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terça-feira, 24 de abril de 2018

“O ESPÍRITO ESCOLHE ANTES DE REENCARNAR AS PROVAS QUE TERÁ DURANTE SUA PRÓXIMA ENCARNAÇÃO? ”

No estado errante, antes de nova existência corpórea, o Espírito tem consciência e previsão do que lhe vai acontecer durante a vida? — Ele mesmo escolhe o gênero de provas que deseja sofrer; nisto consiste o seu livre-arbítrio.
Não é Deus quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?

— Nada acontece sem a permissão de Deus, porque foi ele quem estabeleceu todas as leis que regem, o Universo. Perguntareis agora por que ele fez tal lei em vez de tal outra! Dando ao Espírito a liberdade de escolha, deixa-lhe toda a responsabilidade dos seus atos e das suas consequências; nada lhe estorva o futuro; o caminho do bem está à sua frente, como o do mal. Mas se sucumbir, ainda lhe resta uma consolação, a de que nem tudo se acabou para ele, pois Deus, na sua bondade, permite-lhe recomeçar o que foi malfeito. É necessário distinguir o que é obra da vontade de Deus e o que é da vontade do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós que o criastes, mas Deus; tivestes, porém, a vontade de vos expordes a ele, porque o considerastes um meio de adiantamento; e Deus o permitiu.
Se o Espírito escolhe o gênero de provas que deve sofrer, todas as tribulações da vida foram previstas e escolhidas por nós?
— Todas, não, pois não se pode dizer que escolhestes e previstes tudo o que vos acontece no mundo, até as menores coisas. Escolhestes o gênero de provas; os detalhes são consequências da posição escolhida, e frequentemente de vossas próprias ações. Se o Espírito quis nascer entre malfeitores, por exemplo, já sabia a que deslizes se expunha, mas não conhecia cada um dos atos que praticaria; esses atos são produtos de sua vontade ou do seu livre-arbítrio. O Espírito sabe que, escolhendo esse caminho, terá de passar por esse gênero de lutas; e sabe de que natureza são as vicissitudes que irá encontrar; mas não sabe quais os acontecimentos que o aguardam. Os detalhes nascem das circunstâncias e da força das coisas. Só os grandes acontecimentos, aqueles que influem no destino, estão previstos. Se tomas um caminho cheio de desvios, sabes que deves ter muitas precauções, porque corres o perigo de cair, mas não sabes quando cairás, e pode ser que nem caias, se fores bastante prudente. Se, ao passar pela rua, uma telha te cair na cabeça, não penses que estava escrito, como vulgarmente se diz.
Como o Espírito pode querer nascer entre gente de má vida?
— E necessário ser enviado ao meio em que possa sofrera prova pedida. Pois bem, o semelhante atrai o semelhante, e para lutar contra o instinto do bandido é preciso que ele se encontre entre gente dessa espécie.
Se não houvesse gente de má vida na Terra, o Espírito não poderia encontrar nela o meio necessário a certas provas?
— E deveríamos lamentar isso ? É o que acontece nos mundos superiores, onde o mal não tem acesso. É por isso que neles só existem bons Espíritos. Fazei que o mesmo aconteça, bem logo, em vossa Terra.
O Espírito, nas provas que deve sofrer para chegar à perfeição, terá de experimentar todos os gêneros de tentações? Deverá passar por todas as circunstâncias que possam provocar-lhe o orgulho, o ciúme, a avareza, a sensualidade etc.?
— Certamente não, pois sabeis que há os que tomam desde o princípio um caminho que os afasta de muitas provas. Mas aquele que se deixa levar pelo mau caminho, corre todos os perigos do mesmo. Um Espírito pode pedir a riqueza e esta lhe será dada; então, segundo o seu caráter, poderá tornar-se avarento ou pródigo, egoísta ou generoso, ou ainda entregar-se a todos os prazeres da sensualidade. Mas isso não quer dizer que ele devia passar forçosamente por todas essas tendências.
Como pode o Espírito que, em sua origem, é simples, ignorante e sem experiência escolher uma existência com conhecimento de causa e ser responsável pela sua escolha?
— Deus supre a sua inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve seguir, como fazes com uma criança desde o berço. Mas deixa-lhe pouco a pouco a liberdade de escolher, à medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve. E então que ele muitas vezes se extravia, tomando o mau caminho, por não ouvir os conselhos dos bons Espíritos. É a isso que podemos chamar a queda do homem.
Quando o Espírito goza do seu livre-arbítrio, a escolha da existência corpórea depende sempre exclusivamente da sua vontade ou essa existência pode lhe ser imposta pela vontade de Deus, como expiação?
- Deus sabe esperar: não precipita a expiação. Entretanto, pode impor certa existência a um Espírito, quando este, por sua inferioridade ou má vontade, não está apto a compreender o que lhe seria mais proveitoso, e quando vê que essa existência pode servir para a sua purificação, o seu adiantamento, e ao mesmo tempo servir-lhe de expiação.
O Espírito faz a escolha imediatamente após a morte?
– Não, pois muitos criem na eternidade das penas e, como já vos foi dito, isso é um castigo.
O que orienta o Espírito na escolha das provas?
– Ele escolhe as que podem servir de expiação, segundo a natureza de suas faltas, e fazê-lo adiantar mais rapidamente. Uns podem impor-se uma vida de misérias e provações para tentar suportá-la com coragem outros querem experimentar as tentações da fortuna e do poder, bem mais perigosas pelo abuso e o mau emprego que se lhes pode dar e pelas más paixões que desenvolvem; outros, enfim, querem ser provados nas lutas que terão de sustentar no contato com o vício.
Se alguns dos Espíritos escolhem o contato com o vício como prova, há os que o escolhem por simpatia e pelo desejo de viver num meio adequado aos seus gostos, ou para poderem entregar-se livremente às suas inclinações materiais?
— Há, por certo, mas só entre aqueles cujo senso moral é ainda pouco desenvolvido; a prova decorre disso, e eles a sofrem por tempo mais longo Cedo ou tarde, compreenderão que a satisfação das paixões brutais tem para eles consequências deploráveis, que terão de sofrer durante um tempo que lhes parecerá eterno. Deus poderá deixá-los nesse estado até que eles tenham compreendido suas faltas, pedindo por si mesmos o meio de resgatá-las em provas proveitosas.
Não parece natural que os Espíritos escolham as provas menos penosas?
– Para vós, sim; para o Espírito, não. Quando ele está liberto da matéria, cessa a ilusão, e a sua maneira de pensar é diferente
Comentário de Kardec: O homem, submetido na Terra à influência das ideias carnais, só vê nas suas provas o lado penoso. É por isso que lhe parece natural escolher as que, do seu ponto de vista, podem subsistir com os prazeres materiais. Mas na vida espiritual ele compara os prazeres fugitivos e grosseiros com a felicidade inalterável que entrevê, e então, que lhe importam alguns sofrimentos passageiros? O Espírito pode escolher a prova mais rude, e em consequência a existência mais penosa, com a esperança de chegar mais depressa a um estado melhor, como o doente escolhe muitas vezes o remédio mais desagradável, para se curar mais rapidamente. Aquele que deseja ligar o seu nome à descoberta de um país desconhecido, não escolhe um caminho coberto de flores, pois sabe os perigos que corre, mas sabe também a glória que o espera, se for feliz.
