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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

“O ESPÍRITO PODE EVOLUIR NA ERRATICIDADE? ENTRE UMA ENCARNAÇÃO E OUTRA? ”

Uma questão que sempre é levantada nas classes de estudos espíritas e mesmo em palestras diz respeito à indagação seguinte:
 “O Espírito evolui na erraticidade?”.
Antes da resposta direta, é de todo oportuno definir o que seja erraticidade na linguagem espírita, porquanto não são poucos os que pensam que tal situação do Espírito seja a de “estar perdido”, “extraviado” etc.
Não é nem mesmo necessária uma grande pesquisa na literatura espírita para encontrar-se o conceito específico de “erraticidade”, vez que até mesmo os mais conhecidos dicionários já contêm o conceito, tal a importância do termo e tal o alcance dos conceitos espíritas no mundo moderno. Confira-se no Moderno Dicionário da Língua Portuguesa (Michaelis)(1): “Espir. – Estado dos Espíritos não encarnados, isto é, estado dos espíritos durante os intervalos das suas encarnações. ”.
Já no famoso "Novo Aurélio"(2) nada consta. Embora a definição dicionarizada acima seja bastante clara, nos permitimos explicar que se trata do estado dos Espíritos depois de ter desencarnado, desenfeixado do corpo físico, mas com seu perispírito, enquanto aguarda ou prepara outras encarnações.
O Livro dos Espíritos (questão 225)(3) explica que “encarnação é um estado transitório”, razão porque o estado do Espírito considerado "normal" (originário) é exatamente aquele que ele está “quando liberto da matéria”.
Sabido isso, passemos à resposta da questão propriamente dita: O Espírito evolui quando se encontra entre uma encarnação e outra? Vejamos!
A questão nº 230 do Livro dos Espíritos(4) (esse repositório magnífico de teses básicas, que serão ao depois desenvolvidas no resto da Codificação) trata diretamente do assunto, atendendo à pergunta de Kardec:
"Na erraticidade, o Espírito progride? - Resposta: Pode melhorar-se muito, tais sejam a vontade e o desejo que tenha de consegui-lo. Todavia, na existência corporal é que põe em prática as ideias que adquiriu."
E não poderia ser diferente: a evolução é a única imposição obrigatória da Lei Natural em todos os estágios do Espírito; e, na vida espiritual, ele tem uma visão mais clara dos seus objetivos rumo à perfeição (questão 116)(5).
Atente-se para a afirmação categórica: na existência corporal ele, Espírito, põe em prática as ideias, os objetivos os ensinamentos que adquiriu. E onde os adquiriu, senão na vida espiritual que antecede a corporal?
Já se deduz que as vidas corporais têm um objetivo marcante nessa evolução: põem em prática aquilo que se aprende na vida espiritual! Leia-se a questão 196(6), tanto a pergunta quando a resposta clara dos Espíritos.
O mesmo na questão 132(7), onde fica claro que a encarnação (vida corpórea, seja em que mundo for) é um dos meios de fazer os Espíritos progredirem, pois que para alcançarem a perfeição "têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal".
O mesmo se encontra no cap. IV do Evangelho Segundo o Espiritismo, item 25(8): a encarnação auxilia. o desenvolvimento do Espírito. E, afinal, sendo a "matéria objeto do trabalho do Espírito para desenvolvimento de suas faculdades, era necessário que ele pudesse atuar sobre ela, pelo que veio habitá-la, como o lenhador habita a floresta" (A Gênese, cap. XI, item 10)(9).
Conclusão: há progresso e evolução tanto na erraticidade, quanto na vida corpórea; ambas são necessárias para tanto... pois que uma é continuação da outra, sem interrupções ("Não há, portanto, solução de continuidade na vida espiritual, sem embargo do esquecimento do passado", conforme ensino taxativo de ´A Gênese´, cap. XI, nº 22)(10). 
Francisco Aranda Gabilan
(1) Ed. Melhoramentos nº 5432, ano 2002
(2) Editora Nova Fronteira, 3ª edição, 1999
(3) FEB, 68ª edição, pg. 155
(4) Idem, pg. 156
(5) Ib., pg. 96
(6) Ib., pg. 132
(7) Ib., pg. 103
(8) FEB, 64ª edição, pg. 99
(9) FEB, 32ª EDIÇÃO, PG. 210
(10) Idem, pg. 216

FRATERLUZ - Fraternidade Espírita Luz do Cristianismo

“CIRURGIAS ESPIRITUAIS”

