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sábado, 18 de novembro de 2017

“QUANDO É QUE UM ESPÍRITO PRIMITIVO EVOLUI PARA A FASE HUMANA? ”

No livro intitulado Aruanda, psicografado pelo médium Robson Pinheiro, o espírito de Ângelo Inácio havia recebido instruções valiosas sobre a vida dos espíritos elementais e suas diversas funções, mas algo ainda parecia-lhe deixar com uma pulga atrás da orelha.
A dúvida se refletia ao devido momento em que o espírito de uma espécie mais primitiva evoluiria para a fase humana e onde estaria a espécie em comum, que daria a forma humana. Estamos falando do Elo Perdido.
Para resolver esta dúvida, o espírito de Wallace respondia prontamente à Ângelo, no seguinte trecho da obra.
Fiquei muito comovido e impressionado com os ensinamentos de Pai João de a respeito dos seres da natureza. Confesso que, a partir de então, passei a enxergar o mundo, a natureza e a vida com mais profundidade. Envolto no manto de carne, quando na Terra, costumamos achar que tudo aquilo que desafia nossos conhecimentos é lenda.
E mais ou menos como se nos pautássemos pela seguinte lógica: “Se não conheço ou não me é acessível neste instante, é porque não existe”. E isso ocorre inclusive com aqueles que já despertaram para as realidades do espírito. Não desconfiamos que as chamadas lendas encobrem verdades muitas vezes desconcertantes.
Em meio à vida física, às experiências cotidianas do ser humano, enxameiam seres vivos, atuantes e conscientes. O universo todo está repleto de vida, e todos os seres colaboram para o equilíbrio do mundo. A surpresa com a revelação dessa realidade apenas exprime nossa profunda ignorância quanto aos “mistérios” da criação.
As questões relativas aos seres elementais levantam, ainda, novo questionamento. Os elementais — sejam gnomos, duendes, salamandras ou quaisquer outros — são seres que advêm de um longo processo evolutivo e que, segundo afirmara Pai João, estagiaram no reino animal em sua fase imediatamente anterior de desenvolvimento.
Portanto, devem ter uma espécie de consciência fragmentária. Onde e em que momento está o elo de ligação desses seres com a humanidade? Quer dizer, em que etapa da cadeia cósmica de evolução esses seres se humanizarão e passarão a ser espíritos, dotados de razão?
Meus pensamentos vagavam por esses intricados caminhos do raciocínio, quando Wallace, aproximando-se de mim, interferiu:
— Como você sabe, Ângelo, até hoje os cientistas da Terra procuram o chamado “elo perdido”. Estão atrás de provas concretas, materiais da união entre o animal e o ser humano e buscam localizar o exato momento em que isso teria ocorrido. Em vão. Os espíritos da natureza, seres que concluíram seu processo evolutivo nos reinos interiores à espécie humana, vivem na fase de transição que denominamos elemental.  Entretanto, o processo de humanização, ou, mais precisamente, o instante sideral em que adquirem a luz da razão e passam a ser espíritos humanos, apenas o Cristo conhece. Jesus, como representante máximo do Pai no âmbito do planeta Terra, é o único que possui a ciência e o poder de conceder a esses seres a luz da razão.  E isso não se passa na Terra, mas em mundos especiais, preparados para esse tipo de transição. O próprio Kardec, que pude estudar ainda quando encarnado, aborda a existência desses mundos nos ditados de O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
— É verdade! — observei com admiração. — Recordo-me desse trecho, porém não havia feito a conexão daquele ponto com os elementais.
— Quando soar a hora certa no calendário da eternidade, esses seres serão conduzidos aos mundos de transição, adormecidos e, sob a interferência direta do Cristo, acordarão em sua presença, possuidores da chama eterna da razão. A partir de então, encaminhados aos mundos primitivos, vivenciarão suas primeiras encarnações junto às humanidades desses orbes. Esse é o motivo que ocasiona o fracasso da busca dos cientistas: procuram, na Terra, o elo de ligação, o elo perdido entre o mundo animal e o humano. Não o encontrarão jamais. As evidências não estão no planeta Terra, mas pertencem exclusivamente ao plano cósmico, administrado pelo Cristo.
Consegui esboçar apenas um sorriso desconcertado enquanto Wallace deu a explicação. Não poderia falar nada. O plano da criação é verdadeiramente grandioso, e a compreensão desses aspectos desperta em nós uma reverência profunda ao autor da vida.
Aruanda. Robson Pinheiro, ditado pelo espírito Ângelo Inácio. Casa dos Espíritos Editora, 1ª ed. 2004.
Fonte: O Estudante Espirita