A doutrina da liberdade de escolha das nossas existências e das provas que devemos sofrer deixa de parecer extraordinária, quando se considera que os Espíritos, libertos da matéria, apreciam as coisas de maneira diferente da nossa. Eles anteveem o fim, e esse fim lhes parece muito mais importante que os prazeres fugidios do mundo. Depois de cada existência, vê em o progresso que fizeram e compreendem quanto ainda lhes falta em pureza, para o atingirem. Eis porque se submetem voluntariamente a todas as vicissitudes da vida corpórea, pedindo eles mesmos aquelas que podem fazê-los chegar mais depressa. Não há, pois, motivo para nos admirarmos de que o Espírito não dê preferência à existência mais suave. No seu estado de imperfeição, ele não pode desfrutar a vida sem amarguras, que apenas entrevê. E é para atingi-la que procura melhorar-se.
Não vemos diariamente exemplos de coisas parecidas? O homem que trabalha uma parte de sua vida, sem tréguas nem descanso, a fim de ajuntar o necessário para o seu bem-estar. não desempenha uma tarefa que se impôs, com vistas a um futuro melhor? O militar que se oferece para uma missão perigosa, o viajante que não enfrenta menores perigos, no interesse da Ciência ou de sua própria fortuna, não se submetem a provas voluntárias, que devem proporcionar-lhes honra e proveito, se as vencerem? A que o homem não se submete e não se expõe, pelo seu interesse ou pela sua glória? Todos os concursos não são provas voluntárias para melhorar na carreira escolhida? Não se chega a nenhuma posição social de elevada importância, nas ciências, nas artes, na indústria, sem passar pela série de posições inferiores, que são outras tantas provas. A vida humana é, assim, o decalque da vida espiritual. Nela encontramos, em menor escala, todas as peripécias daquela. Se na vida terrena escolhemos muitas vezes as provas mais difíceis, com vistas a um fim mais elevado, por que o Espírito, que vê mais longe, e para quem a vida do corpo é apenas um incidente fugaz, não escolherá uma existência penosa e laboriosa, se ela o deve conduzir a uma felicidade eterna? Aqueles que dizem que, se pudessem escolher a sua existência, teriam pedido a de príncipes ou milionários, são como os míopes que não veem o que tocam, ou como as crianças gulosas, que respondem, quando perguntamos que profissão preferem: pasteleiros ou confeiteiros.
Da mesma maneira, o viajante, no fundo de um vale nevoento, não vê a extensão nem os pontos extremos da sua rota; mas, chegando ao cume da montanha, seu olhar abrange o caminho percorrido e o que falta percorrer, vê o final de sua viagem, os obstáculos que ainda tem de vencer, e pode então escolher com mais segurança os meios de o atingir. O Espírito encarnado é como o viajante no fundo do vale; desembaraçado dos liames terrestres, é como o que atingiu o cume. Para o viajante, o fim é o repouso após a fadiga; para o Espírito, é a felicidade suprema, após as tribulações e as provas.
Todos os Espíritos dizem que, no estado errante, buscam, estudam, observam, para fazerem suas escolhas. Não temos um exemplo disso na vida corpórea? Não buscamos muitas vezes, através dos anos, a carreira que livremente acabamos por escolher, porque a achamos a mais apropriada aos nossos objetivos? Se fracassamos numa, procuramos outra. Cada carreira que abraçamos é uma fase, um período da vida. Não empregamos cada dia em escolher o que faremos no outro? Ora, o que são as diferentes existências corpóreas para o Espírito, senão fases, períodos, dias da sua vida espírita que. como sabemos, é a vida normal, não sendo a vida corpórea mais do que transitória, passageira?
O Espírito poderia fazer a sua escolha durante a vida corporal?
— Seu desejo pode ter influência. Isso depende da intenção. Mas, no estado de Espírito, frequentemente vê as coisas de maneira diferente. É o Espírito quem faz a escolha. Mas, ainda assim, ele pode fazê-la nesta vida material, porque o Espírito tem sempre os momentos em que se liberta da matéria.
Muitas pessoas desejam grandezas e riquezas, mas não o será, por certo, como expiação nem como prova?
— Sem dúvida; a matéria deseja essa grandeza, para gozá-la, e o Espírito a deseja, para conhecer-lhe as vicissitudes.
Até que chegue ao estado de perfeita pureza, o Espírito tem de passar constantemente por provas?
— Sim, mas elas não são como as entendeis. Chamais provas às tribulações materiais; ora, o Espírito, chegando a um certo grau, mesmo sem ser perfeito, não tem mais nada a sofrer. Mas tem sempre deveres que o ajudam a se aperfeiçoar, e que não são penosas para ele, a não ser os de ajudar os outros a se aperfeiçoarem.
O Espírito pode enganar-se, quanto à eficácia da prova que escolher?
— Pode escolher uma que esteja acima de suas forças, e então sucumbe. Pode também escolher uma que não lhe dê proveito algum, como um gênero de vida ocioso e inútil. Mas, nesse caso, voltando ao mundo dos Espíritos, percebe que nada ganhou, e pede para recuperar o tempo perdido.
Ao que se devem as vocações de certas pessoas e sua vontade de seguir uma carreira em vez de outra?
— Parece-me que podeis responder por vós mesmos a esta questão. Não é a consequência de tudo o que dissemos sobre a escolha das provas sobre o progresso realizado numa existência anterior?
Quando o Espírito estuda, na erraticidade, as diversas condições em que poderá progredir, como julga poder fazê-lo, se nascer entre canibais?
— Não são os Espíritos já adiantados que nascem entre os canibais, mas os Espíritos da mesma natureza dos canibais, ou que lhes são inferiores.
Comentário de Kardec: Sabemos que os nossos antropófagos não estão no último grau da escala, e que há mundos onde o embrutecimento e a ferocidade ultrapassam tudo o que existe na Terra. Esses Espíritos são, portanto, ainda inferiores aos mais inferiores do nosso mundo, e vir para o meio dos nossos selvagens é para eles um progresso, como seria um progresso para os nossos antropófagos exercer entre nós uma profissão que não os obrigasse a derramar sangue. Se eles não visam a mais alto, é porque a sua inferioridade moral não lhes permite compreender um progresso mais completo. O Espírito não pode avançar senão gradualmente; não pode transpor de um salto a distância que separa a barbárie da civilização. E está nisso uma necessidade da reencarnação. que se mostra verdadeiramente de acordo com a justiça de Deus. De outra maneira, em que se transformariam esses milhões de seres que morrem diariamente no último estado de degradação, se não tivessem meios de se elevar? Por que Deus os teria deserdado dos favores concedidos aos demais?
Os Espíritos procedentes de um mundo inferior à Terra, ou de um povo muito atrasado, como os canibais, poderiam nascer entre os povos civilizados?
— Sim, há os que se extraviam ao quererem subir muito alto, mas ficam deslocados entre vós, porque têm hábitos e instintos que se chocam com os vossos.
Comentário de Kardec: Esses seres nos dão o triste espetáculo da ferocidade em meio da civilização. Retornando para o meio dos canibais, isso não será um retrocesso, pois não farão mais do que retomar o seu lugar e talvez ainda com proveito.
Um homem pertencente a uma raça civilizada poderia, por expiação, reencarnar-se num raça selvagem?
— Sim, mas isso depende do gênero da expiação. Um senhor que tenha sido duro para os seus escravos poderá tornar-se escravo e sofrer os maus tratos que infligiu a outrem. Aquele que mandou numa época, pode, em outra existência, obedecer aos que se curvaram ante a sua vontade. É uma expiação, se ele abusou do poder, e Deus pode determiná-la. Um bom Espírito pode, para os fazer avançar, escolher uma vida de influência entre esses povos. Então se trata de uma missão.
Fonte: Escolha das Provas - Livro dos Espíritos - Perguntas de 258 a 273

segunda-feira, 23 de abril de 2018

AS REENCARNAÇÕES DE BEZERRA DE MENEZES, E SUA VIDA COMO ZAQUEU.

