“ Quando chegarmos a esse tempo,
muitos serão escandalizados e terão praticado traições uns com os outros, e
outros se aborrecerão, e surgirão muitos falsos profetas, que enganarão a
muitos, mas ainda não será o fim”. (Mateus, 24:10)
Não há a menor dúvida de que estamos vivendo a transição planetária do
homem, ou seja, o fim dos tempos. O nosso Planeta de Provas e Expiações passa
por momentos de grande tribulação, com seus habitantes desejando, a todo custo,
buscar meios de encontrar o próprio destino ou a salvação alardeada por
profetas, pregadores e filósofos. Porém, esquecemos de que essa iluminação
interna não chegará até nós pelos meios da gratuidade, do automatismo ou do
milagre, e sim pelo esforço próprio, que é o artífice de toda essa destinação
do nosso Orbe Terrestre, levando a humanidade para faixas vibratórias da
Regeneração, onde a felicidade nos aguarda. Mas para isso precisamos mudar
muita coisa, principalmente no campo interno, como o comportamento, os
sentimentos e o pensamento contínuo.
Enquanto estivermos apegados demasiadamente aos valores transitórios da
vida, interessados no poder financeiro, político e administrativo, ou na
ostentação dos valores materiais, dificilmente alcançaremos as faixas
rarefeitas do infinito de Deus, porque ficaremos vedados pela nossa consciência
imortal, que não aceita erros e cumplicidade com o mal. A nossa consciência
está alinhada com as Leis Divinas que regem a vida cósmica, e aguarda sempre
que o seu detentor, o homem terrestre, possa se reconciliar com a vida e com
seus semelhantes, para então iniciar um processo de reparação íntima,
desenvolvendo valores novos, dando prioridade aos valores espirituais, que são
recursos divinos aliados à perfeição de Deus.
A indiferença da humanidade terrestre diante do Evangelho de Jesus, de
suas determinações e de sua doação incondicional pela vida dos seres humanos,
faz com que ainda passemos por todo o tipo de dores e sofrimentos, que só irão
acabar quando atingirmos um patamar de virtudes que nos propicie encarar a vida
física com responsabilidade, ética, amor e dedicação do nosso tempo, em
trabalhar sempre para os outros e para nós, na busca de recursos que chegam até
nós, quando nos doamos por inteiro, num trabalho humanitário de
compartilhamento constante, sem descanso, até a hora da nossa morte, que não
deve nos surpreender na preguiça, no desânimo, na ociosidade, na tristeza e na
melancolia, e sim nas atividades diárias, cumprindo com nossos deveres e com
nossas ordenações humanas.
Enquanto houver no nosso Planeta de Provas e Expiações divergências,
desentendimentos, violência, ódio, rancor, raiva, autoritarismo, prepotência,
perversidade, crueldade, mentira, ciúme e egoísmo, ou outras formas sombrias de
relacionamento humano, não estaremos aptos para transcender às nossas
dificuldades e obstáculos, e alcançar as metas maiores do nosso destino, e
certamente ficaremos agregados ao passado, junto aos vícios, desejos e paixões,
onde haverá sempre dores e ranger de dentes. Aqueles que se aproveitam dos
incautos de fé frágil, e que ensinam mas não convencem, que oferecem salvação
gratuita, o automatismo ou o milagre, encontrarão dificuldades para caminhar em
paz, porque não a conquistaram, e nem armazenaram nenhum valor crístico, que
possa amparar os anseios do coração.
Do outro lado da vida, ou seja, no além, as dores, sofrimentos e
aflições são de cunho moral, e repercutem diretamente na estrutura íntima do
espírito imortal, que não poderá se livrar desses acicates, e às vezes são tão
pungentes e dolorosas que, para a entidade espiritual que está passando por
essas dificuldades, o sofrimento parecerá eterno. Mas não é bem assim: chega
uma hora que tudo termina, principalmente quanto o endividado chega ao remorso
e ao arrependimento, dando condições para que espíritos bondosos e evoluídos
possam lhe socorrer, levando o infrator para locais de atendimento fraterno,
onde são tratados e preparados para continuar a jornada evolutiva.
Ali, nesses recantos de solidariedade e de compartilhamento, esses
endividados do espaço recebem instruções e recursos fluídicos para o
reequilíbrio, e se prepara para novas reencarnações, em que muitas vezes reaparecem
aqui na Terra, com limitações dolorosas no corpo físico, como única forma de
reparar os erros escabrosos da retaguarda da vida.
Esse processo de reeducação dos espíritos no além pode durar anos e anos
sucessivos, exatamente o tempo em que passaram na intemperança mental,
invadindo fronteiras alheias e direcionando forças negativas para atassalhar a
vidas dos semelhantes. Ninguém sofre à toa, pois tem sempre um motivo, uma
causa iniciante que deságua na dor, no sofrimento e nas aflições, aqui ou no
além, depois que atravessamos as águas enigmáticas do rio da morte.
Djalma Santos
Fonte: Correio Espírita
Djalma Santos
Fonte: Correio Espírita
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