A questão do livre-arbítrio se pode
resumir assim: O homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não
foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma
sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma
existência em que seja arrastado ao crime, quer pelo meio onde se ache
colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de
agir ou não agir.
Assim, o livre-arbítrio existe para
ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das
provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos
arrastamentos a que todos nos temos voluntariamente submetido.
Cabe à educação combater essas más
tendências. Fá-lo-á utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da
natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza
moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela
instrução e o temperamento pela higiene.
Desprendido da matéria e no estado de
erraticidade, o Espírito procede à escolha de suas futuras existências
corporais, de acordo com o grau de perfeição a que haja chegado e é nisso, como
temos dito, que consiste sobretudo o seu livre-arbítrio. Esta liberdade, a
encarnação não a anula. Se ele cede à influência da matéria, é que sucumbe nas
provas que por si mesmo escolheu. Para ter quem o ajude a vencê-las, concedido
lhe é invocar a assistência de Deus e dos bons Espíritos.
Allan Kardec.
Fonte: Chico de Minas Xavier
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