A reencarnação mais antiga e conhecida do Espírito Dr. Bezerra de Menezes, foi como Zaqueu. Sim, Bezerra de Menezes foi Zaqueu, o coletor de impostos que subiu na árvore para poder ver Jesus.

Zaqueu, o Publicano
Jesus entrou em Jericó, e atravessava a cidade. Havia ali um homem rico chamado Zaqueu, chefe dos publicanos. Ele queria ver quem era Jesus, mas, sendo de pequena estatura, não o conseguia, por causa da multidão. Assim, correu adiante e subiu numa figueira brava para vê-lo, pois Jesus ia passar por ali.
Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e lhe disse: “Zaqueu, desça depressa. Quero ficar em sua casa hoje”. Então ele desceu rapidamente e o recebeu com alegria.
Todo o povo viu isso e começou a se queixar: “Ele se hospedou na casa de um ‘pecador’”.
Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: “Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais”.
Jesus lhe disse: “Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão. Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido”.
(Lucas, cap. 19, ves. 1 à 10)


O que aconteceu depois do que foi narrado no Evangelho é objeto de outro relato, que partiu do mundo espiritual, no qual se vê o apóstolo vivendo com simplicidade, sustentado pelo próprio trabalho, ora professor ora realizando serviços gerais, longe do ambiente luxuoso onde vivia quando encontrou Jesus. A partir daí estava atuando como verdadeiro missionário de Jesus, seguindo adiante na sua trajetória evolutiva e reencarnando outras vezes até chegar à época em que reencarnaria como Bezerra de Menezes.
Apesar de odiando por muitos, Zaqueu era um cidadão importante no meio onde vivia, devido ao cargo que ocupava, de chefe dos publicanos. Sua presença, naquela encarnação, em um meio social e profissional ligado às riquezas era relevante para o que aconteceria depois, uma vez que a conversão súbita de um homem tão destacado teria repercussão de grande monta entre os próprios afortunados e bem assim junto aos pobres.
Seria tal fato interpretado como uma verdadeira demonstração da qualidade
superior da Mensagem do Cristo, uma vez que um homem muito culto e rico, como era Zaqueu, não se deixaria iludir por uma fantasia de um Sonhador e abandonaria tudo que possuía para segui-lo.
O planejamento de Jesus era de profundo conhecedor da psicologia humana. O tempo que Zaqueu viveu aparentemente perdido entre moedas e a contabilidade das coisas ligadas a matéria seria rapidamente compensado pelo muito que ele realizaria posteriormente.
Jesus tinha Seus discípulos colocados em pontos estratégicos e nenhum dos verdadeiros pupilos do Divino Pastor deixou de reconhecer-Lhe a Voz e segui-Lo.
Zaqueu passou grande parte da sua encarnação junto a pessoas de má índole, onde os interesses materiais eram tidos como os únicos a merecerem atenção, mas isso para ele exemplificar a renúncia, tocando o coração de grande número de pessoas apegadas aos bens e interesses materiais.
Nada mais convincente que a exemplificação, pois, “se as palavras convencem, os exemplos arrastam”: Zaqueu iria exemplificar a renúncia aos bens e interesses materiais, sendo essa uma das facetas de sua tarefa naquela encarnação.
Pessoa muito conhecida no meio onde vivia, sua mudança de estilo de vida abalou muitos avarentos e egoístas, na certa que, no mínimo, preparando-os para lhe seguirem, algum dia, as pegadas.
Zaqueu não se restringiu a cumprir a promessa que fez a Jesus, mas renunciou a tudo que pôde dispensar, tornando-se um apóstolo tal como Pedro e Paulo de Tarso, vivendo a Mensagem de Jesus com todas a sinceridade da sua alma generosa e fraternal. Assim, passou a se chamar Mathias, informação histórica deixada por Clemente de Alexandria, em seu livro Stromata, onde afirma ter sido Zaqueu chamado de Mathias,pelos apóstolos, e ficado no lugar de Judas Iscariotes após a ascensão de Jesus.
Matias cria a Casa De Benefícios para abrigar os desvalidos, doentes, perturbados e abandonados do mundo. Durante as suas sucessivas reencarnações, fundou sete casas de benefícios. Com exceção da última, todas foram destruídas pelos inimigos da luz.

OUTRAS VIDAS DE BEZERRA DE MENEZES DEPOIS DE ZAQUEU
Quinto Varro e Quinto Celso
No livro Ave Cristo, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier. Conhecemos mais duas encarnações de Dr. Bezerra, como Quinto Varro e posteriormente como Quinto Celso. Para converter seu filho Taciano, reencarna-se duas vezes: uma como Quinto Varro (irmão Corvino) e a seguir como Quinto Celso.
Parmênio
Posteriormente no século V, volta reencarna como Irmão Parmênio, onde, como as suas outras vidas, mais uma vez é martirizado. Irmão Parmênio, que, em idade avançada é abandonado pela família anticristã, construíra o recanto a que chamava Casa dos Benefícios, para melhor cumprir os seus deveres de homem, cujo coração se represara dos ensinos do Divino Mestre, abrigando sofredores de qualquer procedência. Leia aqui mais sobre sua vida como Parmênio e sobre a Casa dos Benefícios.
Adolfo Bezerra de Menezes
Finalmente, reencarna no Brasil como Adolfo Bezerra de Menezes, com o objetivo de concretizar a fixação do Espiritismo em terras brasileira e à união dos espíritas.
Não foi por acaso que chegou ao status de Bezerra de Menezes, em quem se realizaram as virtudes da humildade, desapego e simplicidade: tudo isso já vinha sendo trabalhado no seu íntimo há milênios, pois as virtudes somente se consolidam com o exercício, a repetição, a impregnação, a troca dos valores do “homem velho” pelos do “homem novo”, ou sejam, as coisas e interesses do mundo material vão sendo substituídas pelas coisas e interesses do mundo espiritual, o que demanda esforço de milênios.

Fonte: Livro Bezerra de Menezes. Pelo Espírito Irmão Gilberto. Psicografia de Luiz Guilherme Marques.
Livro O 13º Apóstolo. De Jorge Damas.
Site: Fronteira da Paz.
Mensagem recebida por Francisco Cândido Xavier, na noite de 6 de novembro de 1986, em sua residência, em Uberaba — MG.
Fonte: Blog Jardim Espírita

domingo, 22 de abril de 2018

APUROS DE UM MORTO DIANTE DA PARTILHA DOS BENS!

