-As doenças não são castigos de Deus. Ele não
é carrasco, é pai... um Pai justo e sábio que educa seus filhos com amor,
ensinando-os a se conduzirem pelas leis da fraternidade e do respeito porque
essa é a receita para os seres humanos poderem conviver bem uns com os outros e
serem felizes. Devemos procurar as causas das enfermidades em outras fontes, e
elas, certamente, estão em nós mesmos.
Explica o
espírito Miramez, que os maus pensamentos são um lixo que, por lei, deve ficar
com quem o produziu.
Todos nós
produzimos, em maiores ou menores proporções, esse lixo mental e emocional,
poluente da alma, através dos pensamentos, sentimentos e atitudes
antifraternos, depressivos ou viciosos, tais como a inveja, o ódio, o rancor, o
azedume, a revolta, assim como também a luxúria, o egoísmo, a ganância, a
violência e tantos outros valores negativos dos quais nem sempre nos
apercebemos.
Quando isto
acontece, nossa própria natureza se encarrega de expulsar parte desse lixo para
que não nos sufoque, e essa carga mórbida, ao ser drenada para o corpo carnal,
materializa-se nele em forma de doenças, ou de predisposições para determinadas
enfermidades.
Se é assim,
por qual razão não adoecem tantos seres perversos, imorais, gananciosos,
antifraternos e assemelhados, que ombreiam conosco no cotidiano?
-Quanto mais
atrasado o espírito, mais grosseiro e denso é seu corpo espiritual. Por isso
ele pode conviver tranquilamente com o próprio lixo. Mas conforme vai evoluindo
espiritualmente, através das reencarnações bem aproveitadas, também mais
delicado e sensível vai ficando esse corpo e, com isso, maior e mais premente
também se torna a necessidade dessas drenagens.
Por que
pessoas de excelente nível evolutivo, que certamente não geram esse “lixo
mental”, também adoecem?
-Muitas
enfermidades produzidas por estados de espírito negativos são geradas nesta
mesma vida, mas há também as que procedem de vidas anteriores.
Há pessoas
que são verdadeiras indústrias de mau humor, que vivem a se lamentar, a
maldizer e reclamar de tudo; outras cultivam emoções e sentimentos negativos
como a inveja, o ciúme, o rancor, o azedume, o desamor... Esse tipo de atitudes
ou procedimentos gera um energismo pesado que fica circulando no sistema
energético, provocando bloqueios, produzindo males de maior ou menor gravidade.
Mas nem
sempre toda essa carga energética pesada é drenada nesta mesma vida,
permanecendo esse “lixo” mental nas profundezas do ser, para vir à tona em
futuras encarnações.
Há também
muitas narrativas dos espíritos contando como algum companheiro, ao programar
sua futura encarnação inclui nela alguma enfermidade ou limitação. Isto,
visando evitar maiores quedas espirituais, em sua futura jornada.
A nós, aqui
reencarnados, parece impossível que alguém programe sofrimentos para si mesmo.
Ocorre que na dimensão espiritual, onde temos uma visão muito mais abrangente
sobre as nossas próprias necessidades de evolução, preferimos enfrentar uma
vida de lutas e dores, do que cair nos mesmos erros do passado.
A evolução é
o que há de mais importante para os espíritos mais esclarecidos, e sabemos o
quanto as facilidades da vida podem induzir a quedas espirituais. Por exemplo,
uma mulher muito bela que tenha usado sua beleza para destruir lares, ao
conscientizar-se do mal que fez, ao programar sua reencarnação, poderá solicitar
uma aparência feia ou um defeito físico, que a ajudará a livrar-se de novas
tentações.
Há ainda os
casos em que a administração superior determina uma enfermidade, um acidente ou
outro transtorno, visando desviar alguém do caminho que iria levá-lo a maiores
quedas espirituais. Isto ocorre por misericórdia divina e quando para tanto há
merecimento, ou ainda, por solicitação de algum espírito com suficientes
méritos para endossar seu pedido.
Mas há
também as enfermidades causadas pelo descuido, o descaso com a própria saúde,
pelos mais diversos vícios, pela gula, pela alimentação errada ou a vida
sedentária.
E há ainda
aquelas doenças kármicas, como resultado de ações praticadas em vidas passadas.
Como se vê,
as causas profundas das enfermidades são muito variadas, mas estão em nós
mesmos, tanto em nosso passado quanto no presente.
Se as causas
das enfermidades estão em nossas atitudes e ações, qual é então o papel dos
micróbios, dos vírus e da hereditariedade?
-Acontece que através das nossas atitudes,
ações e omissões criamos em nós mesmos campos favoráveis ao desenvolvimento dos
microrganismos que geram doenças, além de desequilíbrios outros. Tanto é
verdade que inúmeras pessoas infectadas com determinados vírus ou bacilos, não
contraem tais doenças.
