Naqueles
dias, as manchetes alardearam a morte de personalidade internacional famosa.
Por quase uma semana, elas ocuparam as páginas dos principais jornais,
estiveram nas rádios e nas emissoras de TV.
O mundo
inteiro tomou conhecimento dos detalhes do funeral, amplamente coberto pela
imprensa.
Uma das
curiosidades registradas foi mencionada por um dos familiares do falecido, que
informou que, a pedido dele, fora colocado nos bolsos do paletó que vestia ao
ser enterrado, algumas moedas, um maço de cigarros de sua marca favorita, um
isqueiro e uma garrafa de especial bebida alcoólica, de seu hábito.
Tais
notícias nos levaram a pensar sobre o que realmente podemos levar conosco ao
morrermos.
A citada personalidade
não é a primeira a manifestar desejos de
levar objetos para o túmulo, nem foram os objetos almejados os mais estranhos.
O que causa
estranheza é nos encontrarmos tão avançados em tecnologia e ciência, e tão
ignorantes ainda da nossa condição de Espíritos.
Servimo-nos
dos bens da Terra e nos vinculamos a eles de tal maneira, que os desejamos
portar conosco para toda a eternidade.
Objetos de
estimação. Imprescindíveis. Tais são as expressões como são referendadas as
últimas vontades de jamais se separar deles. Nem na morte.
Contudo, a
morte nos remete para outra realidade. O mundo espiritual, onde tais apetrechos
materiais de nada servirão ao Espírito, senão para o manter aprisionado à
carne, ao mundo que acabou de abandonar. Impedem-lhe, pois, a verdadeira
libertação.
Quando se
trata de objetos que traduzem os nossos vícios, cria-se um vínculo ainda maior,
no sentido de que se parte para o mundo espiritual com a certeza de prosseguir
nos mesmos desatinos da Terra.
O dito
popular expressa que só se leva da vida a vida que se leva.
E tem razão.
As únicas coisas que nos haverão de servir na Espiritualidade, finda a vida
corpórea, serão as ações praticadas e as conquistas espirituais.
Somente elas
partem conosco e se constituirão em nossas alegrias ou em nossas desditas, no
mundo para o qual nos deslocamos ao morrer.
Na Grécia
Antiga era costume se enterrarem os mortos com suas joias e vestimentas.
Os exageros
eram tão grandes que um legislador estabeleceu que se reduzisse ao máximo de
três o número de vestimentas a seguirem com o cadáver.
Na Roma
Antiga era hábito se alimentar, periodicamente, os que haviam partido com
leite, carne e frutas. Acreditavam então que o morto necessitaria de tudo
aquilo na nova vida que iria viver.
Convenhamos
que, após o advento de Jesus e Sua lição de Imortalidade, cabe-nos abraçar a
verdade, abandonar a ignorância e viver como Espíritos imortais que somos, preparando-nos
de forma digna para o retorno à pátria espiritual, quando soar a nossa hora.
Redação do
Momento Espírita, com base no artigo O que Sinatra levou consigo, publicado na
Revista Isto é, nº 1496.
Disponível
no CD Momento Espírita, v. 17, ed. Fep.
Em 03.11.2010.
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