Quando Apolinário Rezende acordou, além da morte, viu-se terrivelmente sacudido por estranha emoção. Ouvia a esposa, Dona Francina, a chamá-lo em gritos estertorosos. E qual se fosse transportado a casa por guindaste magnético, reconheceu-se, de chofre, diante dela, que se descabelava chorosa.
- “Ingrato! Ingrato!” – era o que a viúva dizia em pensamento, embora apenas tartamudeasse interjeições lamentosas com a boca. Julgando no corpo de carne, Rezende, em vão, se fazia sentir. Gritava pela companheira. Pedia explicações.
Esmurrava a mesa em que a senhora apoiava os cotovelos.
Dona Francina, entretanto, procedia como quem lhe ignorava a presença. O infeliz, no primeiro instante, julgou-se dementado. Acreditava em pesadelo e queria retornar à vida comum, despertar...
Beliscava-se inutilmente. Nisso, escutou o próprio nome no andar térreo.
Despencou-se e encontrou Maria Iza, a copeira que se habituara a estimar como sendo sua própria filha, em conversação discreta com o advogado que lhe era amigo íntimo. O Dr. Joaquim Curado ouvia, atento a moça, que lhe confidenciava uma infâmia. A empregada, que sempre lhe recolhera a melhor atenção, não se pejava de acusá-lo, afirmando que o pequeno Samuel, o menino que lhe nascera, quatro anos antes, do coração de mãe solteira, era filho dele, Rezende. A serviçal, no extremo da calúnia, dramatizava em pranto. Dizia despudorada, que seu filhinho Samuel não podia privar-se da herança, que ela, em outros tempos, vivia sofrendo injuriosas cenas de ciúme, por parte da patroa, e que estava agora resolvida a colocar a questão em pratos limpos.
Apolinário cerrou os punhos e dispunha-se a esbofeteá-la, quando o causídico asseverou: “Bem, desde que o Rezende morreu...” O pobre Espírito liberto sofreu tremendo choque. Morrera então? Que significava tudo aquilo? Sentia-se louco...
Gritou desesperado, lembrando fera aguilhoada no circo, mas os dois interlocutores nem de leve lhe perceberam a reação, e o entendimento continuo...
Chorando copiosamente, Apolinário ficou sabendo que o inventário dos seus bens seguia em meio, que Maria Iza alegava-se seduzida por ele e exigia mais de dois milhões de cruzeiros, parte igual ao montante que se reservava a cada um de seus filhos.
O Dr. Joaquim falava em exame de sangue e pedia provas. A moça notificou que Renato, o filho caçula de Dona Francina, fora testemunha da experiência infeliz a que se submetera, em acedendo às tentações que lhe haviam movidas pelo morto.
Aterrado, Rezende viu seu próprio filho mais novo entrar, a chamado, no parlatório doméstico, apoiando a invencionice.
O jovem, que ultrapassara os vinte e dois de idade, preocupava-o sempre, pelo caráter leviano; contudo, não foi sem espanto que passou a escutá-lo, confirmando a denúncia. Perante o advogado, surpreendido, Renato anunciou que simplesmente tocado pela compaixão, deliberara ajudar Maria Iza, declarando que o pai, pilhado por ele em vários encontros com ela, resolvera confiar-lhe a verdade, salientando que, um dia, quando viesse a falecer, o menino Samuel não devia ser esquecido, de vez que lhe devia a paternidade. Rezende, tomado de repugnância, desmentia tudo, até que lhe pareceu ouvir os pensamentos do filho, compreendendo, por fim, que Renato se mancomunara com a copeira, de modo a senhorear metade da importância que a ela fosse atribuída pela Justiça.
Entendeu a chantagem. O rapaz pretendia o maior quinhão e, para isso, não vacilava enxovalhar lhe o nome. Abatido, procurou Reinaldo, o filho mais velho, moço de comportamento exemplar; entretanto, foi achá-lo no gabinete, conformado com a situação. O irmão desfechara habilmente o golpe e o primogênito preferia perder parte da herança a desrespeitar a memória do pai.
Voltou Rezende ao quarto da esposa e debalde quis confortá-la. Dona Francina ensopara o lenço de lágrimas. Não chorava tanto o dinheiro de que deveria dispor. Lastimava a suposta infidelidade do falecido marido. Recordava todos os dias felizes, em que ambos haviam desfrutado confiança perfeita... Era preciso ser desumano para que lhe mentisse, qual o fizera, dentro do próprio lar. Ansiava conservá-lo puro, na lembrança, viver o resto da existência preparando-se para reencontrá-lo; entretanto...
Esforçava-se Rezende para consolá-la, a procurar em si mesmo a razão por que sofria semelhante prova, quando lhe ocorreu um estalo na consciência. Via-se recuar, recuar... Sim, sim, Maria Iza recebera dele tão somente considerações respeitosas; contudo, Julieta surgia-lhe agora... Fora-lhe a companheira da juventude, quarenta anos antes... Menina de condição modesta agüentara-lhe a ingratidão. Cedera aos seus caprichos de moço impulsivo e passara a aguardar-lhe um filhinho, confiando no casamento.
Examinando, porém, as próprias conveniências obrigara Julieta a sujeitar-se a vergonhoso processo abortivo e, em seguida, ao vê-la frustrada, abandonou-a na vala do meretrício.
Rezende, atormentado em dolorosas reminiscências, inquiria a si próprio se a calúnia de Maria Iza seria a resposta do destino ao sarcasmo em que lançara Julieta... Onde encontrar a vítima de outra época? Por outro lado, ali estava Dona Francina, a reclamar-lhe assistência, e Maria Iza, a quem devia perdoar a seu turno.
Tateava o crânio em fogo. Atravessava o primeiro dia de consciência acordada, depois da morte, e parecia estar no ínfero mental, desde muito tempo. Caiu a noite e Rezende permaneceu aflito junto da esposa, tentando em vão, falar-lhe durante o sono...
Manhã cedo, Dona Francina levantou-se, orou à frente da própria imagem dele, na foto de cabeceira, tomou grande ramo de flores e saiu na direção de um templo.
Apolinário seguiu-a, reconhecendo emocionado, que a esposa encomendara um ofício religioso, a benefício da sua felicidade. Findas as preces, Dona Francina tocou para o cemitério. Só então Rezende veio saber que a leal companheira comemorava o sexto mês de sua partida. Cento e oitenta e três dias de inconsciência na vida espiritual!
Assombrado, fitou a esposa, que se ajoelhara à frente do seu próprio túmulo. Entre angustiado e curioso, inclinou-se para a lápide e soletrou espantadiço: “Aqui jaz Apolinário Rezende.” E, em letras menores: “Orai pelo descanso eterno de sua alma”.
Quando leu as palavras “descanso eterno”, Rezende passou a refletir sobre as agonias morais a que era submetido, desde a véspera, e, embora sentindo imenso desejo de chorar esqueceu a quietude do campo santo e desferiu, em desespero, enorme gargalhada...
Fonte: ESPIRIT BOOK

sábado, 21 de abril de 2018

“ADVENTO DO MUNDO DE REGENERAÇÃO”