A cura através do que se convencionou chamar operações espirituais parece ser recente, especialmente aquelas em que os médiuns utilizam instrumental cirúrgico. Não há registros de fatos dessa natureza do século passado. Allan Kardec não as menciona, embora, na Revista Espírita ele se refira à mediunidade nos médicos, chegando inclusive a apontá-la como de grande interesse para o futuro.
As operações espirituais, que se popularizaram entre nós com o aparecimento do “médium da faca enferrujada”, José Arigó, formam objeto de muita discussão no movimento espírita, havendo aqueles que não as aceitam e outros que chegam até a combatê-las. Ao tempo de Arigó, as discussões se tornaram intensas, a ponto daquela mediunidade escandalizar conhecidos trabalhadores do movimento espírita, que temeram pelo futuro. Após sua morte, o clima serenou, voltando a ficar tenso com o aparecimento do agora médico Edson Queiroz (que desencarnou no dia 5 de outubro de 1991, assassinado).
Eis aí uma mediunidade que poderíamos chamar de “risco”, uma vez que exige muita determinação por parte do médium e coragem do paciente em se submeter à cirurgia. O “risco” é menor quando a operação é realizada sem instrumentos cirúrgicos, como acontece com determinados médiuns, que se utilizam apenas das mãos. Mas quando os espíritos solicitam o bisturi, a situação se modifica e deixa muitas pessoas desnorteadas, já que a maioria absoluta das cirurgias neste caso é feita em condições precárias sob o ponto de vista médico, normalmente sem o uso de anestesia e assepsia, com a agravante do espírito operador fazer uso de recursos como sujar propositadamente o local da incisão, chegando até a mandar cuspir nos cortes.
É aí talvez que o escândalo aumenta. Muitos médicos e alguns deles bons espíritas não conseguem ver sentido nesse ato, acabando por se opor a esse tipo de tratamento. Com Arigó o escândalo chegou até ao receituário mediúnico que ele às vezes fornecia aos pacientes, contendo todas as evidências de uma verdadeira contradição. No entanto, até o presente momento, não há registro de pacientes que tenham se utilizado aquelas receitas e tido sua condição agravada. Pelo contrário, centenas de casos estudados demonstraram, quando pouco, uma acentuada melhoria do estado geral do paciente.
A mediunidade, de modo geral, traz em si mesma o perigo da má aplicação. A cura através das operações espirituais se presta muito ao charlatanismo e ao enriquecimento ilícito. Mas esse tipo de coisa existe na sociedade como um todo, de modo que não podemos condenar o processo apenas por existirem pessoas de comportamento condenável. Isto é uma outra questão.
Tivemos a felicidade de acompanhar de perto os dois tipos de mediunidade de cura: através do uso de instrumental e sem o uso dele. Conhecemos alguns médiuns que se utilizam apenas das mãos para realizar a intervenção e cujos resultados demonstraram um grande número de acertos. O curioso de um destes médiuns é que, após a cirurgia, que se dava sem nenhum tipo de corte, o local da incisão era protegido por gases e esparadrapos como se o corte tivesse sido feito. Exames posteriores, através do raio X, apontavam no local da incisão um corte interno, próprio de uma cirurgia. O paciente, após o ato operatório, era aconselhado a seguir um procedimento típico de uma cirurgia pelos processos conhecidos.
Em casos dessa natureza, em que o paciente não apresenta nenhum sinal exterior, a intervenção dos espíritos é a única maneira de explicar a cirurgia. De qualquer modo, a participação do médium aparece como importante; caso contrário, a cirurgia teria sido feita de maneira diferente. Se concluirmos que o médium tem uma participação importante em casos como esse, deveremos concluir que também o seu comportamento mental tem implicações positivas no caso – talvez possamos dizer mais, que os fluidos manipulados pelos espíritos operadores contem com a participação do médium. É importante estudar o caso, porque quase nunca nos lembramos da participação do intermediário, que é o médium.
As cirurgias feitas através de instrumental cirúrgico ficaram populares entre nós, após Arigó, e mais recentemente por Edson Queiroz. Em nosso livreto Médicos-médiuns tivemos ocasião de analisar o fato. Edson seria a repetição em gênero e grau de Arigó, não fossem duas únicas questões: Edson é médico e vem de berço espírita. Ademais, no presente instante estamos como que impossibilitados de analisar o seu como sendo um caso da atualidade espírita, uma vez que ele se enquadra em pelo menos duas classificações dadas por Kardec em O Livro dos Médiuns: “Médiuns mercenários – os que exploram a sua faculdade”. “Médiuns ambiciosos – os que, sem porem preços em sua faculdade, esperam tirar alguma vantagem dela”.
Porém, ao tempo em que ele merecia do movimento espírita o apoio e a atenção, sua faculdade foi comprovadamente verdadeira. Acompanhamo-lo em diversas atividades, tanto em São Paulo, como em Recife, em Montevidéu e Salvador, enfim, um sem número de vezes em que nos foi possível observar o fenômeno sob vários aspectos: o do uso de bisturi e demais instrumentos, o uso constante de agulhas, a ausência completa de anestesia e assepsia, os variados tipos de operações, que iam desde a retirada de um simples pterígio até uma incisão mais profunda no seio, para a retirada de um caroço qualquer.
Os inúmeros casos acompanhados por Nazareno Tourinho – no primeiro e melhor livro que se escreveu sobre Edson – constantes ainda da primeira fase de sua mediunidade, onde nenhuma denúncia de pagamento monetário havia sido feita, mostra a magnitude do fenômeno e sua utilidade. Estamos convictos de que a principal finalidade da mediunidade de cirurgia é mesmo a de chocar as criaturas humanas, o que esta mediunidade faz muito bem ao não utilizar de modo visível a anestesia e assepsia – fato este que jamais resultou em danos para os pacientes – além da maneira como os Espíritos operadores agem, com palavras e atitudes que realmente escandalizam as pessoas mais sensíveis.
Enquanto vai chocando as pessoas, vai também realizando uma ação curativa para muita gente, que se vê assim beneficiada pelos médiuns operadores.

