O livre
arbítrio é uma das bênçãos que distinguem a Humanidade no concerto da Criação.
Nos círculos
inferiores da vida, a evolução ocorre de forma automática.
No âmbito
humano, os instintos gradualmente perdem a primazia na formulação dos destinos.
Na medida em
que se afasta dos círculos primitivos, o homem principia a fazer opções.
Não mais
instintos e sensações, mas razão e sentimentos dão o tom da caminhada.
Os equívocos
são bastante comuns nesta fase, pois apenas seres perfeitos não erram.
Ocorre que
toda violação da Lei Divina traz consequências naturais e automáticas.
Todo erro
deve ser reparado.
A reparação
é tão mais penosa quanto mais consciente seja o agente.
Os erros do
ignorante são mesmo esperados e de fácil reparação.
Quem já possui
vasta experiência tem o dever de comportar-se melhor.
A renitência
no mal, quando já se tem condições de viver no bem, costuma gerar dolorosos
processos expiatórios.
As
sucessivas encarnações fornecem vastas oportunidades de aprendizado e
refazimento perante os Códigos Divinos.
Salvo o caso
das almas missionárias, plenas de amor e sabedoria, a vivência de dores atrozes
costuma indicar reparação de males do passado.
Entretanto,
muitos Espíritos, quando se veem fortemente complicados perante as Leis Divinas,
assumem o papel de vítimas.
Olvidam que
seus atos de vontade é que atraíram a dor para suas vidas.
Lançam-se em
infindáveis reclamações e adotam comportamento passivo.
Na
realidade, deveriam educar a vontade desvirtuada no passado e assumir a
responsabilidade pelas próprias vidas.
Quem costuma
se achar vítima e gosta de reclamar demonstra possuir certas enfermidades
psíquicas.
Tais
enfermidades viciam a vontade e retardam a libertação.
Dentre esses
fatores pode-se citar o abandono do esforço próprio.
Confrontada
com a existência de vícios que lhe infelicitam a vida, a criatura afirma: Sou
assim mesmo.
Permite que
tristes hábitos que ela mesma criou, no exercício de seu livre arbítrio,
continuem a dominá-la.
A
indiferença perante a vida também é um sintoma de desequilíbrio espiritual.
Para não
sofrer com a realidade de um Mundo que auxiliou a construir no passado, evita
até pensar no que nele ocorre.
Questões
sociais, políticas e ecológicas são afastadas da mente.
Igualmente é
um sinal de psiquismo doentio o hábito de queixar-se de forças exteriores.
As
dificuldades vivenciadas são culpa do patrão, da conjuntura econômica ou do
governo.
Sempre há um
terceiro para assumir o papel de culpado, enquanto a criatura posa de vítima
indefesa.
Entretanto,
urge reconhecer que a vida é feita de lutas e desafios.
As
experiências se sucedem na medida da necessidade de aprendizado e resgate do
Espírito.
Não há
equívocos nos Códigos Divinos.
Em última
análise, ninguém é culpado pelo que outro vive.
Assim, você
construiu a sua vida tal qual ela é hoje, mediante inúmeros atos da mais livre
vontade.
Convém agora
assumir a responsabilidade por ela e lutar corajosamente para solucionar seus
problemas.
Pense nisso.
Redação do
Momento Espírita, com base na questão 254 do livro O consolador, pelo Espírito
Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em
21.02.2008.
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