1 - Como poderíamos definir a diferença entre Mundo de Provas e Expiações, estágio atual da Terra, e Mundo de Regeneração, o próximo estágio?
Mal comparando, diríamos que nos Mundos de Provas e Expiações o egoísmo predominante, resquício da animalidade primitiva, é o elemento gerador de todos os males. No Mundo de Regeneração, consciências despertas para esse problema estarão empenhadas em superá-lo.
2 - Então no Mundo de Regeneração ainda prevalece o mal?
Prevalece a consciência de que é preciso vencê-lo com o empenho do Bem. Equivale a dizer que o mal nesses planetas não tem receptividade nos corações e tende a desaparecer.
3 - Fala-se que a promoção de nosso planeta para Mundo de Regeneração ocorrerá neste milênio, provavelmente nos próximos séculos. Não estamos diante de um otimismo ingênuo, considerando os graves problemas humanos, envolvendo crimes, guerras, vícios, violência urbana, terrorismo, a evidenciar que a maldade ainda impera?
Há muita gente envolvida com o mal, por ignorância. Estes serão renovados no desdobramento de suas experiências, particularmente com a mestra dor, em reencarnações regeneradoras. O problema está naqueles que constituem uma minoria barulhenta, com o mal entranhado em seus corações. Esses serão expurgados, quando chegar a hora.
4 - Tipo Bin Laden?
Sim, todos aqueles que se comprazem com a violência, o vício, o crime, sem a mínima sensibilidade em relação aos males que causam, aos sofrimentos que impõem aos seus irmãos.
5 - Para onde irão os Espíritos degredados?
Provavelmente para Mundos Primitivos, em posição inferior à Terra, conforme a escala apresentada por Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo.
6 - Isso não contraria o princípio doutrinário de que o Espírito pode estacionar, mas jamais retrograda?
Um homem civilizado condenado a viver entre aborígines não sofre nenhuma perda em relação à sua inteligência, cultura e conhecimentos, que, inclusive lhe serão úteis na nova situação, embora as limitações a que estará sujeito. O mesmo acontece com o Espírito degredado em planeta inferior.
7 - Não irá um Espírito intelectualmente evoluído, mas moralmente atrasado, causar embaraços aos habitantes desse mundo? 
Não tanto quanto os benefícios que essa convivência ensejará. Os degredados estarão mais ou menos no mesmo estágio moral, mas superiores no estágio intelectual, favorecendo o progresso de seus hospedeiros, em cujo seio reencarnarão.
8 - E ficarão para sempre por lá?
Segundo Emmanuel, somos todos tutelados do Cristo, o governador espiritual de nosso planeta, compondo uma imensa família, de perto de vinte e cinco bilhões de Espíritos. Natural, portanto, que após superarem sua rebeldia e resgatarem seus débitos, ajustando-se às leis divinas, retornem os degredados ao convívio humano, o que poderá demandar milênios, mas forçosamente acontecerá. Como ensina Jesus, das ovelhas confiadas por Deus aos seus cuidados, nenhuma se perderá.
Fonte: A Casa do Espiritismo-Por:   Richard Simonetti


sexta-feira, 20 de abril de 2018

“ONTEM INIMIGOS. HOJE MARIDO E MULHER!!!!”

O ditado popular “O homem propõe e Deus dispõe” pode ser aplicado a penosos processos obsessivos, sustentados por recíproca animosidade.
Ainda que os obstinados adversários pretendam loucamente continuar a se agredir um ao outro, tais vendetas contrariam os princípios de harmonia que sustentam o Universo.
O ódio é a negação do Amor, lei suprema de Deus.
Infalivelmente, sempre chega o momento de mudar.
As bênçãos do tempo acabam por esgotar o fel de seus corações. Exaustos de tantos rancores, sedentos de paz, os “duelistas” acabam por desejar ardentemente uma trégua, uma possibilidade de renovar seus caminhos.
E um dia, após longo sono, ei-los reencarnados nas experiências em comum, ligados agora por laços de consanguinidade.
Ontem inimigos, hoje irmãos.
Ontem verdugo e vítima, hoje pai e filho.
Ontem obsessor e obsidiado, hoje marido e mulher.
Assim a Justiça Divina exige a reparação.
Assim a Divina Misericórdia promove a reconciliação.
Assim a Sabedoria do Eterno transforma o ódio em amor.
É uma metamorfose difícil, sofrida, porquanto, embora as bênçãos do esquecimento e os elos familiares, eles conservam, inconscientemente, indelével ressentimento.
Daí a ausência de afinidade, a dificuldade de relacionamento, a mágoa indefinível, a animosidade e, não raro, a aversão que experimentam entre si.
Para os mais esclarecidos isso tudo é motivo de aflitivos padecimentos, em duras experiências que somente à custa de abnegação e sacrifício poderão vencer.
É como se enxergasse nele um velho perseguidor disfarçado, uma ameaça.
-A convivência com minha mãe é complicada.
Nutro por ela sentimentos contraditórios de amor filial e rancor figadal que revolve minhas entranhas.
-Brigamos eu e meu irmão como gato e cachorro. Quando adolescentes era até natural.
Agora que somos adultos é inexplicável. Ao menor desentendimento sinto-me possuído de ódio por ele, tentado a ofendê-lo e agredi-lo.
-Até hoje não sei como casei com minha mulher. Uma atração física irresistível talvez, mas foi só. Passado o fogo da paixão, resta invencível animosidade. Simplesmente não nos entendemos.
Vivemos às turras, com intermináveis cobranças.
Uma situação insustentável.
-Amo extremadamente meu filho mais novo.
Quanto ao mais velho, não há nenhuma afinidade entre nós. Ele me desrespeita e eu não consigo ser carinhosa com ele. Há momentos em que me parece um estranho. É recíproco. Ele simplesmente me ignora.
Parece sadismo de Deus promover esses “desencontros” no lar para que as pessoas vivam a brigar.
Tais problemas, entretanto, relacionam se muito mais com a ausência de compreensão, tolerância e respeito no presente e muito menos à presença de inimigos do passado.
Embora se trate de uma situação desconfortável e complicada, é preciso lutar pelo pleno aproveitamento da experiência. Não podemos perder a oportunidade de corrigir os desvios de ontem, habilitando-nos a transitar amanhã com maior conforto e segurança pelos caminhos da Vida.
Imperioso não esquecer, em relação aos nossos desafetos do pretérito, transvestidos possivelmente em familiares de convivência difícil, que as lições serão repetidas tantas vezes quantas forem necessárias, até aprendermos todos que somos irmãos.

Richard Simonetti- Fonte: Chico de Minas Xavier

quinta-feira, 19 de abril de 2018

"DEPOIMENTO ESPIRITUAL DE UMA MULHER QUE ROUBAVA MARIDOS"


“OTÁVIO: A QUEDA DE UM MISSIONÁRIO”

