A maioria
das pessoas, quando ouve ou lê a palavra Espiritismo vincula a ideia,
automaticamente, a mais uma religião, entre as milhares que existem no mundo.
Há os que
confundem o Espiritismo com práticas de umbanda, quimbanda e candomblé, por
total ignorância, pois não tiveram oportunidade de tomar conhecimento da
absoluta diferença. Mas, há, também, os que sabem dessa diferença; porém,
levados pelo radicalismo e pela intolerância, insistem em pregar a vinculação.
Afinal de
contas, o que é o Espiritismo? Não é uma religião? Absolutamente. O Espiritismo
não pode ser definido simplesmente como uma religião. É uma Doutrina
Filosófica, rigorosamente calcada em base cientifica, de consequência
religiosa.
Filosofia de
base cientifica?
Exatamente.
Embora a maioria dos praticantes espiritistas não trabalhem seu aspecto
científico, este é o que dá segurança e firmeza a fé dos espíritas, pois, a
Doutrina ensina que "Fé inabalável só é aquela que pode encarar a razão,
face a face, em todas as épocas da humanidade".
Não admite
fé cega, aquela que é baseada na doutrina do "porque sim", e orienta
a fé raciocinada.
Mas há quem
afirme, equivocadamente, que a Ciência não aceita o Espiritismo e até que o
Espiritismo vai de encontro a Ciência. É um absurdo. O respeito do Espiritismo
para com a Ciência é tão grande que quando a Doutrina veio ao mundo, por obra
dos Espíritos, o seu codificador, altamente inspirado, afirmou, com o aval dos
próprios Espíritos Superiores: "Se algum dia a Ciência comprovar que a
Doutrina está errada em algum ponto, cumpre ao espírita abandonar esse ponto
equivocado e seguir a orientação da Ciência".
É importante
frisar, também, que a presunção de muitos homens (que se dizem de ciência) quer
impor ao mundo que as propriedades da matéria são apenas aquelas que eles
conhecem.
Mas, talvez
você, assim como outras pessoas, afirme: "Eu já frequentei a casa da dona
Fulana e não vi nada que pudesse ser chamado de ciência". Claro, você tem
razão. O Espiritismo não são essas coisas que se pratica na casa da dona
Fulana, da "mãe" Ciclana ou do "pai" Beltrano, apesar
dessas pessoas fazerem questão de denominarem suas práticas como sendo
espiritas.
Conheço
muita gente que se diz conhecedora do Espiritismo afirmando coisas assim:
"Eu já frequentei, por muito tempo, o Centro tal..."mas ainda usa
expressões do tipo "mesa branca, linha branca, etc...", o que prova
total desconhecimento da doutrina, uma vez que esse negócio de mesa branca é
coisa que nunca existiu no Espiritismo. Existem pessoas que dizem conhecer o
Espiritismo, ou até que se dizem espiritas, mas morrem de medo de defunto,
visitam cemitérios nos dias de finados, como se os seus entes desencarnados
estivessem ali; acendem velas, etc... É engraçado, mas, também, é uma prova de
que nada sabem sobre o assunto.
É importante
esclarecer essa questão: considerando que a mediunidade é uma faculdade humana
e não uma propriedade do Espiritismo, muita gente se aproveita dela, ou finge
possuí-la, para praticar, em sua residência. Sessões de "atendimento"
a pessoas, na maioria das vezes cobrando, direta ou indiretamente, dizendo-se
espírita, porém, propondo fazer pelas pessoas o que elas querem e não o que
elas precisam. Propõe ajuda para conseguir emprego, mesmo sem essa pessoa ter
afinidade com o trabalho, ajuda para conseguir namorados, passar em concursos,
livrar-se de enfermidades, ganhar em loterias, etc...
O pior é que
alguns chamados líderes religiosos, ou "defensores" do religiosismo
tradicional quando querem atacar o Espiritismo, preocupados em exibir uma
cultura que não tem, citam supostas experiências próprias, que nada mais são
que algum tempo vivido em algumas dessas casas, nas convivências com essas
"mães" ou "pais", que sempre terminam decepcionando.
O
Espiritismo é uma Doutrina baseada nos ensinamentos de Jesus (o maior exemplo
de coerência e Amor do qual o mundo já teve conhecimento), que respeita a
liberdade das pessoas, que não cerceia a liberdade de pensar de ninguém, que
não aponta dedo para ninguém, que não julga e não diz ser dona exclusiva da
verdade.
O
Espiritismo tem o maior respeito por todos os segmentos religiosos,
principalmente pelos grandes vultos da humanidade que foram, ou que são,
membros de outras religiões, como um Francisco de Assis, Antônio de Pádua,
Madre Teresa de Calcutá, Teresa DÁvila, Dom Helder Câmara, Irmã Dulce, Padre
Bruno Sechi, aqui no Pará, o pastor protestante Martin Lether King e muitos
outros servidores da humanidade, independente da crença que professam.
O
Espiritismo não faz proselitismo e jamais dirá que um católico está errado,
porque está na igreja católica, ou que um protestante está errado, por seguir
uma das centenas de ramificações do protestantismo.
O
Espiritismo não obriga ninguém a absolutamente nada, nem mesmo a frequentar
Centros ou a participar de reuniões espiritas.
Não adota
quaisquer rituais, não admite velas, incensos, altares, paramentos, dízimos ou
qualquer espécie de pagamento, direto ou indireto, por uma orientação
espiritual. Não discrimina ninguém.
A sua
concepção de Deus é totalmente diferente da convencional: Deus é soberanamente
bom, justo, misericordioso e não pode ser nivelado a inferioridade humana.
Portanto, não admite qualquer conceito que define Deus como violento, cruel,
sanguinário, vingativo, discriminador, incoerente e inconsequente.
A Justiça de
Deus não pode ser comparada com a justiça dos homens, pois a lógica Espírita
admite que "Deus não castiga e não perdoa ninguém", já que, para
castigar estaria sendo intolerante com as falhas de "crianças"
ignorantes e atrasadas; para perdoar, implicaria que tivesse sido ofendido
antes. Admitir Deus ofendido é algo que contraria o bem senso.
Através
desta coluna, pretendemos mostrar as pessoas o que é o verdadeiro e único
Espiritismo. Não o Espiritismo Kardecista, nem Espiritismo mesa branca, que são
coisas que não existem. O Espiritismo nunca foi propriedade do Senhor Allan
Kardec e nem nada tem a ver com a cor da mesa que o Centro usa.
Vamos falar
sobre a vida, sobre a "morte", Amor, dia-a-dia, felicidade, aborto,
suicídio, infelicidade e sobre os problemas comuns dos homens, à luz do
Espiritismo.
Alamar Régis
Carvalho
(Página
"O que é o Espiritismo", extraída do Livro "Sob a Ótica
Espírita" de Alamar Régis Carvalho, onde foram condensadas um ano de
coluna espirita no grande Jornal de Belém do Pará - O LIBERAL.)
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