Era uma
tarde quente de verão, e o vendaval agitava a folhagem com violência,
anunciando a tempestade que se aproximava rapidamente...
Pelas
janelas abertas, um suave perfume enchia a casa...
Lá fora, um
espetáculo digno de nota acontecia...
Açoitados
pelo vento, os pés de manjericão, alfavaca e lavanda dobravam-se e liberavam um
delicioso perfume.
Era
impressionante notar a maneira como as flores e folhagens respondiam aos golpes
violentos do vento...
Os primeiros
pingos de chuva enfeitavam as rosas abertas como se fossem diamantes
líquidos...
Mas o
temporal anunciado logo chegou e as gotas da chuva, agora misturadas com o
vento forte, pareciam um bombardeio cruel macerando as suaves pétalas, que
respondiam à agressão liberando um perfume inconfundível...
Era incrível
aquela lição viva de generosidade e resignação!
Ante a
violência do temporal, instintivamente as plantas se dobravam para não
quebrar...
As plantas
não pensam, não são seres racionais, mas cumprem, silenciosas e submissas, a
tarefa que o Criador lhes confia, apesar das tempestades da vida...
Assim também
agem algumas pessoas. São como as flores que, mesmo maceradas pela enfermidade
cruel, pela agrestia da vida, respondem com o perfume do otimismo e da alegria.
Seres
racionais que são, sabem que todas as lições que lhes chegam são oportunidades
de crescimento e autos superação.
Isso
acontece com uma jovem senhora, agredida por um câncer cruel que tenta lhe
roubar o corpo, minando-o aos poucos e insistentemente.
Quando soube
que teria que fazer quimioterapia novamente, não se desesperou.
Eu venci
essa doença uma vez e vou vencê-la de novo. Falava com fé e disposição.
A família,
preocupada com seu estado de saúde, insistia para que ela ficasse em casa,
repousando, mas ela prefere trabalhar.
Trabalha
como vendedora e sempre supera as metas estabelecidas.
Quando faz o
tratamento quimioterápico, ela passa muito mal. Mas a dor não a impede de estar
o dia todo com um sorriso nos lábios, distribuindo otimismo junto aos seus
colegas.
Sempre gentil,
ela dribla a doença, trabalha, confia, sofre, espera...
Uma pessoa
assim é como uma flor que, mesmo açoitada pelos ventos fortes e pela violência
da chuva, exala perfume e não deixa de florescer a cada primavera.
Parece que
Deus permite que pessoas assim nasçam na Terra para exemplificar a resignação,
a confiança, o otimismo...
Pessoas que
não se deixam desanimar, mesmo diante dos quadros mais graves e desesperadores.
O corpo
sofre as agressões da doença, não há dúvida. Mas o Espírito está intacto, lúcido,
ofertando o perfume da gratidão a Deus pela bênção da vida. E vive
intensamente.
Enquanto
muitas pessoas saudáveis reclamam por coisas mínimas, faltam ao trabalho sem
motivos justos, aquela mulher-flor abre suas pétalas de esperança dignificando
a oportunidade de crescer que o Criador lhe concede.
Sem dúvida,
um exemplo incomum...
Em vez de se
deixar derrotar pela enfermidade, ela luta com vigor e coragem, e, acima de
tudo, com confiança plena em Deus...
Quando, em
algum momento, sua coragem ameaça vacilar, pensa nas pessoas que sofrem mais
que ela e firma o passo outra vez, seguindo em frente.
Imitando as
flores que, mesmo tendo suas pétalas rasgadas pelo granizo, não deixam de
exalar perfume, também essa moça valente não permite que a doença lhe roube a
paz de Espírito e a imensa vontade de viver...
Pense nisso,
e busque viver com otimismo, por mais que a situação esteja difícil...
Lembre-se
sempre de como vivem as flores...
Redação do
Momento Espírita.
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