André Luiz, no livro “Os Mensageiros”, Capítulo 7, conta a história da vida de Otávio, espírita desde o berço que fracassou nas tarefas que foram programadas para ele antes da sua última reencarnação.
Vejamos o relato resumido de André Luiz:
Vi-me à frente de Otávio, um pálido senhor que aparentava quarenta anos.
– Também sou principiante aqui – expliquei – e minha condição é a do médico falido nos deveres que o Senhor lhe confiou.
Otávio sorriu e respondeu:
– Possivelmente, você André, terá a seu favor o fato de haver ignorado as verdades eternas no mundo. O mesmo não ocorre comigo, ai de mim! Não desconhecia o roteiro certo, que o Pai me designava para as lutas na Terra. Dispunha de considerável cultura evangélica, coisa que, para a vida eterna, é de maior importância que a cultura intelectual, simplesmente considerada. Tive amigos generosos do plano superior, que se faziam visíveis aos meus olhos, como médium recebi mensagens repletas de amor e sabedoria e, no entanto, caí mesmo assim, obedecendo à imprevidência e à vaidade.
– Mas, meu amigo – perguntei, assaz impressionado –, que teria motivado seu martírio moral? Noto-o tão consciente de si mesmo, tão superiormente informado sobre as leis da vida…
– Relatarei minha queda.
– Depois de contrair dívidas enormes na esfera carnal, noutra vida, vim bater às portas de “Nosso Lar”, sendo atendido por irmãos dedicados, que se revelaram incansáveis para comigo.
“Preparei-me, então, durante trinta anos consecutivos, para voltar à Terra em tarefa mediúnica, desejoso de saldar minhas contas e elevar-me alguma coisa.
“O Ministério da Comunicação favoreceu-me com todas as facilidades e, sobretudo, seis entidades amigas movimentaram os maiores recursos em benefício do meu êxito. “Segundo a magnanimidade dos meus benfeitores daqui, ser-me-ia concedido certo trabalho de relevo na Doutrina Espírita.
“Não deveria me casar, não que o casamento possa colidir com o exercício da mediunidade, mas porque meu caso particular assim o exigia.
– “Nada obstante, solteiro, deveria receber, aos vinte anos, os seis amigos que muito trabalharam por mim, em “Nosso Lar”, os quais chegariam ao meu círculo como órfãos.
– “Tudo combinado, voltei, não só prometendo fidelidade aos meus instrutores, como também hipotecando a certeza do meu devotamento às seis entidades amigas, a quem muito devo até agora.”
– “Mas, ai de mim, que esqueci todos os compromissos!
“Aos treze anos fiquei órfão de mãe e, aos quinze, começaram para mim os primeiros sinais de mediunidade. Por essa ocasião, meu pai contraiu segundas núpcias e, apesar da bondade e cooperação que a madrasta me oferecia, eu me colocava num plano de falsa superioridade, a respeito dela. 
Eu vivia revoltado, entre queixas e lamentações descabidas.
“Meus parentes conduziram-me a um grupo espiritista de excelente orientação evangélica, onde minhas faculdades poderiam ser postas a serviço dos necessitados e sofredores; entretanto, faltavam-me qualidades de trabalhador e companheiro fiel. Negava a presença dos amigos espirituais e vivia criticando os atos alheios.
– “Os bondosos amigos do invisível estimulavam-me ao serviço, mas eu duvidava deles com a minha vaidade doentia.
“E como prosseguissem os pedidos dos benfeitores espirituais, por mim interpretados como alucinações, procurei um médico que me aconselhou experiências sexuais. Completara, então, dezenove anos e entreguei-me desenfreadamente ao abuso do sexo.
-“Tinha pouco mais de vinte anos, quando meu pai faleceu.
“Com a triste ocorrência, ficavam na orfandade seis crianças desfavorecidas, porquanto minha madrasta, ao se consorciar com meu genitor, lhe trouxera para a tutela três pequeninos. Em vão implorou-me socorro a pobre viúva.
-“Após dois anos de segunda viuvez, minha desventurada madrasta foi recolhida a um leprosário.
“Afastei-me, então, dos pequenos órfãos, tomado de horror. Abandonei-os definitivamente, sem refletir que lançava meus credores generosos, de “Nosso Lar”, a destino incerto.
– “Em seguida, dando largas à ociosidade, cometi uma ação menos digna e fui obrigado a casar-me. E continuou a tragédia que inventei para meu próprio tormento.
-“A esposa a que me ligara, tão somente por apetites inconfessáveis, era criatura muito inferior à minha condição espiritual e atraiu uma entidade monstruosa, em ligação com ela, para tomar o papel de meu filho.
– Releguei à rua seis carinhosas crianças, cuja convivência concorreria decisivamente para minha segurança moral, mas a companheira e o filho, ao que me pareceu, incumbiram-se da “vingança”. Atormentaram-me ambos, até ao fim da existência, quando para aqui regressei, mal tendo completado quarenta anos, roído pela sífilis, pelo álcool e pelos desgostos, sem nada haver feito para meu futuro eterno…
Sem construir coisa alguma no terreno do bem…”
Enxugou os olhos tímidos e concluiu:
– Como vê, realizei todos os meus condenáveis desejos, menos os desejos de Deus. Foi por isso que fali, agravando antigos débitos…
Esse texto de André Luiz, ajuda-nos a entender que mesmo quando temos planejamento definido pelos Benfeitores Espirituais antes da reencarnação, sempre teremos liberdade para agir e fazer da nossa vida o que quisermos.
Resumo de Fernando Rossit-Fonte Agenda Espirita

terça-feira, 17 de abril de 2018

“PORQUE UNS FUMAM E TEM CÂNCER E OUTROS NÃO?”

Muita gente questiona dados científicos que ressaltam a importância de se manter uma dieta equilibrada e saudável. Dizem alguns:
- Meu avô, morreu com 85 anos de idade, forte como um touro, pitando cigarrinho de palha e comendo carne que era conservada na banha de porco.
Outros usam exemplos de pessoas que passam a vida inteira fumando ou bebendo e não sofrem absolutamente nada.
No consultório médico é comum acompanharmos pacientes com diabetes que se mantém absolutamente descontrolados e não apresentam complicações, enquanto outros que fazem exercícios, seguem a orientação nutricional e cuidam bastante do diabetes, apresentam complicações decorrentes do diabetes. Como explicar essa aparente discrepância?
Do ponto de vista estritamente materialista, a resposta seria uma só. Genética! Mas aqui abordamos o lado espiritual. Então vejamos.
Evidentemente que o nosso corpo físico obedece ao comando dos nossos DNAs, mas a verdade é que o corpo espiritual imprime no nosso código genético as nossas necessidades evolutivas, ou seja, a energia que emana do nosso corpo astral, ou perispírito, aciona ou inibe determinados genes, de acordo com nossa programação encarnatória. É por isso que vemos pessoas que carregam genes para determinadas doenças, nunca manifestarem as mesmas. É também devido a isso que gêmeos idênticos apresentam tantas diferenças de comportamento, assim como de doenças desenvolvidas ao longo da caminhada.
Não nos enganemos, tudo obedece a uma ordem maior, a uma lei de amor que faz com que cada um colha de acordo com a sua necessidade de evoluir, tendo como base seus atos pretéritos. Não há castigo, nem privilegiados. Há necessidades.
Então, porque uns fumam e adoecem e outros não?
1) A lesão no corpo astral - Se a matriz energética, o modelo que organiza nossa estrutura física, chamado perispírito já possuir danos relacionados ao vício, provenientes de vidas passadas, com certeza o ato de se entregar ao vício novamente nessa encarnação produzirá as lesões muito mais rapidamente. Essas lesões no corpo astral, provocam em nós as chamadas tendências a determinadas doenças. De acordo com nossos atos no presente, desencadeamos mecanismos energéticos de cura, ou de vazão para a doença, pois em muitos casos a enfermidade é uma drenagem de energia pesada do corpo astral para o físico, o que Ramatís chama de “verter para a carne.”
2) A intensidade da exposição – Aliada ao fator citado acima, quanto maior o tempo de exposição à substância, mais facilmente desenvolverá a doença.
3) A energia do pensamento – Todo cigarro é nocivo! A pessoa que fuma, mas consegue manter um bom padrão mental de pensamentos, com orações e principalmente ações de ajuda ao próximo, consegue de certa forma amenizar esse efeito. Evidentemente que deixa escapar oportunidade ímpar de melhorar sua energia vital, pois médiuns videntes observam que a energia do duplo etérico de fumantes possui a coloração acinzentada e apresenta aspecto viscoso. Agora se a pessoa fuma e mantém uma casa mental desequilibrada, a sua própria energia contribui para a aceleração do processo de dano do corpo físico, além de se tornar vítima de obsessores mais facilmente.
4) A prevenção – Toda medicina holística deve ser baseada na prevenção. Enquanto corpos de carne, somos sujeitos a hereditariedade, apesar do controle exercido pelo perispírito. Dessa forma é sempre bom evitarmos fatores desencadeantes de doenças comuns na nossa família, como por exemplo ficar obeso e ter hipertensão e diabetes. Se na minha família há vários casos dessas doenças, como não olhar pra isso?
Da mesma forma, a prevenção psíquica, mantendo bons hábitos de vida, com a tentativa lúcida e serena de se reformar. Com isso alijaremos do nosso perispírito energias densas acumuladas no decorrer das vivências passadas, evitando adoecer pela prática do amor, da caridade e pela aquisição de conhecimento.
Antes de contar vantagem em fumar, ou beber e não ter desenvolvido nenhuma doença, é bom pensar que essas energias doentes estão sendo armazenadas no seu corpo astral, comprometendo sua saúde na dimensão verdadeira, real de vida. Pensemos nisso!
Muita paz e luz a todos!