Fonte-Verdade e Luz

“CRISE POLITICA, CORRUPÇÃO E ESPIRITISMO. ”

O objetivo central da política é a obtenção do bem comum. O bem comum é “um conjunto de condições concretas que permite a todos os membros de uma comunidade atingir um nível de vida à altura da dignidade humana”. Esta dignidade refere-se tanto às coisas materiais quanto às espirituais. Depreende-se que todo o cidadão deve ter liberdade de exercer uma profissão e aderir a qualquer culto religioso. Diz-se, também, que almejar o bem comum é proporcionar a felicidade natural a todos os habitantes de uma comunidade.
A corrupção, ou seja, o pagamento de propina para obter vantagens, quer sejam de ordem financeira ou tráfico de influência, deteriora a obtenção do bem comum, pois algumas pessoas estão sendo lesadas para que outras obtenham vantagens. Lembremo-nos de que “todo poder corrompe e todo poder absoluto corrompe absolutamente”. Significa dizer que sempre teremos que conviver com algum tipo de corrupção. Eticamente falando, o problema maior está no grau, no tamanho da corrupção e não a corrupção em si mesma.
No Brasil, estamos assistindo a uma enxurrada de denúncias, que vão desde o chamado caixa 2 de campanha política, até a compra de votos para aprovar projetos importantes na área governamental. O vídeo que mostra um funcionário dos Correios recebendo propina foi o estopim da crise. De lá para cá as denúncias não param. O deputado Roberto Jefferson, um dos acusados de comandar a propina nos Correios, saiu distribuindo acusações para todos os lados, no sentido de se defender do ocorrido.
Diante deste fato, pergunta-se: que tipo de subsídio o Espiritismo nos fornece para a compreensão dessa situação? Em O Evangelho Segundo o Espiritismo há alusão aos escândalos. Primeiramente, Jesus nos fala dos escândalos e que estes deverão vir, mas “Ai do mundo por causa dos escândalos; pois é necessário que venham escândalos; mas, ai do homem por quem o escândalo venha”.O escândalo significa mau exemplo, princípios falsos e abuso do poder. Ele deve ser sempre considerado do lado positivo, ou seja, como um estímulo para que o ser humano combata em si mesmo o orgulho, o egoísmo e a vaidade.
Lembremo-nos também da frase: “Ninguém há que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a luz; – pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente”. (S. LUCAS, cap. VIII, vv. 16 e 17.). A verdade, assim, não pode ficar oculta para sempre. Deduz-se que aquele que não soube fazer esforços para se pautar corretamente no bem, sofrerá as consequências de suas ações.
O Espiritismo auxiliará eficazmente as resoluções de ordem política, porque propõe substituirmos os impulsos antigos do egoísmo pelos da fraternidade universal. Allan Kardec propõe, em Obras Póstumas, o regime político que deverá vigorar no futuro, ou seja, a aristocracia intelecto-moral. Aristocracia – do grego aristos (melhor) e cracia (poder) significa poder dos melhores. Poder dos melhores pressupõe que os governantes tenham dado uma direção moral às suas inteligências.
Somente quando o poder da inteligência for banhado pelo poder moral e ético é que conseguiremos atingir um mundo mais justo e mais de acordo com o bem comum, pois os que governam propiciarão sob todos os meios possíveis a felicidade da maioria.