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sexta-feira, 17 de novembro de 2017

“COMO É O CASAMENTO ESPIRITA? ”

Não existe casamento espírita.
– Oh!, que frustação!, dirá a noiva romântica.
Você poderá alegar: – Mas eu já presenciei casamento espírita. Um casal de amigos espíritas se casou numa cerimônia diferente. Um diretor do centro espírita fez uma prece lindíssima, por sinal.
Vamos entender bem as coisas. Nenhum centro espírita ou sociedade verdadeiramente espírita (que segue os postulados da Doutrina Espírita) realiza casamentos, pois no Espiritismo não existem sacramentos, rituais, dogmas ou mesmo cerimônias.
No entanto, como o casamento no civil quase sempre é seguido de uma festa onde se encontram familiares e amigos, alguns casais espíritas aproveitam a ocasião para fazer uma prece, por exemplo, a fim de que selar esse importante momento para ambos juntos de pessoas queridas.
Nesse caso, podemos dizer que existe apenas o casamento civil, mas não uma cerimônia espírita.
Porque o verdadeiro casamento é de alma para alma e não depende de formalidade alguma.
Há pessoas muito felizes unidas há décadas que nunca se casaram formalmente nem sequer no civil. Depende da escolha daqueles que se unem.
Fique claro: isso sempre dependerá da vontade dos futuros cônjuges. A Doutrina Espírita não impõe nada, não proíbe nada.
O que poderá ocorrer é mais ou menos o seguinte (mas não vamos dar o nome de casamento espírita, certo?):
No local escolhido para realizar a cerimônia civil, uma prece poderá ser feita por um familiar dos noivos (não é preciso convidar um diretor de centro, um orador espírita, um médium etc.), até porque sabemos que muitos amigos espirituais também estarão presentes.
O casamento poderá ser simples, sem exageros, excessos e desperdícios. Deve haver intensa participação espiritual dos noivos, dos familiares e convidados, assim como há dos amigos desencarnados.
Os noivos espíritas devem saber como se casar perante a sociedade e a espiritualidade, respeitando as convicções dos familiares “não espíritas”, mas procurando fazer prevalecer as suas. Afinal de contas, é você que está se casando.
Mas, antes de terminar, digo o seguinte: faça do seu jeito, o casamento é seu. Seja feliz!
Se você quiser usar roupa de noiva, plumas e paetês, aproveite!
Só não poderá dizer que seu casamento foi espírita, certo?
Vejamos como foi o casamento de Mário e Antonina, que se encontra no livro Entre Terra e o Céu, narrado por André Luiz e psicografado por Chico Xavier:
“Mário e a viúva esperavam efetuar o matrimônio em breves dias. Visitamos o futuro casal, diversas vezes, antes do enlace que todos nós aguardávamos, contentes.
“Amaro e Zulmira, reconhecidos aos gestos de amizade e carinho que recebiam constantemente dos noivos, ofereceram o lar para a cerimônia que, no dia marcado, se realizou com o ato civil, na mais acentuada simplicidade.
“Muitos companheiros de nosso plano acorreram à residência do ferroviário, inclusive as freiras desencarnadas que consagravam ao enfermeiro particular estima. A casa de Zulmira, enfeitada de rosas, regurgitava de gente amiga.
“A felicidade transparecia de todos os semblantes. À noite, na casinha singela de Antonina, reuniram-se quase todos os convidados novamente.
“Os recém-casados queriam orar, em companhia dos laços afetivos, agradecendo ao Senhor a ventura daquele dia inolvidável. O telheiro humilde jazia repleto de entidades afetuosas e iluminadas, inspirando entusiasmo e esperança, júbilo e paz. Quem pudesse ver o pequeno lar, em toda a sua expressão de espiritualidade superior, afirmaria estar contemplando um risonho pombal de alegria e de luz.
“Na salinha estreita e lotada, um velho tio da noiva levantou-se e dispôs-se à oração. Clarêncio abeirou-se dele e afagou-lhe a cabeça que os anos haviam encanecido, e seus engelhados lábios, no abençoado calor da inspiração com que o nosso orientador lhe envolvia a alma, pronunciaram comovente rogativa a Jesus, suplicando-lhe que os auxiliasse a todos na obediência aos seus divinos desígnios.”
Então, o espírita, que estuda e busca entender a doutrina dos espíritos, sabe que a orientação é começarmos a nos desvencilhar da materialidade. O empenho maior não deve ser com a cerimônia, mas sim com os compromissos conjugais do dia-a-dia, o respeito com o cônjuge, a atenção, a amizade, as demonstrações de amor, a responsabilidade de ambos com a educação dos filhos que Deus os confiar.
Quando entendermos que Deus abençoa toda união, com ou sem cerimônia religiosa, nossa preocupação será convidar Jesus para viver em nosso lar.
Fonte: Agenda Espirita. Por:  Fernando Rossit
Nota do autor:
– O Livro dos Espíritos, Allan Kardec; e
– Entre a Terra e o Céu, Chico Xavier/André Luiz.