Sérgio Vencio –Fonte: Blog- Medicina e Espiritualidade

“OS TRÊS OBSESSORES EM SUA VIDA”


Um homem chegou a um centro espírita muito desconfiado de que estava com vários obsessores. Ele contou sua história para o médium do centro. Revelou sua crença de que os obsessores haviam convencido sua esposa a terminar com ele.
Revelou que os obsessores estavam travando sua vida e que ele não conseguia mais seguir em frente pois estava sentindo muito medo. Revelou também que não queria mudar, pois sua vida estava confortável do jeito que estava, e que os obsessores estavam fazendo de tudo para desestabilizá-lo.
4 dicas para se livrar de um espírito obsessor
O médium resolveu iniciar os trabalhos. Fechou os olhos e ficou alguns minutos concentrado. Depois abriu os olhos, olhou para o homem e disse:
– De fato, há três obsessores com você, mas eles são muito poderosos e não posso tirá-los.
O homem ficou com medo e pensou que estava arruinado, pois se nem o médium conseguia tirá-los, sua vida seria arrasada pelos espíritos negativos.
– “Quem são esses obsessores? ” , perguntou o homem.
O médium respondeu: – São três os seus obsessores:
– O primeiro obsessor é o apego. Sim, o apego que você tem em relação a sua esposa. Ela já terminou com você e mesmo assim você fica insistindo num casamento que já deu claros sinais de término. O apego é um grande obsessor, um dos maiores dos seres humanos.
– O segundo obsessor é o medo. Esse é um obsessor fortíssimo, pois paralisa nossa vida e não nos deixa caminhar. É outro grande obsessor do ser humano.
– O terceiro obsessor que está em você é a acomodação. Sim, a acomodação vem da preguiça ou de uma fuga dos problemas, e a acomodação nos faz estagnar, parar e até mesmo morrer por dentro. Uma pessoa acomodada costuma abdicar de suas forças para lutar e fica presa dentro do próprio conformismo que criou.
Esses são os seus três obsessores. Eles não são espíritos e não havia nenhum desencarnado com você.
Esses e outros obsessores vivem no coração do ser humano, e somente ele pode dissolvê-los para sempre. Se vier algum espírito sombrio, ele só poderá agir em você ativando alguns desses obsessores internos. Por isso que eu disse que nada posso fazer para remove-los, pois somente você é capaz de gerar essa transformação em ti mesmo.
Quais são seus maiores obsessores? Não importa quais sejam. Você pode vencê-los através da libertação e do despertar espiritual.
Hugo Lapa-Fonte: Kardec Rio Preto

segunda-feira, 16 de abril de 2018

COMO O ESPIRITISMO ENCARA OS TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS?

O assunto não foi, evidentemente, tratado por Kardec, mas o Dr. Jorge Andréa, no seu livro Psicologia Espírita, págs. 42 e 43, examinando o tema, assevera que não há nenhuma dúvida de que, nas condições atuais da vida em que nos encontramos, os transplantes devem ser utilizados.
“A conquista da ciência é força cósmica positiva que não deve ser relegada a posição secundária por pieguismos religiosos. Por isso, chegará o dia em que poderemos avaliar até que ponto as influências espirituais se encontram nesses mecanismos, a fim de que as intervenções sejam coroadas de êxito e pleno entendimento”.
Perguntaram a Chico Xavier se os Espíritos consideram os transplantes de órgãos prática contrária às leis naturais.
Chico respondeu: “Não. Eles dizem que assim como nós aproveitamos uma peça de roupa que não tem utilidade para determinado amigo, e esse amigo, considerando a nossa penúria material, nos cede essa peça de roupa, é muito natural, aos nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com segurança e proveito”.
Todos podemos doar nossos órgãos ou há casos em que isso não se recomenda?
É claro que todos podemos.
A extração de um órgão não produz reflexos traumatizantes no perispírito do doador.
O que lesa o perispírito, que é nosso corpo espiritual, são as atitudes incorretas perpetradas pelo indivíduo, e não o que é feito a ele ou ao seu corpo por outras pessoas.
Além disso, o doador desencarnado é, muitas vezes, beneficiado pelas preces e pelas vibrações de gratidão e carinho por parte do receptor e de sua família.
A integridade, pois, do perispírito está intimamente relacionada com a vida que levamos e não com o tipo de morte que sofremos ou com a destinação de nossos despojos.
Há casos, no entanto, que a doação ou a extração de órgãos não se recomenda.
No dia 6 de fevereiro de 1996, atendemos um Espírito em sofrimento, que recebera o coração de um jovem morto num acidente, o qual, sem haver compreendido que desencarnara, o atormentava no plano espiritual, reclamando o coração de volta.
Curiosamente, o Espírito que recebera o órgão sabia estar desencarnado e lembrava até haver doado as córneas a outra pessoa.
Indagaram a Chico Xavier: “Chico, você acha que o espírita deve doar as suas córneas? Não haveria nesse caso repercussões para o lado do perispírito, uma vez que elas devem ser retiradas momentos após a desencarnação do indivíduo?”.
Respondeu o bondoso médium mineiro (“Folha Espírita”, nov/82, apud “Chico, de Francisco”, pág. 84):
“Sempre que a pessoa cultive desinteresse absoluto em tudo aquilo que ela cede para alguém, sem perguntar ao beneficiado o que fez da dádiva recebida, sem desejar qualquer remuneração, nem mesmo aquela que a pessoa humana habitualmente espera com o nome de compreensão, sem aguardar gratidão alguma, isto é, se a pessoa chegou a um ponto de evolução em que a noção de posse não mais a preocupa, esta criatura está em condições de dar, porque não vai afetar o perispírito em coisa alguma.
No caso contrário, se a pessoa se sente prejudicada por isso ou por aquilo no curso da vida, ou tenha receio de perder utilidades que julga pertencer-lhe, esta criatura traz a mente vinculada ao apego a determinadas vantagens da existência e com certeza, após a morte do corpo, se inclinará para reclamações descabidas, gerando perturbação em seu próprio campo íntimo. Se a pessoa tiver qualquer apego à posse, inclusive dos objetos, das propriedades, dos afetos, ela não deve dar, porque ela se perturbará”.
Anos depois dessa resposta, registrou-se o caso Wladimir, o jovem suicida que foi aliviado em seus sofrimentos post-mortem graças às preces decorrentes da doação de córneas por ele feita, mostrando que, mesmo em mortes traumáticas como essa, a caridade da doação, quando praticada pelo próprio desencarnante, é largamente compensada pelas leis de Deus.
(O caso Wladimir é narrado no livro “Quem tem medo da morte?”, de Richard Simonetti.)
Do site “O Consolador” - Estudos Espíritas
Fonte: ESPIRIT BOOK

VISITAS ESPIRITUAIS ENTRE PESSOAS VIVAS.



