Você sabe o
que são sonhos eróticos? Você já ouviu falar de incubus e sucubus? De acordo
com a classificação de Martins Peralva, estudioso do Espiritismo, que pouco
difere da classificação dada por Allan Kardec na Revista Espírita, os sonhos
podem ser comuns, reflexivos ou espíritas. Sonhos comuns são a continuação de
nossas disposições físicas ou psicológicas. Por exemplo, quando você vai dormir
com fome e sonha com comida, ou quando você tem uma entrevista de emprego no
dia seguinte e sonha com a entrevista. Sonhos reflexivos são fragmentos de
lembranças. E os sonhos espíritas, que é o que nos interessa, é a sua atividade
durante o sono.
Seguindo
essa classificação, o sonho erótico pode ser a continuação do desejo que você
teve durante o dia, pode ser a lembrança de atos praticados ou pode ser
atividade real durante o sono. Enquanto seu corpo físico repousa, você dá vazão
ao que realmente lhe interessa. Muitas pessoas são surpreendidas com a
diferença de personalidade que apresentam em sonho. Nos sonhos não nos
comportamos da mesma forma que no estado de vigília. Nos sonhos não temos o
chamado da matéria a nos lembrar compromissos, obrigações, deveres e valores
morais impostos pela sociedade. Nos sonhos “cai a máscara”.
André Luiz
nos afirma que três em cada quatro pessoas buscam prazeres em zonas astrais
inferiores durante o período de sono. Este fato é muito mais comum do que
imaginamos. Desde a Antiguidade e durante a Idade Média há inúmeros relatos de
pessoas que praticavam sexo durante o sono. Incubus, a forma masculina, e
sucubus, a forma feminina, como eram chamados esses espíritos, ou simplesmente
demônios, eram, como hoje sabemos, espíritos ainda viciados em sexo, ou
vampirizadores de energias, que se aproximavam de pessoas com quem
sintonizavam. Isso não mudou nada. Apenas sabemos, hoje, que incubus e sucubus
não eram seres especiais nem demônios, mas espíritos como eu e você.
É preciso
aceitar que só podemos ser influenciados por espíritos com quem tenhamos alguma
afinidade. Isso vale tanto para encarnados quanto para desencarnados. Ninguém
nos influencia se não tivermos nada em comum para ceder à influência. Se esses
sonhos eróticos se tornam rotineiros, é sinal de obsessão. Obsessão, muitas
vezes, provocada pelo próprio obsedado, por não vigiar seus pensamentos e mesmo
por convidar, imprudentemente, o espírito obsessor.
Quem vive
esse tipo de sonho, mesmo sem ter consciência de que isso é real, está
interagindo com espíritos vampirizadores. Se esse processo se mantém, há um
rápido enfraquecimento físico e psíquico, gerando um quadro do qual cada vez
mais se torna difícil de sair. É certo que muitas pessoas nem sequer imaginam
que isso exista. Mas você sabe que os espíritos desencarnados são os mesmos
espíritos que eram quando estavam encarnados. O espírito não muda só porque
desencarnou. A pessoa continua com as mesmas tendências e desejos. E muitos
espíritos desencarnados assediam os encarnados em busca de prazeres e energias
que acalmem os seus desejos descontrolados.
De todos os
relatos que recebo, os mais comuns são os que se relacionam a este tema. Como
este é um assunto que a maior parte das pessoas evita, imagino quantas pessoas
têm alguma experiência relacionada a este tema e não o expõe. Quando esse processo
começa, ele é agradável e aparentemente inofensivo, já que não há ninguém de
carne e osso observando ou participando. Com o tempo, o pensamento e a
imaginação se tornam atitudes reais – embora em estado de sono físico – e a
sintonia com o espírito está completa. A partir daí, o processo obsessivo se
instala em forma de ideia fixa no desejo.
Há pessoas
que conhecem esse tipo de sonho como sonho lúcido, pois a pessoa sabe que está
sonhando e domina ou pensa que domina o sonho. O que os desavisados não sabem é
que há espíritos envolvidos, há outras consciências além da nossa participando
desse “sonho”. Quem pratica a projeção consciente sabe que isso não é “sonho”,
é ato tão real quanto qualquer ato praticado no plano físico. A única diferença
é que tudo se passa no plano astral.
Um
envolvimento com espíritos desse tipo pode causar sérios comprometimentos. É o
mesmo caso de quem oferece “presentes” ou oferendas para espíritos. O que você
espera de um espírito desencarnado que promete determinado serviço em troca de
cachaça e charuto? Você pediria a uma pessoa qualquer, que você nunca viu
antes, que lhe fizesse tal favor em troca de uma garrafa de cachaça e mais
algumas coisinhas?
Acordados ou
dormindo, somos os mesmos. Somos o mesmo ser, o mesmo espírito imortal. A
vigilância e os valores devem ser permanentes, durante as vinte e quatro horas
do dia. Se não conseguimos controlar isso durante o sono, temos que redobrar o
cuidado no estado de vigília…
MOREL FELIPE
WILKON