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“ONDE ESTÃO OS TEUS MORTOS? ”

“O coração não pode errar. A carne é um sonho; ela se dissipa.
Se esse desaparecimento fosse o fim do homem, tiraria à nossa existência toda sanção.
Não nos contentamos com esta fumaça que é a matéria; precisamos de uma certeza.
Quem quer que ame, sabe e sente que nenhum dos pontos de apoio do homem está na Terra.
Amar é viver além da vida. Sem essa fé, nenhum dom perfeito do coração seria possível;
amar, que é o objetivo do homem, seria o seu suplício.
O paraíso seria o inferno. Não! digamos bem alto, a criatura amante exige a criatura imortal.
O coração necessita da alma. (Victor Hugo)
Para que nos lembremos uns dos outros,
Bastam as nossas dores como são,
Uma pequena cruz, um nome e a relva verde e mansa,
Que nos falem de paz e de esperança
Na saudade sem fim do coração.
(Maria Dolores,  1)
A crença da morte como o fim de toda existência é um delírio criado pela condição dos vivos encerrados na carne, com suas limitadíssimas capacidades sensoriais. Não se deve senão culpar a essa limitação material toda dificuldade presente em apreciar verdadeiramente a vida futura. Essa restrição é necessária para que a experiência do Espírito imortal se restrinja temporariamente àquela determinada pelos sentidos do corpo limitado. É um delírio quase que perpétuo na mente dos que ficam, para sempre destinados ao fim porque seus corpos não permitem ver mais além.
Ainda assim, nossos antepassados em todos os tempo intuíram a continuidade da vida além da morte. A prova disso está na presença da religião, desde os tempos mais primitivos, como uma forma de se cultuar os mortos. O culto aos "antepassados e aos mortos" esteve na origem de todas as crenças antigas (2). Mas, desde uma perspectiva antropológica moderna, incapaz de perceber essa realidade e desprezando as evidências do Espiritismo - que está na origem de todas as religiões - a crença na vida maior é uma resposta meramente psicológica do homem à ameaça representada pela morte do rompimento de seus laços terrenos, suas amizades, sua família, sua segurança doméstica e social. A única realidade estaria no niilismo e no materialismo. Como colocou o sociólogo Zygmund Bauman (1925-2017), "as sociedades (modernas) existem para esconder de seus integrantes o fato real da morte como o fim da vida. Pois se as pessoas percebessem que vida não tem sentido, perderiam toda esperança e abandonariam definitivamente a vida que têm (3)". Felizmente, isso não acontece de forma generalizada - embora represente a força principal que motiva os que tentam o suicídio todos os dias - porque a grande maioria das pessoas traz inconscientemente uma noção ainda que precária da vida maior, renovada todos os dias durante o sono.
Adquire relevância incomparável assim todos os esforços de pesquisa passados e presentes para demonstrar a comunicação dos espíritos, a ampliação dos sentidos humanos libertos dos laços materiais e as provas da imortalidade. Elas representam a única saída para a mente racional quando confrontada com a morte e seu fim aparente. Não foi por mera coincidência que a fenomenologia espírita se desenvolveu a partir de 1850, numa época marcada como o apogeu do materialismo. Esse desenvolvimento foi a resposta da providência ao espírito questionador do tempo moderno que zombava da religiões desgastadas pelos excessos de crenças inúteis e contrárias à razão. É como se uma resposta fosse dada aos que acreditavam Deus estar morto, confirmando a precariedade das religiões instituídas - sim porque a alma sobrevive, mas não está condenada eternamente - e ao mesmo tempo reafirmasse a razão última de todos os credos, a existência de um Deus como causa primária de todas as coisas e uma vida real além daquela experimentada pelos sentidos restritos do corpo.
A morte encerra a verdadeira vida em si como um dos seus mais bem guardados mistérios. Os teus mortos estão vivos. Se hoje deles guardamos alguma lembrança, incapazes ainda de entrar em comunicação direta com os nossos mortos, guardamos igualmente a certeza que nos reuniremos inexoravelmente a eles um dia. Por hora apenas a certeza intelectual e intuitiva da sobrevivência, pontuada por inúmeras revelações e evidências constantemente desprezadas pela cultura do momento. Amanhã a certeza final pela prova definitiva dos sentidos do espírito imortal em sua caminhada sem fim.
Referências
1 - M. Dolores, Conversa no Campo Santo, "Dádivas de Amor", psicografia F. C. Xavier.
2 - R. A Segal (Ed.)(2006). The Blackwell companion to the study of Religion. Blackwell Publishing. Nessa referência, pode-se ler (p. 7):
De acordo com Spencer, a religião surgiu da observação que, nos sonhos, o eu deixa o corpo. A personalidade humana tem portanto aspecto dual e, depois da morte, o espírito ou alma continua a aparecer para os descendentes ainda vivos através dos sonhos. Fantasmas de ancestrais remotos ou personalidades famosas eventualmente adquiriram status de deuses.
Tal era a crença entre os primeiros antropologistas. A situação mudou consideravelmente depois, entretanto.
3 - Citado em (2), p.236
Na Era do Espírito

Fonte: ESPIRIT BOOK
www.espiritbook.com.br/?xg_source=badge

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

”O BATISMO NA VISÃO ESPIRITA”