Fonte: Verdade e Luz- Por:Sérgio Biagi Gregório

“ESPIRITISMO E OUTRAS RELIGIÕES PODEM LEVAR AO CÉU OU AO INFERNO? ”

O Espiritismo e outras religiões podem levar, a depender do seu uso, as pessoas ao céu ou ao inferno. Tudo dependerá de como elas irão vibrar após estudar e / ou praticar essas religiões.
Primeiro, desmitifique-se a existência de um céu ou de um inferno, tal qual “vendido” pelas religiões. Há farta literatura e diálogos com os Espíritos gravados em vídeo que demonstram haver diferentes dimensões de realidade e graus de consciência, como, aliás, já propõem há décadas os estudiosos da Transdisciplinaridade com base em substanciais argumentos científicos, sobretudo da Física.
Encarnados ou desencarnados, os indivíduos estão a rigor onde eles vibram e atraem o que vibram. Uma das diferenças é que o encarnado, por estar num corpo físico, fica como se estivesse preso à matéria grosseira, então, fisicamente, ele está aqui, presente na Terra e visível aos olhos, mas sua vibração pode estar no umbral ou até em regiões mais densas, assim como em regiões bem mais sutis. Tudo depende dos seus pensamentos, das suas escolhas, dos seus comportamentos e das suas atitudes.
O desencarnado, por outro lado, pode, salvo no caso de alguns Espíritos sofredores e outros atípicos, se mover com a força do pensamento e é rapidamente atraído para dimensões que se afinizam com as vibrações que emite do seu Espírito.
É assim que se criam céu e inferno, ou seja, dimensões de luz e de trevas, a partir das vibrações dos Espíritos, que, em conjunto, plasmam realidades nas quais irão viver. Enquanto ser divino, que tem Deus dentro de si, os humanos são co-criadores da realidade.
O umbral nada mais é do que uma ou mais dimensões de purgação, criadas pelas sombras que existem nos Espíritos, muitos dos quais atraídos para lá logo após o desencarne, mas que, mesmo encarnados, já vivem lá vibratoriamente e, por isso, atraem os seres de lá, que podem terminar se aproveitando de suas fraquezas, tornando-se os chamados obsessores.
Por conta dessas razões, mais uma vez chama-se a atenção para a importância do autoconhecimento, para a compreensão das sombras de cada um e para a busca pela iluminação dessas sombras. Em vez de se esconder atrás de religiões e de achar que está emanando uma luz muito maior do que realmente emana, os humanos devem utilizar as religiões e outras filosofias para “conhecerem a si mesmos”, para trabalharem as suas sombras, elevando o seu padrão vibratório, emanando luz para os que estão em volta, colocando-se, assim, numa dimensão mais alta simplesmente por se afinizar com ela e “puxando” outros para que façam o mesmo.
A prática das religiões, a frequência em templos e, especialmente, o trabalho dentro deles ilude muitos humanos, os quais começam a pensar que se tornaram seres elevadíssimos simplesmente porque rezam no culto ou porque dão passes ou porque distribuem sopa alguns dias na semana.
Sem querer obviamente desestimular os rituais nos templos, trabalhos voluntários e a ajuda ao próximo, que podem ser parte do caminho de elevação da vibração, mais importante ainda é o ser olhar para dentro e entender se ele está realmente bem, se os pensamentos que lhe vêm são positivos, se ele está emanando boas ondas para aqueles a sua volta, se ele acorda pela manhã com gana de viver e agradecer, se ele não se importa com os que lhe ofendem etc. 
Um erro clássico das religiões é graduar as pessoas, dividir tudo em bom ou mau, Deus ou Diabo, anjos e não-anjos, incentivando uma competição para ver quem é melhor, o julgamento de uns sobre os outros e a culpa de quem julga ter feito algo mau.
O Espiritualismo bem estudado mostra que todos têm o bem e o mal dentro de si, cabendo se autoconhecer, lidar bem com a sombra e trabalhá-la para que a luz prevaleça com cada vez mais força.
O autoconhecimento é tarefa muito complexa, apesar de não parecer. Quase todos acham que se conhecem bem exatamente por não se conhecerem. Isso pode ser explicado de outro modo: o ignorante simplesmente ignora, ou seja, quem não compreende algo não pode compreender que não compreende.
