Um objeto de estudo instigante, cuja
explicação devemos ao Espiritismo, diz respeito à situação da “criança” no além
após a sua morte. Será que há “crianças” no além? E o “bebê” , como será a sua
forma perispiritual quando desencarna? ,,Será que o seu períspirito retoma a
forma “adulta” ou por quanto tempo permanece “bebê” e ou “criança” no
Além-túmulo? Há tantas interrogações sobre o que ocorre com as “crianças”
recém-desencarnadas. Como “ela” se
adapta no Mundo dos Espíritos? Sim, são inúmeras dúvidas.
Cremos que “crianças” no além são imediatamente recolhidas por familiares
ou mentores, que lhes darão ampla assistência. Se são Espíritos com ótima
bagagem moral retomam a personalidade anterior. Se são de mediana evolução,
acreditamos que conservam a condição infantil, que será superada com o decorrer
do tempo, como sucede com as “crianças” na Terra. Podem, também, retornar à
reencarnação.
Porém, pasme! Segundo um famoso
escritor espírita “não há uma única manifestação mediúnica de criança nas obras
de Allan Kardec”. Portanto, afirma que não existem “Espíritos “crianças”, pois
o período de infância, adolescência, maturidade e envelhecimento, é uma
condição do corpo físico, que obedece a esse processo orgânico de maturação,
próprio dos nativos do planeta Terra.
Será? É urgente contar ao notório e
equivocado confrade, que o Codificador
publicou comunicação do Espírito de uma criança na Revista Espírita de 1859. E
ainda registrou a manifestação do Espírito do menino Marcel, conforme publicado
na obra “O Céu e o Inferno” cap. 8, Parte II. Aliás, antes de Kardec,
encontramos personagens históricos que mencionam os espíritos de “crianças” no
além. A exemplo de Swedenborg que
descreve “crianças” sendo bem recebidas no além nas instituições onde adolescem
e são cuidadas por jovens mulheres. Há distintos precursores do Espiritismo que
fazem alusões às “crianças” no além, a saber:
Louis Alphonse Cahagnet, na França e Andrew Jackson Davis, nos EUA.
André Luiz apresenta no cap.X do
livro “Entre a Terra e o Céu” acurados painéis de crianças desencarnadas.
Cairbar Schutel apresenta as “crianças” no além tumba no seu livro “A Vida no
Outro Mundo”, Frederico Figner (Irmão Jacob) faz menções a “crianças” no além,
conforme agenda no livro “Voltei”. Informações
confirmadas por Yvonne Pereira em “Cânticos do Coração, Vol II”e George Vale
owen, na obra “A vida Além do véu” , dentre outros.
Na questão 381 de O Livro dos
Espíritos o Codificador questiona aos Espíritos se na morte da criança, o ser
readquire, imediatamente, o seu antecedente vigor? Os Benfeitores aclaram o
tema afirmando que o Espírito não readquire a anterior lucidez, senão quando se
tenha completamente separado do envoltório físico. E nas questões 197, 198,
199, 346 e 347, da mesma obra básica é informado que o Espírito da “criança”
não é infantil, e, sim, reencarnação de Espírito que teve outras existências na
Terra ou em outros orbes. Especificamente na questão “199-a” Os Espíritos
inquiridos por Kardec sobre o destino
espiritual da criança que morre bebezinho, anotaram que o Espírito “recomeça
outra existência”.
No entanto, antes do reinício de nova
existência física, tais Espíritos são recolhidos em Instituições apropriadas.
Há apresentações psicográficas citando Escolas, parques, colônias e
instituições diversas consagradas ao acolhimento e amparo às “crianças”
desencarnadas. E ademais ao reencarnar o Espírito entorpece a consciência e
somente finalizará o processo reencarnatório a partir dos sete anos
aproximadamente, quando se remata a reencarnação. Por isso, se a criança desencarnar
no meio do processo reencarnatório , ou seja,
entre os 3 anos e 4 anos o Espírito
possivelmente possa retomar imediatamente a forma adulta precedente.
Também devemos considerar o seguinte: Se a “criança”
desencarnada possui grande experiência
no campo intelecto e moral, readquire rapidamente os valores parciais da
memória, logo após a desencarnação, conseguindo, por isso, ordenar conceitos e
anotações de acordo com a maturação intelectual alcançada com seus empenhos.
O mesmo não sucede com “criança”
desencarnada que ainda não possui condição moral elevada. Em tal estágio, o
desenvolvimento no além-túmulo é idêntico ao que se processa no plano físico,
quando o Espírito é constrangido a aprender pausadamente as lições da vida e
avançar gradualmente, segundo as injunções do tempo.
Morre o corpo infantil (em qualquer
faixa etária), e sobrevive o Espírito imortal e eterno, com toda uma bagagem de
aquisições intelectuais e morais, advindas das múltiplas experiências
reencarnatórias, e que integram a sua individualidade.
Recordemos que a almas ainda
prisioneiras no automatismo inconsciente, acham-se relativamente longe do
autogoverno. Em face disso, permanecem transportados pela Natureza, à maneira
de bebês no colo materno. É por esse motivo que não se pode prescindir de períodos
de recuperação, para quem desencarna na fase infantil. Porquanto precisarão
continuar aprendendo, estudando e recebendo esclarecimentos espirituais
adaptados à sua idade e compreensão e serão separadas por faixas de idade e
entendimento (tal como ocorre aqui na Terra).
Nas fontes que examinamos não
encontramos informações de Espíritos de “crianças” nas regiões “umbralinas”.
Ainda bem!
Temos muito que aprender com os
Espíritos.
Fonte: Rede Amigo Espirita- Jorge
Hessen
Jorgehessen@gmail.com
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