Batismo - do grego bapto e baptismos significa ablução, imersão, banho. É o nome que designa os ritos de iniciação em diferentes religiões e crenças. O ritual do batismo era uma prática muito difundida na Palestina. Provinha dos antigos mistérios da Grécia, do Egito, dos Essênios etc.
João Batista nada mais fazia do que usar esta prática para ajudar as pessoas a se modificarem. Usava a água em adultos, certo de que estes teriam compreensão para o arrependimento. Esse ato folclórico, simples e puro, foi transformado no culto cristão num processo mágico de purificação da alma, destinado a lavar a mancha do pecado original de Adão e Eva impregnada nas almas das crianças recém-nascidas.
Esse rito de imersão praticado por João Batista é um símbolo de purificação e de renovação. Era conhecido nos meios essênios, mas também em outras religiões (que o associam aos ritos de passagem, especialmente aos de nascimento e morte) além do judaísmo e suas seitas.
2. O TEXTO EVANGÉLICO
João Batista dá testemunho de Cristo. Ele diz: "Eu vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo". (Mateus, 3, 11.)
3. O BATISMO DE FOGO E DO ESPÍRITO SANTO
O batismo de fogo, pelo qual Jesus se mostrava ansioso, não era outra coisa senão a luta que os belos e nobres ideais do cristianismo precisou enfrentar, e continua enfrentando, para que os privilégios, a tirania e o fanatismo venham a desaparecer da face da Terra, cedendo lugar a uma ordem social fundada na justiça, na liberdade e na concórdia.
O batismo do Espírito Santo é a assistência, a inspiração dos Espíritos purificados, concedidos pelo Cristo, em nome do Senhor, aos homens, que então as recebem mediunicamente e mesmo se comunicam com aqueles Espíritos nas condições e na proporção dos tipos de mediunidade que lhe são outorgados. 
Os discípulos receberam o batismo do Espírito Santo no dia de Pentecostes, no Cenáculo de Jerusalém, onde, segundo os Atos dos Apóstolos, pela primeira vez, se registrou esse grandioso fato da história do Cristianismo, em que houve derrame do Espírito  na forma de línguas de fogo sobre os Apóstolos.
4. CONSIDERAÇÕES DO ESPÍRITO EMMANUEL
Pergunta 298 do livro O Consolador - Considerando que as religiões invocam o Evangelho de Mateus para justificar a necessidade do batismo em seus característicos cerimoniais, como deverá proceder o espiritista em face desse assunto?
"Os espiritistas sinceros, na sagrada missão de paternidade, devem compreender que ao batismo, aludido no Evangelho, é o da invocação das bênçãos divinas para quantos a eles se reúnem no instituto santificado da família.
Longe de quaisquer cerimônias de natureza religiosa, que possam significar uma continuação dos fetichismos da Igreja Romana, que se aproveitou do símbolo evangélico para a chamada venda dos sacramentos, o espiritista deve entender o batismo como o apelo do seu coração ao Pai de Misericórdia, para que os seus esforços sejam santificados no instituto familiar, compreendendo, além do mais, que esse ato de amor e de compromisso divino deve ser continuado por toda a vida, na renúncia e no sacrifício, em favor da perfeita cristianização dos filhos, no apostolado do trabalho e da dedicação".
Fonte: ESPIRITISMO E RAZÃO-   Por:-RENATO MAYRINK
espiritismoerazao.blogspot.com/

"MEDIUNIDADE", FACULDADE NATURAL, SURGE NA ÉPOCA APROPRIADA, DEFINIDA NO PLANEJAMENTO REENCARNATÓRIO”