Daí porque apenas se sai desse ciclo vicioso com ajuda de atividades que proporcionem o autoconhecimento e a iluminação das sombras que existem em grande quantidade dentro de cada ser que vive nesse estágio de evolução, salvo a pouco provável existência de algum anjo encarnado entre nós.
O estudo sobre nós mesmos, sobre os padrões vibratórios, sobre os enganos mais cometidos pelos humanos, sobre suas sombras etc. é um dos caminhos para a iluminação, porém o estudo intelectual nos põe sob o risco de mantermos esse processo exclusivamente na cabeça, não o fazendo passar pelo nosso interior e, portanto, pelo coração.
Conhecimento que não passa pelo interior, pelo coração, não se torna sabedoria e tende a ser gerador de arrogância, prepotência, orgulho, vaidade, agressividade e outros sentimentos trevosos, que são muito comuns nas sombras humanas. Essa é mais uma prova de que tudo na vida tem um equilíbrio fino. Muito conhecimento pode ser negativo.
Os indivíduos precisam ir muito além das suas religiões, buscando conhecer com o máximo de profundidade as demais e as filosofias que lhes pareçam mais capazes de ajudar naquela tarefa de autoconhecimento e de iluminação das sombras interiores.
A Bíblia é um livro magnífico, mas não adianta lê-la 7 vezes se a pessoa apenas consegue construir a partir dali conhecimento limitado, não se autoconhecendo o bastante e, pior, criando inúmeras ilusões sobre quais seriam os caminhos para a sua ascensão.
O estudo isolado e mal feito de livros religiosos tem levado em toda a história da humanidade a um delineamento do mesmo ego do indivíduo numa conformidade do que um determinado messias ou grupo de Espíritos parece pedir. As pessoas constroem falsas necessidades, falsos moralismos e pensam ser, a partir dali, os donos da verdade, por terem à disposição deles supostamente as ferramentas corretas de iluminação.
Não existe “O” único livro sagrado, nem “A” ferramenta correta, nem “A” religião consoladora prometida, nem nenhuma dessas coisas que apenas dão uma falsa segurança ao ser humano de que ele encontrou o caminho. Existem diversos caminhos e o ideal é que o máximo deles seja conhecido.
Quando um estudioso se fecha em uma única disciplina, diversas dimensões dos problemas ficam às escuras para ele. É por isso que, há muitas décadas, se tem procurado estudos inter, multi, pluri e transdisciplinares, aqueles que têm conseguido desvelar mais descobertas nos últimos 70 anos.
O mesmo vale para o estudo da Espiritualidade, para a busca pelo aumento de vibração, de iluminação das sombras interiores. O estágio humano atual é atrasado demais para se pensar que estamos próximos de saber A Verdade. É inocência achar que uma religião, uma filosofia, um livro pode nos tornar seres extremamente iluminados.
O trabalho de iluminação é lento, penoso, mas podemos acelerá-lo na medida em que nos abrimos para o novo e pesquisamos sobre os nossos próprios pontos cegos. No atual estágio de existência humana, as sombras são inerentes ao planeta e aos seus seres. O objetivo desta fase de transição é exatamente trazer mais Espíritos para a luz, reduzindo suas sombras, criando ao menos boa vontade, para que se possa constituir lentamente um mundo de regeneração, no qual a luz prevalece.
No momento atual, e nos últimos milênios da Terra, a sombra de certa forma prevaleceu, ainda que saibamos que os seres de luz estão a guiar tudo. Até hoje há muita desigualdade, preconceitos, corrupção, se mata por pequenas coisas, há muitas guerras e riscos até de uma catastrófica guerra nuclear.
O Espiritismo e as demais religiões e filosofias devem procurar o máximo de abertura e integração com o seu entorno, desestimulando fortemente o preconceito, a intolerância. Um real conhecimento sobre algo é aquilo que pode afastar preconceitos.
As pessoas precisam parar de imediatismos, de achar que são iluminadas porque têm uma religião ou porque fazem meia dúzia de trabalhos voluntários, ou mesmo que se tornarão iluminadas em curto prazo apenas por conta disso. É preciso expandir a consciência, auto avaliar-se em todos os momentos do dia, buscar emanar paz, caridade e humildade em cada pensamento, escolha, comportamento e até no silêncio.

