o instante sideral em que adquirem a luz da razão e passam a
ser espíritos humanos, apenas o Cristo conhece. Jesus, como representante
máximo do Pai no âmbito do planeta Terra, é o único que possui a ciência e o
poder de conceder a esses seres a luz da razão.
E isso não se passa na Terra, mas em mundos especiais, preparados para
esse tipo de transição. O próprio Kardec, que pude estudar ainda quando
encarnado, aborda a existência desses mundos nos ditados de O LIVRO DOS
ESPÍRITOS.
— É verdade! — observei com
admiração. — Recordo-me desse trecho, porém não havia feito a conexão daquele
ponto com os elementais.
— Quando soar a hora certa no
calendário da eternidade, esses seres serão conduzidos aos mundos de transição,
adormecidos e, sob a interferência direta do Cristo, acordarão em sua presença,
possuidores da chama eterna da razão. A partir de então, encaminhados aos
mundos primitivos, vivenciarão suas primeiras encarnações junto às humanidades
desses orbes. Esse é o motivo que ocasiona o fracasso da busca dos cientistas:
procuram, na Terra, o elo de ligação, o elo perdido entre o mundo animal e o
humano. Não o encontrarão jamais. As evidências não estão no planeta Terra, mas
pertencem exclusivamente ao plano cósmico, administrado pelo Cristo.
Consegui esboçar apenas um sorriso
desconcertado enquanto Wallace deu a explicação. Não poderia falar nada. O
plano da criação é verdadeiramente grandioso, e a compreensão desses aspectos
desperta em nós uma reverência profunda ao autor da vida.
Aruanda. Robson Pinheiro, ditado pelo
espírito Ângelo Inácio. Casa dos Espíritos Editora, 1ª ed. 2004.
Fonte: O Estudante Espirita
https://estudantespirita.com.br/
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