Por essas
razões, quanto mais a medicina e a farmacologia avançam em sua capacidade de
curar, mais doenças novas e cada vez mais virulentas vão surgindo. A culpa não
é da medicina, nem da farmacologia. É nossa. Por isso só nós mesmos, com a
ajuda de Deus e da nossa vontade, poderemos gerar condições reais de cura e
ficar imunes às enfermidades, ao menos nas futuras encarnações. E isto só se
consegue através da reforma moral, da mudança de conduta e de atitudes, e
ainda, do desenvolvimento de nossos potenciais interiores.
Mas esse é
um trabalho difícil e demorado. A Natureza não dá saltos. Se durante milênios
fomos construindo o que somos hoje, não será de um momento para outro que vamos
conseguir modificar toda essa estrutura. Mas se não começarmos, nunca
chegaremos lá.
Nos momentos
de dor, ou quando a doença castiga nosso corpo costumamos “agarrar-nos” em Deus
ou em quaisquer outros seres superiores, implorando o cessar do sofrimento, e
dizemos: “Tenho fé em Deus, que Ele vai me curar”. Mas se a cura não acontece,
a fé se abala, porque colocamos a cura como condição para a nossa fé.
Nesses
casos, todavia, em vez das lamentações e atitudes negativas, é muito importante
buscarmos elevar nossa frequência vibratória, porque ela é a mais poderosa
auxiliar na eliminação do lixo produzido por nossas próprias atitudes.
E essa
elevação conseguimos através da prece, dos sentimentos e atitudes de amor, de
confiança, otimismo e alegria, buscando sempre desenvolver os valores nobres da
alma.
As enfermidades,
na verdade, representam uma das maiores forças para nossa evolução. É como se o
combalimento do corpo fizesse crescer a luz interior, ou o medo da morte nos
aproximasse mais de Deus.
Quanto à
hereditariedade, a programação feita para o futuro corpo do reencarnante inclui
a escolha dos seus futuros pais. Assim, ele herdará aquilo que estiver
programado para ele.
Que acontece
nos casos de curas consideradas milagrosas?
- Não
existem milagres, mas mecanismos naturais, com manipulação de energias, quando
as condições são favoráveis.
Na maioria
dos “milagres” em que ocorrem curas, estas são momentâneas, com efeitos de
curta duração. São produzidas pela dinamização das energias profundas de
alguém, que é levado a um estado de superexcitarão através de vigorosa atuação,
altamente indutora, do “milagreiro”. É fácil observar como a maioria dessas
curas ocorre num verdadeiro palco onde a fé é o ingrediente para a
dramatização. Mas passados aqueles momentos, tudo volta ao que era antes.
É claro que
há casos de curas definitivas, quando a fé é profunda e verdadeira e quando há
merecimento.
Os
“fazedores de milagres” são pessoas que possuem grande poder de indução, uma
vontade firme e pensamento dominador. Com esses recursos, em alguns casos, eles
conseguem levar os que neles creem a dinamizar de tal forma seus próprios
potenciais, a sua fé, a ponto de gerar transformações orgânicas e outras
ocorrências que são vistas como milagres.
Nos cultos
ou missas de cura e pedidos de ajuda divina a própria vibração do ambiente,
poderosamente voltada para esse fim, é um veículo que favorece essa
potencialização das energias, podendo produzir acontecimentos incomuns.
-O que
acontece nos exorcismos ou “expulsão de demônios”, quando são bem-sucedidos?
Nos casos de exorcismo ou “expulsão de
demônios” é bem provável que o espírito obsessor ache mais prudente afastar-se
daquela confusão.
Também há
situações em que as pessoas obsidiadas são tão maltratadas pelos que as
exorcizam, ou lhes “expulsam demônios”, com tais repercussões em seus
obsessores, que estes acabam perdendo momentaneamente a sintonia com elas,
afastando-se.
Igualmente
há situações em que os espíritos obsessores ficam tão impressionados com toda
aquela teatralidade, aquelas ordens imperiosas que lhes são dadas em nome de
Deus, que acabam realmente afastando-se de suas vítimas. Mas esse tipo de
atuação não é saudável porque a pessoa obsidiada, depois de curada, volta à sua
vidinha de antes, sem ter aproveitado o episódio como alavanca para sua
evolução, e o espírito obsessor vai continuar à espreita, aguardando nova
oportunidade para recomeçar a perseguição com mais segurança.
A melhor
receita para esse tipo de problemas e todos os demais, é aquela que o Mestre
ensinou: a reforma moral, a mudança nas atitudes e nas ações, orientada para o
bem.
Milagres,
nem Jesus os fez. Ele usou seus próprios potenciais, sua energia, sua vibração
de altíssima freqüência e seus conhecimentos para realizar as curas e demais
atos incomuns.
Outras
ocorrências tidas como sobrenaturais são apenas inusitadas, nas quais são
utilizados recursos da própria natureza e das leis naturais, manipulados por
espíritos.
Fonte: Mundo
Espiritual