Fonte: Gazeta Espirita. POR MARCOS VILLAS-BÔAS

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

PODEM OS ESPÍRITOS ANTES DE ENCARNAR ESCOLHEREM SUAS PROVAS E GÊNERO DE VIDA?

258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena?
“Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-arbítrio.”
a) — Não é Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?
“Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Ide agora perguntar por que decretou ele esta lei e não aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das conseqüências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos
se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a bondade divina lhe concede a liberdade
de recomeçar o que foi malfeito. Demais, cumpre se distinga o que é obra da vontade de Deus do que o é da do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o
criou e sim Deus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de progredirdes, e Deus o permitiu.”
259. Do fato de pertencer ao Espírito a escolha do gênero de provas que deva sofrer, seguir-se-á que todas as tribulações que experimentamos na vida nós as previmos e buscamos?
“Todas, não, porque não escolhestes e previstes tudo o que vos sucede no mundo, até às mínimas coisas.
Escolhestes apenas o gênero das provações. As particularidades correm por conta da posição em que vos achais; são, muitas vezes, conseqüências das vossas próprias ações.
Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores, sabia o Espírito a que arrastamentos se expunha; ignorava, porém, quais os atos que viria a praticar. Esses atos resultam do
exercício da sua vontade, ou do seu livre-arbítrio. Sabe o Espírito que, escolhendo tal caminho, terá que sustentar lutas de determinada espécie; sabe, portanto, de que natureza
serão as vicissitudes que se lhe depararão, mas ignora se se verificará este ou aquele êxito. Os acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da força mesma das coisas.
Previstos só são os fatos principais, os que influem no destino. Se tomares uma estrada cheia de sulcos profundos, sabes que terás de andar cautelosamente, porque há muitas probabilidades de caíres; ignoras, contudo, em que ponto cairás e bem pode suceder que não caias, se fores bastante prudente. Se, ao percorreres uma rua, uma telha te cair na cabeça, não creias que estava escrito, segundo vulgarmente se diz.”
260. Como pode o Espírito desejar nascer entre gente de má vida?
“Forçoso é que seja posto num meio onde possa sofrer a prova que pediu. Pois bem! É necessário que haja analogia.
Para lutar contra o instinto do roubo, preciso é que se ache em contacto com gente dada à prática de roubar.”
a) — Assim, se não houvesse na Terra gente de maus costumes, o Espírito não encontraria aí meio apropriado ao sofrimento de certas provas?
“E seria isso de lastimar-se? É o que ocorre nos mundos superiores, onde o mal não penetra. Eis por que, nesses mundos, só há Espíritos bons. Fazei que em breve o mesmo se dê na Terra.”
261. Nas provações por que lhe cumpre passar para atingir a perfeição, tem o Espírito que sofrer tentações de todas as naturezas? Tem que se achar em todas as circunstâncias
que possam excitar-lhe o orgulho, a inveja, a avareza, a sensualidade, etc.?
“Certo que não, pois bem sabeis haver Espíritos que desde o começo tomam um caminho que os exime de muitas provas. Aquele, porém, que se deixa arrastar para o mau caminho, corre todos os perigos que o inçam. Pode um Espírito, por exemplo, pedir a riqueza e ser-lhe esta concedida.
Então, conforme o seu carácter, poderá tornar-se avaro ou pródigo, egoísta ou generoso, ou ainda lançar-se a todos os gozos da sensualidade. Daí não se segue, entretanto, que haja de forçosamente passar por todas estas tendências.”
262. Como pode o Espírito, que, em sua origem, é simples, ignorante e carecido de experiência, escolher uma existência com conhecimento de causa e ser responsável por essa escolha?
“Deus lhe supre a inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve seguir, como fazeis com a criancinha. Deixa-o, porém, pouco a pouco, à medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve, senhor de proceder à escolha e só então é que muitas vezes lhe acontece extraviar-se, tomando o mau caminho, por desatender os conselhos dos bons Espíritos. A isso é que se pode chamar a queda do homem.”
a) — Quando o Espírito goza do livre-arbítrio, a escolha da existência corporal dependerá sempre exclusivamente de sua vontade, ou essa existência lhe pode ser imposta, como
expiação, pela vontade de Deus?
“Deus sabe esperar, não apressa a expiação. Todavia, pode impor certa existência a um Espírito, quando este, pela sua inferioridade ou má vontade, não se mostra apto a
compreender o que lhe seria mais útil, e quando vê que tal existência servirá para a purificação e o progresso do Espírito, ao mesmo tempo que lhe sirva de expiação.”
263. O Espírito faz a sua escolha logo depois da morte?
“Não, muitos acreditam na eternidade das penas, o que, como já se vos disse, é um castigo.”
264. Que é o que dirige o Espírito na escolha das provas que queira sofrer?
“Ele escolhe, de acordo com a natureza de suas faltas, as que o levem à expiação destas e a progredir mais depressa.