Natural, aparece espontaneamente, mediante constrição segura, na qual os desencarnados de tal ou qual estágio evolutivo convocam à necessária observância de suas leis, conduzindo o instrumento mediúnico a precioso labor por cujos serviços adquire vasto patrimônio de equilíbrio e iluminação, resgatando, simultaneamente, os compromissos negativos a que se encontre enleado desde vidas anteriores.
Outras vezes surge como impositivo provacional mediante o qual é possível mais ampla libertação do próprio médium, que, em dilatando o exercício da nobilitação a que se dedica, granjeia consideração e títulos de benemerência que lhe conferem paz.
Sem dúvida, poderoso instrumento pode converter-se em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso.
A eclosão mediúnica pode, então, ocorrer sob duas formas:
Espontânea – não gerando maiores desconfortos, quer físicos quer emocionais, ao médium iniciante;
Provacional – o médium apresenta descompassos emocionais que atingem a sua organização física. Podem ocorrer perturbações espirituais.
Essa última é a forma mais comum do surgimento da mediunidade no estado evolutivo em que ainda nos encontramos.
O surgimento da faculdade mediúnica não depende de lugar, idade, condição social ou sexo. Pode surgir na infância, adolescência ou juventude, na idade madura ou na velhice.
Pode revelar-se no Centro Espírita, em casa, em templos de quaisquer denominações religiosas, no materialista. Os sinais ou sintomas que anunciam a mediunidade variam ao infinito.
Reações emocionais insólitas, sensação de enfermidade, só aparente, calafrios e mal-estar, irritações estranhas.
Quando ao aparecimento da mediunidade, surgem distúrbios vários, sejam na área orgânica, através de desequilíbrios e doenças, ou mediante inquietações emocionais e psiquiátricas, por ansiedade da sua (do médium) constituição fisiopsicológica.
Não é a mediunidade que gera o distúrbio no organismo, mas a ação fluídica dos Espíritos que favorece a distonia ou não, de acordo com a qualidade de que esta se reveste.
Por outro lado, quando a ação espiritual é salutar, uma aura de paz e de bem-estar envolve o medianeiro, auxiliando-o na preservação das forças que o nutrem e sustentam durante a existência física.
Ao analisar as condições de surgimento da mediunidade no ser humano, podemos afirmar que ela aparece e se desenvolve de forma cíclica, ou seja, processa-se por etapas sucessivas, em forma de espiral.
As crianças a possuem, por assim dizer, à flor da pele, mas resguardadas pela influência benéfica e controladora dos Espíritos protetores, que as religiões chamam de anjos da guarda, nessa fase infantil as manifestações mediúnica são mais de caráter anímicos; a criança projeta a sua alma nas coisas e nos serem que a rodeiam, recebe as intuições orientadoras dos seus protetores, às vezes vê e denuncia a presença de Espíritos e não raro transmite avisos e recados dos Espíritos aos familiares, de maneira positiva e direta ou de maneira simbólica e indireta. Independente da persistência do fenômeno mediúnico, a criança deve ser encaminhada à Evangelização Espírita, para ser auxiliada mais efetivamente.
