Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte
aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos das
grandes tragédias?
(Pergunta endereçada a Emmanuel por algumas dezenas de
pessoas em reunião pública, na noite de 28 de fevereiro de 1972, em Uberaba,
Minas Gerais.)
Resposta:
Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à
Justiça Perfeita. E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a
Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais
severo julgador de si próprio.
Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual,
conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos
nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los
devidamente.
É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos
compromissados para a redenção múltipla.
Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos
coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes,
mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes
públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças
em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o
ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade
pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração,
pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente
imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.
Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na
conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da
culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos
incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.
Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos
destinados a extinguir-lhe as consequências. E a Sabedoria Divina se vale dos
nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos
e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança.
É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira
com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e
valorizar a vida.
Lamentemos sem desespero quantos se fizeram vítimas de
desastres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os
problemas com que se defrontaram são igualmente nossos.
Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a
presença de Misericórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o
sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo
se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.
Chico Xavier-EmmanueL
Nenhum comentário:
Postar um comentário