Uns, portanto, impõem a si mesmos uma vida de misérias e privações, objetivando suportá-las com coragem; outros preferem experimentar as tentações da riqueza e do poder, muito mais perigosas, pelos abusos e má aplicação a que podem dar lugar, pelas paixões inferiores que uma e outros desenvolvem; muitos, finalmente, se decidem a experimentar suas forças nas lutas que terão de sustentar em contacto com o vício.”
265. Havendo Espíritos que, por provação, escolhem o contacto do vício, outros não haverá que o busquem por simpatia e pelo desejo de viverem num meio conforme aos seus gostos, ou para poderem entregar-se materialmente a seus pendores materiais?
“Há, sem dúvida, mas tão-somente entre aqueles cujo senso moral ainda está pouco desenvolvido. A prova vem por si mesma e eles a sofrem mais demoradamente. Cedo
ou tarde, compreendem que a satisfação de suas paixões brutais lhes acarretou deploráveis conseqüências, que eles sofrerão durante um tempo que lhes parecerá eterno. E
Deus os deixará nessa persuasão, até que se tornem conscientes da falta em que incorreram e peçam, por impulso próprio, lhes seja concedido resgatá-la, mediante úteis
provações.”
266. Não parece natural que se escolham as provas menos dolorosas?
“Pode parecer-vos a vós; ao Espírito, não. Logo que este se desliga da matéria, cessa toda ilusão e outra passa a ser a sua maneira de pensar.”
Sob a influência das idéias carnais, o homem, na Terra, só vê das provas o lado penoso. Tal a razão de lhe parecer natural sejam escolhidas as que, do seu ponto de vista, podem coexistir com os gozos materiais. Na vida espiritual, porém, compara esses gozos fugazes e grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever e desde logo nenhuma impressão mais lhe causam os passageiros sofrimentos terrenos. Assim, pois, o Espírito pode escolher prova muito rude e, conseguintemente, uma angustiada existência, na esperança de alcançar depressa um estado melhor, como o doente escolhe muitas vezes o remédio mais desagradável para se curar de pronto.
Aquele que intenta ligar seu nome à descoberta de um país desconhecido não procura trilhar estrada florida. Conhece os perigos a que se arrisca, mas também sabe que o espera a glória, se lograr bom êxito.
A doutrina da liberdade que temos de escolher as nossas existências e as provas que devamos sofrer deixa de parecer singular, desde que se atenda a que os Espíritos, uma vez desprendidos da matéria, apreciam as coisas de modo diverso da nossa maneira de apreciá-los. Divisam a meta, que bem diferente é para eles dos gozos fugitivos do mundo. Após cada existência, vêem o passo que deram e compreendem o que ainda lhes falta em pureza para atingirem aquela meta. Daí o se submeterem voluntariamente a todas as vicissitudes da vida corpórea, solicitando as que possam fazer que a alcancem mais presto.
Não há, pois, motivo de espanto no fato de o Espírito não preferir a existência mais suave. Não lhe é possível, no estado de imperfeição em que se encontra, gozar de uma vida isenta de amarguras. Ele o percebe e, precisamente para chegar a fruí-la, é que trata de se melhorar.
Não vemos, aliás, todos os dias, exemplos de escolhas tais?
Que faz o homem que passa uma parte de sua vida a trabalhar sem trégua, nem descanso, para reunir haveres que lhe assegurem o bem-estar, senão desempenhar uma tarefa que a si mesmo se impôs, tendo em vista melhor futuro? O militar que se oferece para uma perigosa missão, o navegante que afronta não menores perigos, por amor da Ciência ou no seu próprio interesse, que fazem, também eles, senão sujeitar-se a provas voluntárias, de que lhes advirão honras e proveito, se não sucumbirem? A que se não submete ou expõe o homem pelo seu interesse ou pela sua glória? E os concursos não são também todos provas voluntárias a que os concorrentes se sujeitam, com o fito de avançarem na carreira que escolheram?
Ninguém galga qualquer posição nas ciências, nas artes, na indústria, senão passando pela série das posições inferiores, que são outras tantas provas. A vida humana é, pois, cópia da vida espiritual; nela se nos deparam em ponto pequeno todas as peripécias da outra.
Ora, se na vida terrena muitas vezes escolhemos duras provas, visando posição mais elevada, por que não haveria o Espírito, que enxerga mais longe que o corpo e para quem a vida corporal é apenas incidente de curta duração, de escolher uma existência árdua e laboriosa, desde que o conduza à felicidade eterna? Os que dizem que pedirão para ser príncipes ou milionários, uma vez que ao homem é que caiba escolher a sua existência, se assemelham aos míopes, que apenas vêem aquilo em que tocam, ou a meninos gulosos, que, a quem os interroga sobre isso, respondem que desejam ser pasteleiros ou doceiros.
O viajante que atravessa profundo vale ensombrado por espesso nevoeiro não logra apanhar com a vista a extensão da estrada por onde vai, nem os seus pontos extremos. Chegando, porém, ao cume da montanha, abrange com o olhar quanto percorreu
do caminho e quanto lhe resta dele a percorrer. Divisa-lhe o termo, vê os obstáculos que ainda terá de transpor e combina então os meios mais seguros de atingi-lo. O Espírito encarnado é qual viajante no sopé da montanha. Desenleado dos liames terrenais, sua visão tudo domina, como a daquele que subiu à crista da serrania. Para o viajor, no termo da sua jornada está o repouso após a fadiga; para o Espírito, está a felicidade suprema, após as tribulações e as provas.