Com o crescimento, a criança vai-se desligando cada vez mais do mundo espiritual, passando a se envolver com as ocorrências do plano físico e, em consequência, as manifestações mediúnicas vão-se escasseando. Fecha-se o primeiro ciclo mediúnico. Considera-se então que a criança não tem mediunidade, a fase anterior é levada à conta da imaginação e da fabulação infantis.
É geralmente na adolescência, a partir dos doze ou treze anos, que se inicia o segundo ciclo. No primeiro ciclo só se deve intervir no processo mediúnico com preces e passes, para abrandar as excitações naturais da criança, quase sempre carregadas de reminiscências estranhas do passado carnal ou espiritual. Na adolescência o seu corpo já amadureceu o suficiente para que as manifestações mediúnicas se tornem mais intensas e positivas. É tempo de encaminhá-la com informações mais precisas sobre o problema mediúnico. O passe, a prece, as reuniões de estudo doutrinário são meios de auxiliar o processo (da eclosão da mediunidade), sem forçá-la, dando-lhe orientação necessária.
O terceiro ciclo ocorre geralmente na passagem da adolescência para a juventude, entre os dezoito e vinte e cinco anos. É tempo, nessa fase, dos estudos sérios do Espiritismo e da Mediunidade, bem como da prática mediúnica livre, nos centros e grupos espíritas.
Há ainda o quarto ciclo, correspondente a mediunidade que só aparecem após a maturidade, na velhice ou na sua aproximação. Trata-se de manifestações que se tornam possíveis devido às condições da idade: enfraquecimento físico, permitindo mais fácil expansão das energias perispiríticas; maior introversão da mente, com a diminuição de atividades da vida prática, estado de apatia neuropsíquica, provocado pelas mudanças orgânicas do envelhecimento. Esse tipo de mediunidade tardia tem pouca duração, constituindo uma espécie de preparação mediúnica para a morte. Restringe-se a fenômenos de vidência, comunicação oral, intuição, percepção extra-sensorial e psicografia.
É muito comum, nos momentos próximos à desencarnação, a ampliação das faculdades mediúnicas, sobretudo pela percepção de entidades espirituais. Podem ser momentos de grande beleza e alegria, se o Espírito cultivou o bem, ao longo da encarnação. Pode, no entanto, representar sofrimento para a criatura que não soube conquistar valores positivos, durante a experiência terrestre.
O momento da eclosão da faculdade mediúnica no Espírito encarnado é de fundamental importância, uma vez que essa faculdade poderá proporcionar benefícios ao próprio encarnado e ao próximo, se bem orientada e amparada fraternalmente.
Deve-se considerar, no entanto, que nem sempre a pessoa é convenientemente assistida logo que desabrocham suas faculdades mediúnicas; seja por ignorância a respeito do assunto, o que é mais comum, seja por desinteresse ou desatenção dos familiares ou dos amigos. O certo é que, no inicio do seu desenvolvimento, os médiuns enfrentam muitos conflitos.
Às vezes, não têm o menor esclarecimento da doutrina e nunca sequer transpuseram as portas de um Centro Espírita. Depois de tentarem solucionar os seus problemas pelos métodos convencionais (médicos, psicólogos) eis que recorrem, em última instância, ao Espiritismo.