O tema “visitas espíritas entre pessoas vivas” é uma sequência do estudo sobre “o sono e os sonhos”, encartado no cap. VIII da 2a parte de O Livro dos Espíritos, sob o título “Da Emancipação da Alma”. O sono ocorre quando a alma ou Espírito se desdobra[i]ou sai do corpo físico. Já os sonhos constituem as lembranças mais ou menos nítidas de fatos ocorridos durante o sono, período em que o Espírito, frequentemente, entra em contato com outros seres.
Os princípios analisados sob o título “o sono e os sonhos” se aplicam ao presente estudo, com a diferença de que, neste, o intercâmbio se dá entre os chamados “vivos”, isto é, entre encarnados.
Existe outra variedade do fenômeno, menos frequente, em que o Espírito encarnado, durante o próprio sono, visita outro encarnado acordado, podendo o visitante ser ou não visto pelo visitado. No caso de o visitante tornar-se visível ao visitado, o fenômeno é designado como “bilocação” ou “bi corporeidade”,[ii]espécie do gênero “ubiquidade”, que é a faculdade de estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo, na acepção do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
Sendo o Espírito uma unidade indivisível, a ele é impossível estar em dois ou mais lugares simultaneamente, contudo, esta indivisibilidade não o impede de irradiar seus pensamentos para diversos lados e poder assim manifestar-se em muitos pontos, sem se haver fracionado, como acontece com a luz, que esparrama seus raios à sua volta. Contudo, nem todos os Espíritos irradiam com a mesma potência. A capacidade de irradiação está diretamente ligada ao desenvolvimento de cada um.
Uma pessoa, encontrando-se adormecida, ou num estado de êxtase leve ou profundo, pode, em Espírito, semi desligado do corpo, aparecer, falar e mesmo tornar-se tangível a outras pessoas. E, de fato, poder-se-á comprovar que estava em dois lugares ao mesmo tempo. Só que em um lugar estava o corpo físico, noutro o Espírito revestido pelo seu perispírito, momentaneamente visível e tangível.
A bi corporeidade, embora seja um acontecimento importante, tem sido ignorada por muitos, como se fosse, sempre, produto da imaginação, impressão que é reforçada pelo fato de que, na maioria das vezes, pouca ou nenhuma lembrança guardamos do que se passa durante o desdobramento, como elucida Gabriel Delanne.[iii]Isso demonstra o quanto desconhecemos a própria natureza espiritual e os nossos potenciais.
Segundo o Espírito André Luiz, em obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, ainda temos muitas dificuldades de compreender os mecanismos das alterações da cor, densidade, forma, locomoção e ubiquidade do corpo espiritual (perispírito), por não dispormos, na Terra, de mais avançadas noções acerca da mecânica do pensamento.[iv]
Kardec explica como se dá a bi corporeidade, concluindo que, por mais extraordinário seja, tal evento, como todos os outros, se enquadra na ordem dos fenômenos naturais, pois decorre das propriedades do perispírito.[v]
Indicamos para consulta o terceiro volume da Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos, março de 1860, editada pela FEB, no qual desponta uma experiência realizada por Kardec, promovida com um encarnado (Dr. Vignal), membro da Sociedade Parisiense de Estudos Psíquicos, que foi invocado durante o sono, de cujo exemplar colhemos interessantes observações comparativas entre as sensações de um “vivo” e de “um morto”, sobre as suas faculdades de ver, ouvir e perceber as coisas, entre outras informações importantes.[vi]
Excetuando-se a bi corporeidade, assim como a visita entre encarnados e desencarnados, o encontro de pessoas encarnadas durante o sono é também um fato bem corriqueiro, do qual nem sempre nos damos conta, como vimos, devido à amnésia após o despertamento do sono.
Gustave Geley (1865-1924), cientista renomado, ex-diretor do Instituto Metapsíquico de Paris, médico em Nanci, com base em suas incansáveis pesquisas, assim conceituou morte e vida, fenômenos intrinsecamente ligados ao tema ora em estudo:
“A desencarnação é um processo de síntese, síntese orgânica e síntese psíquica.
A encarnação é um processo de análise. É a subdivisão da consciência em faculdades diversas, e do sentido único em sentidos múltiplos, para facilitar seu exercício e conduzir seu desenvolvimento.”[vii](Realcei).
As circunstâncias que levam os Espíritos a se buscarem durante o sono é algo semelhante ao que se dá na Terra, quando temos vontade de visitar nossos familiares, parentes e amigos, com a diferença de que, nos encontros espirituais, estamos despojados da máscara do corpo de carne e, de certa forma, despojados dos papéis provisoriamente executados na vida de relação social.
No estado do sono, o Espírito fica preso ao corpo por uma espécie de fio condutor ou filamento,[viii]designado por Kardec como “rastro luminoso”[ix]ou “laço fluídico”,[x]por meio do qual passam as impressões e as vontades da alma até o cérebro do encarnado. O mesmo processo se dá nas outras formas de desdobramento, conscientes ou não, como no caso, por exemplo, dos fenômenos mediúnicos, em que o médium empresta seu organismo físico para as entidades se comunicarem por meio da fala (psicofonia) ou pela escrita (psicografia). Portanto, os Espíritos que não apresentam esse laço ou cordão fluídico estão desencarnados.
Há vários relatos na literatura espírita sobre a visita entre pessoas vivas, durante o sono ou desdobramento, como, por exemplo, nos episódios narrados por Kardec em O Livro dos Médiuns,[xi]em especial caso dos “Santos” Afonso e Antônio de Pádua.
Estes dois últimos foram retirados, como diz Kardec, não das lendas populares, mas da história eclesiástica:
“Santo Afonso de Liguori foi canonizado antes do tempo prescrito, por se haver mostrado simultaneamente em dois sítios diversos, o que passou por milagre.
Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália, quando seu pai, em Lisboa, ia ser supliciado, sob a acusação de haver cometido um assassínio. No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na Itália, na cidade de Pádua.”[xii](Realcei).
No homem, a vida se apresenta como se fosse uma moeda de duas faces: a do corpo e a da alma, duas fases de uma só existência. Na primeira, o Espírito está constrangido pelo esquecimento em virtude dos laços carnais, sendo que a influência da matéria é tão grande que, muitas vezes, nem se dá conta de que é um Espírito imortal. Na segunda, vendo-se livre dos laços físicos, as faculdades do Espírito ampliam-se e, conforme o caso, ele pode ajuizar um pouco melhor da sua situação de ser imortal, circunstância que influi grandemente nas suas decisões, durante a vigília.
Como a primazia é da alma, por preexistir e sobreviver a tudo, o Espírito, durante a encarnação, se sente um “prisioneiro” ou “exilado” no organismo físico, razão pela qual aproveita todas as brechas ou os momentos de desprendimento, para se retemperar no mundo espiritual, onde se encontra com os seus semelhantes, para os quais é atraído por afinidades e por interesses acalentados em seu íntimo, de acordo com o seu estágio evolutivo.
Aquele que se deu conta desta realidade, antes de se entregar ao repouso noturno, procure fazer uma prece, de modo a ter um repouso tranquilo, oportunidade em que poderá, nesses instantes de liberdade, haurir forças e consolo para continuar lutando pelo próprio progresso, “e, ao despertar, sentir-se-á mais forte contra o mal, mais corajoso diante da adversidade”.[xiii]
Artigo publicado na Revista Reformador
Fonte: * ESPIRIT BOOK

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...