Dizem todos os Espíritos que, na erraticidade, eles se aplicam a pesquisar, estudar, observar, a fim de fazerem a sua escolha.
Na vida corporal não se nos oferece um exemplo deste fato?
Não levamos, freqüentemente, anos a procurar a carreira pela qual afinal nos decidimos, certos de ser a mais apropriada a nos facilitar o caminho da vida? Se numa o nosso intento se malogra, recorremos a outra. Cada uma das que abraçamos representa uma fase, um período da vida. Não nos ocupamos cada dia em cogitar do que faremos no dia seguinte? Ora, que são, para o Espírito, as diversas existências corporais, senão fases, períodos,
dias da sua vida espírita, que é, como sabemos, a vida normal, visto que a outra é transitória, passageira?
267. Pode o Espírito proceder à escolha de suas provas, enquanto encarnado?
“O desejo que então alimenta pode influir na escolha que venha a fazer, dependendo isso da intenção que o anime.
Dá-se, porém, que, como Espírito livre, quase sempre vê as coisas de modo diferente. O Espírito por si só é quem faz a escolha; entretanto, ainda uma vez o dizemos, possível
lhe é fazê-la, mesmo na vida material, por isso que há sempre momentos em que o Espírito se torna independente da matéria que lhe serve de habitação.”
a) — Não é decerto como expiação, ou como prova, que muita gente deseja as grandezas e as riquezas. Será?
“Indubitavelmente, não. A matéria deseja essa grandeza para gozá-la e o Espírito para conhecer-lhe as vicissitudes.”
268. Até que chegue ao estado de pureza perfeita, tem o Espírito que passar constantemente por provas?
“Sim, mas que não são como o entendeis, pois que só considerais provas as tribulações materiais. Ora, havendo-se elevado a um certo grau, o Espírito, embora não seja ainda
perfeito, já não tem que sofrer provas. Continua, porém, sujeito a deveres nada penosos, cuja satisfação lhe auxilia o aperfeiçoamento, mesmo que consistam apenas em auxiliar os outros a se aperfeiçoarem.”
269. Pode o Espírito enganar-se quanto à eficiência da prova que escolheu?
“Pode escolher uma que esteja acima de suas forças e sucumbir. Pode também escolher alguma que nada lhe aproveite, como sucederá se buscar vida ociosa e inútil. Mas, então,
voltando ao mundo dos Espíritos, verifica que nada ganhou e pede outra que lhe faculte recuperar o tempo perdido.”
270. A que se devem atribuir as vocações de certas pessoas e a vontade que sentem de seguir uma carreira de preferência a outra?
“Parece-me que vós mesmos podeis responder a esta pergunta. Pois não é isso a conseqüência de tudo o que acabamos de dizer sobre a escolha das provas e sobre o
progresso efetuado em existência anterior?”
271. Estudando, na erraticidade, as diversas condições em que poderá progredir, como pensa o Espírito consegui-lo, nascendo, por exemplo, entre canibais?
“Entre canibais não nascem Espíritos já adiantados, mas Espíritos da natureza dos canibais, ou ainda inferiores aos destes.”
Sabemos que os nossos antropófagos não se acham no último degrau da escala espiritual e que mundos há onde a bruteza e a ferocidade não têm analogia na Terra. Os Espíritos que aí
encarnam são, portanto, inferiores aos mais ínfimos que no nosso mundo encarnam. Para eles, pois, nascer entre os nossos selvagens representa um progresso, como progresso seria, para os antropófagos terrenos, exercerem entre nós uma profissão que os obrigasse a fazer correr sangue. Não podem pôr mais alto suas vistas, porque sua inferioridade moral não lhes permite compreender maior progresso. O Espírito só gradativamente avança.
Não lhe é dado transpor de um salto a distância que da civilização separa a barbárie e é esta uma das razões que nos mostram ser necessária a reencarnação, que verdadeiramente corresponde à justiça de Deus. De outro modo, que seria desses milhões de criaturas que todos os dias morrem na maior degradação, se não tivessem meios de alcançar a superioridade? Por que os privaria Deus dos favores concedidos aos outros homens?
272. Poderá dar-se que Espíritos vindos de um mundo inferior à Terra, ou de um povo muito atrasado, como os canibais, por exemplo, nasçam no seio de povos civilizados?
“Pode. Alguns há que se extraviam, por quererem subir muito alto. Mas, nesse caso, ficam deslocados no meio em que nasceram, por estarem seus costumes e instintos em conflito com os dos outros homens.”
Tais seres nos oferecem o triste espetáculo da ferocidade dentro da civilização. Voltando para o meio dos canibais, não sofrem uma degradação; apenas volvem ao lugar que lhes é próprio e com isso talvez até ganhem.
273. Será possível que um homem de raça civilizada reencarne, por expiação, numa raça de selvagens?
“É; mas depende do gênero da expiação. Um senhor, que tenha sido de grande crueldade para os seus escravos, poderá, por sua vez, tornar-se escravo e sofrer os maus-
-tratos que infligiu a seus semelhantes. Um, que em certa época exerceu o mando, pode, em nova existência, ter que obedecer aos que se curvaram ante a sua vontade.
Ser-lhe-á isso uma expiação, que Deus lhe imponha, se ele abusou do seu poder. Também um bom Espírito pode querer encarnar no seio daquelas raças, ocupando posição influente,
para fazê-las progredir. Em tal caso, desempenha uma missão.”

Fonte - Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, do Cap.VI "Da Vida Espírita" - Item Escolha das Provas

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...