Quando Chico Xavier ainda residia na
Comunhão Espírita de Uberaba, num sábado de manhã, tive a nítida visão de um
espírito trajando roupas usadas pelos astronautas lunares. Éramos umas seis
pessoas entrando no quarto do médium. Foi um rápido lampejo de luz
esbranquiçada. Foi a minha primeira visualização, apesar de que ele – o
espírito – não notou, ou fez que não notou aquele meu olhar de admiração.
Lembro também que havia uma imagem
pequena fixada na bandeirola da porta do quarto. Entre os presentes, um senhor
bem trajado, apontando uns 50 anos, perguntou em tom irônico:
– Chico, o Santo Expedito ali...
ainda se usa imagens aqui?
Chico respondeu imperturbável:
– Olha, em alguns lugares mais
adiantados, não se usa imagem. Mas eu ainda venero meu antigo padroeiro, Santo
Expedito. Também levo comigo Nossa Senhora, a Mãe Santíssima.
E arrematou:
– Veja, irmão, há pessoas mais
adiantadas que não mais precisam de imagens de espíritos iluminados. Mas eu
ainda não atingi esse ponto.
Houve certo silêncio no ambiente após
a explicação do médium, mas já era meio-dia e todos fomos almoçar no refeitório
da instituição.
Observei também que Chico não estava
sentado conosco na cabeceira da mesa por estar servindo pratos com feijão, arroz,
carne e alface para crianças e adultos que estavam participando da refeição.
O Espírito Veio Agradecer
No episódio que vou contar fui
protagonista não premeditado, mas real nos planos físico e espiritual.
Éramos amigos, Círia e eu. Não é
necessário dizer seu nome completo, o importante é que aconteceu.
Encontramo-nos pela primeira vez em 1974, início dos trabalhos junto a Chico
Xavier. Várias foram as visitas que fizemos na casa do médium em Uberaba. Ela
formou-se em Psicologia, foi professora e por volta dos 45 anos casou e cinco
anos depois enviuvou. Reencontramo-nos mais quatro vezes naquela casa
santificada, e, nesse penúltimo encontro, perguntei-lhe porque não frequentava
algum centro espírita da cidade, mas não lembro se ela respondeu a esse questionamento.
Falamos sobre enigmas da vida e ela me disse: “Fernando, ninguém sabe nada do
dia de amanhã, mas tenho andado adoecida e, se por ventura eu vier a
desencarnar, espero dizer-te adeus antes ou depois do desencarne. ”
Bem, a última vez em que nos reencontramos
foi um mês depois do desencarne de Chico Xavier, em 2002, no cemitério de
Uberaba.
Mantivemos correspondência por vários
anos e, subitamente, ela não mais me respondeu. Soube mais tarde que Círia
falecera e orei por ela.
Em julho de 2008, tive um sonho no
qual ela veio claramente dar-me notícias na condição de espírito. Pediu
desculpas por não ter escrito quando enfermou gravemente num hospital, disse
que sentia muitas saudades de Chico e que, graças às preces que fazia para ele
e Maria, Nossa Senhora, ela atualmente permanece em uma colônia espiritual na
qual estuda profundamente a Doutrina Kardecista. Ela era amiga e admiradora de
Chico e recebia muitos conselhos evangélicos.
Acrescentou estar satisfeita pela
oportunidade recebida de poder me agradecer os saudosos tempos de Uberaba,
sorriu e desapareceu no sonho. Seguidamente eu oro pelo seu caridoso espírito.
Comunicações com Chico Após seu
Desencarne
Quanto aos contatos que mantínhamos
quando Chico estava encarnado, nós nos comunicávamos por meio da fala e através
de correspondências; agora, evidentemente, é pela prece, pelas vibrações do
coração e pelo pensamento. Na última fase da sua vida física e logo após seu
falecimento, eu sentia muito a falta dele, em forma de saudade – Chico definia saudade
como sendo a “falta do magnetismo de alguém”. Mas, como tudo muda e evolui na
vida e no Universo, com muita oração, no passar do tempo, percebi aos poucos
que, por via das consciências, Chico respondia às minhas indagações e demandas.
Qual se fora uma luz distante que aos poucos veio se aproximando.
Não obstante eu aprendi a ver o que
era meu e o que vinha de Chico. E até hoje é assim. Chico a todos nos faz
falta, nos dois planos
Por: Fernando Ós-Folha Espírita –Fonte:
ESPIRIT BOOK
www.espiritbook.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário