É fácil compreender o estado íntimo
de revolta ou de desesperança de todo aquele que crê que o afastamento
definitivo do corpo, vivido pelo espírito, determina o seu desaparecimento para
sempre, na sua condição espiritual.
É como se Deus, após as experiências
evolutivas que nos fez vivenciar, pelos milênios afora, resolvesse desmantelar
a própria Criação sua, atirando-a nos torturantes turbilhões do “não-ser”. Nada
mais sem nexo, sem lógica e sem nenhum sentido para o raciocínio humano com
alguma lucidez.
Cada Espírito, criado pela Divina
Paternidade, é destinado à perenidade, à imortalidade, cabendo-lhe dar o melhor
uso do tempo que desfruta nos movimentos do corpo material, com o sentido de se
aprimorar ao longo da eternidade.
Uma vez que é motivo para a imensa
ventura do ser humano saber-se imortal, ter a consciência de sua perenidade,
isso não deixa de ser um fator de grande responsabilidade.
Não é simples para o homem comum
admitir a imortalidade, porque ele tanto será responsável por todas as bênçãos
que seja capaz de semear por onde passe, como por todas as calamidades e
desditas que espalhe em seus caminhos. A imortalidade da alma tanto é bênção
quanto é compromisso que todo ser humano aprenderá a valorizar.
Se com essa prerrogativa de ser
imortal, de não conhecer a morte em termos definitivos, você pode sonhar com o
encontro venturoso de seus entes familiares, após a morte corporal, do mesmo
modo guardará a certeza de se deparar com aqueles que se tornaram inimigos seus,
ou cuja inimizade ou carrancismo você fez questão de manter. A mesma
imortalidade espiritual que fala de libertação e de alegria nos campos do Além
traz igualmente os conceitos de remorso, de culpa, de frustração e de tristeza.
Vale, portanto, aproveitar-se o ser
humano do precioso tempo presente, a fim de plantar as melhores sementes de
fraternidade, de companheirismo e de verdade, pensando na colheita que lhe
caberá fazer em dias mais próximos ou mais distanciados da sua existência
imortal.
Como é importante desenvolver a
consciência dos nossos valores imorredouros, ao longo da vida corporal, certos
de que o fato de sair do corpo físico pela desencarnação não faz ninguém deixar
o grande estuário da vida, que é dádiva de Deus, para mergulhar no “nada”. O
que se passa é que no corpo ou fora dele, todos continuamos a viver,
considerando que a vida da alma tem o caráter da imortalidade.
Tanto você mesmo quanto os seus
amores, os seus amigos e os seus inimigos usufruirão desse recurso oferecido
pela Divindade para que jamais conheçam a inércia da morte, nem estando no
corpo físico, reencarnado, nem em seus movimentos de Espírito liberto pelas
dimensões do mundo dos Espíritos.
Psicografia de Raul Teixeira pelo espírito
Benedita Maria (Sua Mãe) do livro Todos precisam de paz na alma.
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