Sim, eu afirmo de forma peremptória
que não acredito em Deus segundo os homens O idealizaram, mas em um Deus que
fizeram os homens.
Acreditar significa crer, ter ciência
de, convencer; contudo quem crê, pode um dia desacreditar. Então, tenho
certeza, plena convicção de Sua existência; não como um dogma ou um mistério
que não podemos questionar ou dialogar sobre, mas uma verdade lógica pela
evidência das coisas. Diria que um percentual muito grande das pessoas acredita
na existência de Deus. Pode ser até difícil apresentar tese sobre Sua
inexistência; usando evidências científicas, filosóficas e culturais podemos
até atingir “um voo curto de galinha”. Todavia, seja qual for sua tese
defendida é de bom alvitre sempre respeitar e ouvir a pessoa com quem você
dialoga, é uma questão de boa educação.
Ora, como há muitas doenças, seres
humanos de vários tipos, posicionamentos sociais, dores e sofrimentos dos mais
variáveis, com Deus sendo justo e bom, não poderia ter isso evitado? Pois os
mesmos sendo seus filhos, deveria criá-los todos iguais em termos de belezas,
riquezas, felicidades, etc., e não uns sofrendo ou mesmo serem tão diferentemente
quanto os outros. Há uma injustiça nesse caso. Essa é uma entre tantas
argumentações dentro da ciência mecanicista que poderia ser usada. Outra, em
uma guerra, um tsunami, ou hecatombe qualquer, por que morre tantas crianças,
idosos e/ou pessoa boas que, aparentemente nunca foram voltadas ao mal?
A doutrina reencarnacionista
espírita, que propugna a evolução constante e que nada ocorre por acaso,
explica de forma objetiva, direta e cristalina o questionamento filosófico
sobre de onde viemos, o que estamos aqui fazendo e em função do que aqui
fizermos, para onde vamos. E mais, a razão da dor, do sofrimento, do por que da
tudo certo para uns e a outros sempre em provações e expiações enormes?
Faço aqui minhas, as palavras de
Einstein que, quando perguntado sobre se acreditava em Deus o mesmo disse que
acreditava segundo o Deus de Spinoza: um Deus que se revela em si Mesmo na
harmonia de tudo que existe e não em Deus que se interessa pelas ações e sorte
dos homens. Ademais, devo admitir que sorte é o aproveitar de uma oportunidade,
é você estar preparado naquele momento. Não ficar nesses templos lúgubres,
rezando, orando sempre e só pedindo e nada doando. Vá em frente, desfrute a
vida, Deus o criou para ser feliz. Deus está, além de nós, na beleza da vida, no som da cachoeira,
no voar de um colibri, na harmonia das coisas. Esse Mesmo Deus não precisa
perdoar, castigar ou punir. Por Ele ser perfeito em todas as coisas, não sente
raiva, mágoa, paixão, malefícios de nós, os humanos. Então, por tudo isso eu
não acredito nesse Deus antropomórfico que as pessoas conceberam: um Deus
julgador, mosaico, olho por olho, dente por dente, um Deus segundo o meu
julgamento. E como Deus sendo causa primária e inteligência suprema criadoras
de todas as outras coisas, não posso ou devo julgá-lo ou concebê-lo segundo os
meus parâmetros.
Bjs em vossos corações e que Deus
esteja conosco agora, hoje e sempre!
Décio
Naves
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