As enfermidades espirituais podem produzir distúrbios no
corpo físico, pelo processo conhecido como somatizações, tendo como causa
desarmonias psíquicas próprias do enfermo e/ou da influência exercida por
entidades espirituais.
As somatizações da primeira categoria indicam disfunções
congênitas, traumas físicos e ou psicológicos.
Os distúrbios da segunda categoria revelam a possibilidade
de processos obsessivos de variada expressão.
Ambos os fatores, somatizações e obsessões podem, porém,
estar associados.
As enfermidades espirituais são, então, didaticamente
categorizadas como de baixa, média ou de alta gravidade.
É importante, contudo, considerar que o apoio de familiares
e amigos é imprescindível; o auxílio espírita, associado ao médico/psicológico,
sempre que se fizer necessário, são outros meios capazes de reverter situações
desafiantes.
Mas, sobretudo, a fé em Deus e em Jesus, assim como a
confiança nos Espíritos protetores têm efeito inestimável, capaz superar
obstáculos aparentemente intransponíveis.
As enfermidades espirituais de baixa gravidade são mais
fáceis de serem controladas.
Costumeiramente surgem em momentos específicos da
existência, quando a pessoa passa por problemas ou provações marcantes: perdas
afetivas ou materiais; doenças físicas; insucesso profissional, separação
conjugal, etc.
São situações nas quais as emoções afloram, gerando
diferentes tipos de dificuldades: ansiedade, angústia, medo, dores físicas,
como ósseas, musculares, enxaquecas, etc; distúrbios de digestão (náuseas,
cólicas, azia, má absorção alimentar etc.).
São comuns alterações do sono, da atenção e do controle
emocional.
Tais Essas condições podem desaparecer espontaneamente, se o
indivíduo já possui valores morais firmes e demonstra comportamentos positivos
perante a vida (esforço de autodomínio e capacidade de superação de conflitos).
Contudo, tal quadro pode permanecer por tempo indeterminado
ou agravar, sobretudo se há doença física e/ou psíquica subjacente.
O hábito da prece, o evangelho no lar, o passe representam
valorosos instrumentos de auxílio, estimulando a pessoa a elevar o seu padrão
vibratório.
A mudança de padrão vibratório favorece a sintonia com
benfeitores espirituais, os quais prestam assistência imediata, necessária ao
reajuste psíquico, emocional e físico.
A pessoa recupera, então, as rédeas sobre si mesma,
desligando-se de ideias perturbadoras, próprias ou de outrem.
As doenças espirituais de média gravidade podem prolongar-se
por anos a fio, mantendo-se dentro de um mesmo padrão ou evoluindo para algo
mais sério.
Com o passar do tempo, desenha-se um quadro típico de algum
tipo específico de distúrbio, que pode estar associado a outro, por exemplo:
insônia persistente; gastrite e ulceração gástrica; infecções microbianas
repetidas; crises alérgicas costumeiras; dores musculares penosas, formadoras
de nódulos ou pontos de tensão; dificuldades respiratórias seguidas das
desagradáveis “falta de ar”; hipertensão; obesidade ou magreza; crises de
enxaqueca prolongadas, não controláveis ou parcialmente controláveis por
medicamentos; humor claramente afetado, oscilante, determinando crises de
irritabilidade e impaciência incomuns, seguidas de momentos de indiferentismo e
submissão emocionais; episódios depressivos repetidos que podem ser
substituídos por euforia exagerada.
O enfermo pode desenvolver comportamentos que evidenciam
“manias” e isolamento social: as suas ideias e os seus desejos ficam como que
girando dentro de um círculo vicioso, favorecendo a criação de ideoplastias e
de formas-pensamento, alimentadas pela própria vontade do indivíduo e por
Espíritos desencarnados,sintonizados nesta faixa de vibração.
As enfermidades espirituais classificadas como graves, são
encontradas em pessoas que revelam perdas da consciência.
A perda da consciência, lenta ou repentina, pode estar
associada a uma causa fisiológica natural (velhice) ou a patologias, como
lesões cerebrais de etiologias diversas, uso de substancias psicoativas, legais
e ilegais.
Neste contexto, o enfermo vive períodos de alheamentos ou de
alienações mentais, alternados com outros de lucidez.
São episódios particularmente difíceis, pois a pessoa passa
a viver numa realidade estranha e dolorosa, agravada quando o enfermo
associa-se a outras mentes enfermas, encarnadas ou desencarnadas, estabelecendo
processos de simbioses espirituais.
As orientações espíritas, se aceitas e seguidas,
proporcionam imenso conforto, podendo reduzir ou eliminar o quadro geral das
perturbações, sobretudo se associada às ações médicas e ou psicológicas, e,
também, à assistência familiar.
Assim, é preciso desenvolver um persistente trabalho de
renovação mental e comportamental da pessoa necessitada de auxílio.
A prece, o passe, a água fluidificada (magnetizada), a
reunião do Evangelho no lar, a assistência espiritual (atendimento e diálogo
fraterno, frequência às reuniões de explanação do Evangelho e de irradiações
espirituais), o estudo espírita, entre outros, representam instrumentos de
auxílio e de renovação psíquica, disponibilizados pelas Casas Espíritas, em
geral.
Mesmo se o doente estiver sob atendimento médico
especializado, no campo da psiquiatria, a fluidoterapia espírita suavizará a
manifestação da doença, tornando mais efetivo o tratamento médico.
A assistência espiritual, oferecida pela Casa Espírita, age
como bálsamo, minorando o sofrimento dos encarnados – doente, familiares e
amigos – e dos desencarnados envolvidos na problemática.
O atendimento ao Espírito perturbador ocorrerá nas reuniões
de desobsessão, sem a presença do enfermo encarnado.
As enfermidades espirituais representam uma realidade
impossível de ser ignorada, especialmente nos tempos atuais, que sabemos da
existência de um alerta superior que nos aponta para a urgente necessidade de
avaliarmos a nossa própria conduta moral, desenvolvendo ações e atitudes
compatíveis com a Lei de Amor, Justiça e Caridade.
As enfermidades espirituais deixarão de existir, esclarecem
os benfeitores espirituais, quando nos renovarmos para o bem.
Nesse sentido, são oportunas as elucidações do Espírito
André Luiz:
A […] enfermidade, como desarmonia espiritual […] sobrevive
no perispírito. As moléstias conhecidas no mundo e outras que ainda escapam ao
diagnóstico humano, por muito tempo persistirão nas esferas torturadas da alma,
conduzindo-nos ao reajuste. A dor é o grande e abençoado remédio. Reeduca-nos a
atividade mental, reestruturando as peças de nossa instrumentação e polindo os
fulcros anímicos de que se vale a nossa inteligência para desenvolver-se na
jornada para a vida eterna. Depois do poder de Deus, é a única força capaz de
alterar o rumo de nossos pensamentos, compelindo-nos a indispensáveis
modificações, com vistas ao Plano Divino, a nosso respeito, e de cuja execução
não poderemos fugir sem graves prejuízos para nós mesmos.
Referencia bibliográfica : "Entre a Terra e o Ceu"
de Francisco Candido Xavier pelo espírito de André Luiz.
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