Quando acontece assim, esses irmãos chegam completamente desnorteados à Casa Espírita, ainda sob o guante dos preconceitos religiosos que alimentaram por muito tempo.
Devidamente orientados para um tratamento espiritual através de passes e reuniões de estudos evangélicos, revelam-se incrédulos, exigindo que o Espiritismo lhes resolva as dificuldades de um instante para outro! Perguntam por um Centro que seja mais forte... Dizem não acreditar na influência dos Espíritos... Afirmam que não querem ser médiuns...
É natural que seja assim, porque se encontram em desequilíbrio psicológico. O dirigente espírita, ou aquele a quem couber a tarefa, necessita ter paciência e conquistar-lhe a confiança. Em outras ocasiões, os médiuns iniciantes por revelarem-se fascinados pelo entusiasmo excessivo, diante do impacto das revelações espirituais que os visitam de jato, solicitam o entendimento e o apoio dos irmãos experimentados, para que não se percam, através de engodos brilhantes.
As Casa Espíritas oferecem campo para estudo e educação da mediunidade a todos aqueles que desejam servir na seara do Cristo nessa área. Auxiliar o médium na tarefa de desenvolver a sua faculdade mediúnica em benefício do próximo e de si mesmo não é tarefa fácil. Exige do dirigente espírita não apenas devotamento a esse gênero de atividade, mas lucidez mental para auxiliar, com bondade e paciência, principalmente a criatura que apresenta mediunidade que eclodiu em bases provacionais.
Devem compreender os dirigentes espíritas, sobretudo, que, no início da mediunidade, os médiuns topam com o escolho de terem de haver-se com Espíritos inferiores e devem dar-se por felizes quando são apenas Espíritos levianos. Toda atenção precisam pôr em que tais Espíritos não assumam predomínio, porquanto, em acontecendo isso, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles. É ponto esse de tal modo capital, sobretudo em começo, que, não sendo tomadas às precauções necessárias, podem perder-se os frutos das mais belas faculdades.
É fundamental que os orientadores espíritas, empenhados no trabalho de estudo e educação mediúnica, tenham consciência do que representa essa prática para saber auxiliar acertadamente. O orientador espírita necessita conhecer com segurança a Doutrina Espírita e as sutilezas da prática mediúnica; deve ser alguém que busca vivenciar os ensinos evangélicos, para poder transmitir ao médium iniciante respostas esclarecedoras às dúvidas e conforto moral às suas alterações emocionais ou efetivas.
A criatura, cuja faculdade mediúnica eclodiu, e que se dispõe a iniciar o seu exercício, deve ter consciência da importância e da significação dessa faculdade. Por isso mesmo, os amigos desencarnados, sempre que responsáveis e conscientes dos próprios deveres diante das Leis Divinas, estarão entre os homens exortando-os à bondade e ao serviço, ao estudo e ao discernimento, porquanto a força mediúnica, em verdade, não ajuda e nem edifica quando esteja distante da caridade e ausente da educação.
Ana Maria Teodoro Massuci

Fonte. ESPIRIT BOOK
www.espiritbook.com.br/

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...