Jesus havia
proferido o maravilhoso Sermão da Montanha há apenas um dia. As frases ecoavam
no ar, e aqueles que O ouviram ainda vivenciavam as vibrações especiais daquele
momento.
Em
Cafarnaum, um homem nobre, chamado Bartolomeu acercou-se de Jesus. As belas
palavras proferidas significaram para ele um verdadeiro estatuto de conduta, e
ele buscou o Mestre com uma grande dúvida.
Queria saber
quais os piores adversários do ser humano. Perguntou quando se travaria a
batalha contra esses inimigos e quais as armas a serem usadas.
Jesus, cheio
de compaixão, respondeu: Eu te direi que esses inimigos se encontram dentro de
cada um, e ali trabalham pela infelicidade do ser.
Todos os
indivíduos apontam esses inimigos fora deles mesmos, supondo que as aflições
vêm de fora, de outras pessoas, e então, tornam-se rebeldes e vingativos.
O mais
impiedoso de todos os inimigos é o egoísmo, devorador de alegrias alheias. Há
também a avareza, a inveja, a maledicência, o ódio, o ciúme, a ambição
desmedida, o ressentimento.
E concluiu:
A luta para vencer esses inimigos deve ser travada no campo da consciência,
transformando as tendências inferiores, adotando uma conduta rica em
misericórdia, compaixão, fraternidade e caridade.
Nada mais
precisava ser dito. Bartolomeu entendeu quais eram os grandes adversários do
ser humano, e como poderiam ser combatidos.
Passados
mais de dois mil anos, as palavras do Mestre continuam tão atuais como outrora.
Muitos de
nós ainda têm o hábito de responsabilizar o mundo externo por grande parte do
que acontece de errado, consigo ou com outros, sem parar para analisar as reais
causas.
Julgamos os
conflitos armados sob a ótica que nos parece mais adequada, tomando este ou
aquele partido.
No entanto,
quase nunca paramos para pensar que o mesmo ódio, a mesma ganância, o mesmo
ressentimento que originou esse conflito, muitas vezes vive em nós, com
diferentes causas e consequências, mas com a mesma paixão.
Falamos
sobre a violência urbana, e sempre temos uma solução para ela. Mas esquecemos
que nossa indiferença gera a necessidade, e até o ódio daquele que rouba.
Falamos
sobre a corrupção, como se ela fosse exclusiva daqueles que detêm o poder. Mas
esquecemos que a ambição desmedida que a gera, muitas vezes vive dentro de nós,
mesmo que em menores proporções.
Comentamos
sobre famílias desfeitas por egoísmo, e achamos que o nosso próprio egoísmo é
justificável pois, afinal, temos as nossas necessidades.
Adiamos,
quase sempre, o início de um trabalho voluntário, com a desculpa de não termos
tempo, e nos esquecemos de desenvolver em nós a caridade, a fraternidade, a
compaixão, o real amor ao próximo.
Nossos
piores inimigos estão em nós mesmos, como disse Jesus, e já é tempo de os
reconhecermos. Somente assim poderemos travar nossa batalha pessoal contra
eles, na qual a principal arma é o amor.
O Sermão da
Montanha é um verdadeiro chamamento feito por Jesus que, desde então, espera
pacientemente que O escutemos.
E você? Já O
escutou de verdade? Já leu com atenção aquelas belas palavras? Já abriu os
ouvidos e o coração em busca da única vitória que realmente interessa: a
vitória sobre nós mesmos e nossas imperfeições morais?
Pense nisso.
Redação do
Momento Espírita com base no cap. 6, do livro A mensagem do Amor Imortal, pelo
Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.Em
17.04.2009.
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